Foi ao ar em 13/7 o Gran Premio, novo site sobre automobilismo e motociclismo com conteúdo do Grande Prêmio em espanhol. A página segue a mesma diagramação estética e funcional da publicação brasileira, que servirá como suporte editorial para a composição das notícias e análises, mas também contará com conteúdo próprio multimídia, liderado a partir de Buenos Aires por Esteban Daniel Nieto.
“Gran Premio chega para ocupar um lugar transcendental entre os meios de comunicação de língua espanhola especializados em automobilismo, convidando leitores hispanófonos a que se apaixonem da qualidade e variedade de conteúdo do Grande Prêmio”, destaca Esteban. “Estou muito feliz em fazer parte do nascimento do Gran Premio e do crescimento do Grande Prêmio. Não tenho dúvidas de que será um sucesso editorial e um formidável gerador de oportunidades com a chegada a novos públicos”.
Criado por Flavio Gomes em 1994 como Agência Warm Up, o Grande Prêmio ganhou esse nome em 2000, quando passou a ser publicado pelo recém-lançado portal iG. Desde então, passou pelos portais MSN, UOL e Terra, e atualmente é parceiro do Lance! e da Band. Sua estrutura contém, além do site principal, os blogs de Flavio Gomes, Rodrigo Mattar e Victor Martins, o site Grande Premium e perfis nas redes sociais YouTube, Facebook, Twitter, Instagram, Twitch, DailyMotion, Pinterest, Kwai e TikTok.
“Criar uma nova estrutura para atender a um mercado diferente daquele a que estamos habituados é provavelmente o maior desafio que o GP tem em toda a sua história”, complementa o diretor executivo Victor Martins. “No entanto, o Gran Premio é um passo absolutamente necessário diante dos objetivos de todo o grupo para atender a cada vez mais fãs do esporte a motor em suas respectivas línguas e costumes. É um projeto que nasce não do zero, por ter a forte pavimentação do Grande Prêmio, mas que traz a emoção do nascimento de um novo filho que precisa de cuidados redobrados e especiais”.
Em julho de 1966, Pelé já estava na Inglaterra com a Seleção que tentaria o tri e que, como se sabe, sem ele, contundido, e graças à desorganização absoluta, foi um enorme fiasco. Com pouco tempo trabalhando no jornal, fiquei na retaguarda. Numa tarde de vento forte e frio, sol fraco, Tão Gomes Pinto chegou na redação e perguntou se eu estava trabalhando em alguma coisa importante. Não estava e ele engatou. “Pegue um fotógrafo e vá a Santos saber se há alguma novidade”. O Santos vivia seus melhores momentos e, mesmo com uma sucursal ativa, era obrigatório repórter de São Paulo passar por lá quase todos os dias.
Na fotografia escalaram o José Pinto. Descemos a Serra, passamos pela Vila Belmiro, onde não encontramos viva alma, e de lá seguimos para o Embaré, onde Zoca, irmão de Pelé, e seu tio Jorge, tomavam conta de uma pequena mercearia. Não tínhamos uma pauta definida, nem sabíamos se encontraríamos alguma notícia boa. Era jogar o anzol e aguardar para ver que tipo de peixe fisgaríamos, se é que fisgaríamos.
Na dúvida, e para não espantar algum peixe que pudesse ser apanhado, pedi ao José Pinto para esperar um pouco no restaurante da esquina, enquanto eu dava uma sondada. Cheguei cumprimentando “tio” Jorge e o “primo” Zoca. Falei que estava de férias e que, passando por ali, tinha resolvido dar uma paradinha. Aceitei tomar uma dose de cinzano – era a bebida mais suave à mão – para rebater o frio trazido pela brisa do mar. E, entre um trago e outro bem de leve, com eles tomando algo mais forte, acabei esquecendo o paciente José Pinto por bom tempo.
