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segunda-feira, dezembro 8, 2025

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Campanha tenta impedir compra de programa de espionagem pelo governo

Reportagem de Thiago Assunção, publicada nesta quinta-feira (17/7) no site da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), chamou a atenção para o lançamento de uma campanha criada por 35 organizações da sociedade civil, para tentar impedir que o Ministério da Justiça compre um programa de espionagem digital usado por governos para monitorar e invadir celulares.

O movimento surgiu após o Ministério da Justiça, no mês passado, ter cogitado adquirir no pregão eletrônico, entre outras ferramentas de espionagem, o programa Pegasus, desenvolvido pela empresa israelense NSO Group. Para especialistas ouvidos pela Abraji, o software pode violar o direito à privacidade e impactar o exercício do jornalismo no Brasil.

“Se o governo manifesta interesse em comprar essa tecnologia, sem definir os critérios de uso e como será feito esse controle, é bem preocupante para os jornalistas”, afirma Guilherme Amado, vice-presidente da Abraji. Para ele, os profissionais de comunicação têm o direito de manter o sigilo das fontes quando sabem que a informação é de extrema importância para as investigações jornalísticas.

Descoberto em 2016, o Pegasus foi criado para coibir a ação de criminosos e terroristas, mas também já foi utilizado por governos para invadir celulares e monitorar conversas de jornalistas e opositores políticos.

De acordo com reportagem do New York Times, isso teria acontecido no México, em 2017. Esse mesmo programa foi utilizado pelo governo saudita para espionar o jornalista Jamal Khashoggi, morto em 2018, no consulado da Arábia Saudita na Turquia.

O programa se assemelha a um vírus, que permite o rastreamento em segredo de todas as atividades registradas no celular infectado. É possível identificar mensagens digitadas, e não apenas as enviadas, além de acessar contas bancárias, redes sociais e e-mail. O Pegasus também permite que o celular infectado funcione como um espião remoto, pois consegue ativar o microfone para ouvir conversas, tirar fotos, acessar a localização e monitorar os sites navegados.

Para Amado, o interesse na compra dessas ferramentas gera insegurança: “A aquisição de um programa de espionagem ilegal, especialmente nas mãos desse governo, é alarmante, pois há indícios concretos de que a Abin possa estar sendo desvirtuada.”

Vale lembrar que reportagens publicadas por UOL e na Revista Época revelaram que órgãos do governo podem estar envolvidos em ações de espionagem. A do UOL mostra a ação sigilosa do governo para identificar professores e policiais que pertenciam ao chamado “movimento antifascismo”. Já o da Revista Época aponta que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) produziu relatórios para subsidiar a defesa do senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) na anulação do caso Queiroz.

“Nenhum governo está autorizado por seu povo ou pela Constituição a espionar pessoas ou organizações. Isso desequilibra a correlação de forças e dá ao governo um poder incomparável, impossível de ser detido. A privacidade, a intimidade e os sigilos telefônicos e telemáticos são garantidos por lei no Brasil, e só podem ser violados em casos muito específicos, sob ordem judicial”, completa Amado.

Além da campanha on-line contra a compra da ferramenta, as organizações Conectas, Igarapé, Rede Liberdade, Sou da Paz e Transparência Internacional, que fazem parte do Pacto pela Democracia, apresentaram denúncia ao Tribunal de Contas da União (TCU) sobre irregularidades e ilicitudes na contratação do programa de espionagem.

+Admirados da Imprensa do Agronegócio homenageará 26 profissionais e 27 veículos

+Admirados da Imprensa do Agronegócio serão homenageados na próxima terça (29/6)

José Hamilton Ribeiro receberá o Troféu Hors Concours por sua trajetória profissional

Encerrado em 10 de junho com expressiva participação, o segundo turno de votação do Prêmio Os +Admirados da Imprensa do Agronegócio elegeu 26 profissionais e 27 veículos, que serão homenageados no próximo dia 29 de junho, às 19h, em evento a ser transmitido pelo Canal no YouTube do Portal dos Jornalistas, que divide a assinatura da premiação com a newsletter Jornalistas&Cia. 

