O juiz Luiz Gustavo Esteves, da 11ª Vara Cível de São Paulo, condenou o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL) a pagar uma indenização de R$ 30 mil por danos morais à repórter da Folha de S.Paulo Patrícia Campos Mello. Determinou também o pagamento de custas processuais e honorários advocatícios no valor de 15% da condenação. Cabe recurso da decisão.
Em maio do ano passado, Eduardo Bolsonaro afirmou em live que Patrícia “tentava seduzir” fontes para obter informações que fossem prejudiciais ao presidente Jair Bolsonaro. A transmissão foi ao ar no canal do YouTube Terça Livre TV. Após o ataque, a repórter da Folha acionou a Justiça.
O deputado referia-se a Hans River, ex-funcionário de uma agência de disparos de mensagens em massa, que mentiu e insultou Patrícia em uma sessão da CPMI das Fake News, no Congresso, em fevereiro do ano passado. Ele foi uma das fontes de uma reportagem de Patrícia que revelou uso fraudulento de nomes e CPFs para disparar mensagens em benefício de políticos.
Na sentença, Esteves afirmou que Eduardo Bolsonaro, “ocupando cargo tal importante no cenário nacional – sendo o deputado mais votado na história do País, conforme declarado na contestação – e sendo filho do atual presidente da República, por óbvio, deve ter maior cautela nas suas manifestações, o que se espera de todos aqueles com algum senso de responsabilidade para com a nação”.
Na despedida, Trump disse que vai voltar. Mas pairam dúvidas sobre o futuro da marca Trump nos negócios e na política. Em um briefing da FPA (Foreign Press Association), em Londres, na segunda-feira (18/1), a especialista em marketing americana Allyson Stewart-Allen foi categórica: “Trump é hoje uma marca radioativa”.
Consultora de instituições e empresas, ela disse não ver há muito um movimento como o atual, com corporações distanciando-se do ex-presidente e da política. JPMorgan e Goldman Sachs estão entre os que planejam suspender doações a partidos depois dos conflitos no Capitólio.
Em um memo interno, a chefe de assuntos governamentais do Citi assegurou que o banco não apoia candidatos que desrespeitam leis. Marriott e Blue Cross cancelaram suporte a senadores que votaram contra a certificação de Joe Biden.
No entanto, Stewart-Allen não bateu o martelo sobre o fim da marca Trump. Lembrou que ele foi votado por 74 milhões de pessoas, que ainda o amam e podem querer sua filha Ivanka na Casa Branca.
A consultora comentou sobre um possível rebranding da família, com Jared e Ivanka adotando a marca Kushner para se afastarem de um Trump enrascado legal e financeiramente.
Sua aposta é que se Joe Biden e Kamala Harris continuarem em harmonia, reelegem-se com facilidade, complicando a recuperação da marca Trump. E acredita em mais desgaste à medida que livros desfavoráveis à sua administração comecem a sair.
Os podres podem afetar a própria Ivanka. O Washington Post revelou semana passada que os contribuintes pagam US$ 3 mil de aluguel ao mês desde 2017 em um imóvel usado como banheiro para os seguranças da primeira-filha porque eles foram proibidos de usar um dos 12 existentes na casa onde ela vive. A contar com o desconforto que Trump pode ter causado à burocracia estatal, mais histórias sórdidas devem brotar dos porões da Casa Branca.
Stewart-Allen acredita que Joe Biden tem condições reverter com ações concretas a fama dos Estados Unidos de país pouco amigável. Coisa que ele começou a fazer no dia da posse, com medidas simpáticas a imigrantes e à comunidade muçulmana.
Trump tuitou mais de uma vez por dia contra a imprensa
A marca Trump pode até ser resgatada entre o público, mas entre jornalistas − exceto os que fazem parte de seu séquito de admiradores − vai ser difícil. Um levantamento do projeto US Press Freedom Tracker mostrou que de junho de 2015 (quando se lançou candidato) até ser enxotado do Twitter, o ex-presidente tuitou 2.520 vezes contra a imprensa. A incrível média de mais de um ataque por dia.
O projeto catalogou as manifestações e construiu um quadro da marcha incansável para minar a confiança do público no jornalismo, com o uso frequente de expressões como lamestream media e inimigos do povo.
