O 10º Prêmio Amaerj Patrícia Acioli de Direitos Humanos divulgou os cinco finalistas da categoria Reportagens jornalísticas. São matérias de Amanda Rossi, para o UOL, Letícia Lopes, para o projeto Colabora, Artur Rodrigues, para a Folha de S.Paulo, Rafael Soares, para os jornais O Globo e Extra, e Kátia Brasil, para os portais Amazônia Real e Repórter Brasil.
Criado em 2012 pela Associação dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro, o concurso celebra a memória da juíza Patrícia Acioli, assassinada em Niterói no ano anterior, e tem a proposta de dar continuidade à luta da magistrada em prol da dignidade humana. A categoria jornalística reuniu 122 inscrições, e os jurados Chico Santos, Karine Rodrigues e Sérgio Torres relataram a dificuldade em selecionar finalistas, diante da excelência dos trabalhos apresentados.
Os vencedores – a serem anunciados na cerimônia de premiação em 8/11, com transmissão online pelo canal da Amaerj no YouTube – vão receber R$ 15 mil o primeiro colocado, R$ 10 mil o segundo, e R$ 5 mil o terceiro. Os demais finalistas serão homenageados com Menções Honrosas.
O jornal O Estado de S. Paulo vai mudar sua versão impressa a partir do próximo domingo (17/10), oferecendo a seus leitores o modelo chamado de berliner, de tamanho menor, em substituição ao standard usado até agora pela publicação.
Em texto publicado no último dia 12, sobre como famílias conservam o hábito de ler o jornal por gerações, o Estadão escreveu que a nova versão foi feita com base “nas expectativas dos leitores, ouvidos durante os 11 meses do projeto de transformação”, e que o novo impresso terá mudanças no conteúdo, com novas seções, que priorizam “o aprofundamento e o contexto dos fatos”.
“Mais fácil de manusear, ler e carregar, ele se adapta melhor ao dia a dia do leitor e já vem sendo adotado por jornais em vários países”, escreveu o jornal. “Todas as mudanças têm como alicerce o jornalismo profissional e independente, ativos inegociáveis do jornal fundado há 146 anos”.
No que se refere à redução do papel, o formato standard tem 600 x 750 mm, enquanto o berliner, que será adotado pelo Estadão, tem as dimensões 315 x 470 mm.
O abandono do formato standard vem ocorrendo com certa frequência em jornais ao redor do mundo. O britânico The Guardian, por exemplo, passou a ser publicado em berliner em 2005, até que, em 2018, adotou o modelo de tabloide. No Brasil, o Jornal do Brasil passou a ser entregue em formato berliner em 2006, até deixar as bancas quatro anos mais tarde. Folha de Pernambuco, O Popular (Goiás) e Correio (Bahia) são exemplos de publicações que diminuíram de tamanho e seguem em atividade.
A organização do Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos anunciou nesta quinta-feira (14/10) os finalistas de sua 43ª edição. A premiação reconhece e valoriza trabalhos que abordem temas relacionados à Democracia e aos Direitos Humanos.
Os selecionados concorrem em sete categorias: Arte, Fotografia, Produção jornalística em texto, Produção jornalística em vídeo, Produção jornalística em áudio, Produção jornalística em multimídia e Livro-reportagem.
O júri de premiação e a divulgação dos vencedores serão no sábado (16/10) em sessão pública de julgamento transmitida ao vivo no canal do prêmio no YouTube. A tradicional roda de conversa com os vencedores será em 24/10, das 17h às 19h, em formato online, e a solenidade de premiação, um dia depois, em 25/10, das 20h às 21h30, no mesmo canal.
Vale lembrar que, neste ano, Neusa Maria Pereira e Alex Silveira receberão o troféu símbolo do prêmio, a meia lua recortada com a silhueta de Vlado, criação do artista plástico Elifas Andreato.
Neusa foi a primeira mulher negra a publicar um texto sobre feminismo negro na imprensa brasileira e uma das organizadoras do ato nas escadarias do Theatro Municipal de São Paulo que marcou a fundação do Movimento Negro Unificado (MNU). Segundo a organização, “homenagear Neusa Maria Pereira é jogar luz sobre a história invisibilizada de quem, com sua luta, ajudou a abrir as portas do jornalismo brasileiro às mulheres negras”.
