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segunda-feira, julho 14, 2025

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Tite Simões vence categoria principal do Prêmio Abraciclo 2021

Tite Simões

Reportagem sobre o papel da moto durante a pandemia, publicada no Portal Carsughi, obteve a maior pontuação entre as inscritas

A Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares anunciou em 17/11, em cerimônia virtual, os vencedores do Prêmio Abraciclo de Jornalismo 2021. A edição deste ano comemorou os 45 anos de atividades da associação, que tem sua atuação focada no desenvolvimento e fortalecimento do setor de duas rodas no Brasil, e na promoção de ações que visam a um trânsito mais seguro.

A principal novidade desta edição comemorativa foi a criação do prêmio Vencedor do Ano, destinado ao trabalho que obteve maior pontuação entre os quase 250 inscritos no concurso. Com a reportagem Coronavírus: o papel da moto durante a pandemia, publicada no Portal Carsughi, Tite Simões foi o vencedor da categoria especial. Além de R$ 10 mil, ele foi premiado com uma visita a três fábricas de motocicletas e/ou bicicletas das associadas da Abraciclo em Manaus.

“Para mim a conquista desse prêmio teve uma importância ainda maior porque já estava quase me ‘aposentando’ do jornalismo para me dedicar mais à formação de novos motociclistas no meu curso, mas confesso que agora ‘deu um gás’ para continuar na área mais um pouco”, comentou Tite Simões, que já havia sido premiado pelo Abraciclo em outras duas oportunidades.

Tite Simões

“A ideia da reportagem surgiu justamente pelo aumento na procura pelo curso por pessoas desempregadas, que encontraram na moto uma ferramenta de trabalho por meio dos aplicativos de entrega”, completa. “A pandemia fez o número de entregadores saltar de 250 mil para 400 mil na grande São Paulo. E pudemos atestar a real importância deste serviço para fazer a Economia continuar girando durante a pandemia. E claro que na garupa deste crescimento vieram os problemas de acidentes e isto é uma situação que as autoridades de trânsito precisam olhar com atenção”.

Confira os vencedores nas demais categorias:

  • Motocicleta – Impresso & Digital

1º lugar: Arthur Caldeira (Estadão), com Scooters levam motoristas a deixar o carro na garagem

2º lugar: Marcos Rozen (Autoesporte), com Duas Honda XL 125 nacionais foram as primeiras motos do mundo a rodar na Antártida, ainda nos anos 80

3º lugar: Rafael Miotto (G1), com Desempregados recorrem a aluguel de motos para fazer entregas na pandemia

 

  • Motocicleta – Som & Imagem

1º lugar: Seku Mello (Motorede), com Dicas de Segurança no Trânsito para Jovens Pilotos

2º lugar: André Ramos (Moto Adventure), com Motocicleta − veículo para os sonhos

3º lugar: Marina Dalcastagne (Jornal do Almoço/NSC TV), com A relação entre os motoboys e os aplicativos de entrega

  • Bicicleta

1º lugar: Rogério Viduedo (Agência Envolverde), com Cultura da bicicleta se aprende na escola

2º lugar: Renata Falzoni (Bike é Legal), com a matéria Com medo da aglomeração, eles trocaram o ônibus pela bicicleta

3º lugar: Bruno Grubertt (NE 1/TV Globo Pernambuco), com O desafio diário de andar de bicicleta no Recife

 

  • Polo Industrial de Manaus/PIM

1º lugar: Luciano Abreu (Bom dia Amazônia/Rede Amazônica), com Saiba como é feita a logística do polo de duas rodas da ZFM

2º lugar: Rebeca Mota e André Moreira (Em Tempo), com PcDs fazem a ‘roda girar’ no Polo Industrial

3º lugar: Gecilene Sales (Rádio Rio Mar), com Cicloentregadores criam nicho promissor em Manaus

O primeiro colocado em cada uma das quatro categorias regulares receberá um troféu e o valor de R$ 9 mil. Já os jornalistas classificados em segundo e terceiro lugares foram contemplados, respectivamente, com prêmios de R$ 4 mil e R$ 3 mil.

“A cada edição, ficamos impressionados com a qualidade das reportagens”, destaca Paulo Takeuchi, diretor executivo da Abraciclo. “Os jurados tiveram muito trabalho para avaliar as matérias e apontar as melhores. A Abraciclo reconhece a importância do trabalho da imprensa para nos ajudar com a nossa missão de sempre conscientizar as pessoas sobre o papel fundamental da segurança viária e da necessidade de promover a paz no trânsito no Brasil”.

