O canal SporTV, do Grupo Globo, anunciou nesta sexta-feira (5/11) uma nova logomarca, que passará a ser utilizada a partir de 10 de novembro. A novidade vem no bojo das comemorações dos 30 anos do canal, e serve para reforçar a estratégia multiplataforma da emissora.
“O SporTV lança um olhar para o futuro e apresenta a sua nova cara: mais vibrante, mais espontânea e mais humana, acompanhando também a própria experiência de consumo do conteúdo esportivo”, explica nota publicada no site do canal.
Segundo Ricardo Moyano, diretor de criação do departamento de marca da Globo, o novo logo reforça o “S” do SporTV, que será utilizado em alguns momentos, principalmente em áreas cujo espaço é reduzido: “O canal está assumindo novos atributos com destaque para força, impacto e dinamismo. Mexer em uma logomarca com mais de 30 anos é um processo delicado, mas achamos que era hora de mudar. (…) O que vale ressaltar é que agora somos uma marca esportiva e não apenas um canal de televisão”.
Na nota, o SporTV publicou uma arte que mostra as mudanças em sua logomarca ao longo do tempo. Em 1991, a marca era Top Sport.
Alana Rocha, apresentadora do programa Hora da Verdade, da Gazeta FM, de Riachão do Jacuípe, a cerca de 200 km de Salvador, denunciou em suas redes sociais que sofreu ofensas e perseguição de um funcionário da prefeitura de sua cidade.
Em vídeo postado no Instagram, Alana mostra um homem conduzindo uma moto que passa ao lado do carro da jornalista. Segundo ela, ele teria feito xingamentos transfóbicos e criticado seu trabalho.
No Hora da Verdade, a jornalista havia feito críticas à administração pública local: “O programa já tem o histórico de dar voz à população, seja na esfera criminal, seja referente a problemas de segurança ou mesmo de gestão. E isso incomoda as autoridades”, explicou Alana à Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji).
A apresentadora enfrenta atualmente cinco processos judiciais, sendo quatro sobre supostos crimes de difamação, injúria e calúnia. Dois deles partiram de secretários municipais. Segundo Alana, todos os processos foram movidos por apoiadores do prefeito Carlinhos Matos.
A jornalista contou também que recebeu, por meio de terceiros, mensagens que circularam no WhatsApp falando dela e de seu trabalho, com declarações ofensivas e preconceituosas.
Em seu Instagram, Alana destacou o Dia Internacional pelo Fim da Impunidade dos Crimes contra Jornalistas, comemorado em 2/11, data da publicação: “Mas seguirei firme, minha missão no jornalismo está sendo cumprida, com honradez e ética que me aparam e amparam minhas ações diante dos microfones dos quais estou a serviço da boa comunicação e da voz da população. Vocês não me calarão”.
À Abraji, Alana disse que o fato de ser mulher trans desperta preconceito de algumas pessoas, que não aceitam alguém trans em uma posição de destaque: “Tentam atingir minha imagem de mulher e desconstruir a minha identidade de gênero”.
A sexta edição da Conferência de Jornalismo de Dados e Métodos Digitais (Coda.Br), realizada de 8 a 13/11, debaterá temas do exercício da profissão com a presença de jornalistas e especialistas nacionais e internacionais. O evento, online, é realizado pela Escola de Dados e pela Open Knowledge Brasil.
Considerada a maior conferência de jornalismo de dados da América Latina, a Coda.Br terá mais de 30 horas de workshops ao vivo e seis sessões com acesso gratuito, abordando temas como visualização de dados, mudanças climáticas, machine learning no jornalismo, acesso à informação e proteção de dados.
Para Adriano Belisário, coordenador da Escola de Dados, “encontros como este possuem uma importância fundamental, pois ampliam o leque de práticas e conhecimentos para profissionais interessados em desenvolver trabalhos jornalísticos baseados em evidência”.
No último dia do evento (13/11), às 19h, o Coda.Br anunciará os vencedores do Prêmio Cláudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados 2021. Os premiados apresentarão seus trabalhos e terão espaço para falas. A cerimônia será transmitida no canal da Escola de Dados no Youtube.
A Justiça do Trabalho condenou a Empresa Brasil Comunicação (EBC) por assédio e perseguição a Gésio Passos, diretor do Sindicato dos Jornalistas do DF (SJPDF) e vice-presidente Centro-Oeste da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj).
Em 2017, durante uma greve da categoria, Gésio, que é funcionáio da EBC, atuou contra uma situação de assédio moral que ocorreu dentro da redação da empresa. Por causa disso, a EBC abriu uma sindicância contra ele. Mas, segundo a decisão, a empresa teria manipulado a comissão da sindicância para perseguir e assediar o jornalista, não garantindo a imparcialidade necessária.
