O escritor Ziraldo comemora 90 anos na próxima segunda-feira (24/10). Para celebrar, a Editora Melhoramentos publicará ao longo do trimestre homenagens e edições especiais de clássicos do escritor, além de lançar novas obras, como um e-book gratuito dirigido a educadores.
Um dos lançamentos é 90 Maluquinhos por Ziraldo − Histórias e Causos, do cartunista e editor Edra,que reúne histórias e episódios pitorescos e significativos de 45 cartunistas e 45 escritores envolvendo Ziraldo. O livro, com conteúdo de artistas de todo o País, tem também cartuns e fotos dos participantes.
Os clássicos Bichinho da Maçã (vencedor do Prêmio Jabuti de 1982) e Menina Nina completam 40 e 20 anos, respectivamente. A Melhoramentos publicará edições comemorativas das duas obras.
Outra novidade será o lançamento de Especial Ziraldo 90 anos: Dicas para levar suas histórias e personagens para a sala de aula, e-book gratuito para educadores. Seu objetivo é apresentar algumas das obras de Ziraldo e inspirar educadores a levarem essas histórias para o dia a dia da escola. Dividido em cinco capítulos, o e-book contém clássicos como O Menino Maluquinho, Flicts, O Bichinho da Maçã e Meninas, além de indicações de leitura e atividades para desenvolvimento de leitura, interpretação, pensamento crítico e criatividade. Este livro é uma iniciativa da Melhoramentos na Escola. Acesse gratuitamente o material.
Começa nesta quinta-feira (20/10) e vai até 3/11 o primeiro turno de votação para a edição de estreia do Prêmio +Admirados da Imprensa de Tecnologia. Com patrocínio de Hotmart e iFood, além do apoio de divulgação da Press Manager, a premiação vai eleger os jornalistas TOP 25 +Admirados, além de Colunista, e veículos nas seguintes categorias: Agência de Notícias, Canal Digital, Newsletter Especializada, Podcast, Site, Veículo Especializado em Consumo (B2C), Veículo Especializado em Negócios (B2B) e Veículo Geral.
O mecanismo de votação é o mesmo utilizado nas demais eleições da série +Admirados: dois turnos de votação, em que o primeiro turno é de livre indicação e no segundo o eleitor poderá escolher entre os nomes finalistas em todas as categorias.
Para votar basta preencher um curto cadastro e fazer até cinco indicações por categoria. Importante ressaltar que não é necessário indicar em todas as categorias nem ter cinco indicações para cada uma delas. Todos os votos, ainda que parciais, serão computados.
Um episódio com o astro de futebol Gary Lineker, cujo desfecho coincide com os 100 anos da BBC, representa bem um dos maiores desafios da rede que esta semana chega ao centenário: agradar a gregos e troianos no que diz respeito à imparcialidade.
No dia 13, a ECU (Executive Complaints Unit) da corporação julgou procedente uma reclamação contra o âncora do Match of The Day e maior salário da casa por um tuíte de fevereiro sobre a guerra da Ucrânia.
Em resposta ao pedido de Liz Truss, então secretária de Relações Exteriores e atual primeira-ministra, para que as equipes da liga inglesa de futebol boicotassem a final da Liga dos Campeões na Rússia se qualificadas, Lineker tuitou: “E o seu partido [o Conservador] devolverá as doações de russos?”.
Embora admitindo que Lineker não é um jornalista e não trabalha só para a BBC, o comitê deliberou que a tomada de posição sobre “uma questão politico-partidária ou controvérsia política” infringiu as normas de uso de mídias sociais.
Para a ECU, Lineker deveria “ter tido cuidado ao abordar questões de política pública”.
O astro já deu dor-de-cabeça à BBC diversas vezes, tanto por seu alto salário quanto por um certo inconformismo com regras, pois ele se considera fora do alcance dos padrões estabelecidos para o jornalismo.
Gary Lineker
O problema é que a fronteira entre programas de análise esportiva e jornalismo é tênue. E para a BBC não é hora de irritar ainda mais um governo que não quer vê-la continuar igual nos próximos 100 anos, se é que ela continuará existindo, coisa que alguns chegam a duvidar.
Em um século, a corporação que nasceu na era do rádio tornou-se parte da vida dos britânicos e de gente de outros países, com serviços em vários idiomas. Tem um papel vital no soft power, exportando cultura por meio de séries, filmes, documentários e jornalismo premiado.
No site comemorativo do centenário, a frase de abertura é “os 100 anos da ‘nossa’ BBC”.
Mas no governo de Boris Johnson (e agora de Liz Truss) entrou na linha de tiro supostamente por uma necessidade de modernização de sua fonte de receita principal, a taxa cobrada das residências para assistir aos canais, mesmo online.