“A Abraciclo sempre pautou sua atuação na consolidação do avanço industrial do setor”, complementa Marcos Fermanian, presidente da entidade. “O Prêmio Abraciclo de Jornalismo, como ferramenta de valorização daqueles que ajudam a fortalecer o setor de duas rodas, tem papel fundamental nesta história. Estamos muito satisfeitos em poder comemorar uma data tão significativa com mais essa edição do Prêmio”.

A comissão julgadora desta edição foi formada por Karina Simões, Jorge Moraes, João Bosco Ferreira, Marcos de Sousa e Roberto Agresti.

Adeus, “Tio Josias”

Josias Silveira durante cerimônia do Prêmio Top Car TV
Josias Silveira durante cerimônia do Prêmio Top Car TV

O clima de excitação causado pela emocionante corrida do GP São Paulo de Formula 1, realizado em 14/11, foi interrompido bruscamente por uma mensagem que logo se espalhou pelos diversos grupos de whatsapp de jornalistas automotivos: “Nosso amigo Josias Silveira acaba de falecer”.

Sem nenhuma comorbidade aparente, e sempre muito disposto e ativo, sua morte pegou de surpresa todo um segmento que por ele tinha profunda admiração e carinho. “Meu pai se foi, dormindo”, explicou seu filho, o também jornalista Guilherme Silveira, o Badu.

Seu último evento havia sido três dias antes, na quinta-feira (11/11), quando esteve em uma apresentação do Honda City. Na ocasião, ele representava Fernando Calmon, para cuja coluna contribuiria com um texto. “Perdi, além de um amigo, um cara que me ajudava muito”, lamenta Calmon. “O Josias era um caso raro de profissional que dominava duas e quatro rodas com a mesma qualidade e detalhamento técnico, o que não é nada fácil”.

Como muitos de sua geração, incluindo o próprio Calmon, Josias começou no jornalismo por um acaso. Ele estudava Engenharia Mecânica na Faculdade Mauá, enquanto sua esposa cursava Jornalismo na USP. Entre um emprego e outro, começou a produzir alguns trabalhos freelance. Mais tarde, pelo seu conhecimento em mecânica, começou a fazer reportagens sobre carro, moto, barco e avião para a revista Status, da Editora Três.

Com a boa repercussão do conteúdo, Domingo Alzugaray, fundador e dono da Editora Três, decidiu então apostar na criação da Status Motor, que seria um embrião para o lançamento mais tarde da Motor3.

“Na mesma época minha esposa estava no Jornal da Tarde, e trabalhava com o Miguel Jorge, que um dia chega para mim e fala: meu, os caras são loucos, eles querem fazer uma revista de moto. Eu não entendo nada disso, mal ando de bicicleta. Não quer fazer comigo? Assim eu não falo bobagem, você me ajuda com a parte técnica, com o conhecimento específico, e eu toco a redação”, comentou Josias em uma entrevista especial para o Flatout, publicada no ano passado, e republicada nesta semana em homenagem a ele.

Josias Silveira durante cerimônia do Prêmio Top Car TV
Josias Silveira durante cerimônia do Prêmio Top Car TV

Josias tinha então uma decisão difícil pela frente. Participar da equipe responsável por lançar a Motor3 ou a Duas Rodas. “Eu tinha que escolher uma. Acabou que resolvi fazer a Duas Rodas com o Miguel Jorge. Foi muito bom. A revista cresceu pacas, explodiu em dois ou três anos. Chegamos a passar a Quatro Rodas em tiragem!”, explica. Com a saída de Miguel Jorge para o Estadão pouco depois do lançamento da Duas Rodas, Josias assumiu a redação da revista, ocupando o posto por 42 anos.

Anos mais tarde, um novo projeto de sucesso veio com o lançamento da revista Oficina Mecânica. A publicação tinha tanto a cara dele, a essência de “graxeiro”, como ele gostava de brincar, que ainda hoje é reconhecida por muitos do setor como “a Oficina Mecânica, do Josias”.

Em 2011 lançou o livro Sorvete de Graxa (Europa), e nos últimos anos, com o fim da Oficina Mecânica, e sua saída da Duas Rodas, vinha colaborando com diversas publicações do setor. Era editor da revista Top Carros e do site Autoentusiastas, onde também respondia pela seção Motoentusiastas.

O “tio” de uma geração

Em um setor em que as relações pessoais e profissionais são tão intensas e constantes, principalmente pelas dezenas de viagens e eventos de lançamento realizados ao longo do ano, Josias Silveira se destacava por ser atemporal. Seu relacionamento com os mais jovens não se limitava apenas a orientar e passar sua experiência. Ia além. Era de amizade e respeito mútuo.

Por isso, logo ganhou dos mais novos o apelido de “tio”, que por ele tinham não apenas admiração, mas também um profundo carinho.

