Novo veículo de comunicação global pretende “bater de frente com gigantes”
Dois veteranos da mídia nos Estados Unidos, Justin Smith, ex-CEO da Bloomberg Media, e Ben Smith, ex-editor chefe do BuzzFeed e ex-colunista de mídia do New York Times, lançarão em breve o Semafor, novo veículo de comunicação global que pretende “bater de frente” com gigantes do setor, como New York Times, BBC e CNN. O lançamento está marcado para outubro.
Os dois Smiths acabaram de levantar cerca de US$ 25 milhões com investidores como o brasileiro Jorge Paulo Lemann; Sam Bankman-Fried; John Thornton, apaixonado por mídia sem fins lucrativos, que fundou o Texas Tribune; e David Bradley, ex-controlador da revista The Atlantic. Com o dinheiro, o Semafor já contratou 60 pessoas, sendo 30 jornalistas.
Segundo declarou Ben em entrevista recente, a ideia é que o Semafor seja lido “pelas 200 milhões de pessoas que têm ensino superior, que leem em inglês, mas que ninguém está tratando como uma audiência. Nossos grandes competidores, que dominam as notícias globais, foram criados no século 20. Eles estão exportando notícias de Londres ou de Atlanta ou de Nova York. A gente está tentando construir uma forma de fazer notícia muito mais em rede e para um momento totalmente diferente”.
O Semafor vai focar em furos de reportagem e produzir as matérias de forma que, em uma seção, o repórter narre os fatos, e em outra, faça uma análise. O veículo pretende mostrar também uma visão crítica àquela retratada no texto, e uma outra visão sobre o mesmo tema vinda de outra região do mundo. Um diferencial da iniciativa é que sua primeira editoria internacional será dedicada à África.
O veículo vai começar com um site e um app gratuitos, utilizando publicidade e eventos para as receitas. Depois de um ou dois anos deve adotar um sistema de assinaturas.
O caso “Wagatha Christie” e a insanidade de celebridades nas redes sociais
Por Luciana Gurgel

Na última sexta-feira (29/7), o Reino Unido aguardava ansioso o veredito de um julgamento que mobilizou o país nos últimos três anos, com um enredo que parece de filme. TVs estavam a postos para entrar ao vivo.
As partes eram as mulheres de dois astros do futebol, Rebekah Vardy e Coleen Rooney, melhores inimigas de infância depois que uma acusou a outra de vazamento de informações pessoais para o tabloide The Sun − sempre ele.
O caso expôs práticas discutíveis no relacionamento de famosos com a mídia, mostrando como é fácil manipular uma parte da imprensa para atingir um objetivo. Basta alimentar a sua fome insaciável por notícias exclusivas − mesmo que obtidas de forma pouco elogiável.
Coleen é casada com Wayne Rooney, que brilhou no Manchester United. O enlace, na sofisticada Portofino, na Itália, foi “vendido” à revista OK! por £ 2,5 milhões. Ela já trabalhou como colunista de celebridades e na TV, entende do riscado.
Rebekah é a mulher de Jamie Vardy, do Leicester. Os atletas eram da seleção inglesa de futebol, e as duas apareciam juntas em eventos e em arquibancadas. Até que Coleen notou que informações postadas em sua conta fechada no Instagram apareciam seguidamente no The Sun.
Em um lance de espionagem, postou três informações falsas e ajustou as configurações para que só fossem vistas pela “amiga”, que caiu na armadilha. As três histórias apareceram no jornal.
Devido ao estratagema, o caso ficou conhecido como “Wagatha Christie”, em alusão à escritora de livros de mistério e à expressão Wag (de wives and girlfriends), cunhada pelos tabloides para se referir às companheiras de jogadores.
E aí começa a diferença de condução de uma situação dessas, que se tivesse ocorrido com uma pessoa “normal” possivelmente não teria tido o mesmo desfecho.
Em outubro de 2019, Coleen Rooney tuitou contando a história. Não acusou a ex-amiga diretamente, mas revelou que a única conta que viu aqueles posts era a de… Rebekah Vardy, naquela altura grávida de oito meses.
Para quem não queria ter sua vida exposta, foi um movimento questionável. A mídia não deixou o caso esfriar, e intimidades acabaram reveladas.
Poderia ter parado ali e hoje poucos lembrariam da história. Entretanto, a acusada resolveu desafiar a acusadora com um processo de difamação.
