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quarta-feira, julho 23, 2025

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Com falta de financiamento, portal Paraíba Feminina corre risco de acabar

O Paraíba Feminina, site independente voltado para perspectiva de gênero no Nordeste, corre o risco de sair do ar por falta de financiamento.
O Paraíba Feminina, site independente voltado para perspectiva de gênero no Nordeste, corre o risco de sair do ar por falta de financiamento.

O Paraíba Feminina, site independente que desde 2019 atua na divulgação de conteúdos em defesa dos direitos das mulheres, LGBTQIA+, crianças e população vulnerável, corre o risco de sair do ar por falta de financiamento. Com campanha para arrecadação no Apoia-se e via pix, o projeto seguirá com Podcast e Instagram.

Voltado para a perspectiva de gênero no Nordeste, o Paraíba Feminina é idealizado e realizado por Taty Valéria, com o apoio e colaboração de Márcia Marques. Denuncia crimes de assédio, violência, feminicídio, homofobia, racismo e abusos contra crianças e adolescentes. Somando 20 mil seguidores, o perfil do projeto no Instagram é o maior da Paraíba em seu segmento.

Pelo Twitter, Taty contou que nesses três anos à frente do Paraíba Feminina já produziu matérias, investigações e denúncias que ajudaram a levar abusadores e assediadores à justiça. A jornalista diz ainda que, em decorrência do seu trabalho, sofreu ameaças de morte.

“Fiquei com medo de sair de casa, precisei fazer Boletim de Ocorrência. Meu nome consta como testemunha em dois processos que correm na justiça”, afirma.

A ideia central do projeto é que políticas públicas que favoreçam a parcela marginalizada da população devem ser celebradas e compartilhadas, e que o trabalho legislativo – estadual e municipal – deve ser cobrado, acompanhado e publicizado, pois é desses lugares que saem as leis que regulam a vida em sociedade.

Especial Jornalismo nas veias: Lamber a cria

Especial Jornalismo nas veias: Lamber a cria

Lauriberto Braga, apresentador do programa Sala de Redação na Rádio Fortaleza FM, professor do Centro Universitário Estácio do Ceará e correspondente de J&Cia em Fortaleza; Carmen Pompeu, também advogada, e o filho, Lauriberto Pompeu

Sempre quis ser jornalista e desde pequeno ensaiava a profissão através do Jornal da Gente, uma publicação comunitária em Fortaleza. Quando fui fazer vestibular, não tive dúvida: Jornalismo na Universidade Federal do Ceará (UFC).

Ainda estudante ingressei no jornal O Povo e na Rádio Universitária FM, de Fortaleza. Ao longo de 40 anos de carreira, depois de passar por dezenas de veículos, cheguei a ser professor universitário de Jornalismo. Sou casado com uma jornalista, Carmen Pompeu, e nosso filho mais velho, Lauriberto Pompeu, resolveu fazer o quê? Jornalismo. Formou-se na mesma Universidade que eu e minha esposa: UFC.

Lauriberto Pompeu foi estagiário da Rádio Verdes Mares AM. Depois seguiu carreira em São Paulo: foca no Estadão e na Folha. Seguiu para Brasília: Poder 360, Congresso em Foco e agora na sucursal do Estadão. Ele gosta muito de política e está no lugar certo: Brasília, o centro do poder político brasileiro.

Sempre acompanho suas reportagens. Aquela coisa de “lamber a cria”. Aqui a cria escreve muito bem, diga-se de passagem.

Já me aposentei por tempo de contribuição à Previdência Social. Ele está com pouco mais de seis anos de carreira…

O adeus a Tão Gomes Pinto

Tão Gomes Pìnto
Tão Gomes Pìnto

Morreu em Indaiatuba, interior de São Paulo, na última sexta-feira, aos 83 anos, Tão Gomes Pinto, que dirigiu ou editou revistas nacionais de grande circulação. Ele sofreu uma queda na casa em que vivia com Débora, sua segunda esposa há 35 anos, teve traumatismo craniano, ficou internado por cinco dias no hospital, mas não resistiu. O corpo foi enterrado no Cemitério Parque dos Indaiás, naquela cidade. Além da viúva, deixa quatro filhos, entre eles o também jornalista Guilherme Gomes.