A partida foi precoce, aos 75 anos completados em outubro. E ainda que tivesse ocorrido décadas mais tarde, também seria. Josias Silveira deixa, além da esposa Evelyn, os filhos Guilherme (Badu) e Felipe (Pinho), três netos, e algumas dezenas de sobrinhos postiços.


O adeus a Josias Silveira…

Felipe Bitu e Josias Silveira

“Devastado. Foi o Josias Silveira quem deu a primeira oportunidade de ouro que tive no jornalismo automotivo.

Fui indicado pelo Rodrigo Leite e sabatinado pelo Eduardo Pincigher: um dos dois falou para o tio que o barbudo que vos escreve enganava muito bem.

O tio gostou do meu trabalho: manifestou mais de uma vez que eu tinha tarimba para o ofício e que gostava das minhas traduções e das ’transcrições técnicas didáticas‘ que esclareciam os leigos sem molestar os ouvidos dos iniciados.

O tempo passou e o Rodrigo foi embora para a Quatro Rodas. Não demorou muito para cutucar outro grande amigo, o Zeca Chaves, ocupando então o cargo de editor-chefe. E foi assim que o Rodrigo acabou me roubando do tio Josias (o Rodrigo me ama de paixão e sabe que é correspondido).

A amizade com o tio continuou a mesma: ela era maior e mais importante do que qualquer relação de trabalho. Nossas conversas eram praticamente semanais: tive a oportunidade de ajudar o amigo nos melhores e nos piores momentos dos últimos 20 anos (e vice-versa).

O nosso tio era pai do Badu Silveira e do Pinho Silveira mas dispensava a todos nós o mesmo amor paternal, o mesmo carinho e a mesma atenção. Se não está sendo fácil para nós não sou capaz de imaginar como deve estar sendo para eles.

Ainda me faltam palavras para descrever a sua importância. Só me resta agradecer por tudo e lhe desejar um caminho repleto de luz, paz e muita gasolina celestial.

Vai com Deus, tio. Acelera com gosto e pendura bonito nas curvas, no limite da aderência.

E continue olhando por nós aqui embaixo.” (Felipe Bitu)


“O Sonho acabou?

Definitivamente não! O dia em que perdermos nossa capacidade de sonhar, nossa vida deixa de caminhar avante e vamos nos transformar em algo inerte, sem vida. Um dos grandes exemplos de sonhador era a do meu grande amigo Josias Silveira.

Ele sempre sonhava com algo grandioso, seja em uma simples reportagem ou até em um ambicioso e grandioso projeto, o sonho do Josias sempre falava mais alto.  Até mesmo quando comprava carros bem ‘desmaiadinhos’, em péssimo estado de conservação, o sonhador Josias trabalhava por meses e até anos para transformar aquele amontoado de peças velhas em um glorioso e respeitado carro que todos admiravam.

Um sonho que na mente do Josias quando via um carro velho e se materializava como um veículo perfeito para o uso que parecia novo. Ao longo dos anos, cansei de acompanhar esses processos de recuperação de velhos carros transformados em bons veículos, graças à dedicação e trabalho do Josias que, na realidade, começava em sua mente como um sonho.

Agora, esse velho parceiro partiu. Mas isso não significa que o sonho acabou. Esse meu velho amigo de quase 40 anos, tenho a certeza, vai continuar concretizando os seus sonhos lá no plano de luz.

E nós aqui vamos ficar com saudades de suas risadas, piadas e sua maneira leve e tranquila de levar a vida. Vão ficar as saudades das viagens aos Estados Unidos, quando depois da cobertura do Salão de Detroit esticávamos a viagem por mais alguns dias para comprar cacarecos e peças para carro que trazíamos tudo para cá. Falei com ele no sábado à tarde e no domingo após o almoço alguém me disse que ele havia partido dessa vida. Inacreditável como a vida é frágil! Vá na paz de Deus meu grande amigo! Você fará falta a todos nós! Continue sonhando aí onde está que nós continuaremos a sonhar aqui onde estamos!” (Douglas Mendonça)


Josias Silveira ao lado de José Antonio Leme

“Você vai fazer uma falta enorme aqui, tio. Ainda bem que a gente rompeu os protocolos e se abraçou esta semana no evento. Eu tava com muita saudade de você. Você era uma enciclopédia e mesmo assim tinha toda a humildade do mundo de dividir seu espaço com quem sabia menos dos carros e das motos. Era absurdo em tudo que fazia, mas era ainda um jovem divertido todo o tempo. ‘Vem cá, negão’, era o que você sempre dizia quando a gente se via, com os braços abertos. Tio, vou sentir muito sua falta. Espero que sua passagem seja tranquila” (José Antonio Leme, UOL)


