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quarta-feira, dezembro 24, 2025

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Thiago Calil é o novo editor-chefe do portal iG

Thiago Calil é o novo editor-chefe do portal iG

Thiago Calil é o novo editor-chefe do portal iG, após nove anos no R7. Com isso, volta ao site pelo qual passou em setembro de 2011, por pouco mais de um ano, como repórter freelance.

Formado em Jornalismo pela Universidade Metodista de São Paulo, Calil foi repórter no extinto Diário de S.Paulo (que hoje tem somente formato online). Após a passagem pelo iG, chegou ao R7, onde ficou por mais de nove anos, nas funções de repórter, editor e editor-executivo. Foi também assessor de imprensa da Escola de Samba Tom Maior por quase três anos. Ao longo da carreira, cobriu diversas editorias, como economia, política, entretenimento, moda, beleza, comportamento, saúde, educação e cotidiano.

Atualmente, além de editor-chefe no iG, Calil é instrutor do curso A Mídia e a Ouvidoria, sobre o impacto das mídias sociais no atendimento ao cliente/usuário, e como as marcas se relacionam com as plataformas digitais.

Jornalistas da EBC entram em greve a partir desta sexta-feira (26/11)

Jornalistas e radialistas da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) entrarão em greve por tempo indeterminado a partir de 0h desta sexta-feira (26/11). A decisão foi tomada em assembleias simultâneas realizadas em Rio de Janeiro, Brasília e São Paulo. Cerca de 300 funcionários participaram de forma presencial.

Nesses encontros, os jornalistas protestaram contra o descaso patronal, as perdas salariais e as tentativas de privatização da empresa. Os profissionais dizem que a EBC não promove uma efetiva negociação desde 2020, e que o último acordo coletivo foi aprovado em 2019. A EBC é responsável por TV Brasil, Agência Brasil e sete emissoras de rádio.

Os funcionários dizem ainda que, após um ano sem acordo, a empresa anunciou o fim do antigo Acordo Coletivo de Trabalho, o que traz perdas de direitos como auxílio à pessoa com deficiência, estabilidade de 60 dias após o retorno da licença-maternidade e de dois anos antes da aposentadoria, entre outros.

“A greve ocorre neste contexto de desmonte da empresa, assédio moral, censura e muito autoritarismo nas negociações”, disse Juliana Nunes, funcionária licenciada da EBC e coordenadora do Sindicato dos Jornalistas do DF.


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61% dizem que questões étnico-raciais pesam na escolha de pautas

Confira o Perfil Racial da Imprensa Brasileira

Cerca de 61% dos jornalistas negros do Brasil acreditam que questões étnico-raciais têm peso no processo de seleção de pautas. Em relação à escolha de fontes, a porcentagem cai para 57%. Os dados são do estudo Perfil Racial da Imprensa Brasileira, elaborado por este Portal dos Jornalistas e pela newsletter Jornalistas&Cia.

Na terceira fase do projeto, a pesquisa usou como base entrevistas com 202 jornalistas negros de todo o País. No que se refere à definição de pautas, quase 23% dos participantes responderam que assuntos étnico-raciais não têm relevância para os veículos; pouco mais de 35% deles dizem que os profissionais negros não têm espaço para matérias com temas positivos; e quase 22% dos entrevistados acreditam que o tema racismo não é bem-vindo na mídia em geral.

Em relação à definição de fontes, os entrevistados acreditam que a cultura geral da empresa privilegia fontes brancas (73%) e que o racismo evita fontes negras (43,5%).

Confira o especial de Jornalistas&Cia sobre o estudo.

Abert e Meta lançam treinamento e fundos para emissoras de rádio e TV

A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) e a Meta, nova marca do Facebook, anunciaram parceria e desenvolverão uma edição do programa Acelerando a Transformação Digital – Rádio e TV, projeto de treinamento, mentoria e fundos de inovação que visa a ajudar organizações de notícias do Brasil. As inscrições vão até 19 de dezembro.

