A Rede Jornalistas Pretos promoverá em 19 e 20/11 em São Paulo o segundo Encontro Internacional de Jornalistas da Diáspora Africana.
A Rede Jornalistas Pretos promoverá em 19 e 20/11 em São Paulo o segundo Encontro Internacional de Jornalistas da Diáspora Africana. Com apoio de Universidade Federal do Rio de Janeiro, Fundação Tide Setúbal, FreeHelp e African Diaspora, o evento, presencial para convidados, é uma celebração ao Mês da Consciência Negra. Contará ainda com transmissão ao vivo pela internet a partir das 9h30.
Com o tema Por um jornalismo plural e sem fronteiras, o encontro reúne comunicadores de diferentes partes do mundo e dentre os assuntos em debate estarão as inter-relações entre religião, política e direitos humanos no jornalismo e o aumento dos ataques a mulheres jornalistas, principalmente durante as eleições.
Nomes como Lechette Baron, da União Internacional de Mulheres Periodistas; Letícia Vidica, da CNN; Camilla da Silva, da Religion Unplugged/Carta Capital; Don Rojas, do Black World Media; Nayara Fernandes, do G1; e Maria Lúcia da Silva, professora de Jornalismo da Universidade Fiam-Faam, são esperados no evento.
O encontro será realizado no Galpão ZL, no Jardim Lapena, na capital paulista. Quem quiser acompanhar o debate ao vivo pela internet deve se inscrever gratuitamente pelo link.
Maurício Sampaio, cartorário e conselheiro do clube Atlético Goianiense condenado por mandar matar o radialista Valério Luiz, deixou o presídio dois dias após a condenação por meio de um habeas corpus obtido pelos advogados Ricardo Naves e Thales Jayme, responsáveis por sua defesa.
O pedido de soltura também se estendeu aos réus Ademá Figueredo (condenado a 16 anos de prisão) e Urbano Malta (que pegou 14 anos de prisão), mas o caso dos dois ainda não foi analisado e eles seguem presos.
Valério Luiz foi morto a tiros, aos 49 anos, em julho de 2012, quando saía da rádio em que trabalhava. Segundo denúncia do Ministério Público, o crime foi motivado por críticas do jornalista à diretoria do Atlético Goianiense.
Após três dias de julgamento no Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO), em Goiânia, realizado entre os dias 7 e 9 de novembro, o júri do caso condenou quatro dos cinco acusados de planejarem e executarem o homicídio: Maurício Sampaio, apontado como mandante do crime, condenado a 16 anos de reclusão; Urbano de Carvalho Malta, acusado de contratar o policial militar Ademá Figueredo para cometer o homicídio, condenado a 14 anos de reclusão; Ademá Figueredo Aguiar Filho, apontado como autor dos disparos, condenado a 16 anos de reclusão; e Marcus Vinícius Pereira Xavier, que teria ajudado os outros a planejar o homicídio, condenado a 14 anos de reclusão.
O Festival 3i Nordeste foi realizado no último sábado (19) na Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), no Recife.
Termina na próxima sexta-feira (18/11) as inscrições para o Festival 3i Nordeste, evento realizado pela Associação de Jornalismo Digital (Ajor). A fim de descentralizar a discussão sobre inovação do jornalismo, o Festival será no sábado (19), no campus da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), localizado no bairro Boa Vista, região central do Recife. Os ingressos estão à venda pelo Sympla.
A quarta edição regional do 3i representa um marco para a Ajor: é a primeira vez que um evento presencial é organizado pela entidade, fundada em maio de 2021. No primeiro semestre deste ano, a Associação realizou o 3i nacional, com programação 100% online e gratuita. Em 2018, o Festival já havia passado por Recife, bem como em Belo Horizonte e Porto Alegre, também em encontros locais. As outras edições nacionais foram realizadas no Rio de Janeiro, em 2017 e 2019.
Com mesas que abordam temas como a desinformação no País, podcasts, cobertura ambiental no Nordeste, dentre outros, o 3i também contará com transmissão online gratuita pelo YouTube.
A agência de jornalismo ambiental brasileira Amazônia Real é uma das 15 finalistas do Prêmio de Liberdade de Imprensa da organização Repórteres sem Fronteiras, que anunciou na semana passada os selecionados de sua edição 2022.