Quem trabalha com administração de crises já deve ter tido que avaliar o risco de abrir um processo desses. Mesmo vencendo, a sangria pode não compensar.

No caso de Vardy, havia evidências de que ela tinha vazado diretamente ou por meio da agente e amiga Caroline Watt, que dificilmente faria isso sem consentimento.
A baixaria foi total, com acusações de traição e destruição de provas. Para provar que a amizade não era sincera, a defesa conseguiu uma mensagem de WhatsApp em que Vardy referiu-se a Coleen como uma “vadia desagradável”. Elegância pura.
Na sexta-feira, a autora foi derrotada, saindo de sua bravata £ 3 milhões mais pobre.
Para a juíza Karen Steyn, Rooney provou que a essência da causa era “substancialmente verdadeira”. E as alegações de Vardy foram consideradas ”inconsistentes, evasivas ou implausíveis”.
Um dos aspectos mais debatidos, antes e depois do veredito, foi por que Rebekah Vardy encarou uma briga com poucas chances de vencer.
Mais do que o dinheiro perdido, ela se tornou um mau exemplo e foi abandonada por amigos.
A história, que está sendo preparada para virar filme, levanta também o tema de excessos nas redes sociais, mesmo que em grupos privados. Quem se arrisca a contar tudo o que se passa em sua vida está sujeito a vazamentos, intencionais − como nesse caso − ou acidentais.
No meio da confusão, o The Sun foi o menos afetado. Assim como os outros tabloides, ele vive de vazamentos muito antes de as redes sociais existirem. Mas elas podem estar facilitando um pouco o trabalho e exacerbando as insanidades em torno da notoriedade e do jogo de influência.
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Jairo Marques fala sobre jornalismo para pessoas com deficiência no segundo episódio do #diversifica
Já está no ar o segundo episódio do videocast #diversifica, projeto multimídia produzido pelo hub de Diversidade, Equidade & Inclusão (DEI) do Portal dos Jornalistas. Em quase uma hora de conversa com a apresentadora e coordenadora editorial Luana Ibelli, o editor da Folha de S.Paulo e autor do blog Assim como Você Jairo Marques fala sobre os desafios para profissionais com deficiência e a cobertura do jornalismo brasileiro sobre o tema.
A entrevista faz parte do especial Subjetividades, iniciativa que reúne seis jornalistas para discutir a diversidade na profissão sob a ótica em que estão inseridos. No episódio de estreia, publicado em 27/7, Caê Vasconcelos abordou questões relacionadas a mercado de trabalho e cobertura sobre a temática LGBTQIA+.
Nas próximas semanas, irão ao ar as entrevistas com:
- 10/8 – Luciana Barreto, da CNN Brasil (Negritude)
- 17/8 – Nayara Felizardo, do The Intercept Brasil (Territórios)
- 24/8 – Luciene Kaxinawá, da Amazônia Real (Indígenas)
- 31/8 – Erick Mota, do Regra dos Terços (Neurodivergência).
Os episódios estão disponíveis no canal do Portal dos Jornalistas no YouTube e nos principais tocadores de podcast. Em 31 de agosto, uma edição especial de Jornalistas&Cia trará um resumo com as principais discussões levantadas durante os bate-papos.
Vale lembrar que o #diversifica é um dos 15 projetos brasileiros selecionados pelo Programa Acelerando a Transformação Digital, financiado pelo Meta Journalism Project, com o apoio de Associação de Jornalismo Digital (Ajor) e Internacional Center for Journalists (ICFJ). Apoiam a iniciativa Rádio Guarda-Chuva, Imagem Corporativa, Énois Conteúdo e Oboré Projetos Especiais. O episódio de estreia, sobre a temática LGBTQIAP+, teve patrocínio do Itaú. Empresas interessadas em associar sua marca podem obter mais detalhes com Fernando Soares ([email protected]) ou Vinicius Ribeiro ([email protected]).
- Leia também: Caê Vasconcelos acerta com o UOL
Google divulga selecionados para programa Startups Lab Brasil
A Google News Initiative (GNI) divulgou os 16 veículos selecionados para o programa GNI Startups Lab Brasil, que ajudará as empresas a inovar e desenvolver novos modelos de negócios sustentáveis no jornalismo.