“Eu gostava de ler os textos do Josias Silveira e fazia questão de ser o melhor ouvinte quando tinha a oportunidade de estar com ele. Foi numa dessas que acabou me convencendo a comprar um Twingo. Toda a conversa foi uma aula. Fazia rir pelas histórias e pelas peripécias. Como quando fez seu fumódromo no ônibus, travado no trânsito de Wuhu, para fumar antes de pegarmos o trem. Vá em paz, tio Josias. E obrigado por tudo.” (Henrique Rodriguez, Quatro Rodas)


“Uma perda enorme, um amigo sempre com um sorriso, uma palavra interessante, uma explicação, uma boa piada… Um jornalista com alma de poeta, que transformava mecânica em coisa simples, fácil de entender. Um repórter na acepção da palavra, alguém a sair de Manaus, em uma Honda 125 cc, com destino a São Paulo há várias décadas, sem celular, sem meios de comunicação, apenas com a coragem e o conhecimento ímpar de motos.

Mas não parou por aí: criou revistas importantes, tanto de motos quanto de autos. E se divertia com as aventuras de empreendedor. Formou muito dos bons profissionais que estão por aí. Era didático e divertido nas conversas…

Uma vez, já em AutoData, fui conhecer o Campo de Provas da Honda no meio da Floresta Amazônica, ao norte de Manaus.

Quando cheguei lá, a primeira pergunta dos técnicos − tanto brasileiros, quanto japoneses −: cadê o Josias? Ele não veio? Era um ídolo das diferentes produtoras ou importadoras de moto.

Mas sua paixão eram as Vespas. Tinha uma coleção de velharias − ele chamava de relíquias − que ele montava, fazia transplantes de peças e componentes e saia a testar na Castelo Branco.

Também teve carros interessantes, como um Mercedes-Benz diesel, além de modelos de marcas as mais diferentes possíveis. E sempre consertava, modificava, aprimorava. Dirigia qualquer máquina com uma facilidade impressionante…

Com certeza foi embora de Vespa rumo à Via Láctea…” (Fred Carvalho)


Josias e Renato Bellote

“’Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina’. Essa frase de Cora Coralina se aplica bem ao Josias Silveira. Uma referência no jornalismo automotivo que nos deixou ontem e soube transmitir todo o seu conhecimento, seja através dos textos ou de uma conversa informal em um evento de lançamento. Que Deus o receba com muitos projetos pra realizar lá em cima.” (Renato Bellote, Garagem do Bellote)


“Foram tantas viagens de carro e de moto juntos, com esse sujeito maravilhoso, de cara séria, mas sorriso fácil, que eu nem lembro quantas. Não era para você ir tão cedo assim, ’tio’ Josias Silveira, definitivamente não era. Ainda tinha muito que ensinar para a jovem guarda dos jornalistas automotivos. A Alfa perde um grande fã e eu perco um ídolo. Descanse em paz, meu amigo!” (Diego Ortiz, Estadão)


“Nós nunca sabemos quando vai ser a última conversa com alguém, não é mesmo? Meu último papo com o Josias foi na sexta-feira, num evento de lançamento. Felizmente, falamos porra nenhuma sobre o lançamento e ficamos falando sobre as nossas tralhas velhas. Entre um bullying e outro por nossas escolhas exóticas e caras de manter e os carros que já tivemos, ele me lança um Gol 1.0 16V (bolinha), pouco rodado, como a sua mais recente adoção. Claro que não pude deixar de sacanear. De consolação, fica o fato de nossa última conversa ser sobre as coisas que ele ama…” (Juliano Barata, FlatOut)


“Foram 15 anos de convivência diária, vividos no calor da redação da revista Duas Rodas. Cada pauta, cada palavra nas laudas, as viagens, os testes absurdamente criativos como esse entre a minimoto do Tani e a trambolhosa Amazonas e seu motor 1.600cc da Volks (o Josias Silveira na Amazonas e eu na minimoto, em foto de Juvenal Pereira), tudo era feito com enorme empolgação, o que incluía calorosas polêmicas. Nada, porém, abalou nossa amizade. Continuamos amigos, mesmo quando troquei os motores pela informática da Revista do CD-ROM e depois pelos livros e pelas plantinhas da Revista Natureza, ao deixar a Sigla Editora e ir trabalhar na Editora Europa. Tanto que tive a honra de ser seu editor no livro Sorvete de Graxa. Agora Josias se foi aos 75 anos. Adeus, meu amigo. Foi um enorme prazer conviver e aprender com você. Saudades eternas…” (Roberto Araújo)

Agência Pública e TV Cultura vencem projetos especiais do Troféu Mulher Imprensa

15º Troféu Mulher Imprensa anuncia finalistas

Agência Pública e TV Cultura venceram, respectivamente, as categorias Melhor projeto: canal, programa, reportagem especial ou série sobre a temática feminina e Melhor projeto: canal, programa, reportagem especial ou série sobre a temática diversidade do 15º Troféu Mulher Imprensa.