O programa, que começa em 2022, foca em emissoras de rádio e TV. A primeira fase será de treinamentos com especialistas em mídia, que abordarão temas como monetização, distribuição de conteúdo, audiência, novos formatos de produção, entre outros. Após o treinamento, os participantes poderão se inscrever para a segunda etapa, com sessões de mentoria e fundos de até US$ 15 mil para apoiá-los no desenvolvimento de projetos.

A iniciativa faz parte do investimento da Meta em programas desenvolvidos em colaboração com associações de imprensa. Junto com o Centro Internacional para Jornalistas (ICFJ), a Meta vem trabalhando com associações de imprensa no Brasil para promover transformação digital, construção de modelos de negócios sustentáveis e desenvolvimento de novos públicos. Além da Abert, são parceiros a Associação de Jornalismo Digital (Ajor), a Associação Nacional de Editores de Revistas (Aner), a Associação Nacional de Jornais (ANJ) e a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji).

Eliana Cassandre leva a experiência da Comunicação Corporativa para o Marketing em busca do Caboré

Eliana Cassandre
Eliana Cassandre
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Executiva do Grupo Petrópolis concorre na categoria Profissional de Marketing na tradicional premiação do Meio&Mensagem

Em abril de 2020, enquanto o Brasil vivia a incerteza dos primeiros dias da pandemia de Covid-19, e muitas empresas se viram obrigadas a interromper suas atividades, Eliana Cassandre encarava o principal desafio de sua carreira profissional. Após dez anos de casa, ela assumia como Head de Marketing do Grupo Petrópolis, dono, entre outras, das marcas de cervejas Itaipava, Petra, Crystal e Black Princess, e de energético TNT.

Formada em Comunicação Social, e contratada inicialmente como gerente de Comunicação Corporativa, ela já havia migrado há alguns anos para o Marketing do grupo, atuando principalmente no relacionamento com as agências que atendem suas diversas marcas. Agora, porém, seria responsável por toda a estratégia de Comunicação de uma das principais anunciantes do Brasil.

Ao mesmo tempo em que o cenário não era dos mais favoráveis, com bares e restaurantes fechados por causa da pandemia, também oferecia oportunidades únicas para explorar estratégias e ações além dos orçamentos milionários das campanhas publicitárias.

Direcione o leitor do seu smartphone para votar no Caboré

Em pouco tempo a executiva conversou com clientes, colaboradores e com o mercado para entender as necessidades específicas daquele momento. Como resultado, teve papel preponderante na criação de importantes ações institucionais, como programas de apoio aos comerciantes impactados pela pandemia, e recebeu neste ano uma indicação na categoria Profissional de Marketing do Caboré, tradicional premiação da indústria de Comunicação promovida por Meio&Mensagem.

Tudo isso, sem deixar de lado o importante momento vivido pelo grupo, que neste período inaugurou uma nova fábrica em Uberaba-MG, lançou 12 produtos e reposicionou a estratégia de marketing de sua principal marca.

Portal dos Jornalistas conversou com a executiva sobre esse momento especial vivido por ela e pelo Grupo Petrópolis.

Portal dos JornalistasEm um curto espaço de tempo você migrou da Comunicação Corporativa para o Marketing, tornou-se a principal executiva da área no Grupo Petrópolis e recebeu essa indicação ao Caboré. A que você credita esse reconhecimento?

Eliana Cassandre

Eliana Cassandre – Estou no Grupo Petrópolis há 12 anos e em toda minha jornada estive sempre em movimento, buscando novos aprendizados, conhecimentos e experiências que agregassem ao negócio. Valorizo muito as pessoas, as ideias e as relações. Acho que minha curiosidade, resiliência e necessidade constante de ter atitude e coragem no que faço foram fundamentais para chegar até aqui. Para pensarmos diferente, nós precisamos viver algo diferente da nossa rotina quase que diariamente. É algo em que acredito e estimulo muito meu time. Manter uma boa relação interpessoal e uma boa comunicação são pontos chaves para quem trabalha nesse mercado. É preciso ter total sinergia e conexão com outras áreas estratégicas do negócio ou em projetos multidisciplinares. Eu costumo dizer que quando você conquista as pessoas, você consegue tudo o que quiser.

