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terça-feira, julho 15, 2025

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Band demite Agostinho Teixeira após 27 anos de casa

Band demite Agostinho Teixeira após 27 anos de casa

O Grupo Bandeirantes anunciou na semana passada a demissão do repórter Agostinho Teixeira, após 27 anos de rádio Bandeirantes, completados em abril. Ele fez carreira no jornalismo investigativo da rádio brasileira.

Teixeira iniciou a trajetória no jornalismo ainda na faculdade, em 1986, como repórter da rádio USP, em programa produzido pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) em parceria com Jovem Pan. Posteriormente, trabalhou na Jovem Pan por dez anos.

Em 1996, foi para a Rádio Bandeirantes, na qual se destacou. Coapresentava o Manhã Bandeirantes ao lado de José Luiz Datena.

A demissão de Teixeira faz parte de um processo de cortes e reestruturação que o Grupo Bandeirantes está promovendo. Diversos funcionários, entre eles alguns com muitos anos de casa, deixaram a empresa nos últimos dias, nas TVs aberta e fechada, nas emissoras de rádio e nos sites de notícias do grupo.

O programa Bora São Paulo, que tinha participação das praças do interior, saiu da grade. A equipe do Brasil Urgente também foi afetada. Entre os nomes demitidos estão Luciana Barcellos, chefe de redação e Jamil Chade, especializado em coberturas internacionais. Na BandNews, deixaram a empresa Alessandro Di Lorenzo e Maiara Bastianello.

Nos bastidores, a informação que circula é que a Band teve um enorme prejuízo financeiro com o programa do apresentador Fausto Silva, que teve desempenho abaixo do esperado, o que levou a empresa a fazer cortes em diversos setores.

O Sindicato dos Jornalistas de São Paulo repudiou as demissões em massa. A entidade deve se reunir nesta semana com a Band para discutir as saídas. O Sindicado mantém contato com os profissionais demitidos e colocou seu departamento jurídico à disposição.

Polícia abre inquérito para investigar o sertanejo Bruno por transfobia

Polícia abre inquérito para investigar o sertanejo Bruno por transfobia
Polícia abre inquérito para investigar o sertanejo Bruno por transfobia

A Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) de São Paulo abriu inquérito para investigar se cantor Bruno, da dupla com Marrone, teria cometido transfobia contra a repórter Lisa Gomes, da RedeTV.

Em maio, durante evento no Villa Country, em São Paulo, o sertanejo constrangeu a jornalista ao questionar se ela possuía um órgão genital masculino. A solicitação para abertura da investigação foi realizada pelo Ministério Público, após denúncias da Associação dos LGBTQIA+ sobre o caso.

A equipe jurídica de Lisa manifestou-se por uma nota para a revista Quem, confirmando as informações: “A BRG Advogados, representando os interesses da jornalista Lisa Gomes no que tange ao triste episódio envolvendo o cantor Bruno em 12/05/2023, comunica que: 1) vem acompanhando toda a movimentação acerca da repercussão que o caso teve junto ao Ministério Público Paulista, especialmente em relação à apuração da prática de crime de transfobia; 2) a jornalista Lisa Gomes está à disposição das autoridades para ajudar na justa e correta apuração dos fatos e suas consequências a quem infringiu a lei; 3) envidará todos os seus esforços para que a lei seja cumprida e condutas como a do cantor Bruno, eivadas de preconceito, sejam fortemente reprimidas pelo Estado, em todos os seus aspectos. Na mesma dinâmica, a jornalista Lisa Gomes continua firme no seu propósito de buscar a necessária guarida judicial, com vistas a garantir a justa punição ao seu ofensor”.

Depois do episódio, Lisa fez um pronunciamento desabafando sobre a situação. Logo após, o cantor pediu desculpas utilizando sua conta no Instagram.

Em entrevista à época, Lisa destacou que o ato cometido por Bruno não ofendeu apenas a ela, e sim toda uma comunidade de mulheres trans: “Quantas transexuais você vê trabalhando na televisão hoje? É de contar nos dedos. Eu devo uma resposta a essas pessoas que se sentem representadas por mim. Ele fez mal para toda a comunidade, não só para mim”.