A série de reportagens Caso K, da Pública, foi a primeira colocada na temática feminina com quase 36% dos votos. O trabalho aborda as acusações de abusos sexuais contra Samuel Klein, fundador das Casas Bahia. A série é assinada por Ciro Barros, Clarissa Levy, Mariama Correia, Rute Pina, Thiago Domenici e Andrea DiP.

Na categoria de diversidade, a TV Cultura venceu com o programa Estação Livre, que recebeu cerca de 41% dos votos. Apresentado pela jornalista e empreendedora Cris Guterres, ele foi ao ar pela primeira vez em abril deste ano, com a missão de valorizar a cultura negra, a diversidade e de ajudar a repensar um Brasil mais justo.

As vencedoras das 13 categorias específicas serão anunciadas nesta quinta-feira (25/11), em homenagem ao Dia internacional para a eliminação da violência contra a mulher. A cerimônia de premiação será em 10 de dezembro, em formato híbrido.

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Troféu HQMIX anuncia vencedores

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A organização do Troféu HQMIX anunciou os vencedores da 33ª edição do prêmio, que valoriza as principais produções na área de quadrinhos no último ano. O troféu desta edição, esculpido pelo artista Wilson Iguti, é uma homenagem à personagem Bruxinha, da desenhista e escritora Eva Furnari. Em 2020, o prêmio homenageou Miguel Paiva, com a personagem Radical Chic, escolhida para a escultura do troféu.

Devido à grande quantidade de projetos de qualidade apresentados na categoria Projeto Especial na Pandemia, o júri decidiu conceder ao todo cinco troféus.

A cerimônia de premiação será online, em 27/11, no canal do Centro de Pesquisa e Formação do Sesc SP no YouTube, com apresentação de Serginho Groisman, padrinho do evento, e da dupla Gualberto Costa e José Alberto Lovetro, criadores do prêmio. Os vencedores das categorias Novo Talento Desenhista e Novo Talento Roteirista só serão revelados na cerimônia.

Entre os vencedores, destaca-se Ana Luiza Koehler (Beco do Rosário), reconhecida na categoria Desenhista Nacional, ao lado do paraibano Shiko (Carniça e a Blindagem Mística #01). Ana também venceu as categorias Arte-finalista Nacional e Colorista Nacional, e seu projeto Beco do Rosário foi vencedor da Edição Especial Nacional.

Confira a lista completa dos vencedores.

Estudo aponta que negros são 20,10% dos jornalistas brasileiros e mulheres, 36,60%

Confira o Perfil Racial da Imprensa Brasileira

Qual o tamanho da população negra no jornalismo brasileiro? Qual a porcentagem de mulheres? Há racismo e assédio nas redações? Quais as principais dificuldades dos negros e negras no trabalho e na construção das respectivas carreiras? Como os negros estão distribuídos geograficamente pela imprensa do País?

Essas são apenas algumas das perguntas respondidas pelo estudo Perfil Racial da Imprensa Brasileira, que será oficialmente apresentado nesta quarta-feira (17/11), às 19h, em evento online, no X Seminário Internacional Diálogos Antirracistas, que integra a programação da Semana da Consciência 2021 da Universidade Zumbi dos Palmares.

Se não havia dúvida da branquitude da imprensa brasileira, a certeza agora tem números: apenas 20,10% dos jornalistas das redações do País declaram-se pretos e pardos (negros), número quase dois terços menor do que a efetiva representação da população negra do Brasil, que é de 56,20%, segundo projeções da PNAD/IBGE 2019. Já os que se autodeclaram brancos são impressionantes 77,60%, com 2,10% de amarelos e 0,20% de indígenas.

E se havia alguma perspectiva de que essa mesma imprensa fosse ou estivesse a caminho de uma presença feminina paritária com a masculina, os números mostram que estamos distantes disso: as mulheres, que são 51,80% da população brasileira, segundo a mesma PNAD/IBGE, encolhem para 36,60% no jornalismo, bem abaixo dos 63% de homens − 0,40% não se reconhecem em nenhum dos dois gêneros.

O estudo que acaba de sair do forno, após meses de preparação, compõe um retrato fiel das redações, em que o racismo, muitas vezes dissimulado, está presente, tanto quanto o machismo, ambos constituindo-se em fatores decisivos para impedir maior presença e ascensão profissional de negros e mulheres na atividade, a despeito de iniciativas pontuais que, embora constituam um alento, ainda se mostram insuficientes para a correção de rumos.