O juiz Rossifran Souza considerou que o “processo de sindicância em questão já nasceu totalmente viciado e tendencioso a punir unicamente o primeiro autor deste processo (Gésio)”. A decisão cita também o assédio moral ao jornalista: “A empresa insidiosamente iniciou e finalizou processo de sindicância sem qualquer fim de apuração integral dos fatos e das responsabilidades de todos os envolvidos, mas tendo como objetivo certo, desde a criação, de punição tão somente do primeiro autor (Gésio), situação esta que se traduz em espécie de perseguição no trabalho”, declarou o juiz.
A sentença determinou a anulação do processo administrativo contra Gésio, além da retirada dos registros funcionais de toda e qualquer advertência relacionada a esse processo.
Segundo nota publicada no site do SJPDF, além de Gésio, outros diretores sindicais que atuam na EBC estão sendo perseguidos. Em 2020, ele foi transferido de sua função como repórter da Rádio Nacional sem qualquer motivo.
Paralelamente ao estudo do Perfil Racial da Imprensa Brasileira, foi realizado em 27/10 o terceiro debate com profissionais negros sobre temas sensíveis abrangendo a questão racial no desenvolvimento da carreira. Participaram das discussões, com foco no olhar criativo e nas oportunidades para novos talentos, Eduardo Ribeiro, diretor deste J&Cia e do Portal dos Jornalistas, idealizador do estudo; Gabriela Anastácia, criadora do Papo de Empreendedora; Luciano Machado, professor adjunto na Universidade Zumbi dos Palmares; e Ricardo Casco, mestre em psicologia escolar pelo Instituto de Psicologia da USP, com mediação de Vinicius Ribeiro, de Jornalistas&Cia, responsável pela divulgação do estudo.
A partir da esq., no alto: Gabriela, Vinicius, Ricardo, Luciano e Eduardo
Ricardo é pedagogo, mestre em Psicologia Escolar pela USP, doutor em Educação pela PUC-SP e pós-doutor em Psicologia Social pela USP; Gabriela, jornalista, CEO da agência Gamarc Comunicação, criou em 2016 o movimento de impacto social Papo de Empreendedora, para democratizar o acesso de mulheres à educação empreendedora; Luciano, licenciado em Letras e Filosofia, é especialista em formação de docentes para o ensino superior, psicopedagogia institucional, arte e educação, e linguística aplicada à educação, professor adjunto na Universidade Zumbi dos Palmares.
Reproduzimos a seguir algumas opiniões dos debatedores. A íntegra do painel pode ser acessada aqui.
Eduardo Ribeiro: “No jornalismo, a questão básica é a seguinte: ninguém aparece como talento se não tiver oportunidades. A primeira coisa é a entrada, ter mais profissionais negros e indígenas, e a segunda é o processo de ascensão. No jornalismo, você tem um problema crônico: diferentemente de outras áreas, é muito difícil uma ascensão natural dos profissionais”.
“Até alguns anos atrás, existia uma ascensão horizontal, ou seja, era necessário mudar de emprego, de empresa, para melhorar de vida, mas não existia uma ascensão vertical na mesma organização, com raras exceções. E isso vem piorando. Agora, imagine essa situação para os negros, que sempre tiveram uma dificuldade maior de entrada no mercado.”
“Então, quando propomos este estudo, o objetivo é devolver à sociedade uma informação para que ela possa absorver e refletir sobre ela, com a criação de políticas afirmativas sobre o tema.”
Gabriela Anastácia: “Existe uma manutenção de privilégios que se mantém há anos, e tal manutenção sempre tem sido feita pelas mesmas pessoas. Por isso é importante trazer diversidade para as redações, e diversidade não só racial. Existe uma tríade: não adianta falar de raças sem falar de gênero e classes, por exemplo”.
“O que precisamos enxergar é que, trazendo diversidade, a gente não só dá voz, mas também amplia vozes. A partir do momento que você se permite sair um pouco da bolha e trazer estudantes e profissionais que não pertençam a esta bolha, você está trazendo novos olhares e possibilitando que a organização cresça e que o profissional cresça junto.”
Luciano Machado: “Não só as cotas, mas as iniciativas empresariais, são muito importantes, pois no processo do trabalho as empresas já sabem como é o pensamento daquele aluno da faculdade X ou Y. E quando há a presença do jovem negro e periférico, você um outro olhar, uma outra visão sobre aquele determinado fato”.
“É uma troca, é uma oportunidade para o jovem negro periférico montar seu currículo, crescer profissionalmente, estabelecer contatos que provavelmente não teria se não fossem essas iniciativas, e a empresa ganha com isso. É importante ressaltar isto: é uma troca muito boa para todos, não é uma bondade, uma generosidade. Todos crescem.”
