Justiça de Goiás arquiva processo contra o Aos Fatos
O Tribunal de Justiça de Goiás arquivou, na última segunda-feira (9/5), um pedido do procurador federal Ailton Benedito para censurar uma reportagem do Aos Fatos e indenizá-lo pela publicação.
Mencionado na reportagem Apoio à cloroquina engaja mais no Twitter sustentado em desinformação, publicada em maio de 2020, Benedito foi apontado como um dos usuários bolsonaristas do Twitter que mais promoveram o uso da cloroquina contra a Covid-19.
O juiz Felipe Vaz de Queiroz, do 10º Juizado Cível Especial, rejeitou o pedido em março deste ano, decidindo pelo arquivamento da ação. Em 11 de abril, ele negou um embargo declaratório de Ailton Benedito. Após o fim do trânsito em julgado da sentença, os autos foram arquivados.
A reportagem, de Marina Gama Cubas, Bruno Fávero e Amanda Ribeiro, lista o procurador dentre os usuários que mais tuitaram sobre cloroquina. Em março, em sua decisão, o juiz Felipe Vaz de Queiroz considerou que, no texto do Aos Fatos, “dados foram genericamente apresentados, sem cunho vexatório, intimidatório, calunioso ou difamatório”.
A ação do procurador foi precedida de episódios de assédio ao Aos Fatos nas redes sociais fomentada por expoentes do bolsonarismo. O procurador chegou a ameaçar a publicação em seu Twitter e estimulou a prática de assédio judicial contra outros jornalistas. Na época, a Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) divulgou uma nota de solidariedade ao Aos Fatos e de repúdio às tentativas de intimidação.
Morre Alberico de Sousa Cruz, ex-diretor de Jornalismo da Globo
Morreu nesta terça-feira (10/5), Alberico de Sousa Cruz, ex-diretor da Central Globo de Jornalismo, aos 84 anos, no Rio de Janeiro. Ele estava internado na Clínica São Vicente por causa de complicações decorrentes de uma leucemia, diagnosticada há alguns meses. Deixa a mulher, Regina, duas filhas, Cristiana e Janaína, e três netos.
Nascido em Minas Gerais, Alberico formou-se em direito, mas optou por trabalhar com jornalismo. Passou por Jornal da Cidade, o Binômio, a sucursal mineira de Última Hora, Revista Manchete, Revista Veja e O Jornal, dos Diários Associados.
Chegou à Globo em 1980, convidado por Armando Nogueira para ser o diretor de Jornalismo da emissora, em Minas Gerais. Dois anos depois, tornou-se diretor de Telejornais Comunitários da Central Globo de Jornalismo, no Rio de Janeiro.
Ao longo da carreira, fez importantes coberturas jornalísticas, como a da morte do presidente eleito Tancredo Neves, em 1985. Em 1987, assumiu o cargo de diretor de Telejornais de Rede, e em abril de 1990, substituiu a Armando Nogueira na direção da Central Globo de Jornalismo.
Um ano mais tarde, comandou a cobertura da Guerra do Golfo, com repórteres em Israel, Jordânia, Iraque e Estados Unidos. Também foi responsável por cobrir as eleições presidenciais americanas de 1992 e a Conferência do Clima, a Eco 92, no Rio de Janeiro, com a participação de 102 chefes de estado. Alberico foi também o responsável por levar a primeira mulher à bancada do Jornal Nacional, Valéria Monteiro, em 1992.
Ele ficou na Globo até 1995. Depois, tornou-se sócio de um canal de TV a cabo regional e comandou o jornalismo da Rede TV até se aposentar, em 2002.
Segundo texto publicado no g1, Alberico “Aprendeu com a terra e se aperfeiçoou com os livros. Contar e fazer história era o que se lia no destino daquele jovem. Alberico seria conhecido pelo Brasil como um dos jornalistas mais atuantes do País. (…) O que fica na memória da família e dos incontáveis amigos é a lembrança do homem alegre, descontraído e cheio de histórias, que buscou a leveza lá do começo da vida, pra não parar de sorrir”.
Flavio Ortega deixa a ESPN e vai para a Comunicação do Corinthians
O repórter Flavio Ortega, setorista do Corinthians pela ESPN, deixa a emissora após 15 anos de contribuição. Ele ocupará um cargo na Comunicação do clube paulista, que cobria diariamente desde 2004. No Instagram, Flávio postou um agradecimento por sua trajetória na ESPN: “Toda história tem um começo e um final. Ou um até breve, quem sabe”.
Ortega chegou à ESPN em 2007, contratado para o projeto de rádio da emissora, a Eldorado/ESPN, posteriormente Estadão/ESPN. Em 2013, foi transferido para a TV e passou a cobrir o Corinthians em telejornais da casa, como o SportsCenter, tornando-se um dos mais conhecidos setoristas do clube.
Ao longo dos 15 anos de casa, cobriu Copa do Mundo, Olimpíada, final de Champions League, Copa das Confederações, Libertadores, Mundial de Clube, e “incontáveis reportagens e entrevistas. Estou de saída para um novo desafio, feliz por deixar tantos amigos. Por muitos anos o slogan da casa foi ‘informação é o nosso esporte’ e sempre foi o meu: apuração, hard news, reportagem, furos, jornalismo na essência. Ufa, missão cumprida! Muito, muito, muito obrigado ESPN!”, escreveu Ortega no Instagram.
No Corinthians, será responsável pela comunicação do dia a dia do futebol profissional e pela produção de conteúdo para a Corinthians TV, canal do clube no YouTube que conta com cerca de 1,6 milhão de inscritos.
Organizações lançam guia para cobertura jornalística do trabalho infantil
A ANDI – Comunicação e Direitos, em parceria com a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e o Ministério Público do Trabalho (MPT), lançaram nesta terça-feira (10/5) o documento Trabalho Infantil: Guia para a Cobertura Jornalística, voltado para jornalistas, com o objetivo de auxiliar a cobertura do tema.
O guia contém informações essenciais sobre o tema, incluindo dados, legislações nacionais e internacionais e recomendações sobre como cobrir o trabalho infantil, denúncia de casos, o marco legal com leis brasileiras e convenções internacionais sobre a prevenção e erradicação do trabalho infantil, e recomendações para jornalistas no que se refere a aspectos gerias do tema, controle social e responsabilização, novas abordagens para a pauta, edição consciente e uma pequena biblioteca de documentos sobre o trabalho infantil.
O lançamento oficial ocorreu em live no canal do MPT no YouTube, com presença de membros das organizações e dos responsáveis pelo estudo. Além de jornalistas e comunicadores, o guia é destinado a profissionais do sistema de Justiça, organizações da sociedade civil defensoras dos direitos das crianças e adolescentes e pesquisadores e estudantes de Comunicação.
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Coletivo Acauã leva informação a deserto de notícias pernambucano