O papo rolava fácil, quando indaguei, jeito de sonso, ao Zoca se havia alguma novidade. Uma novidade qualquer. Se Pelé havia escrito ou telefonado contando como estava a vida na seleção… Meio distraído e já descontraído, Zoca abriu o jogo de forma que eu jamais imaginaria. Mais do que uma notícia, Zoca tinha jogado uma bomba em minhas mãos. Tão forte, que precisei me esforçar para que ele não percebesse.
– Não sabe não? A Rose está grávida − deixou escapar o irmão do Rei.
Não, eu não sabia. Nem eu e, logo descobri, ninguém mais, além da família e dos médicos. Rose havia acabado de receber a confirmação do resultado. Fiquei todo animado e tentei matar a pau.
– Mas essa é uma notícia que vale comemorar. Dá mais um cinzano e vamos lá cumprimentar a “tia” Celeste, disse, preparando a pauta na cabeça.
– Agora não dá, disse Zoca. Já passa das 7 horas (da noite) e tenho de ir para a escola. Além disso, preciso falar antes com minha mãe sobre esse assunto.
Para não assustá-lo, não insisti. Só busquei garantir uma visita a dona Celeste.
– Ok. Então diga a ela que amanhã cedo vamos lá para dar um abraço na vovó mais querida do mundo.
Falei assim, mudei o papo e em poucos minutos me despedi − antes que ele se arrependesse de ter contado a novidade e pedisse segredo. Só então me lembrei do José Pinto. Paraense, embora há muitos anos morando em São Paulo, meu parceiro tremia de frio, mas não arredou o pé do restaurante onde eu o havia deixado. Excelente repórter, José Pinto esfregou as mãos percebendo o bom trabalho que tínhamos à nossa frente. E foi dando as coordenadas.
– Vamos ligar para a redação, passar a notícia pelo telefone, arranjar um hotel e completar o serviço amanhã cedo, sugeriu, aflito.
Foi o que fizemos.
Na manhã seguinte, quando acordei, o José Pinto já havia tomado excelentes providências, que nem passavam por minha cabeça. Tinha comprado agulhas de tricô e novelos de lã para levar para vovó Celeste. Para a mamãe Rose, tinha providenciado um buquê de rosas, que o garoto de uma floricultura se encarregaria de entregar. Não esqueceu nem do cartãozinho cumprimentando a futura mamãe, e desejando felicidades ao casal. Naturalmente, não assinou o cartão e nos manteve sob sigilo.
Eram tempos mais tranquilos, de trabalho mais fácil, acredito, de mais confiança e amizade. Mas que, da mesma forma, exigiam criatividade. Havia mais tempo para a leitura do jornal e os textos eram mais longos. Logo estávamos batendo à porta de vovó Celeste. Zoca tinha avisado da nossa visita e se mandado. Como eu desconfiava, a notícia da gravidez não era para ser divulgada – ordem do Rei. Dona Celeste contou que Pelé não queria que falassem do filho – ainda não sabiam que seria uma menina, Kelly Cristina − que nasceria, feitos os cálculos, em fevereiro ou março de 1967.
Concordamos que ela não devia mesmo falar do filho do Rei, mas argumentamos que podia falar do seu primeiro neto. Falando do neto não estaria contrariando a ordem do filho. Nessas alturas, José Pinto já havia espalhado bichos de pelúcia pelo sofá e colocado as agulhas e os novelos de lã nas mãos de dona Celeste. Era a vovó alegre fazendo os primeiros sapatinhos para o primeiro neto. José Pinto ainda tentou levar tia Maria Lúcia, irmã de Pelé, a uma loja de roupa para bebês, mas não conseguiu. Com tia Maria Lúcia o jogo foi mais duro e era melhor não botar tudo a perder.
Com as fotos da vovó real, pegamos nossas coisas e subimos a Serra. Até hoje não sei o tamanho da bronca do Rei para cima do Zoca, quando soube da inconfidência que resultou naquele furo…
Pelé e Zé Maria, na década de 1970
Autopista ou atalho?