PJQual a importância da sua equipe nessa trajetória?

Eliana – Atualmente estou na gestão de 17 marcas e suas subcategorias e conto com um time maravilhoso, com mais de 45 profissionais. É um time forte, com muita energia e que entende meu jeito de ser. Um time que abraçou o projeto e que vem trazendo resultados muito positivos, algo imprescindível em um mercado tão veloz, agressivo e com concorrentes fortes e de qualidade como é o nosso.

PJQuais características você considera imprescindíveis para o profissional que atua em seu time?

Eliana – É preciso coragem para buscar o novo e se reinventar de maneira muito dinâmica. As mudanças no mercado são diárias, especialmente no de cervejas, onde nos deparamos com uma competição agressiva, e que demanda um olhar inovador constante. O profissional de marketing precisa gostar de gente, ser curioso, criar perguntas para encontrar respostas não óbvias. Precisa entender que o consumidor está no centro de tudo.

PJVocê assumiu como head de Marketing em um momento crítico de pandemia. Quais foram os principais desafios que encontrou para desenvolver a estratégia de Comunicação da empresa nesse cenário?

Eliana – No começo da pandemia nós precisamos, por alguns momentos, tirar a camisa do marketing e colocar a do comercial. Criamos nesse período o programa  #GPcomVc, que apoiou bares e restaurantes com objetivo de ajudar os estabelecimentos parceiros a se estruturarem perante o cenário de incertezas instalado pela pandemia. Fornecemos EPI’s aos colaboradores e estabelecimentos, ajudamos com o fluxo de caixa necessário para dar fôlego e garantir suas operações durante o período, ajudamos nas melhorias estruturais de seus estabelecimentos e suporte nas contas fixas, proporcionando a oportunidade de uma retomada com mais segurança física e econômica. Investimos R$ 40 milhões e ajudamos 39 mil pontos de venda nesse período em que o foco esteve muito direcionado à comunicação social do grupo.

PJE internamente, com os colaboradores?

Eliana – Esse foi outro pilar muito importante da estratégia. Motivar o time, principalmente no começo da pandemia, foi um grande desafio. Temos uma equipe muito profissional e de qualidade, mas no final do dia somos todos seres humanos. Ver o ser humano como humano antes do profissional foi uma decisão assertiva para manter o engajamento de todos os colaboradores.

PJComo a pandemia impactou a sua forma de trabalhar?

Eliana – Durante a pandemia eu precisei olhar diferente, estudar e buscar novos aprendizados para provocar as mudanças de modo construtivo, olhando para as novas e atuais necessidades do mercado que se tornou ainda mais dinâmico e competitivo com o “novo normal”. E esse olhar é constante para uma retomada cada vez mais assertiva, de modo que cada vez mais busco colocar foco no comportamento do consumidor e dessa maneira trabalhar com mais convicção nas demandas que ele exige.

Eliana Cassandre ao lado de influenciadoras durante o lançamento da Black Princess FemAle, uma Strong Golden Ale feita por mulheres

PJHoje, a área de Comunicação Corporativa do Grupo Petrópolis está sob o guarda-chuva do Marketing. Como essa integração tem sido importante para vocês?

Eliana – O mais importante é que somos capazes de alinhar um único discurso com muita velocidade e coerência. Ganhamos força quando temos a mesma mensagem sendo trabalhada e divulgada por todas as áreas.