“É importante também saber separar a inclusão do negro, da inclusão, por exemplo, do LGBT, das pessoas com deficiência, entre outros. Porque, quando colocamos tudo no mesmo balaio, a gente acaba não dando a devida atenção às necessidades específicas de cada um, e acaba não havendo inclusão nenhuma.”
Ricardo Casco: “Nós temos problemas no que diz respeito ao racismo estrutural, que acaba gerando desigualdade em diferentes campos da sociedade brasileira, como moradia, educação, empregabilidade. As crianças e os jovens crescem em um país que impede diferentes acessos aos direitos mais básicos”.
“Então, pensar o espaço da mídia nesta luta é fundamental para que possamos criar condições para que os jovens negros e os responsáveis por estes setores possam olhar para essa inclusão com o devido cuidado e atenção.”
A Fundação Gabo anunciou os 40 melhores trabalhos da nona edição do Prêmio Gabo. Onze dos selecionados são brasileiros, divididos nas categorias Texto, Cobertura, Imagem e Inovação. Do total, serão selecionados três de cada categoria, totalizando um total de 12 finalistas. Os quatro vencedores serão anunciados no Festival Gabo, em 18 de novembro.
Dos brasileiros, concorrem na categoria Texto reportagens da série À Espera da água, do Marco Zero Conteúdo, de Sérgio Miguel Buarque e Inês Campelo. O projeto traz relatos de famílias afetadas pela obra de transposição do Rio São Francisco.
Em Cobertura, está concorrendo a série Prisioneiros Inocentes, da Folha de S.Paulo, que aborda o encarceramento de inocentes no Brasil, mostrando como negros e pobres são injustamente levados à prisão.
Também é finalista o especial Mercúrio: Uma chaga na floresta, que trata do submundo do mercúrio em Guiana, Suriname, Venezuela e Brasil, mostrando uma indústria que ameaça a Amazônia. O projeto reúne a organização brasileira InfoAmazonia.org, o Fantástico, da TV Globo, e o site Armando.info.
Na categoria Imagem, concorrem duas séries documentais do Globoplay: A Corrida das Vacinas, sobre os esforços da ciência e da humanidade para o desenvolvimento da vacina contra a Covid-19; e Cercados, que mostra o trabalho da imprensa brasileira no combate ao negacionismo durante a pandemia.
Outra finalista é a série fotográfica Pantanal em Chamas, de Lalo de Almeida, para a Folha de S.Paulo. As imagens mostram os impactos do incêndio que atingiu o Pantanal em 2020.
Em Inovação concorrem quatro trabalhos: o projeto Cartas na pandemia, reportagem multimídia do Diário Catarinense, sobre crianças e adolescentes que, em meio à pandemia, trocavam cartas com jovens refugiados palestinos e libaneses; No Epicentro, da Agência Lupa, que mostra o mapa da região do usuário se todos os mortos por Covid-19 no Brasil fossem seus vizinhos, em uma iniciativa de conscientização sobre a doença e empatia com quem perdeu a vida para ela; o especial Onde vai parar o lixo reciclável, do Metrópoles, que acompanhou por um mês as rotas de caminhões para saber para onde vai o lixo que reciclamos; e a reportagem multimídia Territórios de Exceção, do Medialab.UFRJ. O trabalho, de autoria de Adriano Belisario, Fernanda Bruno e Paulo Tavares, mostra violações de direitos no uso de helicópteros no Rio de Janeiro.
A Agência Lupa, especialista em checagem de fatos, comemora nesta semana seis anos de existência. Para celebrar o marco, a empresa anunciou três novidades: uma reformulação em seu programa de membros, e a criação de um programa de estágio em Produto e de um treinamento em checagem de fatos.
Com base em respostas a um questionário enviado na newsletter semanal Lente, o programa de membros Contexto passa a ter apenas um plano, de R$ 9,90 por mês, com a opção de contribuições maiores. A Lupa criou também um sistema de recompensas, que beneficia membros com uma newsletter exclusiva, resumo das principais verificações da semana, curadoria com dicas de filmes, livros e artigos sobre desinformação, entre outros.
Além disso, quem indicar cinco pessoas para que se tornem membros ganha um mês de graça do Contexto. Com dez amigos, a recompensa é um brinde a escolher, e ao indicar 20 pessoas, o membro receberá um ano de graça do Contexto.
Outra novidade é o lançamento do programa de estágio em Produto. Os estudantes terão a oportunidade de vivenciar a rotina da Lupa nas áreas de Jornalismo, Educação e Audiência & Engajamento. São três vagas de estágio remuneradas, uma em cada área da editoria de Produto, nas quais os estagiários irão se revezar ao longo de 18 meses.
O estágio poderá ser feito em formato presencial ou online, de modo que estudantes de qualquer região do Brasil possam se inscrever. O edital será publicado em dezembro, e as atividades começam em fevereiro de 2022.