“Supostamente” porque pode até ser coincidência, mas o questionamento da taxa, resultando em um congelamento do valor que está levando a rede a fazer cortes severos, começou depois das eleições de 2019.
Johnson e sua turma passaram a reclamar abertamente de falta de imparcialidade da BBC na cobertura da campanha eleitoral, narrativa comum entre líderes criticados pela mídia.
Na campanha, o tema principal era o Brexit, que dividiu o país e instalou a polarização em um nível incomum para os britânicos. Concluir a saída do Reino Unido da União Europeia era a bandeira de Johnson, mas as dificuldades para executar a missão eram notícia na imprensa.
Só que a BBC não é qualquer imprensa. Ela é uma rede pública, e aí reside a confusão. Mídia pública não é (ou não deveria ser) mídia subserviente ao governo de plantão.
O Partido Conservador iniciou então uma cruzada para desmontar o poder da BBC, o que alguns consideram pura vingança e outros uma tentativa de neutralizar sua influência sobre a sociedade.
A taxa, hoje de £159, foi congelada por dois anos e no que depender do Conservador vai acabar, virando uma cobrança semelhante à das plataformas de streaming.
O algoz da corporação não foi Boris Johnson, que espertamente, como de hábito, escalou sua então secretária Nacional de Cultura e Mídia, Nadine Dorries, como portadora das más notícias.
Nesse tiroteio, a BBC vem tentando dar os anéis para não perder os dedos, buscando estabelecer limites para as manifestações de jornalistas e de estrelas do elenco.
Foi o caso de Lineker, que talvez em outra época não tivesse sido apontado pela casa como culpado do crime de expressar sua opinião de forma desafiadora para o governo.
Não é só. O jornalismo parece mais “cuidadoso”, no mau sentido, passando ao largo de questões polêmicas destacadas em outras mídias.
A BBC chega aos 100 anos com uma penca de problemas. Sua audiência envelheceu e muitos jovens não assistem TV, insensíveis aos programas que a rede criou para eles.
O congelamento da taxa é a ponta do iceberg na questão do financiamento. Já há uma queda em pagantes, porque muitos não assistem TV ou não assistem à BBC.
E se nem a Neftlix está conseguindo navegar em um ecossistema de streaming com vários competidores e pouco dinheiro nos bolsos, a BBC bem pode naufragar se depender somente disso.
Nos últimos meses, a emissora perdeu talentos para outros veículos, alguns alegando desconforto com a política restritiva para manifestação de opiniões pessoais.
O melhor presente de aniversário para a BBC seria algo que ela veio perdendo: a invulnerabilidade em relação a governos ou partidos, que até a era Johnson podiam até reclamar um pouco, mas não ousavam cortar suas asas.
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Estão abertas as inscrições para o Prêmio IREE de Jornalismo 2022. Nesta 3ª edição, ele vai selecionar as melhores reportagens sobre temas nacionais, política, economia e negócios publicadas entre 15 de novembro de 2021 e 15 de novembro de 2022 em jornais, revistas, sites, emissoras de rádio e de TV.
Ao todo serão concedidos R$ 110 mil, divididos em três categorias: R$ 50 mil para o vencedor do Prêmio IREE de Reportagem, R$ 30 mil para o vencedor do Prêmio IREE de Reportagem – Política e igual quantia ao vencedor do Prêmio IREE de Reportagem – Economia e Negócios.
Só serão aceitos trabalhos publicados originalmente em português, no Brasil. As reportagens devem ser inscritas pelo próprio autor no site www.iree.org.br ou na página iree.org.br/jornalismo/.
O prêmio foi criado em 2020 pelo Instituto para a Reforma das Relações entre Estado e Empresa para celebrar um pilar imprescindível da democracia: o jornalismo profissional e independente. “A sociedade livre, justa e próspera que almejamos para o Brasil depende do jornalismo profissional, exercido com independência e livre das ameaças dos poderosos do momento”, destaca Walfrido Warde, fundador e presidente do IREE.
O Instituto Prensa y Sociedad (IPYS) realizará de 9 a 21/11 a décima edição da Conferência Latino-Americana de Jornalismo Investigativo (Colpin 2022), no Rio de Janeiro. O evento reunirá mais de 50 palestrantes de cerca de 15 países da região.
A conferência terá mesas-redondas, discursos e workshops sobre jornalismo investigativo. A ideia é que profissionais do setor e interessados no tema troquem experiências de modo a criar e integrar uma comunidade internacional de jornalistas investigativos. Durante o evento, será entregue o Prêmio Latino-Americano de Jornalismo Investigativo.