Silveira perdeu a visão do olho esquerdo após ser atingido por uma bala de borracha da PM paulista durante manifestação em maio de 2000. Ele teve indenização concedida em primeira instância, mas o TJ-SP reformou a decisão, sob a alegação de que Alex optou por permanecer no local do tumulto e, portanto, culpando o próprio fotógrafo pelo ocorrido. Somente em junho deste ano o Supremo Tribunal Federal decidiu que o Estado de São Paulo deveria indenizá-lo.
“A indicação de Alex Silveira para receber o Prêmio Especial Vladimir Herzog é um reconhecimento por sua luta em defesa do exercício profissional e uma posição pelo fortalecimento da liberdade de imprensa”, diz a organização.
E in memoriam, os homenageados são Abdias Nascimento e José Marques de Melo.
O Grupo Jovem Pan anunciou a data de estreia de seu projeto para televisão. No dia 27 de outubro vai ao ar a Jovem Pan News, novo canal de hard news que operará 24 horas por dia, segundo vídeo de divulgação publicado pela emissora.
Operando sob a marca JP News, o novo canal terá foco em “notícias, opiniões, esportes e também entretenimento”. O projeto estará disponível em pacotes de TV por assinatura, mas o número do canal ainda não foi divulgado. Segundo o portal Comunique-se, o JP News terá o comando jornalístico de Humberto Candil, atual diretor de Redação da Jovem Pan, que está no grupo desde janeiro deste ano.
No final de setembro, Antônio Augusto Amaral de Carvalho Filho, o Tutinha, presidente da emissora, publicou em seu LinkedIn que já estava tudo encaminhado para a estreia do projeto televisivo: “Montamos seis estúdios de TV, helicópteros, unidades moveis, estúdio em Brasília, correspondentes no exterior, comentaristas e novos apresentadores. Estamos prontos. Já temos a grade de programação e estamos finalizando a parte artística e técnica”.
Em texto de divulgação, a Jovem Pan destaca que o novo canal se soma à produção diária de mais de 100 vídeos e cerca de 20 horas de transmissão ao vivo nas plataformas da emissora.
O Portal Imprensa anunciou as finalistas da 15ª edição do Troféu Mulher Imprensa, que valoriza e reconhece o trabalho de mulheres dentro e fora das redações brasileiras. Neste ano, o objetivo é fomentar o tema da diversidade na comunicação como um todo.
Ao todo, são 75 finalistas e projetos divididos em 15 categorias: Âncora, apresentadora ou comentarista de Telejornal; Âncora, apresentadora ou comentarista de Rádio; Repórter de Telejornal, Repórter de Rádio, Repórter de Jornal ou Revista, Fotojornalista, Colunista ou articulista, Jornalista revelação, Liderança, diretora de redação ou fundadora de projetos jornalísticos, Assessora de Comunicação – Agência, Assessora de Comunicação – Corporativa, Comunicação pública, e os três prêmios especiais Jornalista na editoria diversidade, Melhor projeto: canal, programa, reportagem especial ou série sobre a temática Feminina, e Melhor projeto: canal, programa, reportagem especial ou série com temática sobre Diversidade.
Na primeira fase, um júri composto por 46 profissionais indicou por livre escolha as mulheres que mais se destacaram em cada categoria e nos prêmios especiais. Criada em 2005, a iniciativa já premiou mais de 170 mulheres da comunicação do País.
Aquelas que receberam o troféu em cinco ou mais edições foram nomeadas “madrinhas”. Neste ano, a homenageada é Sonia Blota, que será madrinha ao lado de Lucia Hippolito, Mônica Bergamo, Miriam Leitão e Eliane Brum.
Sediar eventos globais sempre foi o sonho de muitas nações, disputando ferozmente a oportunidade de atrair a atenção do mundo e receitas em turismo e propaganda.
No entanto, depois que ativistas aprenderam a aproveitar os encontros para protestar em escala planetária, e que populações locais tornaram-se críticas quanto aos investimentos e impacto em suas vidas, alguns países podem estar se arrependendo da briga travada.
A COP26, que começa daqui a menos de três semanas, é um exemplo. Embora sem o potencial de impacto urbano de uma Olimpíada, está fazendo com que o governo e até a realeza britânica sejam confrontados mais diretamente pela sociedade.
Para complicar, o Reino Unido vive uma crise energética, com preços elevados e temores de racionamento.
Catastrofistas vaticinam que o país pode repetir o “Winter of Discontent” de 1979, marcado por greves e falta de produtos nos supermercados.