Em Nova York, o Cosmos treinava num campo fora da ilha de Manhattan, onde Pelé nos ensinou a chegar de trem. Ele ia com o grupo de jogadores e não podia nos convidar. Antes, ele e o preparador físico Júlio Mazzei, seu eterno companheiro nos EUA, perguntaram onde nos hospedaríamos na cidade, e quando dissemos que pretendíamos ficar no hotel Paramount, indicado por amigos brasileiros, ambos nos aconselharam a ir para outro. “Se vocês têm dinheiro, fiquem num hotel mais seguro”, recomendaram. E nos indicaram o Pan-American, na 7a Avenida.
Seguimos o conselho.
Júlio Mazzei foi separado do grupo e, depois do treino, documentado pelo fotógrafo Rodolfo Machado, Pelé nos ofereceu carona no Malibu branco guiado por Mazzei. Aceitamos. Pouco depois de ligar o carro, Mazzei fez uma pergunta a Pelé, que me intrigou.
– Rei, vamos pela autopista ou pelo atalho?
– Vamos pela autopista mesmo, respondeu Pelé. O Aquino está com a gente.
Fiquei curioso com o diálogo e indaguei qual era a diferença. Mazzei respondeu que pela autopista pagava-se pedágio. Perguntei quanto se pagava e ele disse que eram 75 cents. Ingênuo, quis saber: “Só isso?”. Era. Mas Mazzei explicou que iam mais de uma vez por semana, daí a economia.
Caiu minha ficha. Sabia que Pelé era, corretamente, uma pessoa preocupada com o dinheiro, munheca, mão fechada, mas parecia claro que eles deviam estar brincando com a gente. Será?
Antes de chegarmos a Manhattan, combinamos almoçar num restaurante luso-brasileiro, na rua 46, no dia seguinte. Nem é preciso dizer que encontramos com muitos brasileiros – a rua 46 é reduto verde-amarelo em Nova York – na calçada do restaurante. Conversa aqui e ali, um deles foi sentar-se com a gente. Éramos cinco e comemos o trivial. Quando Mazzei pediu a conta, levantei o braço e disse que era minha.
– Eu pago. Meu patrão é rico e me deu verba, disse.
– Nada disso, interrompeu Pelé. Seu dinheiro aqui não vale, brincou.
Mazzei pagou a conta, e quando íamos levantando, Pelé disse para que ele não esquecesse de pegar a nota para cobrar a despesa do Cosmos. Sorri de leve e Pelé completou.
– Sou relações públicas do Cosmos. Por falar nisso, lembrou, dirigindo-se a Mazzei, precisamos pegar a autorização para usarmos os estacionamentos deles.
Nos abraçamos, e cada um tomou seu rumo.
Dois dias depois, fomos assistir a mais um jogo do Cosmos de Pelé, desta vez no Yankee Stadium, no Bronx. Seguindo mais um conselho de Mazzei e Pelé, fomos de táxi para o estádio. A noite ainda não havia chegado quando mostramos nossas credenciais – conseguidas nos escritórios da Liga – e nos acomodamos nas cadeiras do estádio. Tínhamos tempo bastante para ver suas acomodações serem tomadas pouco a pouco, antes do Rodolfo Machado ir para o reservado dos repórteres fotográficos, junto ao gramado. Combinamos sair e nos encontrarmos junto a um dos portões uns cinco minutos antes do final da partida. Íamos voltar de metrô e queríamos sair antes da multidão.
Quando nos encontramos no portão combinado, estávamos apenas nós dois, mas não nos tocamos de que alguma coisa estava errada. Sair antes de todos e pegar o metrô sem atropelos era mesmo o que desejávamos. Saímos a passos rápidos em direção à estação do metrô, mas fomos barrados poucos metros após termos entrado por uma passagem subterrânea. Dois guardas indagaram quem éramos, o que fazíamos, aonde íamos e determinaram que voltássemos. Devíamos aguardar o final do jogo para atravessarmos a passagem subterrânea junto com as demais pessoas. Nada de entrarmos por ali sozinhos, porque corríamos o risco de sermos assaltados – na melhor das hipóteses. Ainda mais que Rodolfo carregava duas grandes bolsas com máquinas fotográficas, lentes e filmes.
