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segunda-feira, julho 14, 2025

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Artur Romeu é o primeiro brasileiro a comandar a RSF na América Latina

O jornalista brasileiro Artur Romeu assumiu a direção do escritório da Repórteres Sem Fronteiras para América Latina. Baseado no Rio de Janeiro, sua principal missão será desenvolver a presença da entidade e fortalecer o impacto de suas campanhas na região.

Ele substituiu a Emmanuel Colombié, que ocupava o cargo desde a criação do escritório, em 2015, e ficará responsável por monitorar as condições para o livre exercício do jornalismo em mais de 20 países da região, do México à Argentina, incluindo o Caribe de língua espanhola e o Haiti.

Em nome da organização internacional, Artur Romeu coordenará uma rede de 13 correspondentes, além de um representante e um parceiro oficial no México. Ele será responsável pelas operações de advocacy e assistência da organização, além de desenvolver as iniciativas sistêmicas lançadas pela RSF, como a Journalism Trust Initiative (JTI) e a Parceria para Informação e Democracia.

“Gostaríamos de agradecer a Emmanuel Colombié por ter desenvolvido o escritório e as atividades da RSF na América Latina com grande sucesso e campanhas marcantes, especialmente no México e no Brasil”, declarou Christophe Deloire, secretário-geral da RSF. “Estamos felizes que Artur Romeu, cujas qualidades conhecemos bem, o substituirá. Sabemos que ele fará questão de conduzir a RSF em uma nova fase de seu desenvolvimento na região. Internacionalmente, a RSF consegue estar em campo, próxima aos jornalistas, e ao mesmo tempo lançar iniciativas estruturantes no mercado da informação e digital. Temos projetos muito ambiciosos na América Latina”.

Jornalista especializado em política internacional e mestre em Direitos Humanos e Ação Humanitária pela Sciences Po Paris, Artur Romeu, 34 anos, contribui para o desenvolvimento do escritório para a América Latina há sete anos. Em particular, colaborou com a implantação de grandes ações de advocacy, comunicação, pesquisa e capacitação da RSF no Brasil, na Colômbia e no México. Desde 2019, é responsável pela gestão de projetos, além da coordenação das áreas de assistência e de desenvolvimento institucional do escritório.

“É uma honra representar na América Latina uma organização internacionalmente reconhecida pela defesa da liberdade de imprensa”, declarou Artur. “Diante do recrudescimento da censura, da desinformação e da violência contra a imprensa, o escritório da RSF na América Latina estará totalmente mobilizado para atuar em defesa da liberdade, da independência e do pluralismo do jornalismo, e defender aqueles e aquelas que encarnam esses ideais: jornalistas e comunicadores que, apesar dos riscos e dos desafios, se recusam a permanecer em silêncio diante dos poderes constituídos. Lutaremos incansavelmente para defender o direito à informação”.

Fundada em 1985, a Repórteres Sem Fronteiras (RSF) é uma ONG sem fins lucrativos que promove a liberdade, a independência e o pluralismo do jornalismo. Reconhecida como de interesse público, tem status consultivo junto a ONU, Unesco, Conselho da Europa, Organização Internacional da Francofonia (OIF) e Comissão Africana de Direitos Humanos e dos Povos. Além de sua sede em Paris, a RSF possui 13 escritórios e seções. Realiza suas ações graças a uma rede de correspondentes em 130 países e cerca de 15 organizações parceiras locais.

Últimos dias para se inscrever no Festival 3i Nordeste

Festival 3i Nordeste
O Festival 3i Nordeste foi realizado no último sábado (19) na Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), no Recife.

Iniciativa reunirá estudantes e empreendedores para um dia de conversas sobre novos projetos e estratégias para a sustentabilidade do jornalismo

 

Jornalistas, estudantes e empreendedores têm até 18 de novembro para se inscreverem no Festival 3i Nordeste. O evento, realizado pela Associação de Jornalismo Digital (Ajor), será no dia 19 de novembro, no campus da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), localizado no bairro Boa Vista, região central do Recife. Os ingressos estão à venda pelo Sympla.

A quarta edição regional do 3i representa um marco para a Ajor: é a primeira vez que um evento presencial é organizado pela entidade, fundada em maio de 2021. No primeiro semestre deste ano, a Associação realizou o 3i nacional, com uma programação 100% online e gratuita. Em 2018, o Festival já havia passado por Recife, bem como em Belo Horizonte e Porto Alegre, também em encontros locais. As outras edições nacionais foram realizadas no Rio de Janeiro, em 2017 e 2019.