Mídias sociais manipuladas por agentes estatais, inclusive no Brasil
Mas nem todos acham que a remoção de Trump do Twitter é o fim da história. Para Hanna Bailey, pesquisadora do Internet Institute da Universidade de Oxford, a expulsão dele ofusca o problema real: a manipulação das redes sociais comandada por governos.
O instituto fez um estudo em 80 países e chegou a um diagnóstico assustador, mostrando que a desinformação com patrocínio estatal profissionalizou-se e agora é produzida em escala industrial, com governos e partidos políticos investindo fortunas em tropas cibernéticas privadas.
O Brasil é apontado como país de média capacidade de organização, com tropas atuando ao longo de todo o ano para influenciar o debate político, incluindo membros do governo, partidos, firmas contratadas e influenciadores voluntários. O OII afirma que quatro das cinco estratégias principais de manipulação são utilizadas no País.
Trump foi-se, mas não os problemas que ele passou a simbolizar.
Desde 18/1 (segunda-feira), o Grupo RAC (Rede Anhanguera de Comunicação), que edita o jornal Correio Popular, de Campinas/SP, está sob nova direção. Assumiu o comando o empresário Ítalo Hamilton Barioni, do Grupo Contém, tido como um especialista em recuperação de empresas.
A mudança foi aprovada em reunião do Conselho de Administração do Grupo realizada no final de dezembro e convocada para aprovar o “arrendamento de títulos” da empresa. Comandado nas últimas décadas pela família Godoy, o Grupo RAC enfrenta sérias dificuldades financeiras há anos.
O Diário do Povo, adquirido do falecido ex-governador Orestes Quércia em 1996, deixou de circular no final de 2012. Mesmo destino teve o tabloide Notícias Já, lançado com sucesso, mas que teve sua vida abreviada pela crise. O próprio Correio Popular, que sempre foi o carro-chefe do Grupo, não circulava mais às segundas-feiras.
Com a mudança, Sylvino de Godoy Neto, que era presidente do Grupo, permanece apenas como presidente do Conselho Editorial. Ele estava licenciado da Presidência da RAC desde que teve o nome envolvido em investigação do Ministério Público sobre um escândalo no Hospital Municipal Ouro Verde, na qual chegou a ter a prisão decretada.
Mergulhado em dívidas – principalmente trabalhistas –, o Correio enfrentou seguidas greves de jornalistas por atraso no pagamento dos salários. Ultimamente, os profissionais da reduzida redação só recebiam parte do salário, parcela que não atingia R$ 1 mil.
A demissão de toda a redação chegou a ser anunciada, mas não se concretizou porque os jornalistas haviam entrado em greve um dia antes.
Com a mudança no comando, assimiu a direção editorial Luiz Roberto Saviany Rei, ex-sucursal Campinas da Folha de S. Paulo e que trabalhou no Correio nos anos 1990. O novo editor-chefe é Marcel Cheida, ex-Câmara Municipal de Campinas e também com passagem no jornal, e Tássia Vinhas foi anunciada como chefe de Reportagem.
A equipe da redação é integrada ainda por Angelo Barioni, irmão do novo presidente executivo do Grupo, Suzamara Santos, Jary Mércio, Manuel Alves Filho, Maria do Carmo Pagani, Huguette Gallo Mantellato, Kátia Fonseca e Eric Iamarino, entre outros, todos com passagens anteriores pelo próprio Correio, único jornal impresso ainda em circulação em Campinas, com 94 anos de história. O colunista social Almir Reis foi o único da equipe a permanecer. Todos os integrantes da nova redação foram contratados como Pessoa Jurídica.
Em comunicado publicado na primeira página da edição do dia 19, Ítalo Barioni afirmou que “nosso compromisso de ética e de defesa dos interesses públicos se sobrepõe a tudo. Nessa travessia penosa, planejamos chegar aos 100 anos com organização multimídia, forte em todas as plataformas, com muito vigor”.
O rádio, por incrível que pareça, é uma invenção brasileira, e não do italiano Guglielmo Marconi. Na verdade, a primeira pessoa a transmitir a voz humana por rádio foi o padre-cientista brasileiro Roberto Landell de Moura, que nasceu 160 anos atrás. Ele foi um dos maiores cientistas da História do Brasil, mas poucos o conhecem e reconhecem, porque sua imensa obra científica continua quase invisível para a maior parte de nossa população.