Sob a liderança de J&Cia e do Portal dos Jornalistas, com concepção e coordenação técnica do Instituto Corda – Rede de Projetos e Pesquisas e apoio logístico do I’MAX no contato com os jornalistas, o estudo dividiu-se em três fases e ouviu, via telefone ou questionário de autorresposta, 1.952 profissionais de todo o País, entre os dias 16 de setembro e 31 de outubro de 2021.

A análise dos resultados gerais dessas três fases permite uma afirmação inicial bastante contundente: as redações jornalísticas brasileiras são mais brancas e masculinas do que a população brasileira e o racismo está presente na vida de praticamente todos os profissionais negros durante a sua trajetória profissional.

Jornalistas&Cia publicará nesta sexta-feira (19/11) uma edição especial com os aspectos mais relevantes do estudo, cuja íntegra pode ser conferida neste link. Ela terá também um texto exclusivo de autoria do paraibano Assis Ângelo, colaborador do J&Cia, sobre a História da Imprensa Negra no Brasil. Em suas pesquisas, Assis voltou ao próprio descobrimento do Brasil, para, a partir de lá, traçar a linha evolutiva da presença dos negros na imprensa brasileira, destacando atuações corajosas e exemplares de figuras emblemáticas como Machado de Assis, Luiz Gama, João do Rio, Paula Brito e muitos outros.

O Perfil Racial da Imprensa Brasileira contou com o apoio de ABI, Abracom, Ajor, Aner, ANJ, APJor, Bori Agência, Conajira/Fenaj, Ecos do Meio, Jeduca, Projor, Rede JP – Jornalistas Pretos, Universidade Metodista e Universidade Zumbi dos Palmares; patrocínio de ADM, Grupo Boticário e Uber; e inúmeras personalidades e agências de comunicação contribuíram voluntariamente com o projeto.

Livro aborda execução de militantes em tribunais da guerrilha na ditadura

Livro aborda execução de inocentes em tribunais da guerrilha na ditadura - guerrilheiros

Lucas Ferraz lançou o livro-reportagem Injustiçados: execuções de militantes nos tribunais revolucionários durante a ditadura (Companhia das Letras), que investiga casos de assassinato de guerrilheiros suspeitos de traição, por parte das organizações a que pertenciam.

Na obra, o autor aborda quatro execuções de guerrilheiros que não resistiram à tortura dos órgãos de segurança da ditadura e forneceram dados que levaram à captura de companheiros. São eles Márcio Leite Toledo, Carlos Alberto Maciel Cardoso e Francisco Jacques de Alvarenga (mortos por companheiros da Ação Libertadora Nacional) e Salatiel Teixeira Rolim (executado por remanescentes do Partido Comunista Brasileiro Revolucionário).

Livro aborda execução de inocentes em tribunais da guerrilha na ditadura

O livro, baseado em uma pesquisa que Ferraz iniciou em 2007, com diversos documentos e entrevistas de ex-guerrilheiros, familiares das vítimas e militares, busca esclarecer como funcionavam as punições dentro dos grupos de luta armada, com o objetivo de contribuir para a documentação histórica dos “anos de chumbo” no Brasil.

Em entrevista ao Portal Imprensa, Ferraz contou que cobriu a Comissão da Anistia do Ministério da Justiça, no último mandato do governo Lula, e a organização do acervo da repressão e da ditadura no Arquivo Nacional: “Essa experiência foi fundamental: Injustiçados é fruto desse período e do meu trabalho de repórter acompanhando esses temas”.

Confira a entrevista com Lucas Ferraz na íntegra.

Abraji lança nova temporada do podcast Jornalismo Sem Trégua

Abraji lança nova temporada do podcast Jornalismo Sem Trégua

A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) lança neste sábado (20/11) a terceira temporada do podcast Jornalismo Sem Trégua, que conta casos de jornalistas assassinados no Brasil no exercício da profissão, mostrando o local do crime, as circunstâncias e desdobramentos. A iniciativa faz parte do Programa Tim Lopes.

A nova temporada aborda o assassinato do radialista Jairo de Sousa, morto em junho de 2018 em Bragança (PA), enquanto subia a escadaria da Rádio Pérola FM, onde trabalhava. Ele fazia críticas a políticos da região devido a supostos desvios de verbas públicas.

Segundo as investigações policiais, o crime foi encomendado a um grupo de extermínio com dez integrantes e teria custado R$ 30 mil. Um vereador foi acusado de ser o mandante, e o caso ainda não teve conclusão.