O evento faz parte do esforço da organização em expandir sua atuação e o número de associadas fora do eixo Rio-São Paulo, assim como em descentralizar a discussão sobre inovação do jornalismo e atrair o olhar de financiadores para outros estados. O Festival conta com o apoio da Fundação Ford.

“Estamos muito felizes em poder realizar este espaço de networking e aprendizado entre nossas associadas, estudantes e jornalistas”, afirma Maia Fortes, secretária executiva da Associação. “Esperamos que o 3i ajude a inspirar uma nova geração de empreendedores da área no Nordeste e mostre caminhos para a sustentabilidade daqueles que já são parte do ecossistema de mídia da região”.

Serão oferecidos certificados de participação para todos os inscritos na versão presencial do evento.

Programação

Com programação ao longo de todo o dia 19, das 9h às 19h (horário de Brasília), o Festival 3i NE terá quatro mesas, que abordarão a descentralização dos investimentos no jornalismo digital, como empreender no setor, inovação na distribuição de conteúdos e estratégias para a produção de podcasts.

Esta edição também estreia um novo formato, que aproveita o espaço acolhedor da universidade: o Conversas no Jardim, momentos de encontro entre as sessões, voltados para a discussão de produção de tipos diversos de conteúdo e para a troca de experiências entre convidados especiais e participantes.

O evento será encerrado com um show do grupo Em Canto e Poesia, banda de  São José do Egito, sertão do Pajeú, em Pernambuco, terra conhecida como berço da cantoria de viola nordestina, dos poetas repentistas. É formado em seu núcleo por três netos de Lourival Batista, o Louro do Pajeú, um dos grandes nomes da cantoria brasileira – Greg Marinho, Miguel Marinho e Antonio Marinho.

Assim como a edição nacional do evento, em março deste ano, a programação do 3i NE foi construída com o apoio de um Grupo de Trabalho formado por organizações associadas à Ajor do Nordeste: Agência Tatu (AL)Agência Saiba Mais (RN), Eco Nordeste (CE), A Nossa Pegada (PE), Eficientes (PE), Info São Francisco (SE), Marco Zero Conteúdo (PE), Meus Sertões (BA), O Grito! (PE), Paraíba Feminina (PB), Piauí Negócios (PI), Revista Afirmativa (BA), Conquista Repórter (BA) e O Pedreirense (MA).

“Em todas as atividades desenvolvidas pela Ajor, a diversidade será sempre um dos principais focos, sobretudo a regional”, pontua Géssika Costa, coordenadora de projetos da Ajor. “Sabemos o quanto o jornalismo digital no Nordeste tem mostrado ainda mais sua força e relevância para contribuir com a democracia e, até mesmo, quebrar estigmas e preconceitos, por isso, vemos como relevante socializar o debate sobre o futuro do jornalismo para todos o Brasil”.

 

Bolsas

Para garantir um evento mais acessível e diverso, a Associação de Jornalismo Digital lançou um programa de bolsas exclusivo para estudantes e comunicadores populares do Nordeste. A organização recebeu 144 inscrições, de todos os estados da região. Ao todo, foram selecionadas 17 pessoas que receberão bolsas integrais para participar do evento, incluindo ingresso, transporte e hospedagem.

Outras 28 pessoas foram contempladas com ingressos gratuitos. Os participantes que não foram contemplados pelo programa receberam um desconto de 50% na compra do ingresso.

 

Sobre o Festival

O 3i é o primeiro evento do Brasil focado em questões essenciais para aquelas e aqueles que querem empreender, inovar e liderar iniciativas digitais de jornalismo. É organizado pela Associação de Jornalismo Digital – Ajor, que representa mais de 100 organizações de mídia no País.

 

Serviço

 

Quando: Sábado, 19 de novembro de 2022

Onde: Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) –  R. do Príncipe, 526 – Boa Vista, Recife – PE

Horário: 9h às 19h (horário de Brasília)

Inscrições: https://www.sympla.com.br/evento/festival-3i-nordeste/1724416

Valores dos ingressos: R$ 100 inteira – R$ 50 meia

WPP inicia construção de campus para suas agências no Brasil

Espaço ocupará antigo terreno de uma fábrica desativada na Vila Leopoldina, Zona Oeste de São Paulo

O Grupo WPP iniciou a construção de sua nova sede no Brasil. Batizado de WPP Campus São Paulo, o espaço terá capacidade para reunir as 26 agências e empresas do grupo, que empregam atualmente cerca de sete mil colaboradores no País. O campus ocupará um terreno de aproximadamente 20 mil metros quadrados na Vila Leopoldina, na Zona Oeste de São Paulo, e a construção deve ser concluída até o início de 2025.