O modelo energético da Grã-Bretanha, fortemente dependente de combustíveis fósseis, é um ponto sensível para o país que recebe a conferência, mais vulnerável por ter sua população (e os ativistas) perto dos acontecimentos.
O grupo Extinction Rebellion começou cedo. Há três semanas bloqueia vias públicas para exigir instalação de proteção térmica nas residências.
O transtorno gera sentimentos ambíguos. Uma pesquisa do instituto YouGov publicada em 8 de outubro mostrou que 72% dos entrevistados opõem-se aos protestos, um aumento de 13% em comparação à primeira semana da ação.
Nem a rainha escapou
Ainda assim os ativistas ambientais seguem firmes, não poupando sequer a realeza.
Enquanto isso, empresas que operam no país esforçam-se para mostrar seu compromisso ambiental antes da conferência, acelerando projetos e lançamentos capazes de posicioná-las como companhias alinhadas ao que a COP26 vai debater: o desafio de reduzir a temperatura do planeta.
Transformação
Em conversa com Vinícius de Carvalho, professor brasileiro que dirige o Brazil’s Institute do King’s College e mediou um debate promovido com a Aberje na semana passada, ele disse achar louvável a disposição das empresas em ouvir e repensar modos de produção e produtos, o que leva à transformação.
Vinicius de Carvalho
Para o professor, a grande lição da COP26 será demonstrar que há conhecimento disponível para empresas e governos utilizarem. E ele acredita que as empresas reagem mais rápido.
Um exemplo é o McDonald’s, que lançou o Big Mac plant-based no Reino Unido. Não foi a primeira rede a fazê-lo, mas fez bem feito, garantindo ausência de contato com ingredientes de origem animal durante a produção, crítica feita a outros que tinham saído na frente.
Essa é outra lição: não dá mais jogar para a plateia sem consistência, pois ativistas e mídia não engolem greenwashing.
Carvalho está entre os 28% que aprovam a ação de ativistas, mesmo os radicais. Lembra que foi graças ao radicalismo que mulheres ganharam o direito ao voto. E acha que o barulho que fazem é um recado: se não estamos sendo ouvidos, vamos gritar e espernear.
A COP26 é um evento único. Diferentemente da longínqua Rio 92, acontece quando a emergência climática é inquestionável. E na era do engajamento e da descentralização de narrativas proporcionados pelas redes sociais.
Nesse contexto, diz o professor, cabe à comunicação estratégica perceber as situações desafiadoras que exigirão respostas e não discursos. E que mostrem transformação à sociedade.
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O cinegrafista Leandro Matozo, da GloboNews, foi agredido durante uma cobertura no Santuário Nacional, em Aparecida, nesta terça-feira (12/10). Segundo relatos do repórter Victor Ferreira, um apoiador do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) abordou a equipe para insultar o trabalho deles e da emissora, e em seguida deu uma cabeçada no repórter cinematográfico.
“Registramos uma ocorrência na PM, que não quis conduzir o agressor para a delegacia para não “prender a viatura” no DP, alegando uma tal resolução 150. O agressor foi liberado antes mesmo que nós e ainda pegou carona no carro da PM para voltar ao santuário”, relatou o jornalista em sua conta no Twitter. “O Leandro Matozo está bem. Já estamos tomando as medidas cabíveis. O mais triste é saber que o agressor é um professor de educação básica de uma escola estadual de Mogi das Cruzes. “Escola Sem Partido”, vão dizer por aí.”
É o segundo caso de ataque físico por parte de apoiadores de Jair Bolsonaro contra cinegrafistas em menos de uma semana. Na última sexta-feira (8/10) o repórter cinematográfico Helio Oliveira, da TV Tribuna, de Santos, foi atacado por um homem identificado como Armando Izzo com um tapa em seu equipamento e xingamentos direcionados ao jornalista e aos profissionais de imprensa que estavam cobrindo a chegada do presidente Jair Bolsonaro, para um período de descanso no Guarujá.
Já fiz denúncias graves e cobri tragédias com o @umdiadematozo. Hoje, no que deveria ser uma cobertura mais tranquila, dentro do Santuário de Aparecida, um apoiador de Bolsonaro nos abordou para insultar e deu uma cabeçada no meu amigo Matozo, rep. cinematográfico. Resultado 👇🏼 pic.twitter.com/shhMtSh54d
Vale lembrar que também nesta terça-feira Bolsonaro visitou a cidade do interior paulista, em compromisso oficial por conta do feriado do Dia de Nossa Senhora Aparecida. Durante sua visita, o presidente foi alvo de críticas e apoios por parte de diferentes grupos, e participou da missa oficial em homenagem à padroeira do Brasil.