Para diminuir o deserto de notícias em municípios com pouca ou nenhuma cobertura jornalística no interior de Pernambuco, jovens jornalistas e estudantes de Comunicação do campus de Caruaru da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), em Campina Grande, criaram o Coletivo Acauã.
A princípio, a produção do coletivo se concentrará nas cidades de Betânia e Flores – Sertão do Moxotó e Sertão do Pajeú, respectivamente -, Santa Cruz do Capibaribe, Cachoeirinha e Caruaru, no Agreste.
“Com o nosso trabalho, pretendemos construir uma cobertura jornalística alternativa, cujo objetivo principal é melhorar a produção e difusão de informações sobre e para os municípios onde atuaremos”, destaca a descrição do coletivo em sua página no Medium.
Também conhecida como “macauá”, “acanã”, “cuã”, “cauã” e “coã”, a Acauã é uma ave que, em algumas regiões do país, é considerada um pássaro de mau agouro, que traz no seu canto um alerta. Mas, ela não voa levando apenas más notícias. Pelos sertões, por exemplo, dependendo de onde a Acauã pouse e cante, a sua presença também pode indicar coisa boa.
O Coletivo Acauã, que integra o Mapa da Mídia Independente e Popular, é produzido por Géssica Amorim, Cladisson Rafael, Márcio Correia, Maryane Martins e Mayara Bezerra.
Siga no Instagram (https://www.instagram.com/coletivoacaua/)
Marcelo Cosme lança livro sobre luta contra LGBTfobia