Segundo comunicado, “o espaço foi projetado para oferecer um ambiente de convívio integrado, que atenda as novas necessidades dos talentos em relação a espaços de trabalho, propondo também uma nova relação desses espaços com a cidade”. O principal objetivo será potencializar a inovação e a criatividade, por meio de um lugar pensado para promover a colaboração e sinergia entre agências, clientes, parceiros e comunidade.

“O Campus da WPP em São Paulo fornecerá espaços inovadores para maior colaboração e atuará como um catalisador para o trabalho de classe mundial no Brasil”, afirma o CEO Mark Read. “Com pessoas e natureza integradas no coração de seu design, nosso objetivo é que o espaço seja o destino criativo dentro da cidade para nossos clientes e as pessoas mais talentosas do país”.

Para Stefano Zunino, country manager da WPP no Brasil, o novo campus será um marco para a operação da empresa no País: “O espaço foi concebido para promover mais sinergia e colaboração entre empresas, profissionais e comunidade, estimulando a criatividade e o desenvolvimento de soluções inovadoras para os clientes e para o mercado. O projeto arquitetônico incentiva a sustentabilidade, o bem-estar e um melhor equilíbrio de vida, atendendo assim às novas perspectivas de trabalho e favorecendo a diversidade e a inclusão”.

O projeto teve início em 2019, quando houve a abertura da concorrência para o mercado imobiliário. Desde então, foram iniciados os trabalhos de reabilitação do terreno, antigamente contaminado por resíduos de uma fábrica que ocupava o local.

De acordo com o projeto, o novo espaço contará com lajes de 11 mil m², cinco andares conectados por passeios e escadarias, espaços amplos de convívio e galerias repletas de áreas de trabalho com varandas e terraços.

Contará ainda com um auditório, enquanto o térreo, aberto ao público, terá lojas, cafés, restaurantes e área verde, além de serviços pensados para facilitar a vida dos colaboradores, como day care e academia de ginástica. O projeto paisagístico contará ainda com mais de 110 espécies de plantas e árvores da Mata Atlântica, em seus mais de 7.000m² de jardim.

O novo espaço em São Paulo fará parte da estratégia global da WPP, que terá mais de 65 campi em todo o mundo abertos até 2025. O primeiro campus da empresa no Brasil se juntará aos recém-inaugurados em Toronto, Praga, Milão, Detroit e Londres.

Jornalista processa CNN Brasil por racismo estrutural

O repórter Fernando Henrique de Oliveira, que trabalhou em 2020 como correspondente em Nova York para a CNN Brasil, está processando a emissora por racismo estrutural. O caso foi revelado pela revista piauí em uma reportagem baseada no processo que agora corre em segredo de Justiça. A ação não acusa nenhuma pessoa específica de discriminação racial, mas a emissora, que nega as alegações do jornalista.

Entre as acusações de Fernando Henrique, estão uma política de salários inferiores adotada para profissionais negros em relação aos brancos, e episódios em que ele teria sido exposto a tratamentos vexatórios, como um pedido para que atuasse como segurança da repórter Luiza Duarte em pautas noturnas em Nova York, e outro para que trouxesse 38 equipamentos de Nova York, mesmo depois de ser demitido.

O motivo da demissão, segundo a reportagem, ocorreu por divergência salarial. Ao pedir que o profissional voltasse para São Paulo, a emissora não quis manter no Brasil o salário de US$ 4.000, equivalentes a cerca de R$ 20 mil hoje, que ele recebia nos Estados Unidos.

Em sua defesa, a CNN negou todas as alegações e disse que o ex-funcionário agiu de maneira “leviana” por criar fatos que não existiram. Segundo o advogado da emissora, Marcelo Costa Mascaro Nascimento, caso o canal fosse racista não teria permitido que Oliveira expusesse no ar situações de preconceito pelas quais passou. Também não teria dado espaço para que outros profissionais negros se pronunciassem durante a cobertura do assassinato de George Floyd, fato que desencadeou uma onda mundial de protestos em prol de vidas negras.