PJRecentemente a marca Itaipava passou por importante reformulação em seu discurso, ao encerrar uma parceria de sucesso com a bailarina e atriz Aline Riscado, hoje conhecida como Aline Campos, e seu personagem “Verão”, e colocar o consumidor comum como protagonista. O que motivou essa mudança?

Eliana – Na nossa primeira campanha passamos a mensagem que consideramos adequada naquele momento. Olhamos para dentro, entendemos o cenário e amadurecemos junto com a personagem. Mudamos o discurso, tiramos a objetificação e empoderamos a Verão, que nos ajudou a contar a história de Itaipava de uma maneira especial por muitos anos. A relação foi ótima e ficamos felizes com o trabalho desenvolvido, mas entendemos que estava na hora de um novo momento natural para a marca. Hoje, a memória de Itaipava precisa estar relacionada à sua própria essência, não a um rosto específico. Precisávamos homenagear aqueles que nos ajudam a fazer os verões tão especiais. E, no final, essa é a verdade: todo mundo é Verão. Deixamos nosso verão mais democrático, mais proprietário, gerando uma identificação maior com o consumidor e despertando o verão que existe dentro dele a cada Itaipava aberta.

PJPara finalizar, o que significou para você essa indicação ao Caboré?

Eliana – Estou super agradecida e extremamente feliz. Tenho recebido muito carinho do mercado, do meu time, das agências que trabalham conosco, da minha família e dos meus amigos. É uma indicação desejada e que valoriza o profissional, mas que também coloca em destaque o nome do Grupo Petrópolis, que me deu as chaves necessárias para abrir todas as portas. Eu realmente não esperava, até porque estamos localizados no interior de São Paulo e somos uma empresa familiar em um mercado extremamente competitivo. Isso só aumenta a honra que é para mim essa indicação, ainda mais concorrendo com nomes muito fortes, profissionais de ouro que representam grandes companhias, como são os casos do João Branco, do McDonald’s, e da Poliana Souza, da Coca-Cola. Mas eu estou na briga e quero muito esse Caboré!


Sobre Eliana Cassandre

Formada em Comunicação Social com pós-graduação em Administração de Empresas, especialização em Comunicação Corporativa e Marketing Digital, e Mestrado em Comunicação, Eliana Cassandre começou a carreira como analista de Comunicação do Grupo Bandeirantes, passando em seguida pela Comunicação Corporativa da Ford. Chegou ao Grupo Petrópolis em 2009, como gerente de Comunicação Corporativa. Em 2014, em uma importante transição de carreira, assumiu a Gerência de Marketing do grupo, sendo promovida em abril do ano passado a head do setor.

Jornal Agora deixa de circular

Agora SP

Assinantes do jornal Agora, de São Paulo, receberam um comunicado informando que a publicação deixa de circular de forma permanente a partir desta segunda-feira (29/11). No lugar dele, passam a receber a versão impressa da Folha de S.Paulo, que também pertence à empresa Folha da Manhã S.A., dona do Agora.

O comunicado informa que os assinantes receberão a Folha nos primeiros doze meses pelo mesmo preço que pagavam pelo Agora (cerca de R$ 78 por mês). Após esse período, terão um desconto de 20% sobre o valor da assinatura.

A assinatura permitirá ler todo o conteúdo da Folha no celular, tablet ou computador, diz ainda o comunicado.

Segundo apurou o Portal dos Jornalistas, o Agora tinha cerca de 20 jornalistas fixos na equipe. O Grupo Folha lançou um Programa de Demissão Voluntária (PDV), e quem não aderir, deve ser a princípio reaproveitado na Folha de S.Paulo.

No último domingo (28/11), o jornal publicou sua última edição com um editorial de despedida, que explica que a decisão de descontinuar o projeto foi baseada em critérios econômicos, dados de circulação e publicidade.