Os veículos receberão ao longo de 16 semanas workshops e treinamentos sobre viabilidade financeira de um meio jornalístico, estratégias de negócio, identidade de produto, vendas e marketing, construção de comunidade, captação de recursos, entre outros. Além disso, cada empresa receberá US$ 20 mil em financiamento para serem utilizados ao longo do programa, que vai de 15 de agosto até 2 de dezembro.
Entre os selecionados está a Rádio Guarda-Chuva, de São Paulo, da qual faz parte o videocast #diversifica, projeto multiplataforma produzido pelo hub de Diversidade, Equidade & Inclusão (DEI) da Jornalistas Editora.
As demais empresas selecionadas foram: ((o))eco (RJ), Agência Diadorim (SP), Agência SAIBA MAIS (RN), Ambiental Media (SP), Ceará Criolo (CE), Correio Sabiá (DF), Desenrola e Não Me Enrola (SP), Fala Roça (RJ), Fiquem Sabendo (SP), Jornal Plural Ltda. (PR), Matinal Jornalismo (RS), Nós, Mulheres da Periferia (SP), Portal Tailândia (PA), Reset (SP) e Site Coreto (BA).
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Sites jornalísticos são o principal alvo da CPI do Aborto em Santa Catarina
Em 26/7, foi aprovada na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) a realização da CPI do Aborto, que vai investigar as circunstâncias da interrupção da gravidez de uma menina de 11 anos, vítima de estupro no Estado. Parecer da entidade aponta como os principais alvos da investigação sites jornalísticos que denunciaram o caso.
“Em que pese tenham se sucedido no âmbito do Poder Judiciário, no âmago de um processo judicial, a forma de condução e divulgação (vazamento) da audiência, com sua repercussão feroz na sociedade, traz a lume a viabilidade de investigação requerida”, diz o documento.
Cinco organizações defensoras dos direitos das mulheres enviaram uma representação ao Ministério Público Federal contra a CPI do Aborto. Segundo as entidades, os rumos da investigação mostram que os parlamentares que assinam o requerimento “se mostraram favoráveis aos obstáculos enfrentados pela menina para que tivesse acesso ao aborto legal e contrários a toda e qualquer mobilização que tenha contribuído para a efetivação do direito, como a atuação de jornalistas no caso”.
A representação diz que as declarações dos deputados são centradas em afirmações moralizantes e sensacionalistas sobre o procedimento do aborto, e que incitam a promoção da perseguição política contra jornalistas, médicos e advogados que lutam “pela liberdade de consciência, de expressão e de exercício profissional”. Além disso, as organizações temem que a CPI gere insegurança jurídica para pessoas que precisem do aborto legal no País.
A assessoria do MPF disse que o documento foi recebido e está sendo analisado.
Globo muda protocolo e não terá repórteres “carrapatos” na cobertura dos presidenciáveis
Ali Kamel, diretor de Jornalismo da TV Globo, anunciou à emissora e suas afiliadas uma mudança no protocolo de cobertura das eleições deste ano: não vai escalar repórteres “carrapatos”, que seguem os candidatos à Presidência para onde eles forem durante a campanha. É a primeira vez que a emissora abre mão do esquema.
Segundo apurou o Notícias da TV, a medida foi tomada devido aos cada vez mais constantes ataques e violências contra jornalistas por todo o País. Em relação à cobertura da campanha de governadores, a Globo analisará caso a caso, conforme o clima de polarização em cada estado.
Para cobrir candidatos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, que constantemente atacam a Globo, a emissora recomendou que sejam escalados repórteres à paisana, sem identificação de microfones.
No caso da cobertura presidencial, será exibida a agenda diária de cada candidato com imagens e vídeos da internet. Os repórteres só gravarão os áudios para complementar as reportagens depois, longe das comitivas dos candidatos.
Procurada pelo Notícias da TV, a Globo não deu mais detalhes sobre os protocolos, mas declarou que “mesmo um cenário político tão polarizado não impedirá o trabalho legítimo da imprensa. A Globo fará, como sempre fez, uma cobertura das eleições com isenção e profissionalismo”.
Vem aí o 2º Prêmio Einstein +Admirados da Imprensa de Saúde, Ciência e Bem-Estar
A segunda edição do Prêmio +Admirados da Imprensa de Saúde, Ciência e Bem-Estar teve início em 27 de julho. Fruto da parceria deste Jornalistas&Cia com o Einstein, a premiação de 2022 conta com algumas novidades.