Aconselhados e aliviados, voltamos para o portão do estádio por onde saímos, que, como as demais, ainda estava fechado. Só então lembrei que quando saímos, cinco minutos antes do final, o jogo estava empatado, e que, de acordo com o regulamento da Liga, naqueles casos haveria “cobrança de pênaltis” para desempatar. Todo jogo devia ter um vencedor. Tentamos voltar para dentro do estádio, mas fomos barrados. “Quem sai não volta mais”, ouvi.
Só nos restava aguardar o final do jogo, acompanhando as cobranças de pênaltis pelos gritos dos torcedores. Terminado o jogo, tomamos o metrô no meio da multidão, morrendo de medo até descermos numa estação perto do Central Park e de lá indo a pé até o hotel, na 7ª Avenida. Não eram, mas depois do aviso dos guardas, cada passageiro que lotava o vagão do metrô me parecia um ladrão, prontinho pra nos assaltar. Ainda bem que o Rodolfo parecia não pensar da mesma forma.
Obs. Anos depois, participando do programa Bem, Amigos, comandado pelo Galvão Bueno, no SporTV, o assunto dinheiro e jantares veio à baila. Arnaldo César Coelho contou que na Copa de 90, na Itália, Pelé havia prometido pagar a conta para um grupo de amigos que, exagerando, pediu vinhos caríssimos. Arnaldo no entanto lembrou que Pelé foi “salvo” pelo dono do restaurante, que o reconheceu e bancou a despesa. Isso, depois de se mandar fotografar ao lado do Rei. Lembrei da minha história em 1976 e Pelé garantiu que a parte do pedágio era brincadeira. Era mesmo?
Zé Maria e Nelson Nunes
As histórias relatadas aqui foram extraídas, com autorização do autor, do livro Minha vida de repórter, de autoria de José Maria de Aquino (ex-Jornal da Tarde, Placar, TV Globo e Estadão), editado pela Editora Letras do Brasil, com organização de Nelson Nunes. O livro segue à venda no site da editora.
Jornalistas&Cia e Portal dos Jornalistas trazem neste espaço histórias de colegas da imprensa esportiva em preparação ao Prêmio Os +Admirados da Imprensa Esportiva, que será realizado em parceria com 2 Toques e Live Sports, no segundo semestre.
O Curso Estadão de Jornalismo Econômico está com inscrições abertas até 30 de julho. O programa é uma parceria com a FGV.
A 11º edição do Curso Estadão de Jornalismo Econômico está com inscrições abertas até 30 de julho. Direcionado a estudantes de Jornalismo e recém-formados, o programa é uma parceria com a Escola de Economia da Fundação Getulio Vargas. Para participar do processo seletivo é preciso preencher o formulário online.
Na inscrição, o concorrente deve anexar o currículo, justificar o interesse no projeto e propor uma pauta multimídia (vídeo e texto). Os selecionados irão produzir trabalhos práticos. A 10ª turma, por exemplo, foi responsável por criar o guia de diversidade corporativa batizado de Mais Diverso. O material contou com textos, vídeos e postagens nas redes sociais.
Bruna Emy Camargo, repórter da Agência Estado e participante da 10º edição, conta que foram os meses mais intensos de sua vida: “As aulas da FGV foram fantásticas. Além disso, tivemos palestras e atividades propostas pela coordenação em que não apenas aprendemos sobre o fazer jornalístico como pudemos testá-lo”.
O Centro Knight lançará em 17/7 o livro Diversidade no Jornalismo Latino-Americano, um e-book que reúne reflexões de 16 jornalistas.
O Centro Knight lançará neste sábado (17/7) o livro Diversidade no Jornalismo Latino-Americano, um e-book que reúne reflexões de 16 jornalistas de sete países sobre como tornar as redações e a cobertura de notícias mais inclusivas.