Marcelo Cosme, âncora do Em Pauta, na GloboNews, lançou o livro Talvez Você Seja − Desconstruindo a LGTBfobia que você nem sabe que tem. Com o objetivo de ajudar os leitores a se informarem e assim contribuir para uma sociedade com mais respeito, a obra revela em detalhes a jornada do apresentador para se reconhecer como gay.
Para a construção do livro, Marcelo conversou com especialistas como Drauzio Varella, o psicólogo Angelo Brandelli, a psicóloga Rosângela Macedo e o psiquiatra Jairo Bouer, além de entrevistar políticos que falam publicamente sobre a sua sexualidade como o governador Eduardo Leite (PSDB), o senador Fabiano Contarato (PT) e a vereadora Érika Hilton (PSOL).
Em entrevista ao Noticias da TV, o apresentador conta que na vida não dá para se esconder em mentiras: “Prefiro dar a cara a tapa e apanhar um pouquinho. Estou apanhando pouco. Os tapas estão sendo leves, graças a Deus! As pessoas estão recebendo muito bem. Tem um ou outro desavisado, mas são poucos”.
O livro conta com prefácio do cantor Lulu Santos, mas, acima de tudo, com histórias de pessoas desconhecidas, como a de um homem trans e de um garoto que apanhou dos pais.
Casal de jornalistas completa um ano na estrada em expedição pelo Brasil

O casal Carina Furlanetto e João Paulo Mileski completou em 3/5 um ano na estrada, em expedição que pretende passar por todos os estados do Brasil. Eles saíram de Bento Gonçalves em 2021 e desde então, além do Rio Grande do Sul, já passaram por Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins, onde estão atualmente.
Em 2019, a bordo do mesmo veículo, o casal realizou uma aventura de quase 14 meses por dez países sul-americanos, história contada no livro Crônicas na Bagagem: 421 dias na estrada − uma jornada de desprendimento pela América do Sul. Após o retorno ao Brasil, pela Venezuela, o objetivo era voltar ao Rio Grande do Sul para conhecer todos os estados do País; no entanto, a pandemia acabou forçando uma pausa na continuidade da expedição.
A estimativa é que a expedição dure em torno de dois anos. A adaptação no veículo possibilita a economia necessária para tornar possível uma viagem com tão longo prazo. “Não pagamos por hospedagem e cozinhamos no próprio carro, em uma panela elétrica conectada a uma bateria extra”, explica Carina. “É claro que não temos o conforto de um motorhome, mas essa foi a forma que encontramos para realizar o nosso sonho”.

Apesar de todos os desafios, como chegar a ficar três dias seguidos sem banho, João garante que os aprendizados compensam os sacrifícios: “Viajar é descobrir que o mundo nem sempre é como nos contam. Que o sertão não é só seca, o Nordeste não é só praia e calor e que, apesar de todas as notícias ruins que vemos na TV, as pessoas boas ainda são maioria. São essas descobertas que nos motivam a continuar”.
(Com informações do Coletiva.net)
Amigos organizam vaquinha para ajudar Rubens Valente a pagar Gilmar Mendes
Amigos de Rubens Valente estão organizando uma vaquinha para ajudá-lo a pagar R$ 310 mil ao ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O repórter foi condenado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) e pelo STF a indenizar Mendes por danos morais pela publicação do livro Operação Banqueiro, sobre o banqueiro Daniel Dantas, preso em 2008 pela Operação Satiagraha da Polícia Federal.
O repórter não participou da organização da vaquinha, mas foi convencido por amigos a aceitar a realização da campanha de arrecadação em seu nome. O ministro não é tema central no livro, mas declara que teve sua honra atingida. Valente já pagou cerca de R$ 143 mil a Mendes e terá de desembolsar mais R$ 175 mil como devedor solidário caso a Geração Editorial, que publicou o livro, não arque com a parte dele.
Os dois tribunais superiores determinaram também que, em uma eventual reedição do livro, Valente inclua, como direito de resposta, a sentença condenatória e a transcrição integral da petição inicial interposta por Mendes, algo em torno de 200 páginas.

Reportagem da Agência Pública mostra que o caso põe em risco a liberdade de imprensa no Brasil. Em entrevista à agência, Rubens classificou o ocorrido como “um atentado à liberdade de expressão e de informação”. A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) acredita que o caso abre um precedente perigoso para o regime legal da liberdade de expressão no País, e ingressou com uma petição na Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) para que o órgão avalie o caso. Leia mais aqui.
Interessados em ajudar na vaquinha podem fazê-lo por meio da chave PIX aleatória a45ad0a9-22ef-4d20-8bd0-f756f6e7cc76 ou no QR Code da imagem acima.