Por fim, a Lupa anunciou o Mirante, programa de treinamento em checagem de fatos, aberto a estudantes e profissionais. Serão 15 vagas para aulas que envolvem capacitação em técnicas jornalísticas de combate à desinformação, checagem de fatos, monitoramento de conteúdos falsos e iniciativas de distribuição de conteúdo verificado em plataformas digitais. O treinamento é gratuito e será feito remotamente.
As inscrições abrem em 17/11, com o anúncio dos selecionados em 13 de janeiro. Após o treinamento, parte deles atuará na redação da Lupa durante a cobertura eleitoral do próximo ano.
A Agência Pública lançou o podcast semanal Até Que Se Prove O Contrário, minissérie documental que conta ao longo de seis episódios a história de pessoas inocentes que foram encarceradas e debate problemas estruturais de injustiça no Brasil. A produção faz parte da Rede Guarda Chuva de podcasts.
Os repórteres Ciro Barros e José Cícero falam sobre a luta de familiares na condução de investigações por conta própria, e ouvem relatos de pessoas que sofreram impactos físicos e psicológicos por terem sido presas injustamente. Durante mais de um ano, eles conversaram com ex-detentos, especialistas, juristas e pesquisadores que convivem com a injustiça.
A ideia é que o podcast possa buscar respostas para perguntas essenciais que circulam o tema, como o papel da imprensa, da polícia e da sociedade nesse ciclo de injustiça, e o porquê de falhas da lei sempre pesarem mais sobre jovens e negros.
O primeiro episódio aborda a história de quatro jovens que foram presos injustamente após terem sido reconhecidos incorretamente por vítimas. Barros e Cícero apontam falhas no processo de reconhecimento e como tais falhas se relacionam com memórias falsas e estereótipos.
Até 9 de dezembro, a Pública postará um episódio por semana, sempre à meia-noite de quinta-feira.
Na capa, havia uma criança com uma venda nos olhos, e o título Vacinas: a cura ou a doença?, acompanhada da seguinte frase: “A vacinação, ferramenta básica de saúde pública, enfrenta no mundo inteiro uma onda crescente de críticas e desconfianças. A questão: será que as vacinas fazem mais mal do que bem?”.
Procurado pela coluna de Stycer, Alexandre Versignassi, atual diretor de Redação da Superinteressante, explicou que “nada se provou” sobre as dúvidas levantadas em 2001. Após conversa com a direção da Editora Abril, ele achou melhor excluir a edição: “Num período de pandemia e de vacinação, poderia ser um desserviço”.
Versignassi reiterou, no entanto, que a capa poderá voltar ao acervo futuramente. “Não é apagar a história. É uma questão de saúde pública”, disse.
A coluna também conversou com Adriano Silva, que dirigiu a revista no começo dos anos 2000. Segundo ele, a capa sobre vacinas fez parte de uma reforma editorial que liderou: “A revista era muito reverente ao cânone oficial da ciência. Resolvemos ampliar”.
Era dessa fase outra edição da Superinteressante também excluída do acervo. Ela trazia uma entrevista com o biólogo e químico Peter Duesberg, que defendia a tese de que a Aids não era causada pelo vírus HIV. Em 2013, a revista publicou em sua versão online um esclarecimento, alertando que “as teses de Duesberg caíram em descrédito e hoje temos muita clareza de que não deveríamos ter dado espaço a elas”.
Já está em pré-venda o primeiro volume da biografia do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, de autoria de Fernando Morais, publicada pela Companhia das Letras. A obra é fruto de dez anos de trabalho do autor, que viajou com Lula para quase todos os continentes.
“Aqui está a primeira parte da incomparável história deste brasileiro singular, que mudou a face do Brasil e dos brasileiros”, escreveu Morais. “Uma história que começo a contar de trás para a frente, com a decretação de sua prisão por Sérgio Moro e seus 581 dias na prisão, e volto no tempo até outra prisão, que testemunhei de perto: a de 1980, durante as greves do ABC”.
A pesquisa para o volume dois, segundo o autor, já está sendo feita. A segunda parte abordará as campanhas presidenciais de Lula, nos anos 1980 e 90 até os dias de hoje, passando por seus dois mandatos presidenciais, o Mensalão, a eleição e reeleição de Dilma Rousseff, o impeachment dela, a Lava Jato e a prisão e libertação de Lula.
Nascido em Mariana (MG), Morais recebeu três vezes o Esso de Jornalismo e quatro vezes o Prêmio Abril de Jornalismo. É autor de outros livros, como A Ilha, Cem quilos de ouro, Olga, Os últimos soldados da Guerra Fria, Corações Sujos e Chatô, o Rei do Brasil.