Landell de Moura nasceu em 21 de janeiro de 1861, em Porto Alegre. Foi a primeira pessoa no mundo a transmitir a voz humana por ondas de rádio, sem fio. E o fez publicamente em pelo menos duas ocasiões que foram documentadas pela imprensa: uma em 1899 e outra em 1900, antecedendo experiências que viriam a ser feitas por outros cientistas. Já Guglielmo Marconi, que já tinha inventado o telégrafo sem fio em 1895, também transmitiu a voz humana por meio de ondas de rádio, mas apenas em 1914. Mesmo assim, ele ficou com a fama de inventor do rádio.
Landell lutou bravamente, enquanto pode, para viabilizar a industrialização do rádio no País, ao mesmo tempo em que projetava, de forma inédita, a televisão e o telex. Porém, na época, o Brasil era arcaico e agrário, e o cientista não teve sucesso. Patenteou seus inventos tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, onde morou por alguns anos para tentar o que aqui não conseguiu, mas falhou em comercializar os seus inventos. Foi ignorado pelas autoridades, ridicularizado por fiéis, que chegaram a invadir e destruir seus experimentos, sob a alegação de que ele tinha parte com o demônio, e acabou morrendo em 1928 no ostracismo.
A saga de Landell de Moura é contada em detalhes pelo jornalista, pesquisador e biógrafo Hamilton Almeida, que escreveu, entre outras obras sobre o padre-cientista, Landell de Moura – Um herói sem glória (O brasileiro que inventou o rádio, a TV e o teletipo).
Os contatos com ele podem ser feitos pelo e-mail Hamilton_xxi@yahoo.com ou pelo WhatsApp 11-972-365-560.
Se o levantamento dos +Premiados Veículos do Ano, divulgado na última semana, trouxe um líder inédito, com a primeira posição alcançada pelo portal Metrópoles, a pesquisa dos +Premiados Veículos da História chega com poucas mudanças de posições entre os primeiros colocados nacionais.
O pódio é o mesmo de 2019, com a Rede Globo na liderança, seguida por Folha de S.Paulo e pelo jornal O Globo. A emissora de tevê chegou à marca de 18.595 pontos a partir de 476 prêmios conquistados ao longo da sua história. O jornal paulista somou 13.115 pontos, por 277 prêmios, enquanto a publicação carioca registrou 12.520 pontos, em 255 prêmios de jornalismo.
Posições também inalteradas do quarto ao sétimo lugares, ocupados respectivamente por Zero Hora, Estadão, Correio Braziliense e Rádio Gaúcha. Na oitava colocação o pernambucano Jornal do Commercio ultrapassou o Jornal do Brasil, agora nono colocado, enquanto a Record TV entrou nos TOP 10 ao superar o jornal O Dia.
Confira a relação completa dos +Premiados Veículos da História:
Rubens Paiva (Crédito: Folha de S.Paulo/Reprodução)
O Núcleo de Preservação da Memória Política, em parceria com o Instituto Vladimir Herzog e a Comissão Arns de Direitos Humanos, realiza nesta quarta-feira (20/1), às 19h, um ato virtual em homenagem ao engenheiro e deputado federal Rubens Beyrodt Paiva, um dos símbolos mais emblemáticos das arbitrariedades e violações contra os Direitos Humanos perpetrados pela ditadura militar. A data marca os 50 anos do assassinato do homenageado.
O evento, mediado por Oswaldo de Oliveira Santos Jr., diretor do Núcleo Memória, terá a presença de Felipe Alencastro, membro da Comissão Arns de DH; Belisario dos Santos Junior, membro da Comissão Arns de DH e do Conselho do Núcleo Memória; Adriano Diogo, ex-presidente da Comissão da Verdade Rubens Paiva; Ivo Herzog, presidente do Conselho do Instituto Vladimir Herzog; José Luiz Baeta, do Comitê Popular Verdade, Memória e Justiça (Santos/SP); Wladimir Sachetta, historiador e jornalista; Vera Paiva, filha de Rubens Paiva; e Francisco Paiva, neto de Rubens Paiva.