Fundada e dirigida por Elaíze Farias e Kátia Brasil, a agência concorre na categoria Impacto, junto com projetos da Ucrânia, Índia, Mali e Grécia. Os vencedores nas três categorias – Impacto, Coragem e Independência – serão conhecidos no dia 12 de dezembro em uma cerimônia em Paris, onde fica a sede da RSF.
O Prêmio de Impacto é concedido a jornalistas, meios de comunicação ou ONGs cujo trabalho tenha levado a melhorias na liberdade, independência e pluralismo jornalísticos.
O jornalista russo Dmitry Muratov, ganhador do Prêmio Nobel da Paz de 2021, abrirá a cerimônia, que terá show da cantora francesa e ativista Jane Birkin.
“Há 30 anos, o prêmio RSF homenageia o trabalho daqueles que encarnam os ideais do jornalismo. Na era digital, os desafios do jornalismo evoluíram, mas coragem, independência e busca de impacto continuam sendo virtudes cardeais”, disse Christophe Deloire, Secretário-geral da Repórteres Sem Fronteiras.
A RedeTV dispensou o apresentador Luís Ernesto Lacombe na sexta-feira (11/11). O jornalista, que apresentava o Agora é com Lacombe, deve ser substituído por Amanda Klein, que passará a comandar um outro programa no mesmo horário. Ele também apresentava o RedeTV News, principal jornal da emissora.
Segundo informações de Ricardo Feltrin, do Splash (UOL), os programas apresentados por Lacombe registravam traço de audiência ou ficavam sempre abaixo de 1 ponto no Ibope. O apresentador chegou à Rede TV em 2020, para comandar o Opinião no Ar, programa que saiu do ar em março deste ano justamente por causa da baixa audiência.
Conforme apuração da coluna de Feltrin, Lacombe reclamava constantemente da estrutura da RedeTV, em Osasco, São Paulo. Emissários do jornalista e da emissora tentavam encontrar uma saída honrosa para ele, e uma possibilidade era que ele faça parte de outro programa, no futuro. Feltrin tentou contato com a RedeTV para ouvir a emissora, mas não teve retorno até a publicação deste texto.
Ex-GloboNews, Lacombe é uma das principais vozes apoiadoras do derrotado presidente Jair Bolsonaro na imprensa. Ele é colunista do jornal Gazeta do Povo e possui um canal no YouTube, que durante um período chegou a ser retirado do ar por divulgação de fake news.
O site O Joio e o Trigo, em parceria com a ACT Promoção da Saúde, lançou o edital de microbolsas Por trás da fumaça, que fornecerá duas bolsas para a produção de reportagens sobre a indústria do fumo no Brasil. As inscrições vão até 23 de novembro.
A ideia é incentivar a produção de conteúdos jornalísticos investigativos sobre corporações do fumo e como influenciam o enfraquecimento de políticas públicas, regulações e normas estatais, além de tomadas de decisão. As reportagens serão publicadas em O Joio e O Trigo.
As duas propostas selecionadas receberão bolsa de R$ 5 mil para a produção, além de mentoria e edição do Joio. Para fazer a inscrição, é preciso preencher este formulário e fornecer links para duas reportagens já publicadas, além de um plano de trabalho resumido para a produção da pauta e orçamento.
Os selecionados serão anunciados até 30 de novembro, no site e nas redes sociais de O Joio e o Trigo, e as reportagens serão publicadas até março de 2023. O site fará uma live para conversar sobre o edital na próxima quarta-feira (16/11), no canal da ACT no YouTube.
Começou nesta quinta-feira (10/11) o segundo turno de votação para o Prêmio +Admirados da Imprensa de Tecnologia, que segue o modelo da série +Admirados, iniciado em 2013 com o prêmio +Admirados da Imprensa Brasileira e que hoje também contempla jornalistas e veículos +Admirados nas editorias de Agronegócio; Automotiva; Economia, Negócios e Finanças; Esportes; e Ciência, Saúde e Bem-Estar.
Com patrocínio de Hotmart e iFood, além do apoio de divulgação da Press Manager e do Portal dos Jornalistas, a premiação vai eleger os jornalistas TOP 25 +Admirados, além de Colunista, e veículos nas seguintes categorias: Agência de Notícias, Canal Digital, Newsletter Especializada, Podcast, Site, Veículo Especializado em Consumo (B2C), Veículo Especializado em Negócios (B2B) e Veículo Geral.