O projeto começou em janeiro deste ano com um curso online massivo, teve continuidade em março com a primeira conferência latino-americana sobre diversidade no jornalismo e finda agora com o lançamento do livro durante a conferência NAHJ, das 12h30 às 13h30, no horário padrão do leste dos EUA.
Rosental Alves, fundador e diretor do Centro Knight, disse não ser por acaso o lançamento na NAHJ, pois “é uma organização que deve ser elogiada por seus esforços de décadas para promover a diversidade nas redações dos Estados Unidos, um grande exemplo para a América Latina e o mundo”.
Cinco dos 16 jornalistas que compõem o e-book estarão presentes no evento, sendo quatro coautores: Andrea Medina, do Chile; Jamile Santana, do Brasil; e María Teresa Juárez e Eladio González, do México; juntamente com a editora Mariana Alvarado. O painel será moderado por Alves.
“Na América Latina, ao contrário de outras regiões do mundo, a gestão da diversidade é incipiente, é nova”, disse Mariana. “Estimo que foi apenas na última década que as redações tradicionais começaram a dar mais atenção à diversidade. No entanto, à medida que fazem menos do que deveriam, surgiram novos e vários outros nichos de meios nativos digitais que buscam abordar a diversidade de diferentes frentes: veículos feministas, veículos que cobrem e têm como foco pessoas com deficiência ou questões étnicas e raciais”.
A obra estará disponível para download gratuito no site do Centro Knight no dia do evento.
A TV Globo anunciou nesta quarta-feira (14/7) a contratação da apresentadora Mariana Fontes, ex-TNT Sports (na época em que ainda era Esporte Interativo) e DAZN. Ela comandará o SporTV News no lugar de Janaína Xavier, afastada devido à gravidez do segundo filho.
Segundo o Notícias da TV, o contrato de Mariana com a Globo é temporário, mas a emissora avalia uma possível permanência no futuro, após o retorno de Janaína, que deve ficar fora do ar até o ano que vem. Ainda não há uma data definida para a estreia da apresentadora no SporTV News, mas deve ser em breve. O programa tem duas edições diárias, às 8h45 e 12h30, além de edições especiais nos finais de semana.
Mariana iniciou a carreira na Fla TV, emissora oficial do Flamengo. Posteriormente, assinou com o antigo Esporte Interativo. Deixou o canal em 2017 para se dedicar a seu canal no YouTube, o Segue o Baile, no qual entrevistava jogadores de futebol e personalidades importantes do esporte.
Em 2019, foi contratada pelo serviço de streaming DAZN, onde atuou como apresentadora e repórter. Por lá, cobriu a final da Recopa Sul-Americana e da Copa Sul-Americana, e atuou em jogos da Série C do Campeonato Brasileiro. Em 2021, Mariana fez parte do time de transmissão pay-per-view do Campeonato Carioca. Recentemente, realizou entrevistas à beira do campo em competições da Conmebol, como a Libertadores e a Copa América.
Pâmela Vaiano despediu-se no final de junho da 99, organização em que dirigiu por dois anos e meio a Comunicação, para assumir a mesma função na unico, startup brasileira de soluções de proteção de identidade digital. Terá a missão de contribuir com o crescimento sustentável da IDTech e de torná-la referência nacional, com visibilidade internacional, em serviços de tecnologia para desburocratização e segurança digital na vida de pessoas e empresas. Pâmela já esteve em GSK e Johnson & Johnson, onde atuou com responsabilidade social e planejamento estratégico de comunicações – internas e externas – para o Brasil e a América Latina.
No último ano – até maio de 2021 –, a unico saltou de 180 para cerca de 600 colaboradores, sendo que, desse total, 50% são mulheres, mesmo percentual nos cargos de liderança. Outro destaque é o time de profissionais que integram a vice-presidência e áreas estratégicas da companhia.