Por força de um empate na pontuação, os TOP 25 viraram TOP 26. Em relação aos veículos, são 27 os que venceram a disputa por um lugar entre os TOP 3 nas nove categorias previstas na premiação. 

No evento de premiação, que será dirigido por Vinícius Ribeiro e apresentado por Cid Barboza (ex-Rádio Capital) e Fernando Soares (J&Cia), vamos conhecer os TOP 5 entre os profissionais e os nove veículos campeões nas respectivas categorias. Eles receberão em casa ou na redação o Troféu +Admirado, numa espécie delivery, pela impossibilidade da realização de evento presencial. A homenagem contará com produção da Mega Brasil, sob supervisão de Marco Rossi.

A eleição dos +Admirados da Imprensa do Agronegócio (#maisadmirados) conta com apoio institucional de CNA / Senar; patrocínio de CNH, Case e New Holland, Cargill, Syngenta e Yara; e apoio de Adama, I’Max e BRF.

José Hamilton Ribeiro receberá Troféu Hors Concours

Líder por um período do Ranking dos +Premiados Jornalistas Brasileiros, como um dos mais vitoriosos da história, José Hamilton Ribeiro, por força de sua trajetória e relevância para o jornalismo brasileiro, foi elevado à categoria de hors concours pelo Conselho Consultivo do programa.

J&Cia repete agora a iniciativa na premiação dos +Admirados da Imprensa do Agronegócio, concedendo a ele o Troféu Hors Concours, pelos quase 70 anos de atividade, 39 dos quais dedicados à reportagem do Globo Rural, onde começou em 1982.

São dezenas de prêmios e livros publicados e a admiração de praticamente toda a categoria dos jornalistas e daqueles que o assistem há décadas nas manhãs de domingo na TV Globo. Atualmente, Zé Hamilton está em quarentena em sua fazenda de Uberaba (MG), para onde enviaremos o novo troféu, que irá buscar um espaço em sua galeria.

Os premiados

Confira a seguir os profissionais TOP 25 (em verdade 26, por causa de um empate) e os veículos TOP 3 nas nove categorias da premiação, todos em ordem alfabética:

 

Agência de Notícias

  • Agência Safras & Mercado
  • Broadcast Agro/Agência Estado
  • Reuters

 

Podcast

  • Agro Connection
  • CBN Agronegócio
  • Mundo Agro

 

Áudio – Programa de Rádio

  • Hora H do Agro (Jovem Pan)
  • Campo e Lavoura (Rádio Gaúcha)
  • CBN Agronegócio (CBN)

 

Programa – TV Especializada

  • Bem da Terra (Terraviva)
  • Jornal Terraviva (Terraviva)
  • Rural Notícias (Canal Rural)

 

Programa – TV Geral

  • Agrocultura (TV Cultura – SP)
  • Globo Rural (TV Globo)
  • Nosso Agro (Bandeirantes)

 

Site/Blog

  • Agrolink
  • Canal Rural
  • Notícias Agrícolas

 

Veículo Impresso Especializado

  • A Granja
  • Dinheiro Rural
  • Globo Rural

 

Veículo Impresso Geral

  • Folha de S.Paulo
  • O Estado de S. Paulo
  • Valor Econômico

 

Vídeo – Internet

  • Agro Connection
  • Agromais
  • Notícias Agrícolas

 

Jornalistas (TOP 26)

  • Aleksander Horta (Notícias Agrícolas)
  • Aline Merladete (Agrolink)
  • Antonio Reche (Canal do Boi)
  • Camila Ramos (Valor Econômico)
  • Carla Mendes (Notícias Agrícolas)
  • Cassiano Ribeiro (CBN)
  • Clarice Couto (Agência Estado)
  • Daniela Ramalho (Agro +)
  • Denise Saueressig (A Granja)
  • Ederson Granetto (Agro +)
  • Fernando Lopes (Valor Econômico)
  • Gisele Loeblein (Zero Hora)
  • Helen Martins (Globo Rural)
  • Ingrid Biasioli (Dinheiro Rural)
  • João Batista Olivi (Notícias Agrícolas)
  • José Luis Tejon (Estadão)
  • Katiuscia Sotomayor (Agro +)
  • Kellen Severo (Jovem Pan)
  • Lana Pinheiro (IstoÉ Dinheiro)
  • Lilian Munhoz (Terra Viva)
  • Luiz Patroni (Canal Rural)
  • Mauro Zafalon (Folha de S.Paulo)
  • Raissa Lomonte (Band)
  • Sidnei Maschio (Terraviva)
  • Virgínia Alves (Notícias Agrícolas)
  • Viviane Taguchi (Globo Rural)