Será realizada neste sábado (7/5), a partir das 18h, uma missa de despedida a Tão, na Paróquia Santa Rosa de Lima (rua Apiacás, 250, em Perdizes), em São Paulo.

Tão participou da equipe que lançou o Jornal da Tarde e as revistas Veja e IstoÉ, onde teve duas passagens, a primeira como editor de Política e a segunda como diretor de Redação. Nessa função bateu um recorde da época (648 mil exemplares, entre venda em banca e assinaturas), que dificilmente será superado depois do advento do webjornalismo. Em 1984/85 foi assessor de imprensa do governador paulista Franco Montoro na campanha das Diretas Já. Em Brasília, assessorou o então ministro Roberto Gusmão, da Industria e Comércio, nos primeiros meses do governo José Sarney. Foi ainda assessor de imprensa do prefeito Jacó Bittar, em Campinas.

Por 45 edições, entre setembro 2018 e julho 2019, escreveu para Jornalistas&Cia a coluna semanal A revista revisitada, sobre o destino nada cor de rosa das chamadas “semanais de informação”

O filho Guilherme enviou a este portal um resumo da carreira do pai:

“Com longa trajetória no jornalismo, grande parte em redações, Tão Gomes Pinto − nascido Sebastião Rubens Gomes Pinto, em 27 de fevereiro de 1939 − foi um dos jornalistas de destaque de sua geração.

Filho da pintora Wega Nery (1912-2007), Tão formou-se em Direito pela Faculdade do Largo São Francisco (USP), numa época em que não havia curso específico de Jornalismo. Iniciou a carreira em 1963, nas páginas esportivas da sucursal paulista da Última Hora, jornal de Samuel Wainer. No mesmo ano transferiu-se para a equipe inicial do Notícias Populares, de Herbert Levy. Em 1966, sob a liderança de Mino Carta, foi contratado para fazer parte da Edição de Esportes, projeto inovador do Grupo Estado que viria a se transformar no Jornal da Tarde, do qual acabou sendo um dos fundadores. Nesse mesmo ano ganhou um Prêmio Esso de Trabalho Esportivo com a reportagem Interior, futebol por dentro, em parceria com Hamilton Almeida Filho.

Ainda ao lado de Mino Carta, foi um dos membros da equipe que fundou a revista Veja, da Editora Abril, em 1968. Posteriormente, fez parte do grupo que, ao lado de Domingo Alzugaray, Mino Carta, Fernando Sandoval e Armando Salem, fundou a revista IstoÉ. Em agosto de 1979, também participou da criação do Jornal da República, dos mesmos donos de IstoÉ, que circulou pelo curto período de cinco meses. Em IstoÉ, Tão chegou ao posto de diretor de Redação em sua segunda passagem, em 1993. Depois disso, em 1996, assumiu o cargo de diretor editorial da então revista Manchete, representando o veículo no júri do Troféu Imprensa de melhores da TV. Foi também diretor de Redação da revista Imprensa nos anos 2000. Em 2014, assumiu o cargo de ouvidor adjunto da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC).

Nos períodos em que não esteve em alguma redação, atuou ligado à comunicação. Foi assessor de imprensa do ex-governador Franco Montoro, no período da eleição de Tancredo Neves à Presidência da República. Também atuou como assessor do ex-ministro Roberto Gusmão, da Indústria e Comércio, e do ex-prefeito de Campinas Jacó Bittar.

Foi também colunista de diversas publicações como Folha de S.Paulo, Portal 247 e revista Imprensa, entre outras.

Como escritor, Tão é autor dos livros O elefante é um animal político, a biografia Ele, do ex-governador Paulo Maluf, e Itaipu, sobre a história da construção da usina hidrelétrica binacional.”