Recentemente, foram contratados Marcelo Quintella (ex-Google) como VP de Produto e Igor Ripoll (ex-Salesforce e Microsoft) como VP de Vendas e Customer Sucess. Também chegaram Gabriela Onofre (ex-J&J e P&G) como CMO; Guilherme Cervieri (ex-Igah Ventures) como VP de M&A; Fernanda Weiden (ex-Google e Facebook) como VP de Engenharia; e Nelson Mattos (ex-VP mundial do Google) no Conselho de Administração.
Quando a Inglaterra perdeu o primeiro pênalti na final da Eurocopa, no domingo (11/7), foi um azar para o combate ao racismo, pelo fato de o autor da cobrança ter sido um negro.
Mas não há nada tão ruim que não possa piorar. Dois jogadores negros também perderam suas chances, dando a vitória à Itália diante de um Wembley lotado de torcedores que haviam passado a semana entoando “football is coming home”, hino da campanha inglesa.
Como era de se esperar, os ataques racistas pelas redes sociais contra Marcus Rashford, Bukayo Saka e Jadon Sancho foram imediatos. Mas o tamanho da comoção foi surpreendente.
Desde segunda-feira, análises sobre o desempenho do time quase não tiveram espaço na imprensa e nas mídias sociais. O racismo pelas redes dominou a pauta, colocando mais uma vez as plataformas digitais na berlinda.
Os críticos − incluindo a Football Association, que em abril comandou um boicote de quatro dias às redes − acusam as empresas de não fazerem o suficiente para evitar os abusos e para ajudar as autoridades a encontrar os responsáveis, ao manterem o anonimato dos usuários.
Mas não foram as únicas a sofrer reação negativa. O governo se debate para reverter uma onda de críticas, demonstrando mais uma vez o risco de assumir posições que possam ferir sensibilidades e ir de encontro a movimentos da sociedade, como o despertar para o racismo provocado pelo Black Lives Matter.
O primeiro-ministro Boris Johnson e a secretária nacional do Home Office (área responsável por Justiça e Segurança Pública) Priti Patel cumpriram o roteiro, manifestando-se nas redes contra os abusos.
O contra-ataque foi rápido. Viraram alvo de execração pública por manifestações anteriores, em que consideram aceitável vaiar hinos de times adversários e classificaram de “político” o ato dos jogadores se ajoelharem contra o racismo.
As recriminações pelo que foi tachado de hipocrisia partiram de pessoas comuns, de políticos e de jogadores. Para os críticos, ambos deveriam ter dado o exemplo, aliando-se antes e não depois aos que defendem postura mais ativa no combate à discriminação.
Esportes e nacionalismo
O episódio com os atletas não foi a única consequência do clima de “vida ou morte” que dominou a final da Eurocopa. Houve também ataques a torcedores da Itália e até a italianos residentes no Reino Unido, que relataram na imprensa terem sofrido assédio nas ruas.
O que era para ser um congraçamento virou gatilho para expressões de nacionalismo exacerbado, um mal que se agravou no Reino Unido depois do Brexit.
Rixas entre países não são novidade no esporte. As do Brasil com a Argentina fazem parte do folclore. Mas em um ambiente de intolerância com minorias raciais e imigrantes, o que era paixão e motivo de piadas tem se transformado em agressão, seja física, verbal ou online.
Mas o problema não acaba nas redes, embora seja potencializado por elas. Há uma reflexão a ser feita por líderes políticos e por celebridades que têm influência sobre o público a respeito de seu papel ao tratar de temas como o racismo.
O recado transmitido por pessoas famosas à sociedade é poderoso. E se o recado é ambíguo ou pouco assertivo, alimenta mentes doentias, que veem seus preconceitos validados.
Outra reflexão que a final da Eurocopa proporciona é sobre o discurso do esporte entre nações, incluindo patrocinadores, clubes, atletas e líderes de torcida.
O estímulo ao clima de guerra, construindo vitórias e derrotas épicas, admitindo-se vaiar hinos, pode estar ajudando a aflorar sentimentos perigosos em locais onde o campo já é fértil.