O foco temático será “cobertura de suas cidades e seus temas”. A conferência será realizada no Hotel Hilton em Copacabana, que oferecerá tarifas especiais aos participantes, bem como em outros espaços abertos no Rio de Janeiro. Entre os patrocinadores estão brasileiros como TV Globo, revista piauí e Abraji, além de entidades internacionais.
O Instituto Prensa y Sociedad é uma organização com sede em Lima, no Peru, que visa a estimular o jornalismo investigativo, a liberdade de expressão e o acesso a dados públicos na América Latina.
“O pai do jornalismo de tecnologia no Brasil está offline”, escreveu Bruno Romani para a edição do Estadão. Aos 90 anos, morreu na noite do último domingo, 16, o jornalista Ethevaldo Siqueira, pioneiro da cobertura tecnológica no País. Ele estava internado em São Paulo, no hospital Oswaldo Cruz, para o tratamento de leucemia. Deixou esposa, dois filhos, cinco netos e uma bisneta. O enterro foi no Cemitério da Bom Pastor, em Ribeirão Preto (SP).
Em homenagem a ele, o jornal, em suas versões impressa e digital, mostrou a enorme contribuição desse paulista de Monte Alto (SP) ao jornalismo, em especial em temas como tecnologia e inovação, quando ali atuou, entre 1967 e 2012. Ele saiu, até com alguma mágoa, pelos tantos anos de contribuição, mas acabou voltando e nos últimos quatro anos com a coluna Mundo Digital na Rádio Eldorado FM. E esteve na ativa praticamente até o fim, pois a última participação dele na emissora foi em 14 de outubro.
Ethevaldo Siqueira
Não é demais lembrar sua generosidade, tão falada por amigos e colegas nas redes sociais, comprovada em participações nas mais diversas atividades, inclusive sindicais. Difícil esquecer a sua participação em encontros e congressos dos próprios jornalistas, levando sua mensagem e seu conhecimento sobre tecnologia. Era um show de deixar a todos boquiabertos.
Com o olhar voltado sempre para o futuro, Ethevaldo descreveu o desenvolvimento de diversas tecnologias no Brasil e no mundo. Em 15 de fevereiro de 1993, mais de dois anos antes da estreia da internet comercial no Brasil, ele escreveu no Estadão: “O mundo assiste a uma nova revolução no mundo da informática e das telecomunicações: a revolução das redes de voz e de dados. Ela é o resultado da crescente capacidade de comunicação dos computadores”.
“Dar conta do nível de pioneirismo do Ethevaldo é difícil − ele já era um repórter interessado na cobertura de tecnologia na década de 1960”, disse o jornalista e colunista do Estadão Pedro Doria. “Ninguém na imprensa brasileira via a área como algo que precisava ser coberto de forma sistemática. O Ethevaldo via. Quando o ‘jornalismo de informática’ começou a surgir, nos anos 1980, Ethevaldo já era um veterano de duas décadas”.
Mas destacamos também o apoio que ele sempre deu à saga e à memória do inventor brasileiro do rádio, Roberto Landell de Moura, divulgando os feitos científicos pioneiros do padre gaúcho. Provavelmente, foi um dos primeiros jornalistas paulistas a lembrar do padre inventor em seus artigos, reportagens e livros.
Landell e sua invenção
Quando publicou os livros Grandes personalidades das comunicações, em 2001, Revolução digital, em 2007, e Para compreender o mundo digital, em 2008, incluiu referências ao cientista brasileiro pioneiro das telecomunicações.
Em 29 de setembro de 2000, assinou um artigo no Estadão intitulado Marconi não inaugurou o Cristo Redentor em 1931. Além de ter levado, injustamente, a fama de inventor do rádio, Marconi, que na verdade inventou o telégrafo sem fio, também aparecia na história nacional como responsável pela iluminação do Cristo Redentor, por meio de um impulso elétrico acionado desde a distante Roma.
Ironicamente, o País que não reconhece em seus livros didáticos que Padre Landell é o verdadeiro “Pai do rádio”, estava concedendo uma deferência especial ao italiano…
Graças ao trabalho de Ethevaldo, ficou-se sabendo, anos mais tarde, que os sinais enviados por Marconi não puderam ser captados por problemas meteorológicos. O plano B entrou em ação: um dos engenheiros ligou a chave comutadora em paralelo, que estava prevista para uma emergência, e salvou a festa. E Marconi foi ficando com a fama, mais uma vez, pelo que não fez!
A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) registrou 28 ataques a mulheres jornalistas em setembro, o que representa um terço do total de casos a comunicadoras registrados no ano até agora.
Esses episódios representam aumento de 250% em casos do tipo em comparação ao mês de agosto, e um aumento de quase 48% em comparação a setembro de 2021.