“Nunca foi a nossa meta fazer reportagem para ganhar prêmio, nossa obsessão sempre foi você, leitor. E com esse pensamento nós crescemos e alcançamos o posto de jornal campeão das bancas do estado de São Paulo. Nos últimos anos, porém, a crise econômica persistente, com a alta do dólar e da inflação, somou-se à pandemia, que estrangulou ainda mais a circulação. A decisão de encerrar o Agora é, portanto, empresarial e financeira”.

Segundo o Instituto Verificador de Comunicação (IVC), a circulação média do jornal caiu 63% de 2015 até 2021. Em outubro de 2016, de acordo com o IVC, , o Agora São Paulo tinha uma circulação média diária de mais de 88 mil exemplares. Em outubro de 2021, este número caiu para pouco mais de 32,5 mil exemplares.

O Agora começou a circular em 22 de março de 1999, em substituição à extinta Folha da Tarde, lançada em 1967. Em 2019, o jornal publicou matéria especial em comemoração aos seus 20 anos de existência, destacando as principais manchetes de sua primeira edição.

O especial destacou um suposto esquema de propina de empresas de coleta de lixo para a campanha do ex-deputado federal Paulo Maluf; a estreia da coluna Palco Paulistano, assinada pelo ator Antônio Fagundes; e a “derrota” da atriz Fernanda Montenegro para Gwyneth Paltrow no Oscar de melhor atriz por seu desempenho no filme Central do Brasil.

Conmebol veta Globo na final da Libertadores após exibição “pirata” de entrevista

Conmebol veta Globo na final da Libertadores após exibição “pirata” de entrevista

A Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) vetou a entrada de qualquer profissional da Globo na final da Libertadores, entre Palmeiras e Flamengo, que será realizada no sábado (27/11), em Montevidéu (Uruguai). As informações são de Gabriel Vaquer, do Notícias da TV.

O motivo seria a exibição por parte da emissora de uma entrevista do técnico do Palmeiras Abel Ferreira, nas semifinais do torneio, no programa Troca de Passes, em 28 de setembro. A Conmebol proíbe a exibição de entrevistas coletivas ao vivo por emissoras que não detêm os direitos de transmissão dos jogos em qualquer mídia. A Globo, portanto, não teve nenhuma credencial aprovada para a final da Libertadores e nem para a final da Sul-Americana, entre Athletico Paranaense e Red Bull Bragantino, também organizada pela Conmebol, realizada no último sábado (20/11).

Segundo apurou a coluna de Vaquer, apenas o SBT, a Disney e a própria Conmebol poderiam mostrar as imagens da entrevista ao vivo. Um dos detentores dos direitos de transmissão percebeu a infração e teria denunciado à entidade. A Globo busca alternativas entre convites e ingressos de público geral para ter profissionais dentro do estádio.

Procurada por Vaquer, a emissora ainda não se posicionou sobre o ocorrido.

Mulheres jornalistas recebem mais que o dobro de ofensas que colegas homens

Mulheres jornalistas recebem mais que o dobro de ofensas que colegas homens

Uma investigação feita por revista AzMina e InternetLab, com o apoio do International Center for Journalists (ICFJ), mostrou que mulheres jornalistas recebem mais que o dobro de ofensas que os colegas homens em seus perfis no Twitter. A pesquisa monitorou 200 perfis de jornalistas brasileiros na plataforma.

A investigação mostrou que os ataques tentam deslegitimar as profissionais, desvalorizar sua profissão, silenciar a imprensa, espalhar informações falsas sobre as jornalistas, além de conterem comentários misóginos e preconceituosos que desviam a atenção das pautas abordadas.

A partir de um dicionário de palavras ofensivas, misóginas, sexistas, racistas, lesbo, trans e homofóbicas, a pesquisa coletou cerca de 7,1 milhões de tuítes com comentários ofensivos em 133 perfis de mulheres jornalistas e 67 de homens. Após análise mais minuciosa, no período entre 1 de maio e 27 de setembro, a investigação detectou pouco mais de 8,3 mil postagens com cinco ou mais ações de engajamento (RT e/ou curtidas).