 

Entidades cancelam participação do 3º Guia Exame de Diversidade

Entidades retiram participação do 3º Guia Exame de Diversidade

As entidades Instituto Ethos, Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (CEERT), Fórum de Empresas e Direitos LGBTI+, Movimento Mulher 360 e Rede Empresarial de Inclusão Social (REIS) anunciaram o cancelamento de sua participação no Guia Exame de Sustentabilidade, elaborado pela revista Exame.

A publicação teve seus critérios de consolidação de resultados contestados por essas mesmas entidades às vésperas do lançamento de sua terceira edição. Em nota conjunta distribuída em 15/6, elas afirmam que Exame não cumpriu o disposto no regulamento no que se refere à escolha das empresas que terão suas ações destacadas.

“Propor a seleção por critérios editoriais é subjetivo e dá margem a questionamentos sobre a credibilidade da iniciativa”, afirma a nota. “Além disso, não dar visibilidade às que foram selecionadas como destaque pela metodologia previamente definida é ir na contramão do que estabelecemos como processo de premiação, além de desrespeitar o acordo que fizemos com as empresas participantes”.

Em resposta, também por nota, Exame afirmou que, “assim como sempre fizemos em outras edições do Guia Exame de Diversidade, é um trabalho a quatro mãos. A escolha é técnica e acontece em duas etapas distintas: o Ethos depura os dados e chega às empresas mais bem classificadas dentro de critérios pré-definidos. A Exame acrescenta uma análise criteriosa que leva em conta seu conhecimento do dia a dia, seu olhar para as melhores histórias e sua conexão com o que acontece no mundo. Esta apuração extra é essencial para evitar que empresas notadamente reconhecidas por suas iniciativas voltadas à diversidade sejam prejudicadas”. 

Na quarta-feira (16/6), em outra nota conjunta publicada no site do Instituto Ethos, as entidades escreveram que “comunicaram à Exame o descontentamento com esse processo e indicaram que não autorizariam a menção do nome das organizações como parceiras se a opção deles fosse a de não seguir o regulamento que estabelecemos e divulgamos às empresas. A resposta recebida foi de que seguiriam com a publicação apesar dos apontamentos. Por essa razão, independentemente dos resultados que serão divulgados (…), Ethos e parceiros manifestam seu desacordo com os métodos e o processo como esse trabalho foi conduzido em suas etapas finais”.

Histórias do Jornalismo Esportivo: Agenda esquecida

Dito Lopes conta a história de quando esqueceu sua agenda com informações de uma semana de pesquisa para um jogo entre Bahia e Guarani (SP).
EC Vitória sub-20, em 1985. Em pé: Paulo (esq.), Sérgio, Amaral, Dito, Gilmar e Jadir. Agachados: Joel Teles, Péricles Chamusca, Paulinho, Pedro Haroldo e Ederlane
Dito Lopes conta a história de quando esqueceu sua agenda com informações de uma semana de pesquisa para um jogo entre Bahia e Guarani (SP).
Dito Lopes

Há mais ou menos 25 anos, fazer uma jornada esportiva era muito diferente dos dias de hoje. Eu, na época repórter da Rádio Excelsior da Bahia, viajava com o considerado melhor locutor esportivo da Bahia, Nilton Nogueira (o clássico da Bahia que o Brasil consagrou), para um jogo do Bahia contra o Guarani, em Campinas (SP).

Nessa época, as jornadas em rádio começavam às 14h e os jogos, às 17h, portanto, três horas de preparação para o jogo de informações do repórter. Detalhe: Não viajava o comentarista, o repórter tinha que se virar sozinho; não tínhamos celular e basicamente, antes do jogo, o repórter tinha que estar muito bem informado.