Dos jornalistas indicados no primeiro turno, 67 passaram para o segundo turno, representando 38 veículos. São 48 homens e 19 mulheres. Os veículos finalistas são 94, dentro das oito categorias. Os que receberam mais indicações foram CanalTech, Techmundo, TechTudo, Tecnoblog e Tilt (UOL).
O link de votação já está aberto. Para votar basta preencher um cadastro simples e curto (ou fazer login caso já tenha participado de outras votações) e indicar a colocação dos finalistas em cada categoria. Importante ressaltar que não é necessário indicar em todas as categorias nem ter todas as indicações para cada uma delas. Todos os votos, ainda que parciais, serão computados.
Fisicamente, ele lembrava mesmo o imperador francês: baixinho, cabelinho liso empurrado para o lado, o mesmo olhar inquisidor e insolente… Mas duvido que Napoleão Bonaparte, o histórico, tivesse a mesma veia artística e a mesma capacidade de transmitir tanto o belo quanto o transgressor como nosso Napoleão, também conhecido como Ari de Moraes Possato.
Ele teria 78 anos hoje, completados em fevereiro. Não me lembro o ano de sua morte, mas, pelo tanto que convivi com ele, tenho certeza de que aconteceu porque seu corpo não suportou a intensidade de sua vida.
Trabalhei com ele na Folha de S. Paulo e na revista Agora, da Editora Três. Mas não nos separamos nem no intervalo entre os dois empregos, quando – eu ainda na Folha e ele no Diário Popular – nos encontrávamos pelas pautas da vida e a primeira informação que trocávamos era a localização do bar mais próximo. Tanto quanto eu, na época, ele era dado a “libações alcoólicas”, maneira um pouco menos mundana de tomar umas e outras.
Dono de um texto enxuto e certeiro, Napoleão foi dos melhores repórteres policiais que conheci e com quem tive o privilégio de aprender. Depois de largar a profissão, eu já morando em Florianópolis, conheci seu lado artista plástico – algo que me surpreendeu. Recebi em casa, pelos Correios, dois envelopes contendo pinturas dele. A última vez que o vi foi na praça da República, em São Paulo, expondo seus quadros. Ele me disse, naquela época, que estava bebendo “só um pouquinho”.
Napoleão tinha um descontrole motor causado, segundo me disse uma vez, por um AVC que sofreu aos 12 anos de idade. Essa disfunção o obrigava a escrever suas matérias com apenas uma das mãos – com apenas um dos dedos, para ser mais exato. Ele firmava a mão direita na base da máquina de escrever, enquanto o indicador da mão esquerda martelava raivosamente o teclado. Desse metralhar barulhento, saíam suas grandes matérias.
Mas a descoordenação motora não o afetava apenas na missão de escrever. Lembro-me de uma ocasião em que o ato de se alimentar quase chegou a causar uma tragédia. Foi numa situação que, não fosse constrangedora, seria até cômica:
1 − Estávamos cobrindo a visita de alguma autoridade às obras de uma estação de tratamento de esgotos em Osasco. Depois da visita, a empreiteira que tocava a obra ofereceu um almoço trivial aos repórteres. Era arroz, feijão, uma saladinha de tomate… e um enorme bife por cima. Se eu não tivesse controle pleno sobre o movimento de minhas mãos, certamente pediria que alguém me ajudasse e cortasse o bife em pedaços. Mas Napoleão pensava diferente, e resolveu partir para o tudo ou nada usando apenas a “mão boa”, a esquerda.
2 – Ele enfiou o garfo no bife e levou a carne à boca, tentando cortá-la com os dentes. Como o pedaço era muito grande e não se rompia, o bife foi sendo enrolado no garfo, e ele rolando o garfo com a mão sem largar o coxão mole, até que o talher escapou do controle e, com carne e tudo, foi atingi-lo no rosto, alguns centímetros abaixo do olho direito. Entretanto, ele não se deu por vencido: limpou com um guardanapo o sangue que fluía em certa quantidade do ferimento, fez de conta que nada tinha acontecido e, com mais alguns ataques, conseguiu vencer o bife que ousara desafiá-lo.
Esta é só uma historinha. Tenho certeza de que muitos repórteres que conviveram com ele têm relatos ainda melhores para dividir conosco. Fica aqui neste espaço o convite. Afinal, Napoleão era uma lenda – pelo menos para mim.