Octávio Costa e Regina Pimenta eleitos na ABI

Por 361 a 264 dos votos válidos, a Chapa 2 (ABI Luta pela Democracia), liderada por Octávio Costa (presidente) e Regina Pimenta (vice), venceu nesta sexta-feira (29/4) as eleições para a nova gestão que comandará a ABI até 2025. Cristina Serra e Helena Chagas, que encabeçaram a outra chapa, Democracia e Renovação, reconheceram a derrota. O pleito foi realizado inteiramente em ambiente virtual em todo o País. As propostas das duas chapas concorrentes podem ser conferidas na edição especial que Jornalistas&Cia publicou em 10 de março.

Os demais integrantes da diretoria vencedora são Moysés Corrêa (Administrativo), Geraldo Mainenti (Financeiro), Ana Helena Tavares (Assistência Social), Maria Luiza Busse (Cultura e Lazer), Moacyr de Oliveira Filho (Jornalismo). Confira aqui todos os integrantes das duas chapas.

Agência Pública lança livro em comemoração aos dez anos de atuação

Agência Pública lança livro em comemoração aos dez anos de atuação

A Agência Pública está lançando o livro Furos, mentiras e segredos revelados: uma década de reportagens da Agência Pública (Editora Elefante), que aborda a atuação da empresa desde a sua fundação, em 2011, na esteira das revelações do WikiLeaks. A obra é organizada pelas diretoras e cofundadoras da Agência Natalia Viana e Marina Amaral, com edição de Tadeu Breda.

Ao todo, são dez artigos sobre o trabalho da Pública, mais introdução, prefácio e posfácio. Na última década, a agência produziu mais de uma centena de reportagens que ajudam a compreender a realidade brasileira, que lhe renderam mais de cinquenta prêmios nacionais e internacionais.

Fabiana Moraes, colunista do Intercept Brasil, escreveu no prefácio que a Pública “entendeu que a prática jornalística não é a de reportar, ser mero instrumento mediador, mas colocou-se como sujeita de seu tempo: penso, por exemplo, quando a agência se imbuiu do compromisso de, a partir de 2018, priorizar investigações relacionadas com o governo Jair Bolsonaro, a primeira experiência brasileira com uma gestão de extrema direita”.

Na introdução, Eugênio Bucci, professor da ECA-USP, destaca que a Agência “concentra uma das maiores esperanças práticas para o jornalismo brasileiro. Os que gostam de usar o substantivo ’inovação‘ podem dizer sem hesitar que a Pública encarna a mais significativa inovação da imprensa brasileira na última década. Inovação mesmo. Inovação humanista, muito mais do que tecnológica ou financista. (…) É assim que ela nos brinda com uma esperança prática, em cada uma das vírgulas que publica − que torna públicas −, como a nos alertar de que o futuro da imprensa passa por saber-se função pública, não apenas por prestar um serviço de interesse coletivo, mas porque o ofício jornalístico é antes de natureza pública do que de natureza privada ou profissão liberal”.

Já é possível adquirir o livro em pré-venda no site da Editora Elefante.

Chico Pinheiro deixa a Globo após 32 anos

Chico Pinheiro deixa a Globo após 32 anos

O âncora Chico Pinheiro, atual apresentador do Bom Dia Brasil, está deixando a TV Globo após 32 anos de casa. A saída foi anunciada internamente por Ali Kamel, diretor-geral de Jornalismo da emissora, que informou que a decisão foi em comum acordo.

Formado em Jornalismo pela PUC-Minas, Chico iniciou a carreira em 1971, como estagiário no Diário de Minas e na sucursal mineira do Jornal do Brasil. Em 1977 foi para a Globo Minas como chefe de Reportagem, e posteriormente, após uma pós-graduação em Navarra, na Espanha, repórter em Belo Horizonte do Jornal Nacional. Passou pela Bandeirantes, de 1989 a 1995. No ano seguinte, voltou à Globo como âncora do Bom Dia São Paulo, depois foi para Bom Dia Brasil e SPTV.

Conhecido pelos bordões “Coragem” e “Graças a Deus, hoje é sexta-feira”, Chico entrevistou personalidades importantes ao longo da carreira, como Ulysses Guimarães, o ex-ministro da Justiça Ibrahim Abi-Ackel (censurada pela ditadura militar) e Niceia Pitta, ex-mulher do então prefeito Celso Pitta. Amante do carnaval, entrevistou também grandes nomes do samba, como Zeca Pagodinho e Dona Ivone Lara.