Para Angelina Nunes, coordenadora do Programa Tim Lopes, “a falta de uma resposta gera a sensação de impunidade. E sabemos que a impunidade é um combustível para novos ataques, ameaças e homicídios contra jornalistas e comunicadores no Brasil”. Ela destaca também o “medo de quem ficou na cidade para trabalhar em comunicação, o medo que forçou outros a abandonarem sua cidade para viver em outro lugar, já que não se sentiam seguros de viver na cidade onde um grupo de pistolagem foi contratado para matar um radialista”.

A primeira temporada do podcast abordou o caso de Tim Lopes, executado em 2002 na Favela da Grota, no Rio de Janeiro. E a segunda, sobre o radialista Jefferson Pureza, morto com três tiros no rosto no interior de Goiás. Confira os episódios aqui.

Agência Mural reformula site em aniversário de 11 anos

Agência Mural reformula site em aniversário de 11 anos

Em comemoração aos seus 11 anos de existência, a Agência Mural de Jornalismo das Periferias reformula seu site para tornar mais fáceis e acessíveis as notícias sobre as periferias de São Paulo. O novo design será adotado a partir de 24 de novembro.

O objetivo é que o portal consiga conectar-se melhor com os leitores, produzindo um jornalismo engajado com as periferias ainda mais transparente. A reformulação trará mudanças não só visuais, mas também de usabilidade, com seis editorias exclusivas: Rolê, que trará reportagens sobre cultura, gastronomia e esporte; No Corre, com conteúdo sobre economia e empreendedorismo; Vale nota, sobre educação; Ponto a ponto, de conteúdo sobre mobilidade e transporte público; Sobre-viver, sobre saúde e meio ambiente; e Democratize-se!, sobre política, serviços públicos e direitos humanos.

Anderson Meneses, diretor de negócios e tecnologia da Agência Mural, diz que “o site novo é o presente que estamos oferecendo para nossa audiência. É um sonho compartilhado por toda a rede de muralistas, leitores e apoiadores da Mural. Um projeto grandioso que eleva as periferias a outro lugar. E mostra, em um ambiente tão instável para o jornalismo, que continuamos firmes e fortes, cada vez mais com esperança de fazer nossa missão chegar ainda mais longe”.

“Pode deixar, garoto!”

“Pode deixar, garoto!” - Mauro Mug

Por Marcus Lopes

Por quase dez anos tive como vizinho de mesa um sujeito que era mais do que um repórter: era uma instituição jornalística. Perdemos o Mauro Mug, vulgo Mauro Carvalho da Silva. Repórter dos bons, pai zeloso, avô amoroso e amigo de todos. Mug era tudo isso e muito mais. Naquela época, anos 1990, a redação do Estadão tinha mais de 500 jornalistas apenas na sede em São Paulo. E Mug conhecia todo mundo. E era amigo de todo mundo. E todo mundo era amigo do Mug.

Gordinho bem-humorado, cavanhaque inconfundível e suspensórios. Mas a marca do Mug era o bom humor e suas histórias inesquecíveis. Que ele contava rindo, sem se importar se iam rir da história, dos personagens ou dele mesmo. Mug participou de coberturas memoráveis do jornal, fez grandes reportagens e era um dos maiores conhecedores do sistema hídrico de São Paulo. Já escrevia sobre crise hídrica muito antes de o tema virar pauta obrigatória nos jornais.

São dezenas de boas histórias com o Mug. Uma delas foi na máfia dos fiscais, quando ele me substituía, de vez em quando, na cobertura do Departamento de Identificação e Registros Diversos (Dird), da Polícia Civil, onde se concentravam as investigações policiais do maior esquema de corrupção já investigado na cidade de São Paulo. O delegado era Romeu Tuma Júnior, o Tuminha, que tratava bem os jornalistas, mas tinha de ter tato para lidar com ele. Eu dizia: “Mug, pelo amor de Deus, o Tuma é tranquilo, só não fica perguntando da família dele, pois ele não gosta de falar sobre questões pessoais”. E ele: “Pode deixar, garoto!”. Mug me chamava de garoto até agora, apesar dos meus quase 50 anos. Bom, Mug chegou na delegacia, cumprimentou o Tuma Jr. e, para quebrar o gelo com o delegado, tascou a primeira pergunta: “E seu irmão, como vai?” Tuma riu, respondeu numa boa e não falou nada. Ninguém era capaz de brigar com o Mug.