Lembrando a máxima que diz que a diferença entre remédio e veneno é a dose, pode ser a hora de começar dosar o tamanho do uso do nacionalismo como forma de engajamento. Os efeitos estão se monstrando preocupantes.
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O Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo da Abraji está com inscrições abertas para a sua 16º edição.
O 16º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo da Abraji, que será realizado novamente de forma remota entre os dias 23 e 29 de agosto, já tem 12 convidados internacionais confirmados. As inscrições para o evento ainda não foram abertas.
Dos Estados Unidos foram chamados Julie Brown, do Miami Herald, autora da série investigativa que revelou a rede de abuso sexual de menores comandada pelo empresário Jeffrey Epstein; Neil Brown, presidente do Poynter Institute; Cade Metz, coordenador da cobertura de tecnologia do The New York Times;Raney Aronson-Rath, produtora-executiva do programa Frontline, da rede pública PBS; e Sean Sposito (Paranoids/ Verizon Media), especialista em segurança digital que ajuda veículos e repórteres a se protegerem de ataques coordenados.
Para debater o declínio da democracia na Índia e os ataques a mulheres jornalistas, a convidada será Neha Dexit, repórter investigativa premiada e freelancer de vários veículos internacionais que desde o ano passado sofre ameaças. Na mesma mesa estará Vidya Krishnan, especialista em saúde e que escreve para Atlantic (EUA) e Caravan (Índia), autora do livro “Phantom Plague: The Untold Story of How Tuberculosis Shaped our History”.
Zaffar Abbas, editor do jornal paquistanês Dawn, o mais antigo e maior veículo de língua inglesa do país, vai mostrar as dificuldades de fazer jornalismo investigativo no sudeste asiático. Em 2019, venceu o prêmio de liberdade de imprensa do Comitê para Proteção dos Jornalistas (CPJ), pelo histórico da carreira, dedicada a cobrir guerras civis, extremismo religioso e terrorismo no sudeste asiático.
A premiada jornalista queniana Catherine Gicheru, fundadora do Africa Women Journalism Project (AWJP) e especialista em combate à desinformação e inovação em redações, discutirá experiências bem sucedidas no continente africano. Alejandra Ibarra Chaoul, que criou e dirige Defensores de la Democracia, um projeto em memória dos repórteres assassinados no México, também está na programação.
Paul Bradshaw, que lidera os cursos de mestrado em Jornalismo de Dados e Jornalismo de Mobilidade e Multiplataforma da Birmingham City University, na Inglaterra, participa de um debate sobre como as universidades precisam incorporar novas necessidades do mercado. Giancarlo Fiorella, especialista em técnicas de investigação com uso de imagens de satélite, vai explicar o trabalho do Bellingcat, coletivo inglês de jornalismo investigativo que escancarou as mentiras sobre a queda do avião da Malaysian Airlines na Ucrânia e a Guerra na Síria.
Temas
Os temas centrais da 16ª edição do Congresso serão ataques à imprensa, modelos de negócios e sustentabilidade, segurança digital, meio ambiente, riscos à democracia, pandemia e desinformação. As atividades estarão divididas em cinco eixos: Trabalhos e jeitos de fazer; Cenários e tendências; Jornalismo sob ataque; Aprendizado e teoria; e Aprendizado e prática.
“Produzir uma versão on-line do Congresso da Abraji foi um grande desafio em 2020, mas deu bastante certo e acredito que, com a integração de várias sugestões de participantes, o evento deste ano será ainda melhor. Além disso, buscamos maior diversidade internacional nas sessões, trazendo experiências da Ásia e da África, por exemplo”, afirma o presidente da associação, Marcelo Träsel.
Como em 2020, o maior encontro de jornalismo da América Latina terá dois eventos paralelos. No sábado (28.ago.2021), acontece o VIII Seminário de Pesquisa em Jornalismo Investigativo, com apresentação de artigos científicos e trabalhos de conclusão de curso de estudantes (TCCs). A terceira edição do Domingo de Dados, marcada para 29.ago.2021, reúne cursos e oficinas voltados para o jornalismo de dados, além de palestras com especialistas no tema.
