Alguns dos principais jornais impressos brasileiros publicaram nesta terça-feira (23) um informe publicitário com um manifesto favorável ao “tratamento precoce” contra a Covid-19. A publicação foi assinada pela Associação de Médicos pela Vida, com sede em Recife, e ocupou as páginas de O Globo, Folha de S. Paulo, Estado de Minas, Jornal do Commercio, Zero Hora, Jornal Correio, Correio Braziliense e O Povo.

A campanha foi motivo de muitas críticas ao longo do dia, principalmente porque, como amplamente divulgado não somente pela mídia, mas também em revistas científicas, não existe tratamento precoce cientificamente comprovado para a doença.

Uma das primeiras publicações a alertar sobre a questão, o site Congresso em Foco, destacou o fato de parte desses mesmos veículos ser vítima constante de ataques do governo justamente por negar essa mesma narrativa em suas reportagens.

“A imprensa é um dos setores que mais vêm sofrendo com ataques do governo federal por conta da defesa de Jair Bolsonaro sobre o uso da cloroquina”, destacou a reportagem assinada por Marina Oliveira. “O Ministério da Saúde chegou a mudar a forma e o horário de publicar os dados sobre a doença para não coincidir com os horários dos telejornais noturnos. A partir daí, estes mesmos veículos que hoje publicaram o manifesto se uniram em um consórcio para levantar números sobre a doença”.

Sobre o caso, a Associação Nacional de Jornais (ANJ) afirmou não ter uma posição específica: “mas defendemos, naturalmente, a liberdade de expressão, que vale também para essa nota”.

 
 
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