Sobre a suposta disparidade de salários entre negros e brancos, a empresa não abriu sua folha de pagamentos para a Justiça, mas afirmou que a acusação é “infundada”. A respeito de ter pedido que Oliveira fosse segurança de Luiza Duarte em pautas noturnas, a defesa afirmou que queria apenas que o profissional desse suporte aos boletins da correspondente, se encarregando de questões técnicas, como a luz, por exemplo.

Além das acusações de racismo, o profissional afirma que a emissora deve a ele horas extras e adicionais noturnos. O montante pedido por ele como indenização é R$ 700 mil, dos quais R$ 50 mil seriam a reparação pelos atos racistas. Caso ele perca, terá de pagar o advogado da CNN e outros custos da Justiça. A ação tramita na 27ª Vara do Trabalho de São Paulo e, como está em segredo de Justiça, as partes não podem se manifestar publicamente.

Preso homem que agrediu equipe da Band RS em manifestações antidemocráticas

Apesar da prisão em flagrante, identidade do agressor nao foi divulgada

Um homem foi preso em flagrante por lesão corporal após agredir nesta quarta-feira (2/11) uma equipe de reportagem da TV Bandeirantes, em Porto Alegre. Os profissionais cobriam o bloqueio golpista de ruas do Centro Histórico da cidade por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro contrários ao resultado das eleições.

Imagens divulgadas pela emissora mostram pessoas cercando os profissionais da Band e o indivíduo suspeito das agressões preso pela polícia. Ele foi identificado pela equipe da emissora.

Em nota, o Grupo Band RS diz estar prestando auxílio aos profissionais. “É inaceitável qualquer tipo de violência assim bem como o cerceamento ao exercício do trabalho jornalístico”.

Segundo a Brigada Militar, a equipe de reportagem gravava imagens do ato quando o cinegrafista Rogério Aguiar e o auxiliar foram agredidos por um homem. O suspeito desferiu socos contra os profissionais da Band e quebrou equipamentos de gravação.

Policiais da Força Tática do 11º Batalhão de Polícia Militar (BPM) viram as agressões e prenderam o indivíduo. O homem não demonstrou resistência e apresentava sinais de embriaguez.

Apesar da prisão em flagrante, identidade do agressor nao foi divulgada

Os profissionais da Band foram conduzidos para o Hospital de Pronto Socorro (HPS) para exames e, depois, para registro da ocorrência na Polícia Civil.

No mesmo ato, uma equipe do SBT foi hostilizada por apoiadores de Bolsonaro. Segundo a emissora, o repórter Lucas Abati e o cinegrafista Cristiano Mazoni foram cercados e obrigados a sair do local.

Uma equipe da Record TV também foi hostilizada. Segundo relato da repórter Daiane Dalle Tese, a emissora colocou seu departamento jurídico à disposição dos profissionais, que registraram ocorrência policial.

Em nota, a Associação Riograndense de Imprensa (ARI) recordou que 2 de novembro é o Dia Internacional pelo Fim da Impunidade de Crimes contra Jornalistas, estipulado pela ONU. “Nesse contexto, também manifestamos integral solidariedade aos profissionais e empresas atacados e proclamamos veemente repúdio aos atos de violência”, diz em nota.

Já o Sindicato dos Jornalistas do RS (Sindjors) afirmou que, “em hipótese alguma, vai admitir que agressões desse tipo sejam feitas contra os profissionais que estão exercendo seu direito ao trabalho, que é informar e levar as notícias à população”.

A Associação Gaúcha de Emissoras de Rádio e Televisão (AGERT) e o Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão do Rio Grande do Sul (SindiRádio) repudiaram as agressões contra os profissionais de imprensa. “De outra parte, manifestamos nossa solidariedade aos profissionais que diligentemente cumprem sua missão de bem informar. Meios de comunicação livres serão sempre um importante pilar do Estado Democrático de Direito”, afirmam as entidades.

(Com informações do G1 RS)

TV Cultura renova com Vera Magalhães por mais três anos

A TV Cultura anunciou nesta semana a renovação do contrato com a jornalista Vera Magalhães, por mais três anos. À frente do programa Roda Viva desde janeiro de 2020, Vera também participa como comentarista do Jornal da Cultura e integrou a equipe do De Olho no Voto durante as eleições.