A primeira, aliás, já se nota no próprio nome da premiação: de “+Admirados de Saúde e Bem-Estar” passa a se chamar “+Admirados de Saúde, Ciência e Bem-Estar”. É o reconhecimento da importância do Jornalismo Científico para a sociedade brasileira e para o próprio Jornalismo. Desse modo, profissionais e veículos que se dedicam a cobrir essa relevante área do conhecimento poderão receber indicações e disputar a premiação com os colegas das áreas de Saúde e Bem-Estar.
Não à-toa, a edição especial de Jornalistas&Cia em homenagem ao Dia da Imprensa, que circulou em 1º de junho, foi dedicada ao Jornalismo Científico, com uma ampla cobertura, abrangendo profissionais, assessores, fontes e acadêmicos.
A segunda novidade envolve a cerimônia de premiação, que, ao contrário de 2021, quando foi virtual em decorrência da pandemia da Covid-19, será presencial, em São Paulo.
O Prêmio Einstein +Admirados da Imprensa de Saúde, Ciência e Bem-Estar elegerá, em dois turnos de votação, profissionais e veículos de comunicação dedicados a essas três áreas de atuação. Entre os profissionais, elegerá os TOP 25 Brasil e os TOP 3 das regiões Norte, Nordeste, Centro Oeste, Sudeste e Sul. Na festa de premiação serão anunciados os TOP 5 Brasil e os campeões regionais, além de Colunista e Influenciador Digital. Já entre os veículos, disputarão presença no certame as categorias Agência de Notícias, Canal Digital, Podcast, Programa de Rádio, Programa de TV, Site/Blog, Veículo Impresso e Veículo Impresso Especializado.
“Esta segunda edição”, diz Eduardo Ribeiro, diretor deste J&Cia, “tem tudo para ser ainda mais relevante e agitada que a anterior, não só pelas inovações que traz, mas sobretudo pela valorização que essas áreas do jornalismo começam a ganhar com tudo o que tem acontecido no Brasil e no planeta. Contudo, é inegável que fazer uma homenagem dessa magnitude tendo o respaldo de uma marca como o Einstein é uma honra e uma responsabilidade imensas. E é por isso que vamos caprichar ainda mais na sua realização”.
Para Debora Pratali, diretora de Comunicação do Einstein, a iniciativa, mais do que frisar a importância do jornalismo de saúde, ciência e bem-estar, quer estimular o seu crescimento: “Esse prêmio é uma forma de reconhecer os profissionais e evidenciar seu valor para a sociedade. Além disso, tem o objetivo de destacar os veículos que mais investem na cobertura de saúde e ciência no País, para que sejam estimulados a cada vez mais dar destaque ao assunto. É esse bom jornalismo que busca, checa e entrega as informações sobre saúde, levando conhecimento, provocando debates, reflexões e gerando transformação. É absolutamente essencial”.
A eleição vai seguir até 1º de setembro – se você já quiser colaborar com o seu voto basta clicar neste link e preencher um breve cadastro. A cerimônia de premiação está marcada para 10 de outubro.
Caê Vasconcelos acerta com o UOL

Um conteúdo:

Caê Vasconcelos despediu-se da redação da ESPN Brasil após seis meses de contribuição e assumiu como repórter de segurança pública e direitos humanos no UOL Notícias.
Em suas redes sociais, ele agradeceu pelo tempo que passou na emissora esportiva e ressaltou o carinho que recebeu nesse período. “Foi uma honra fazer um monte de trampo zika nesse lugar − que sempre vou amar!”, disse.
Primeiro jornalista transgênero da história da ESPN Brasil, Caê foi o convidado de estreia do #diversidfica, videocast sobre Diversidade, Equidade e Inclusão no Jornalismo do Portal dos Jornalistas. A entrevista fez parte do especial Subjetividades, iniciativa que contará com a participação de seis jornalistas para discutir a diversidade na profissão sob a ótica de cada um.
O episódio já está disponível YouTube e nos principais tocadores de podcast.
O #diversifica é um hub de conteúdo multiplataforma sobre Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI) do Portal dos Jornalistas e da newsletter Jornalistas&Cia. Ele conta com os apoios institucionais da Associação de Jornalismo Digital (Ajor), International Center for Journalists (ICFJ), Meta Journalism Project, Imagem Corporativa e Rádio Guarda–Chuva.
- Leia também: 10 dicas para a cobertura sobre a população LGBTQI+