Marco Antonio Zanfra
A história desta semana é novamente de Marco Antonio Zanfra, que atuou em diversos veículos na capital paulista e em Santa Catarina. Em Florianópolis, onde reside, trabalhou em O Estado e A Notícia, na assessoria de imprensa do Detran e do Instituto de Planejamento Urbano, além de ter sido diretor de Apoio e Mídias na Secretaria de Comunicação da Prefeitura. É também escritor.
Ele conta: “Conversando outro dia com o Ubirajara Jr., ele sugeriu que a gente lembrasse no Memórias da Redação de algumas historinhas envolvendo Napoleão, o repórter Ari de Moraes Possato, com quem tive o privilégio de conviver. Ponderei com o Bira que a maioria das histórias que conheço envolvem cachaçada e poderiam desmerecer a memória do retratado, já falecido. Mas me lembrei de uma − que, além de mim, teve apenas mais uma testemunha − que não é tão difamatória, embora não seja também meritória. Pelo sim, pelo não, resolvi escrever e deixar a critério de vocês a publicação. (Obs.: a foto, a única que encontrei, está no Face da Página da Memória da Polícia Civil do Estado de São Paulo. É de 1978)”
Carlos Alberto Sardenberg, comentarista de política e economia no Jornal da Globo e na GloboNews, deixou a emissora após mais de 20 anos de trabalho. Ele segue, porém, na rádio CBN e no jornal O Globo, que também pertencem ao Grupo Globo.
Em comunicado que circulou internamente, Sardenberg explicou o motivo da saída: “É aposentadoria parcial. Motivo: meus 76 anos, 53 de carreira, a necessidade de reduzir o ritmo de trabalho. Passei a maior parte de minha carreira, na escrita e na eletrônica, trabalhando à noite. Isso acumula um cansaço”.
Ele afirmou que pretende escrever dois livros, um sobre luto e perdas, e outro sobre memórias dos anos 68, além de “viajar mais, ler mais e, sobretudo, curtir as duas netas e os três netos”.
Também em comunicado interno, Ali Kamel, diretor-geral de Jornalismo da Globo, elogiou o trabalho de “Sarda”, como o jornalista é conhecido por colegas: “Um ser humano extraordinário. Pronto para ajudar e compartilhar suas experiências de vida, dentro e fora das redações. Deixou nossas noites e madrugadas mais leves. E, generoso, continuará a compartilhar conosco o melhor do jornalismo em O Globo e na CBN”.
Sardenberg chegou à Globo em 1998, atuando pela GloboNews. Estreou como repórter das edições diárias de Em Cima da Hora e Jornal das 10. Entrevistou diversas personalidades do mercado financeiro.
A estreia na TV aberta foi em 2006. Três anos mais tarde, aceitou uma proposta de tripla ancoragem no J10, com André Trigueiro, no Rio, e Carlos Monforte, em Brasília. Teve atuação direta na formação do GloboNews Em Pauta, jornal que surgiu em 2010.
Entra suas coberturas históricas estão a crise mundial no mercado imobiliário, em 2008, e os impactos da pandemia da Covid-19 na saúde financeira do Brasil.
A Agência Pública, em parceria com o WWF-Brasil, lançou a 16ª edição de seu programa de microbolsas para reportagens, cujo tema será a relação entre a exploração de petróleo e as mudanças climáticas. As inscrições vão até 10 de dezembro.
O programa selecionará quatro pautas, escolhidas com base em critérios como originalidade, viabilidade, segurança e diversidade. Elas devem levar em conta novos blocos de exploração na região amazônica e seus impactos socioambientais. Os selecionados receberão R$ 8 mil para a produção das reportagens, além de mentoria e a publicação dos conteúdos produzidos no site da agência.
A Pública recomenda que os interessados se atentem a tópicos como a complexidade socioambiental para avaliar os impactos dos novos blocos de exploração de petróleo, histórico da exploração na margem equatorial, estudos de impacto ambiental, ações de empresas que lucram com as petroleiras, o conceito ESG, entre outros.
Para fazer a inscrição no programa de microbolsas, interessados devem enviar uma apresentação profissional que contenha exemplos de trabalhos realizados e a pauta que pretendem investigar, incluindo um plano de trabalho com cronograma, possíveis fontes e um plano de orçamento. As reportagens deverão ser publicadas em até três meses após o anúncio do resultado dos selecionados, na segunda quinzena de janeiro de 2023.