Em homenagem ao centenário de Paulo Freire, será entregue um retrato pintura a óleo sobre tela do patrono da educação brasileira, feito pelo artista plástico Luís Mielle, a partir da iniciativa do Instituto Paulo Freire e do apoio financeiro de um grupo de brasileiros financiadores do trabalho.
O retrato será exposto no Centro de Referência Paulo Freire (CRPF – Rua Cerro Corá, 550, em São Paulo), na sexta-feira (15/10), Dia do Professor, das 10h às 11h30, em cerimônia para convidados. O Instituto Paulo Freire informou que, após a pandemia, vai retomar as atividades de visitação ao CRPF. Atualmente, existem Institutos Paulo Freire em 18 países ao redor do mundo.
A revista argentina Late promove de 29 de outubro e 17 de dezembro um curso sobre a cobertura de direitos LGBTQI+. As aulas, sempre às sextas-feiras, às 17h, abordarão progressos e dificuldades da comunidade na busca por reconhecimento e direitos.
O curso será ministrado por Bruno Bimbi, escritor e doutor em Estudos da Linguagem pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. As aulas serão ao vivo, mas ficarão gravadas e os participantes poderão acessá-las posteriormente. O curso, em espanhol, custa 12 mil pesos argentinos (cerca de R$ 670). Inscrições aqui.
Arimatéia de Azevedo já havia sido preso em 2020, também sob acusação de extorsão
Menos de um ano após se beneficiar de um habeas corpus concedido pelo STJ, o jornalista piauiense Arimatéia Azevedo foi preso novamente no último dia 7 de outubro, em Teresina. Assim como em 2020, a acusação contra o diretor do Portal AZ envolve um suposto caso de extorsão, desta vez intermediada por um advogado próximo ao jornalista.
De acordo com o inquérito, o advogado Rony Samuel de Negreiros Nunes, amigo de Arimatéia, teria feito pressões contra Lamarque Lavor Santana de Almeida Rocha, representante da distribuidora de medicamentos Saúde e Vida, da região de São Raimundo Nonato. Na conversa, Rony manda a Lamarque um print de tela da nota publicada por Arimatéia sobre a empresa em 29 de maio deste ano e escreve: “Se ele não terminar de pagar o rafael [sic] vai ser uma nota por dia até sexta feira. Pelo menos atenção da polícia eu tenho certeza que chama”.
O alvo da cobrança seria Thiago Gomes Duarte, dono da Saúde e Vida, que é investigada pela Polícia Federal por possíveis fraudes em licitações no estado.
No inquérito aberto pela Polícia Civil, há vários prints de tela de conversas extraídas do celular de Arimatéia que provam a relação entre ele e Rony Samuel como jornalista e fonte. Não há nada que relacione o jornalista à suposta tentativa de extorsão praticada por Rony Samuel em 2021. Porém, há uma conversa entre os dois, de 21 de maio, em que Arimatéia menciona o pagamento de R$ 150 mil para uma pessoa chamada André da parte de Edson Ferreira. O inquérito não avança sobre quem seriam essas pessoas, muito menos se o fato tem relação com o caso deste ano.
Filha de Arimatéia, Maria Tereza Azevedo, questiona o fato do pai estar preso, enquanto o advogado que trocou as mensagens com o representante da Saúde e Vida segue em liberdade. “Contra o Rony havia um pedido de prisão temporária. Ele é de São Raimundo Nonato e estava a caminho de Teresina. A Polícia Rodoviária Federal o prendeu na cidade de Floriano. E, do próprio posto da PRF, via videoconferência, ele respondeu a três perguntas do delegado e foi liberado”, argumentou.
A defesa de Arimatéia considera a prisão “um absurdo jurídico” e entrou com um habeas corpus no Tribunal de Justiça do Estado do Piauí. Para o advogado Paulo Germano, o jornalista ignorava a troca de mensagens entre Rony Samuel e o representante da Saúde e Vida.
Arimatéia, que encontra-se detido na Penitenciária Irmão Guido, em Teresina, já havia sido preso em 12 de junho de 2020, também sob acusação de extorsão. Na época, o caso envolvia o cirurgião plástico Alexandre Andrade, e o acerto seria para que o jornalista não publicasse notícias sobre um caso de erro médico envolvendo o médico, que quase resultou na morte de uma paciente.