Até o momento, não há um substituto para Chico na bancada do Bom Dia Brasil, que dividia com Ana Paula Araújo. Vale lembrar que, também nesta semana, Carlos Tramontina anunciou sua saída da emissora após 43 anos de contribuição.

Relatório revela os efeitos da desinformação e violência contra mulheres e LGBT+ na comunicação

O Gênero e Número junto a Repórteres Sem Fronteiras lançaram o relatório online sobre a desinformação e violência contra jornalistas e lgbt+.
O Gênero e Número junto a Repórteres Sem Fronteiras lançaram o relatório online sobre a desinformação e violência contra jornalistas e lgbt+.

A Gênero e Número em parceria com a Repórteres Sem Fronteiras divulgaram em 26/4 o relatório online O impacto da desinformação e da violência política na internet contra jornalistas, comunicadoras e lgbt+. Buscando investigar como a desinformação e a violência contra profissionais da imprensa têm repercutido no dia a dia do trabalho, o relatório é resultado da pesquisa online realizada de 9/8 a 6/9 do ano passado, e que contou com a participação de 237 comunicadores.

Dividido em três eixos, sendo eles: Desinformação, Violência Online e Proteção e Plataformas, mais de 90% dos jornalistas participantes da pesquisa avaliaram que a desinformação tem causado uma perda de confiança na imprensa por parte da sociedade.

Os dados apontam que 8 em cada 10 profissionais de mídia já mudaram seus comportamentos nas redes sociais nos últimos anos para se proteger de ataques, mais de 50% afirmaram que a proliferação de ataques nas redes contra a imprensa impactou sua rotina profissional e 15% relataram ter desenvolvido algum tipo de problema de saúde mental em decorrência dos ataques sofridos.

Ainda segundo o levantamento, 50% afirmaram já terem sofrido algum tipo de violência online devido a profissão, sendo sua maioria do gênero feminino (41,9%). Entre aquelas que afirmaram já terem presenciado alguma situação desse tipo com outra pessoa, esse número sobe para 81,4%, dos quais 67,4% são mulheres. 50,7% das profissionais afirmaram já terem sofrido ataques misóginos ou com conotação sexual.

Para Natália Leão, diretora de dados da Gênero e Número e responsável pela metodologia da pesquisa, mulheres e LGBTs alteraram hábitos e formas de fazer seu trabalho numa tentativa de menos exposição.

“É alta a percepção de insegurança, e para a maioria dos respondentes o Governo Bolsonaro acirrou o fenômeno da desinformação no Brasil, afetando a rotina de trabalho, a saúde e a vida pessoal dos jornalistas”, disse.

Especial Jornalismo nas veias: Visão de colega mais experiente

Especial Jornalismo nas veias: Visão de colega mais experiente

Hélio Doyle, professor aposentado da UnB, e a filha Luísa Doyle

Tenho um filho e três filhas, e apenas uma delas, Luísa, optou pelo jornalismo. Ela simplesmente me avisou que faria Jornalismo na Universidade de Brasília, onde eu era professor. Em nenhum momento eu havia tentado convencê-la a seguir a carreira do pai, mesmo achando que o jornalismo é mesmo a melhor profissão do mundo, como escreveu Gabriel García Márquez.

Luísa está na profissão há 14 anos, 12 dos quais como repórter da Rede Globo em Brasília. Ela vive uma experiência que não tive. Em 52 anos de jornalismo, nunca fui repórter de televisão, a não ser ocasionalmente − eu era chefe de Redação na Globo em Brasília, e meu trabalho era coordenar e editar. Apareci na tela por apenas duas semanas, cobrindo eleições na Alemanha.

Gosto muito do trabalho da Luísa, não com a visão de pai coruja, mas de colega mais experiente e de ex-professor dela na UnB. Dou palpites e sugestões, manifesto aprovação ou desaprovação quanto à forma e ao conteúdo de suas reportagens. Em condições normais, diria que tem futuro. Confesso, porém, que a nova realidade do jornalismo me preocupa: grande número de desempregados, empresas em dificuldades ou desaparecendo, salários mais baixos, muitos sobrevivendo com dificuldades. Bem diferente de quando eu tinha a idade dela.