Pois bem, ao chegar ao estádio me dei conta que tinha esquecido a minha agenda com todas as informações de uma semana de pesquisa e de preparação para aquele jogo. Resultado: o narrador não seguraria a jornada nem dois minutos. Tive que usar a memória para lembrar de alguns detalhes, algumas informações. A tarde não passava… fiquei desesperado, repetindo as notícias que lembrava. Pedi emprestado aos colegas baianos papel e caneta e foi uma tarde trágica, para nunca mais lembrar. Mas valeu a experiência, que me deu cancha pra me firmar cada vez mais na profissão.


Dito Lopes foi jogador profissional dos 14 aos 22 anos na Bahia, tendo passado por Botafogo, Vitória, Galicia e Ypiranga. Era zagueiro. Depois, tornou-se repórter e hoje é presidente da Associação Baiana de Cronistas Esportivos (ABCD).

O Portal dos Jornalistas traz neste espaço histórias de colegas da imprensa esportiva em preparação ao Prêmio Os +Admirados da Imprensa Esportiva, que será realizado em parceria com 2 Toques e Live Sports, no segundo semestre. 

RIT TV é denunciada por insalubridade; emissora nega

Profissionais da RIT TV, do pastor R.R. Soares, estão trabalhando em condições insalubres na sede da emissora, no centro de São Paulo.
Profissionais da RIT TV, do pastor R.R. Soares, estão trabalhando em condições insalubres na sede da emissora, no centro de São Paulo.

Profissionais da RIT TV, do pastor R.R. Soares, estão trabalhando em condições insalubres na sede da emissora, no centro de São Paulo. As denúncias foram feitas ao Ministério do Trabalho (MTB) e ao colunista do UOL Ricardo Feltrin.

Os funcionários estão preocupados com a aglomeração no local. Eles afirmam que há, inclusive, pessoas de grupos de risco com comorbidades e idade avançada. Contam também que todos trabalham num mesmo ambiente com janelas fechadas e ar-condicionado.

O temor é de contaminação pela Covid-19. Na denúncia, os profissionais enviaram fotos ao Ministério do Trabalho, que fez uma visita à TV semanas atrás. As fotos foram enviadas também para Feltrin. Convidado a ir até a emissora, o jornalista negou por ainda não ter sido vacinado contra o vírus.

A direção da TV negou as denúncias e afirmou que, mesmo com a visita do MTB, eles não foram autuados pois nada de errado foi encontrado. Kalled Adib, diretor da RIT, disse não haver pessoas com comorbidades, que todos são obrigados a trabalhar com máscaras e que em todo o local há álcool em gel e outros produtos para limpeza.

Já os funcionários afirmam que, sim, foram encontrados vários problemas. Disseram ainda que mudanças começaram a ser feitas na emissora logo após a visita dos fiscais.

Por medo de represália, os profissionais fizeram as denúncias de maneira anônima, mas afirmam que começou uma busca interna para tentar descobrir os denunciantes.

Adib nega: “Eu nunca faria uma coisa dessas com ninguém. Muito ao contrário: acho que as denúncias devem ser feitas quando procedem. Essa não é minha maneira de fazer gestão”.

Sede da Fenaj vai a leilão

A Fenaj informou que teve sua sede leiloada em 21/5, como desfecho de uma ação impetrada na Justiça do Trabalho, em 2016, por uma jornalista de Curitiba, para a obtenção da Carteira de Jornalista. Ela, formada em Relações Públicas, recebeu a carteira em 2017. A expedição, no entanto, por falha processual não foi juntada aos autos, o que resultou em multa para a Federação. Advogados da Fenaj vão recorrer da decisão.