“Fico muito feliz e gratificada pelo reconhecimento da direção de Jornalismo da TV Cultura e da presidência da Fundação Padre Anchieta ao trabalho de retomada da relevância do Roda Viva como palco dos mais importantes debates do país nos últimos três anos”, comemorou a jornalista. “Isso só foi possível graças à total independência jornalística que sempre tivemos, como equipe, para trazer, semana a semana, convidados de um amplo espectro da vida nacional. A possibilidade de continuar desempenhando esse trabalho com autonomia editorial e a necessidade de se restabelecer o ambiente de diálogo no país, para o qual o Roda Viva é peça fundamental, me levaram a aceitar, lisonjeada e motivada, renovar meu contrato e continuar à frente do programa”.

O presidente da Fundação Padre Anchieta, José Roberto Maluf, explica que o contrato com a jornalista se dará até o dia 31 de dezembro de 2025, pelo mesmo valor mensal acrescido do IPC (Fipe) dos últimos 12 meses. “Estamos extremamente felizes em manter a Vera Magalhães conosco por mais três anos. Tenho certeza que, assim como fez desde 2020, ela contribuirá muito com o Jornalismo da TV Cultura”, afirmou o executivo.

FIJ pede uma convenção para melhorar a segurança dos jornalistas

Por ocasião do Dia Internacional pelo Fim da Impunidade de Crimes contra Jornalistas, celebrado nesta quarta-feira (2/11), a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) está conclamando governos, jornalistas e organizações de mídia a apoiar a adoção de uma Convenção da ONU sobre a segurança e independência de jornalistas e outros profissionais da mídia.

Segundo a entidade, o Plano de Ação da ONU sobre a segurança dos jornalistas e a questão da impunidade não conseguiu oferecer “o ambiente livre e seguro para jornalistas e trabalhadores da mídia”, conforme prometeu.

Pelo contrário, os jornalistas continuam a ser atacados, espancados, detidos, perseguidos e ameaçados por fazerem o seu trabalho. Além disso, ameaças contínuas à segurança digital de jornalistas, incluindo ataques cibernéticos, roubo de dados, hackers e assédio online, colocam em risco os profissionais de mídia e a segurança.

Nesse contexto, a FIJ entende que é ainda mais urgente a adoção de um instrumento que obrigue os governos a enfrentar a impunidade da violência contra jornalistas e profissionais da mídia. “Não temos um instrumento legal vinculante que obrigue os Estados membros a investigar e responder a ataques contra jornalistas “, disse a presidente da FIJ, Dominique Pradalié.

A entidade já registrou 59 assassinatos de profissionais da mídia até agora em 2022, 12 a mais do que em 2021 . Dentre os países mais hostis estão Afeganistão, República Democrática do Congo, Haiti, Índia, México, Kosovo, Paquistão, Palestina, Filipinas, Rússia, Turquia, Ucrânia e Iêmen, onde os níveis de violência contra jornalistas são muito altos.

A Federação lembra que, apesar de inúmeros protocolos, regulamentos e diretrizes, nove em cada dez assassinatos de jornalistas permanecem impunes.

“Há uma frustração crescente com a falta de ação e vontade política para combater a impunidade e apoiar a mídia livre e independente. Por isso, lançamos uma campanha global para a adoção de uma Convenção Internacional dedicada à proteção de jornalistas e profissionais da mídia”, acrescentou Pradalié.

A campanha foi formalmente lançada na 51ª sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU, realizada em Genebra em 30 de setembro. A Convenção destaca as deficiências e lacunas existentes no direito internacional humanitário e de direitos humanos, bem como a falta de mecanismos eficazes para sua aplicação.

Mais de 60 jornalistas e sindicatos de mídia, associações, órgãos representativos de mídia, organizações de mídia e ONGs de todo o mundo já endossaram a convenção.

Para ler a convenção, clique aqui.

Jovem Pan promove limpa após resultado das eleições

TV Jovem Pan News deve estrear em outubro

Poucas horas após confirmada a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições presidenciais, no último domingo (30/10), a Jovem Pan News deu início a uma grande limpa em seu elenco. A emissora, que ganhou destaque pelo forte alinhamento com o governo do candidato derrotado, o presidente Jair Bolsonaro, completou um ano de operação no final de outubro.

O primeiro a ser desligado, ainda na noite de domingo, foi Caio Copolla, que havia retornado ao Grupo Jovem Pan em novembro do ano passado, após passagem pela CNN Brasil. Segundo apuração de Ricardo Feltrin, do Splash/UOL, vários motivos teriam contribuído para a demissão do comentarista, entre eles sua recusa em participar com regularidade dos programas da emissora, e uma grave acusação envolvendo uma ex-namorada do bacharel em direito.