Outra vez, na redação, Mug tinha feito uma cobertura de reajuste de IPTU. O editor de Cidades era o Roberto Gazzi. Mug fez uma tabela complicadíssima com dados da Prefeitura que nem ele próprio entendeu. A subeditora Irene Ruberti chegou e, docemente, na boca do fechamento, tentou entender os números, chamou o Mug e me chamou, pois eu cobria Prefeitura e Câmara. Olhamos para ele como quem diz “e aí, Mug?”. Ele olhou a tabela, olhou para nós e, já com a pastinha na mão para ir embora, respondeu tranquilamente: “Sei lá…” Pegou a pastinha e foi andando tranquilamente pelo corredor rumo à saída. Rimos todos e, no outro dia, ninguém lembrava da tabela.

Numa época em que não havia celular, Mug fazia matérias de estradas congestionadas, com personagens, sem sair da redação. Um dia, Irene perguntou: “Mug, o que é isso, você inventou esses personagens? Como você pode ter entrevistado as pessoas que estão lá se você está aqui?”. E ele: “Não, muito simples: eu pedi para o guarda rodoviário sair perguntando quem queria dar entrevista para o Estadão”. Todo mundo atendia o Mug, até os guardas rodoviários e pessoas presas no congestionamento na saída do feriadão.

Mug tinha grandes amigos, como Alberto Luchetti, Fernando Lancha, Renato Lombardi e outros que, com certeza, têm histórias com o Mug muito melhores do que as minhas. Mas não podia deixar passar em branco a saudade que vamos sentir a partir de agora do Muguinho.

Mug tinha uma alegria enorme, um talento enorme, um bom humor enorme, um amor pela família enorme, enfim, tudo era enorme no Mug. Mas enorme mesmo será a lacuna e a saudade que ele deixa. (Ver Jornalistas&Cia edição 1334, página 12)


Marcus Lopes

A história desta semana é de um estreante no espaço: Marcus Lopes, jornalista com 29 anos de carreira e passagens por redações como Jornal da Tarde, O Estado de S. Paulo, Diário do Comércio e Valor Econômico. Atualmente é um dos editores da Agência EY de notícias, parceria da EY com a InPress PorterNovelli.

Comentarista da Jovem Pan é exonerado da Alesp após fala antissemita

Comentarista da Jovem Pan é exonerado da Alesp após fala antissemita

José Carlos Bernardi, comentarista da Jovem Pan, foi exonerado de seu cargo como assessor de imprensa no gabinete do deputado Campos Machado (PTB) na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), após dizer no programa Jornal da Manhã que a morte de judeus poderia gerar a retomada econômica do Brasil.

Após discussão com a também comentarista Amanda Klein, sobre o desmatamento da Amazônia e o desenvolvimento econômico da Alemanha em comparação com o do Brasil, Bernardi disse: “É só assaltar todos os judeus que a gente consegue chegar lá. Se a gente matar um monte de judeus e se apropriar do poder econômico deles, o Brasil enriquece. Foi o que aconteceu com a Alemanha pós-guerra”.

Em nota publicada pelo seu gabinete, o deputado Campos Machado anunciou a exoneração do jornalista: “Em face da gravidade da opinião declarada por meu assessor, e tendo em vista os excelentes laços de amizade e respeito que tenho com a comunidade judaica, não poderia deixar de manifestar meu repúdio ao comentário”.

“Não poderia continuar contando com os serviços profissionais do autor desse absurdo pronunciamento”, diz o texto. “Portanto, hoje mesmo (17/11), em comum acordo com o profissional José Carlos Bernardi, decidimos que não havia mais condições de ele permanecer em meu gabinete, restando-me determinar, hoje mesmo, as devidas providências para a sua imediata exoneração do cargo que ocupava”.

Em nota à imprensa, o Ministério Público de São Paulo anunciou que vai investigar se Bernardi cometeu crime de ódio ao fazer o comentário antissemita: “A promotora de Justiça Maria Fernanda Balsalobre Pinto, que comanda o Grupo Especial de Combate aos Crimes Raciais e de Intolerância (Gecradi) do MPSP, instaurou um procedimento para apurar eventual cometimento de crime de ódio por intermédio de meios de comunicação”.

A comunidade judaica repudiou o comentário do jornalista. A Jovem Pan pronunciou-se sobre o episódio, dizendo que as visões de seus comentaristas não necessariamente refletem a opinião da empresa.

A emissora publicou também uma retratação de Bernardi:

“Peço desculpas pelo comentário infeliz que fiz hoje no Jornal da Manhã − Primeira Edição, ao usar um triste fato histórico para comparar as economias brasileira e alemã. Fui mal-entendido. Não foi minha intenção ofender a ninguém, a nenhuma comunidade, é só ver o contexto do raciocínio. Mas, de qualquer forma, não quero que sobrem dúvidas sobre o meu respeito ao povo judeu e que, reitero, tudo não passa de um mal-entendido”.

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