Cerca de 17% dos tuítes direcionados às mulheres jornalistas são ofensivos, em comparação aos 8% de postagens hostis aos colegas homens, segundo a investigação. Profissionais que cobrem política estão mais expostos aos ataques. A maioria das postagens sugere que as mulheres não têm capacidade de interpretar e compreender o cenário político, e os termos mais usados nos tuítes são “ridícula”, “canalha”, “louca” e “mulherzinha”.

No caso dos homens, muitos dos ataques misturam-se com ofensas à imprensa em geral, ou a outras mulheres relacionadas a eles, como mãe, irmã, colegas de profissão, entre outros.

Segundo a investigação, as jornalistas mais ofendidas são Eliane Cantanhêde, colunista do Estadão e comentarista da GloboNews; Vera Magalhães, apresentadora do programa Roda Viva, colunista de O Globo e comentarista da CBN; Daniela Lima, apresentadora da CNN; e Miriam Leitão, do Grupo Globo.

Mariliz Pereira Jorge, do canal My News e da Folha de S.Paulo, disse ao AzMina que já reportou às plataformas vários ataques que sofreu, mas não obteve retorno: “Uma mulher que postar foto do seio pode ser banida porque isso fere muito mais as políticas das plataformas do que uma ameaça de estupro, de morte, como já aconteceu comigo e outras colegas”.

Leia mais sobre a pesquisa aqui.

Gilmar Mendes derruba censuras a reportagens de O Globo

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), cassou as decisões da 3ª Vara Cível e de Acidentes de Trabalho de Manaus que censuravam reportagens de O Globo sobre inconsistências e suspeitas de fraude em ensaios clínicos da empresa Samel sobre o uso de proxalutamida, remédio sem eficácia comprovada contra a Covid-19.

“Na presente reclamação, entendo que a veiculação das matérias jornalísticas ocorreu dentro de parâmetros normais, de modo que a ordem judicial reclamada afigura-se injustificável à luz do direito fundamental à liberdade de expressão e de imprensa”, declarou o ministro.

Inicialmente, a justiça de Amazonas determinou a retirada de três reportagens publicadas em O Globo sobre o caso. Após novo pedido da empresa, o jornal foi proibido de publicar outras matérias sobre o tema e de citar o nome da Samel em textos sobre o uso da proxalutamida, além da publicação de um direito de resposta da empresa. E em nova decisão a justiça amazonense acolheu outro pedido da Samel e determinou que O Globo publicasse o direito de resposta uma segunda vez e aplicou uma multa de R$ 210 mil.

A empresa argumentou que O Globo descumpriu a ordem de publicação do direito de resposta, em outubro, mas a íntegra do texto foi incluída no blog de Malu Gaspar, mesmo espaço das reportagens publicadas.

Ecos da COP26: estará a civilidade com os dias contados?

Por Luciana Gurgel, especial para o J&Cia

Luciana Gurgel

Há pouco mais de uma semana, a COP26 terminou Glasgow em tom de desânimo, devido ao avanço limitado nos compromissos de descarbonização da economia e no financiamento para nações implantarem medidas de controle do aquecimento global.

Mas nem tudo é pessimismo. Ao prepararmos a edição especial do MediaTalks sobre a COP26, que circulará na semana que vem, temos observado sinais de aumento da consciência ambiental vindos de vários lados, o que é uma ótima notícia.

Um dos mais animadores para quem espera um futuro melhor é engajamento dos jovens na questão do clima, um movimento que para alguns começou com Greta Thunberg, mas está longe de limitar-se a ela.

Correspondentes que participam da edição especial atestaram isso. Da terra de Greta, a Suécia, Cláudia Wallin acha que ela é um ativo, um patrimônio do país. E já começa a ser cobrada a se engajar na política, para ir além do discurso.