Em nota, a entidade escreveu que “esse é mais um caso em que fica evidente que a Justiça nem sempre é justa e que existem profissionais sem absolutamente nenhuma consciência da importância da luta coletiva e da preservação das entidades representativas. A Fenaj vai ficar sem sua sede por causa de uma Carteira de Jornalista, que foi entregue à solicitante. Afirmamos, entretanto, que o leilão da sede não vai impedir que a Fenaj continue à frente do movimento sindical dos jornalistas brasileiros, constituído pelos Sindicatos de Jornalistas e pela Federação. A luta é permanente e busca a garantia de trabalho e vida digna para a categoria, de valorização do Jornalismo e de defesa das liberdades de expressão e de imprensa, do Estado de direito e da democracia”.

E mais:

Revistas viram garantia em renegociação da Abril com o governo

Mudanças no Jornalismo da Band e do SBT em Brasília

A sede do SBT em Brasília está promovendo uma série de mudanças em seu jornalismo, que incluem demissões já feitas nas últimas horas. Uma delas é a da apresentadora Neila Medeiros. A informação é de Flávio Ricco, do R7.

Segundo o colunista, Neila foi informada de que seus serviços não eram mais necessários no dia em que voltou de férias, logo após a exibição do SBT Brasília. Além dela, deixa também a emissora o editor Juan Preuss.

Juliana Rosa, ex-GloboNews, acerta com a Band

Mudanças no Jornalismo da Band e do SBT em Brasília
Juliana Rosa

Após pedir demissão da Rede Globo depois de 20 anos de casa, Juliana Rosa foi contratada pela Bandeirantes, segundo Daniel Castro (Notícias da TV/UOL). Apresentadora e especialista em economia, ela será responsável por encabeçar a parte das análises de economia na rádio e na TV. Juliana destacou-se na GloboNews com uma forma inovadora de noticiar dados econômicos, com comentários críticos, ácidos, e um linguajar simples.

“Fox News britânica” pode aumentar as divisões no Reino (des)Unido

Por Luciana Gurgel

Luciana Gurgel

Muito já se falou sobre tendências que a pandemia acelerou ou aprofundou. A intolerância é uma delas. Discordância sobre isolamento social, uso de máscaras ou risco de tomar a vacina estragam amizades e afastam parentes em todo o mundo.

Em sociedades já divididas antes, como o Brasil e o Reino Unido, os efeitos do coronavírus sobre a paz social encontraram terreno ainda mais fértil para florescer. Com o potencial de modificar − talvez para sempre − o espírito cordial descontraído dos brasileiros e cordial respeitoso dos britânicos.

O Brexit dividiu o Reino Unido ao meio, literalmente. O plebiscito que decidiu pela saída do país da União Europeia, em 2016, teve resultado apertado.

Em 2019 a pressão se elevou, com os descontentes fazendo de tudo para reverter a partida iminente. Mas em janeiro de 2020 ela se deu, como previsto.

E aí veio a pandemia.

O tamanho da discórdia tem sido medido por uma pesquisa atrás da outra. O Financial Times desta terça-feira publicou um gráfico que mostra a extensão da guerra cultural que se instalou no país.

O instituto Ipsos examinou a dificuldade das pessoas em manterem amizade com que têm opiniões diferentes. O isolamento social vem em primeiro, praticamente empatado com o Black Lives Matter.

Isso tem uma explicação: no Reino Unido, a reação ao movimento intensificou o debate sobre colonialismo, desencadeando um movimento para remover estátuas que homenageiam pessoas ligadas à escravidão. Até a Rainha foi “cancelada”, com sua foto retirada de uma sala de convivência em Oxford.

GB News, a “Fox News” britânica

Foi nesse ambiente que nasceu esta semana um projeto que pode sepultar de vez a possibilidade de que as feridas abertas pelo Brexit e pela pandemia cicatrizem. Trata-se da emissora de TV GB News, criada e financiada por expoentes do Partido Conservador.

Ela estreou domingo com seus jornalistas e executivos debatendo-se contra a alcunha de “Fox News britânica”.

A holding que detém o canal foi criada em setembro de 2019, quando o primeiro-ministro Boris Johnson havia assumido o lugar de sua antecessora,Theresa May, que caíra desgastada pela dificuldade em negociar um acordo com Bruxelas.