Na manhã de segunda-feira (31/10) foram anunciadas as saídas de Augusto Nunes, que estava no Grupo JP desde 2016, e do escritor e comentarista Guilherme Fiúza. Vale lembrar que ambos eram extremamente alinhados com as narrativas do bolsonarismo, e defensores das atitudes do presidente.

Na contramão do perfil de Copolla, Nunes e Fiúza, também foi desligado o jornalista Guga Noblat, uma das poucas vozes dissonantes e críticas a Jair Bolsonaro no dia a dia da emissora. Ele estava afastado desde a semana passada, “por não ter defendido a rádio na história da censura”, como afirmou em suas redes sociais.

Caso parecido teria ocorrido com o repórter Maicon Mendes, também desligado nesta segunda-feira. Segundo Gabriel Vaquer, do Notícias da TV, a demissão dele teria ocorrido por seu posicionamento e reportagens tidas como “de esquerda” pelos comentaristas da emissora.

Carla Cecato, afastada desde o início de outubro, quando decidiu participar da campanha de reeleição de Jair Bolsonaro, não deverá retornar à emissora. Por seu engajamento na campanha, tornou-se alvo de críticas em relação à sua credibilidade, em especial pela elevada quantidade de notícias falsas que a jornalista compartilhou em seu Instagram, chegando inclusive a ter seu perfil marcado pela plataforma como não confiável para informações jornalísticas devido à quantidade de vídeos manipulados.

Ainda segundo Feltrin, o clima é de terror na redação e há certeza de que haverá mais demissões nos próximos dias.

Prêmio Roche de Jornalismo anuncia finalistas

O Prêmio Roche de Jornalismo em Saúde anunciou os nove finalistas da sua 10ª edição. O resultado será divulgado em 2 de novembro.
O Prêmio Roche de Jornalismo em Saúde anunciou os nove finalistas da sua 10ª edição. O resultado será divulgado em 2 de novembro.

O Prêmio Roche de Jornalismo em Saúde anunciou os nove finalistas da sua 10ª edição. O concurso busca reconhecer a excelência e estimular a cobertura jornalística de qualidade sobre temas de saúde e ciência na América Latina.

Dividido nas categorias Jornalismo Sonoro, Cobertura Diária e Jornalismo Digital, o vencedor de cada uma receberá uma bolsa de até 5.000 dólares (menos taxas bancárias) para ser gasta em cursos, especializações ou mestrados; além de troféu e certificado. O resultado será divulgado nesta quarta-feira, 2 de novembro.

O trabalho que ganhou o reconhecimento com a menção honrosa em Jornalismo de Soluções foi La partería tradicional en Oaxaca, una opción a la violencia obstétrica, dos mexicanos Diana Manzo, Isabel Briseño e Paulina Alejandra Ríos Olivera. A reportagem apresenta o parto tradicional de Oaxaca, convertido em profissional, como uma solução à violência obstétrica.

Confira a lista dos finalistas

Entidades prestam solidariedade a jornalista negro atacado por Carla Zambelli

Entidades prestaram solidariedade a Luan Araujo, jornalista negro perseguido e atacado pela deputada Carla Zambelli.
Entidades prestaram solidariedade a Luan Araujo, jornalista negro perseguido e atacado pela deputada Carla Zambelli.

Um conteúdo:

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP), por sua Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial (Cojira), e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) prestaram solidariedade a Luan Araujo, jornalista negro perseguido e atacado pela deputada Carla Zambelli.

No último sábado (29/10) a deputada empunhava uma arma de fogo e entrou em um bar dos Jardins, área nobre da capital paulista, atrás do jornalista.

Em nota, as entidades afirmam que, apesar de não estar desempenhando trabalho jornalístico durante a agressão, “é dever do Sindicato, da Cojira e da Fenaj se colocarem à total disposição do profissional. Não podemos tolerar o ódio e a violência, materializada nas políticas do governo Bolsonaro, que facilitaram a circulação das armas de fogo”.

As entidades estão em contato com os advogados de Luan Araujo.


O #diversifica é um hub de conteúdo multiplataforma sobre Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI) do Portal dos Jornalistas e da newsletter Jornalistas&Cia. Ele conta com os apoios institucionais da Associação de Jornalismo Digital (Ajor), International Center for Journalists (ICFJ), Meta Journalism Project, Imagem Corporativa e Rádio Guarda–Chuva.

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