A maior parte dos casos está relacionada à cobertura eleitoral (64,3%). Além disso, metade das agressões teve a participação de agentes políticos e estatais. O tipo de ataque mais frequente foi o de discurso estigmatizante, que tenta desmoralizar e descredibilizar as jornalistas, representando quase 68% do total de casos. Na sequência, aparecem casos de ameaças/intimidações/agressões físicas (21,4%) e violência sexual (7,1%).
A Abraji cita como exemplo de ataques a mulheres jornalistas o ocorrido com Amanda Klein, na Jovem Pan. Durante sabatina com o presidente Jair Bolsonaro, a jornalista fez uma pergunta sobre os imóveis adquiridos em dinheiro vivo pela família Bolsonaro. Em sua resposta, o presidente mencionou a vida pessoal de Klein e ela passou a ser vítima de ataques de apoiadores do presidente.
Outro exemplo é o caso de Juliana Dal Piva, do UOL. Após a publicação de uma reportagem investigativa sobre o patrimônio imobiliário da família Bolsonaro, ela recebeu ataques misóginos na internet.
A Abraji analisou também quantos dos ataques partiram de candidatos à Presidência. Entre 16 de agosto e 1º de outubro, foram registrados 51 casos de agressão envolvendo presidenciáveis, todos classificados como discursos estigmatizantes. Jair Bolsonaro foi responsável por 50,1% dos episódios.
Estão abertas as inscrições para a 7ª edição da Conferência Brasileira de Jornalismo de Dados e Métodos Digitais (Coda.Br 2022), a maior conferência de jornalismo de dados da América Latina. O evento será realizado em formato híbrido, online, de 31/10 a 3/11, e presencial, em 5 e 6/11, na ESPM em São Paulo.
O evento terá workshops sobre técnicas de cobertura de orçamentos municipais; direitos no acesso a dados públicos; investigação de dados territoriais e fundiários; informações sobre anúncios em redes sociais, entre outros, além de dois treinamentos intensivos de introdução às linguagens Python e R.
O Coda.Br 2022 homenageará o jornalista norte-americano Philip Meyer, criador do conceito de “jornalismo de precisão”, que completa no ano que vem 50 anos de existência. A sessão Meio século do jornalismo de precisão será realizada no sábado (5/11).
No último dia da conferência (6/11), haverá a cerimônia de entrega do 4º Prêmio Cláudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados, realizado pela Escola de Dados, em parceria com Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e Transparência Brasil. O prêmio reconhece os melhores trabalhos sobre jornalismo de dados nas categorias visualização, investigação, inovação e experimentação, e dados abertos.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) acatou pedido da campanha à Presidência de Luís Inácio Lula da Silva e abriu em 15/10 uma investigação ao presidente da Jovem Pan Antônio Augusto Amaral de Carvalho Filho, conhecido como Tutinha. A denúncia é de uso indevido dos meios de comunicação, atuando de forma a favorecer o candidato Jair Bolsonaro.
A coligação de Lula afirma que a Jovem Pan tem se tornado “o braço mais estridente do ‘bolsonarismo’”, promovendo uma “campanha difamatória” contra o ex-presidente.
Para o ministro Benedito Gonçalves, do TSE, os comentaristas da emissora não apenas persistem na divulgação de afirmações falsas sobre fatos, como “somente se mostram capazes de explicar as decisões a partir de novas e fantasiosas especulações, trazidas sem qualquer prova, de que haveria uma atuação judicial favorável a um dos candidatos”.
Além de Tutinha, a investigação vai focar no próprio Bolsonaro e no vice-presidente Braga Netto.
O Centro Knight para o Jornalismo nas Américas realiza de 24/10 a 20/11 o curso online e gratuito Jornalistas e saúde mental: como nos cuidar e promover uma profissão saudável, feito com o apoio da Google News Initiative e colaboração de The Self-Investigation.
Ao longo de quatro semanas, os alunos aprenderão como exercer a profissão de jornalista de forma sustentável, cuidando da saúde mental e do bem-estar emocional. O curso também dará dicas e estratégias para promover hábitos saudáveis nos meios de comunicação.
Os instrutores são Aldara Martitegui, jornalista especialista em inteligência emocional e Master Practitioner em Programação Neurolinguística (PNL); Mar Cabra, especialista em bem-estar digital, vencedora do Prêmio Pulitzer e cofundadora da The Self-Investigation, fundação focada em cuidar da saúde de jornalistas em todo o mundo; e Guilherme Valadares, fundador da plataforma de transformação das masculinidades PapodeHomem e diretor de pesquisa no Instituto PDH.
Ao final do curso, os alunos receberão um certificado de conclusão, desde que cumpram alguns requisitos, como assistir às videoaulas semanais e cumprir as leituras semanais, completar questionários, responder a tópicos no fórum de discussões, entre outros.