Como há vários nomes a confirmar, a programação nacional e atividades com a presença de jornalistas latino-americanos ainda serão anunciadas.
Pague o quanto puder – ou nada!
Como em 2020, em face da crise sanitária e econômica, o Congresso será gratuito. No entanto, será solicitado a quem tiver condições que faça uma doação de qualquer valor para a Abraji seguir defendendo as liberdades de expressão e de imprensa e o direito de acesso à informação.
Realizado anualmente desde 2005, o Congresso da Abraji reuniu mais de 1.200pessoas em 2019. Em 2020, bateu recorde de público com 10 mil inscritos. As sessões serão ao vivo e gravadas. Para mesas com convidados(a) de língua inglesa, haverá tradução simultânea e será possível escolher o idioma em que se quer assistir à atividade.
O 16 Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo da Abraji conta com o apoio deste Portal dos Jornalistas.
A polícia do Pará já identificou os suspeitos do atentado a tiros contra o jornalista Jackson Silva, do portal Moju News.
A polícia do Pará já identificou os suspeitos do atentado a tiros contra o jornalista Jackson Silva, do portal Moju News, segundo o secretário de Segurança de Moju, Marcelo Azevedo. Porém, os nomes dos envolvidos no crime ainda não podem ser revelados para não atrapalhar as investigações. Moju é um município que fica na região nordeste do Pará.
Vítima de uma tentativa de execução, na noite de sexta-feira (9/7), quando chegava em casa, Jackson foi atingido por seis tiros: um no rosto e a bala alojou-se no maxilar; dois no braço esquerdo, com um dos disparos provocando fratura; e outros três que atingiram as costas e o abdômen.
Uma testemunha contou que dois homens estavam escondidos atrás de árvores e já chegaram atirando. Os dois teriam fugido em uma moto na direção de uma grande avenida da cidade de Moju.
Jackson foi levado ao hospital Metropolitano, na Grande Belém, onde foi operado na tarde de sábado, continua internado e está estável. O Sindicato do Jornalistas do Pará (Sinjor-PA) publicou Nota de Repúdio e exigiu celeridade nas investigações.
Em abril passado, Jackson Silva foi ameaçado por um internauta. Ele mostrou a ameaça sofrida em um grupo de WhatsApp do próprio portal. O jornalista, de 28 anos, é conhecido pelas severas críticas à administração da Prefeitura de Moju.
Forasteiros, de Rodrigo Barneschi, celebra a arquibancada em tempos de estádios fechados ao público
Rodrigo Barneschi, diretor de BI e do Innovation Hub da BCW Brasil, lançou seu primeiro livro: Forasteiros − Crônicas, vivências e reflexões de um torcedor visitante (Grande Área).
A obra parte de sua experiência de mais de mil jogos em quase cem estádios pelo mundo, apresentando a figura do aficionado que viaja longas distâncias e enfrenta condições adversas para ver seu time jogar.
“É um livro sobre futebol, mas os jogadores são personagens secundários, irrelevantes até”, explica Rodrigo. “O que interessa são as torcidas, os embates entre rivais, as interações sociais que se estabelecem em ambientes grandiosos e outrora populares”.
Ao longo de 272 páginas, o autor visita 45 estádios de 28 cidades do Brasil e da América Latina, e direciona seu olhar para 52 torcidas diferentes. Com prefácio do historiador Luiz Antonio Simas e fotos selecionadas de Gabriel Uchida, criador do projeto FotoTorcida, Forasteiros está em pré-venda exclusiva no site da editora.
Forasteiros é a segunda publicação original da Editora Grande Área, que reforça a proposta de investir em autores nacionais, a exemplo do que já havia feito com o lançamento recente de O futebol como ele é, do também jornalista Rodrigo Capelo.