A era Trump foi marcada por frequentes ataques à imprensa americana. O MediaTalks by J&Cia mostra hoje (20/1) um levantamento do projeto US Press Freedom Tracker indicando que de junho de 2015 (quando Trump lançou-se candidato) até o dia em que foi enxotado do Twitter o ex-presidente tuitou 2.520 contra a mídia, representando a incrível média de mais de um ataque por dia.
O projeto catalogou as manifestações e construiu um quadro da marcha incansável para minar a confiança do público no jornalismo, com o uso frequente de expressões como lamestream media e inimigos do povo. A pesquisa enumera os jornalistas e veículos mais atacados, inclusive a Fox News, que se notabilizou pelo alinhamento aos conservadores.
Tido por muitos como o mais famoso jornalista especializado em automóveis do mundo, o britânico Jeremy Clarkson estreou nesta semana como colunista do AutoPapo, de Boris Feldman. Ele passa a assinar uma coluna quinzenal exclusiva para a publicação, que recentemente atingiu seu maior número de acessos desde o lançamento, em 2017. Segundo a ComScore, em dezembro foram registrados cerca de 5 milhões de usuários e 7 milhões de pageviews.
“A coluna de Jeremy vai, sem dúvida, aumentar a relevância do AutoPapo e mais ainda seu crescimento registrado em 2020”, destaca Boris. “Caminhando para os cinco anos de história, o AutoPapo busca reinventar-se sempre, tanto na construção do conteúdo quanto nos formatos: texto, áudio e vídeo. Desta maneira, queremos manter nossa média de crescimento, com credibilidade e relevância para o mercado”.
Na coluna de estreia, Clarkson, que ficou internacionalmente conhecido por sua atuação no programa Top Gear, da BBC, e que desde 2016 comanda o The Grand Tour, para a Amazon, trouxe uma análise do novo Volkswagen Golf GTI.
Cobertura – Outra novidade no AutoPapo está na ampliação da cobertura do segmento de duas rodas, e a estreia de um espaço para notícias sobre o segmento de pesados.
Para o conteúdo sobre motos, um novo colaborador deverá ser contratado para dar suporte ao colunista Teo Mascarenhas. Já para os pesados, no final do ano passado a equipe passou a contar com o reforço de Erico Rafael Pimenta. Além deles, integram o time o colunista especializado em automóveis PCD Alessandro Fernandes e o editor Felipe Boutros.
Após quatro anos atuando na redação do jornal Hoje em Dia, Rodrigo Gini resolveu mudar o foco profissional. Ele passará a dedicar-se de maneira reforçada ao seu site Racemotor.
O portal é exclusivamente focado nas coberturas de automobilismo e motociclismo, no Brasil e no mundo. Aborda assuntos de diversas categorias, como campeonatos, pilotos e equipes.
Ao longo da carreira no jornal, Rodrigo atuou como editor adjunto de esportes, editor de primeira página e com a chegada da pandemia estava trabalhando em primeiro plano, nas editorias de economia e política.
O publicitário Alex Periscinoto morreu em 17/1, em sua casa em São Paulo, aos 95 anos, de complicações decorrentes da Covid-19.
Nascido em Mococa, interior de São Paulo, de família humilde, trabalhou desde a adolescência. Começou nas indústrias de tecidos Matarazzo; passou depois ao varejo, na Sears e no Mappin, de que foi diretor. Em meados da década de 1950, dedicou-se exclusivamente à publicidade, e veio a revolucionar no Brasil esse segmento da comunicação.
Implantou, nas agências, o modelo de trabalho com uma dupla de criação, em que diretor de arte e redator atuavam lado a lado, o que permanece até hoje. Foi sócio da agência Almap, de Alcântara Machado, e ali criou o cargo de diretor de criação, que passou a ocupar.
Foi o primeiro jurado brasileiro no Festival de Cannes, ex-presidente da Fundação Bienal de São Paulo, e secretário de publicidade no governo do presidente Fernando Henrique na década de 1990. Publicou em 1995, com a colaboração de Izabel Telles, sua autobiografia Mais vale o que se aprende que o que te ensinam. Com o jornalista Walter Fontoura, fundou em 2000 a SPGA Consultoria de Comunicação.