Leia também: 2° Encontro de Jornalistas Negros, Indígenas e Periféricos discutiu a importância da diversidade

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2° Encontro de Jornalistas Negros, Indígenas e Periféricos discutiu a importância da diversidade
2° Encontro de Jornalistas Negros, Indígenas e Periféricos discutiu a importância da diversidade

O 2° Encontro de Jornalistas Negros, Indígenas e Periféricos, promovido pelo Mandato Movimento Pretas, foi realizado na última terça-feira (13/6). O objetivo foi criar um espaço seguro para a discutir os desafios enfrentados pelos profissionais na área.

Além das integrantes do coletivo Movimento Pretas, o encontro contou com a presença de Lázara Carvalho, chefe de gabinete da Secretária Nacional de Justiça e coordenadora do Observatório Nacional de Violência contra Jornalistas. O evento, que durou pouco mais de uma hora, comandado pela jornalista e assessora de imprensa Daniela Ribeiro, gerou a discussão do papel do jornalismo nas pautas que envolvem minorias.

O debate trouxe o retorno da necessidade da produção de matérias positivas sobre a periferia, ação apontada como essencial para a desconstrução da imagem negativa de seus moradores.

Durante a reunião, Lázara anunciou a criação de um canal de denúncia exclusivo para casos de violência contra comunicadores, que será disponibilizado nos sites do Ministério da Justiça e no Fala.BR.

Também mencionou a importância da presença da diversidade em ambientes de fiscalização jornalística: “Nós precisamos de mais veículos, associações e profissionais negros e periféricos para que a diversidade seja real. A colaboração desses profissionais, de pequenas e grandes mídias de todo o País, é essencial para o funcionamento e alcance do Observatório”.

Os interessados em participar devem entrar em contato pelo e-mail: observatorio.senajus@mj.gov.br.

 

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Caio Quero assumirá BBC News Brasil em Londres

A BBC está promovendo mudanças no comando de seu serviço de notícias para o mercado brasileiro. A partir de 26 de junho, Caio Quero, que comanda o escritório de São Paulo da publicação, assumirá como chefe da BBC News Brasil em Londres.

Silvia Salek

Ele entra na vaga de Silvia Salek, que estava à frente do serviço desde 2014 e na BBC desde 2000. Silvia passará a coordenar outros serviços além do brasileiro, entre eles os direcionados para os mercados espanhol, turco, ucraniano e russo.

Flavia Marreiro

Para comandar o escritório paulista, que seguirá sob a direção de Caio, foi contratada Flavia Marreiro. No último ano, ela esteve à frente do escritório da Reuters no Brasil, e antes passou por El País Brasil e Folha de S.Paulo, onde foi correspondente em Caracas e Buenos Aires.

Há 15 anos na BBC, Caio Quero exerceu nesse período diversas funções em diferentes locais. Em São Paulo, foi produtor, repórter, editor assistente e chefe do serviço, mas também atuou como correspondente em Nova York e no Rio de Janeiro, e chegou inclusive a trabalhar no escritório de Londres.

“É uma grande honra assumir esse desafio”, comenta Caio, que coordenará uma equipe de mais de 40 profissionais, sendo 15 em Londres, 23 em São Paulo, dois em Brasília e um em Washington. “Pretendo continuar esse grande trabalho que vinha sendo feito pela Silvia Salek, que levou o serviço brasileiro para outro patamar, e trabalhar para ampliar o alcance da BBC Brasil no mercado brasileiro, trazendo novas audiências para um jornalismo imparcial, equilibrado e independente, investindo bastante em vídeo, não apenas para YouTube, mas também para redes sociais, porque é algo que faz parte do futuro da BBC”.

Trabalhos brasileiros entre os indicados para o Prêmio Gabo 2023

Trabalhos brasileiros entre os indicados para o Prêmio Gabo 2023

A Fundação Gabo anunciou os 50 trabalhos indicados para o Prêmio Gabo 2023, dez para cada uma das cinco categorias da premiação. Nove dos projetos são brasileiros, além de um outro trabalho feito em colaboração com jornalistas de diversos países, incluindo o Brasil.