Não é apenas Greta. Aqui e ali surgem lideranças jovens que inspiram outros jovens e formam uma cadeia que vai bater na porta de governos, setores empresariais e marcas, cobrando uma conduta diferente da que era aceitável no passado. Ou boicotá-los.

Greta Thunberg

Boicotes não costumam afetar severamente as vendas ou receitas das grandes empresas. Mas o que vem com eles é a má reputação, que pode fechar a porta para negócios, afastar parceiros, dificultar alianças.

Em entrevista ao MediaTalks para a edição especial sobre a conferência ambiental, Robert Haigh, diretor de Estratégia e Insights da consultoria de branding britânica Brand Finance, salientou que os princípios ESG tornaram-se uma questão crítica para investidores.

Ele acredita que marcas de alguns países podem ser excluídas de carteiras de ativos que levam em conta a conformidade com esses princípios. Não crê que isso vá acontecer como resultado direto da COP26, mas recomenda que empresas e governos estejam atentos a essa tendencia, que se acelera.

Os que vão decidir

Quando se olha para a garotada de rosto pintado na marcha dos 100 mil de Glasgow, nem todos podem estar enxergando ali pessoas que tomam decisões sobre investimentos ou costuram alianças.

Mas quem tem filhos ou acompanha o crescimento de filhos dos outros sabe o quanto eles crescem rápido. Em breve, alguns estarão em posição de comando, com influência que irá além de protestar nas ruas ou reclamar nas redes.

No futuro, alguns deles estarão no comando

O Partido Verde Alemão tornou-se o mais popular entre aqueles com menos de 30 anos nas eleições para o Parlamento Europeu de 2019 e nas eleições federais de 2021. Ganhou apoio suficiente para entrar no governo de coalizão, provando que as vozes dos jovens podem influenciar diretamente a direção da política.

Um artigo da revista canadense Corporate Knights, compartilhado pela coalizão global Covering Climate Now, destaca a história grupo Shift Action for Pension Wealth and Planet Health, que tem mobilizado beneficiários dos maiores fundos de pensão do país para exigir mais transparência sobre como estão administrando o risco climático.

Uma das campanhas do Shift envolve a organização de alunos e professores para pressionar o fundo de pensão dos docentes de Ontario a tomar decisões de investimento verdes com os recursos administrados para as aposentadoria dos beneficiários.

A iniciativa alinhou interesses de alunos e professores: os jovens querem um futuro climático seguro, enquanto os professores desejam proteger suas economias dos riscos ambientais.

Um pouco de desconforto

Mas nem tudo vai ser doce e meigo assim. Há correntes mais radicais, e não estamos falando somente de grupos como o Extinction Rebellion, que fecha estradas e pontes e cola as mãos no asfalto exigindo medidas concretas para reverter o aquecimento global.

As jornalistas Mary Annaïse Heglar e Amy Westervelt, do americano The Nation, fizeram em um artigo uma reflexão sobre a cordialidade na luta por mudanças. Acham que os ativistas do clima passaram décadas pedindo educadamente aos líderes mundiais para agirem, e mantiveram diálogo em fóruns respeitáveis.

Porém, para elas nada disso adiantou, o que leva a questionarem: “Existe algum movimento de justiça social na história que teve sucesso seguindo a etiqueta?”.

Heglar e Wstervelt defenderam a ideia de que compromisso e civilidade são o conforto dos ricos e poderosos. “Se quisermos que as elites ajam, teremos que tornar sua complacência desconfortável e isso vai exigir alguma falta de civilidade”, alertam.

Não é pensamento de jovens inconsequentes. Em conversa com o MediaTalks semanas antes da COP26, o diretor do Brazil Institute do King´s College, Vinícius de Carvalho, lembrou que foi graças ao radicalismo que mulheres ganharam o direito ao voto.

E pode ser assim que a temperatura do planeta acabe sendo controlada.


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