Mas, o que Luísa pensa sobre tudo isso? Perguntei a ela.

− Como foi a sua opção pelo jornalismo? Tive alguma influência?

Quando eu era menor, dizia que nunca iria querer fazer Jornalismo porque você trabalhava muito. Mas aí, no ensino médio, percebi que gostava de escrever. Redação era uma das minhas aulas preferidas. Então comecei a pensar em Jornalismo. Tinha outras faculdades como opção, como Psicologia e Relações Internacionais. Mas acabei optando pelo Jornalismo pela vontade de escrever, de contar histórias, de ouvir pessoas. Com certeza teve influência sua, de alguma forma.

− E aí deixou de lado o fato de eu trabalhar muito, ser muito ausente?

Deixei. Nunca te achei um pai ausente. Não deixava de estar nos momentos importantes, sempre brincava com a gente, levava no parque. Minha lembrança é de você chegar em casa muito tarde durante a semana. Mas isso acabou não pesando na decisão.

− Em algum momento se arrependeu?

Não, nunca. É uma profissão que nem sempre é fácil, é cada vez menos valorizada. Mas, ainda assim, não me imagino fazendo outra coisa.

− Você passou por meio impresso e está na televisão. Qual prefere?

Passei pelo online também. São bem diferentes e gostei de trabalhar nos três. Mas a televisão me encantou desde o primeiro estágio, na Band, depois ainda mais quando estagiei na Globo. Pelo dinamismo, pelo grande alcance que tem. Hoje em dia o online cumpre muito esse papel também, mas a TV é o agora. O ao vivo. O que está acontecendo naquele momento. Sempre gostei de estar em um lugar na hora do fato e já mostrar isso para as pessoas. E é muito bom ver como isso repercute na vida da população, como uma reportagem pode mudar a vida de alguém.

− Vendo demissões, veículos fechando, colegas desempregados, você não teme pelo futuro na profissão?

Temo. Acho que é um momento delicado e de transformação do jornalismo. Não sei como estaremos daqui a dez anos. Não acredito que a profissão irá acabar, mas vai se transformar profundamente. Os veículos, as formas de linguagem, a dinâmica, tudo já tem sido e vai ser ainda mais diferente. Cabe a nós nos adaptarmos.

− Mesmo assim não pensa em alternativas?

Hoje, não penso.

− Você está em telejornais locais e de vez em quando faz matérias políticas ou econômicas para telejornais da rede e para a GloboNews. Em que área se sente mais à vontade?

É interessante mudar de ares, fazer coberturas diferentes. Isso é uma das coisas que mais me atrai no jornalismo. As matérias políticas e econômicas são um grande aprendizado e uma grande responsabilidade. São questões importantes. Mas a cobertura local é importantíssima também. Somos os porta-vozes da população, muitas vezes a única chance de as pessoas serem ouvidas sobre problemas das suas comunidades. E uma matéria ou um link pode ter um impacto gigantesco. Uma rua sem energia passa a ter luz, uma pessoa sem atendimento consegue finalmente ver um médico, um bebê que pode morrer por problemas cardíacos passa por cirurgia e tem uma chance de viver. Tudo graças à pressão que fazemos. Eu me identifico muito com o jornalismo local.

− Você fala três línguas e arranha mais uma. Tem vontade de, um dia, ser correspondente internacional?

Seria uma experiência muito boa, sem dúvida. Deve ser incrível ter a oportunidade de trabalhar em outro país, cobrindo questões tão diferentes das nossas, conhecendo pessoas e lugares.

− O que é bom e o que é ruim no jornalismo?

Bom é o dinamismo. Não ter rotina. Cobrir diferentes assuntos, conhecer pessoas e lugares que eu jamais conheceria. Cada dia é uma nova experiência. Também é muito bom saber que fazemos diferença na vida das pessoas. Que podemos ajudar, informar, melhorar o dia, a vida de alguém. Ruim é a desvalorização da profissão. E a falta de respeito com o nosso trabalho, maior nos últimos anos. Principalmente as inadmissíveis agressões − verbais ou físicas − a profissionais.

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