Na categoria Áudio, está entre os indicados o podcast Projeto Querino, da Rádio Novelo, que conta a história do Brasil de um ponto de vista afrocêntrico. Também integra a lista o podcast UOL Investiga – Polícia Bandida e Clã Bolsonaro, sobre a ligação do ex-presidente Jair Bolsonaro e sua família com policiais acusados ​​de homicídio e corrupção no Rio de Janeiro.

Em Fotografia, concorre a foto Gólgota, de Ian Cheibub, para a Folha de S.Paulo, que retrata a pluralidade evangélica no Brasil. Também está entre os indicados a série de fotos de Gabriela Biló, da mesma Folha de S.Paulo, sobre os atos antidemocráticos da invasão da Praça dos Três Poderes, em Brasília, em 8 de janeiro deste ano. Por fim, mais uma série de fotos indicadas, Resistência, de Lalo de Almeida, também para a Folha, sobre como os povos indígenas reagiram às ameaças das políticas destrutivas do governo Bolsonaro.

Na lista da categoria Texto está a reportagem As joias de Bolsonaro, de André Borges e Adriana Fernandes, do Estadão, sobre o complô orquestrado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro para reter ilegalmente 3 milhões de euros em diamantes recebidos da Arábia Saudita.

Em Cobertura, o Brasil está representado em três trabalhos:

A reportagem Em audiência, juíza de Santa Catarina induziu menina de 11 anos grávida após estupro a desistir do aborto, de Bruna de Lara, Tatiana Dias e Paula Guimarães, do Portal Catarinas/The Intercept, que denuncia a violação do direito ao aborto de uma menina de 11 anos, vítima de estupro;

A matéria Metade do patrimônio do clã Bolsonaro foi comprada com dinheiro vivo, de Thiago Herdy e Juliana Dal Piva, do UOL, que mostra que pelo menos 51 dos 107 imóveis adquiridos pela família Bolsonaro desde 1990 foram comprados à vista;

E a reportagem Nomeie os meninos, da Repórter Brasil, sobre os problemas ambientais e trabalhistas que envolvem dez dos principais pecuaristas do País.

O Brasil também está representado na reportagem Viagem ao centro da Odebrecht e Lava Jato, feito em colaboração com jornalistas de nove países da América Latina, que revisaram o andamento do caso Lava Jato e Odebrecht e constataram que a impunidade prevalece.

Os finalistas serão anunciados na próxima semana, e os vencedores, na cerimônia de premiação do Prêmio Gabo, em 30 de junho, em Bogotá, durante o 11º Festival Gabo. Confira a lista completa dos indicados aqui.

Honda anuncia vencedores do 2° Concurso de Jornalismo Trânsito Seguro

Júlio Max Mesquita, do portal Auto Realidade, e Francielly Azevedo, da RIC TV (Record PR), foram os vencedores da 2ª edição do Concurso de Jornalismo Trânsito Seguro. Promovido pela Honda, com o apoio deste Portal dos Jornalistas e da newsletter Jornalistas&Cia, a iniciativa tem como objetivo promover ações práticas para uma mobilidade mais segura a partir da cobertura da imprensa sobre o tema.

“Para a Honda, a segurança no trânsito é um compromisso prioritário e condição indispensável à mobilidade”, destaca a gerente de Relações Públicas Corporativo Tassia Rodrigues. “Como uma marca que busca fomentar o diálogo contínuo sobre essa temática, fico honrada em anunciar os vencedores da segunda edição do concurso e aproveito para agradecer a todos os profissionais que se propuseram a abordar esse tema tão essencial de forma objetiva e criativa”.

Com a reportagem Trânsito mais seguro é feito de ações simples: você faz a sua parte?, publicada em fevereiro deste ano, Júlio Max foi o primeiro colocado na categoria Texto, enquanto Francielly foi a premiada na categoria Audiovisual com a matéria Efeito para o motorista que usa o celular no volante é o mesmo que dirigir bêbado. O conteúdo foi ao ar em setembro de 2022.