Em janeiro, depois das eleições gerais que o confirmaram no cargo, a emissora ganhou concessão para operar. E assumiu algumas bandeiras: o nacionalismo, o combate ao “politicamente correto”, a voz para excluídos de fora da capital e o combate à BBC.

As promessas se confirmaram. Quem acompanha o canal americano pode até achar o tom da GB News normal. Mas aqui não era até domingo passado, pelo menos no jornalismo.

Não quer dizer que os jornalistas britânicos sejam benevolentes com o governo. BBC e Sky têm programas dominicais que “imprensam”, sem trocadilho, os poderosos contra a parede.

Mas é com elegância, sem exasperação, sem discordar do convidado como se estivesse numa mesa de bar depois de cinco chopes. E este foi o tom que a GB News adotou. Chega a ser angustiante assistir alguns programas da nova rede.

No primeiro dia, a audiência bateu as de BBC, ITV e Sky. Mas nas redes sociais muitos comentaram que seria por curiosidade, com gente sintonizando para conhecer ou confirmar a má impressão que já tinha antes de assistir.

No entanto, esta é uma sociedade dividida. Dar voz a figuras da extrema direita radical que estavam no ostracismo político, como o controvertido Nigel Farage, ou promover a desobediência ao isolamento social chega a ser perigoso, mas encontra seguidores.

A TV já não é a principal formadora de opinião. Mas no Reino Unido, graças ao hábito criado pela BBC, resiste como influência importante.

E o que sai nas TVs é amplificado nas redes sociais, sobretudo o que é polêmico. Como a pauta da GB News.

Ela chegou jogando gasolina numa fogueira que já ardia. E pode acabar sendo o instrumento que vai colocar fim ao império da gentileza britânica.

Leia mais sobre a GG News em MediaTalks.


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Impacto de militares na segurança pública é tema de livro de Natalia Viana

Natalia Viana
Natalia Viana

Natalia Viana, cofundadora da Agência Pública, lançará em breve o livro Dano Colateral: A intervenção dos militares na segurança pública (Editora Objetiva), fruto de dois anos de pesquisa e mais um ano e meio de escrita. A obra já está em pré-venda.

O livro aborda a atuação de integrantes das Forças Armadas na segurança pública na última década e o que isso tem a ver com o governo Bolsonaro e seus generais. “No caminho, um rastro de civis mortos e 100% de impunidade”, escreveu Natalia em seu Twitter sobre o conteúdo da obra.

O objetivo do livro é explicar quais são os danos colaterais que o uso crescente de militares em operações de segurança pública trouxe para a sociedade. Tais danos, segundo descrição da autora, podem ser poucos “para efeitos estatísticos, mas têm desdobramentos enormes, e não só para familiares e amigos. Eles resultam numa gradual e constante perda da confiança na Justiça e representam uma ampliação do papel dos militares na política que parece ir na contramão do desenvolvimento de um Estado democrático”.

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Fátima Turci discute media training em tempos de CPI

A jornalista e apresentadora de tevê Fátima Turci é a entrevistada do Comunicação S/A desta quarta-feira (16/6). A atração vai ao ar a partir das 14h, na Rádio/TV Mega Brasil Online.

Em tempos de CPI – Comissão Parlamentar de Inquérito, um tema passou a frequentar o noticiário quando relacionado a depoentes que, de certa forma, têm o que se costuma chamar de “telhado de vidro”.

O receio se comprometer diante da sabatina a eles imposta, fez que com esses personagens, recorressem a um expediente que até aqui, tinha uma conotação bastante diferente de uma ferramenta de subterfúgio a perguntas embaraçosas: o media training.

Desse modo, o media traning passou a compor o vocabulário de senadores, jornalistas e os quase 15 mil espectadores que acompanham diariamente as sessões da CPI da Pandemia e entendido como um truque que subverte a verdade, cria subterfúgios, ludibria a inteligência alheia.

Neste Comunicação S/A, Fátima Turci, analisa este cenário, relembra as origens do media training no Brasil e critica os caminhos que a ferramenta tomou nas mãos, segundo elas, de pessoas despreparadas.

Assista pelo YoutTube, ou ouça no Spotify e em www.radiomegabrasilonline.com.br.

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