Pelas conquistas, o autor de cada reportagem receberá um prêmio de R$ 20 mil.

Brasileiros estão evitando menos as notícias do que o público de outros países, mostra relatório

Por MediaTalks by J&Cia

Contrariando a tendência global de evitar o noticiário, a chamada “evasão de notícias” recuou no Brasil em um ano, segundo o novo relatório Digital News Report 2023 do Instituto Reuters para Estudos do Jornalismo da Universidade de Oxford.

Apesar de a polarização política ser considerada pelos pesquisadores como uma das causas para que as pessoas evitem se informar, as polarizadas eleições presidenciais de 2022 tiveram um efeito oposto no País, segundo o Reuters, fazendo cair de 53% para 41% a quantidade de pessoas que declararam evitar notícias frequentemente ou às vezes. A média global é de 36%.

Publicado nessa quarta-feira (14/6), o documento analisa opiniões e comportamento do público em relação a notícias, empresas jornalísticas e plataformas digitais em 46 países, com base em pesquisas realizadas em cada mercado envolvendo ao todo 93 mil pessoas.

Relatório mostra queda de confiança no jornalismo 

Mas em outra métrica o Brasil está alinhado ao conjunto do universo pesquisado: a queda de confiança nas notícias está em 43%, percentual baixo do que os 48% do ano anterior e 19 pontos  menor do que em 2015.

Ainda assim, ela é maior do que a média global, de 40%, uma queda de 2 pontos percentuais em relação ao relatório anterior.

No Brasil, a opinião melhora quando a pergunta é sobre confiança nas fontes de notícias consumidas pelo entrevistado e não sobre todo o universo de notícias – mas ainda assim fica abaixo da metade: 47%.

Segundo o Instituto Reuters, os motivos para essa opinião são a polarização das eleições de 2022 e as críticas e agressões a jornalistas no País, que corroem a confiança do público no jornalismo como instituição.

O Brasil ocupa a 92% posição no ranking global de liberdade de imprensa da organização Repórteres Sem Fronteiras.

Notícias nas plataformas digitais 

Outra tendência global que se repete no Brasil é a perda de espaço do Facebook como fonte de notícias. Em um grupo de países selecionados, a plataforma caiu de 42% em 2016 para 28% este ano.

Ainda figura como a principal, mas marcas como TikTok, WhatsApp, Instagram e YouTube ganharam terreno

No Brasil, a  plataforma da Meta caiu 12 pontos percentuais em dois anos, e agora fica atrás do Instagram para consumo de notícias, apurou a pesquisa. Já o TikTok foi o de maior crescimento.

Mas o relatório destaca que grandes empresas jornalísticas como Folha de S.Paulo, Estado de S.Paulo e O Globo ainda têm mais seguidores no Instagram e Twitter.

E que empresas de TV abertas também parecem mais interessadas em concentrar esforços em outras redes sociais onde conseguem promover melhor seu conteúdo.

O consumo de fontes tradicionais de notícias, como televisão e mídia impressa, diminuiu significativamente na última década, diz o estudo.

O Instituto Reuters mediu ainda o alcance das principais marcas de jornalismo brasileiras, separadas por uso diário e uso semanal, e a confiança do público em cada uma.

No entanto, a análise de confiança, que no Brasil apontou BandNews, Folha de S.Paulo, Globo, Metrópolis e o Estado de S.Paulo como as mais bem classificadas,, foi condenada nesta terça-feira pela jornalista filipina Maria Ressa, prêmio Nobel da Paz.

Metodologia do relatório de jornalismo questionada 

Em uma entrevista ao jornal The Guardian, ela revelou que deixou o conselho consultivo do Instituto Reuters para Estudos de Jornalismo no ano passado por discordar da metodologia.

Seu veículo, o Rappler foi listado em 2022 como o menos confiável do país.

Ressa disse ao Guardian que “o relatório, financiado em parte pelo Google, não leva em consideração o impacto das campanhas de desinformação, principalmente em países onde os governos usam seus poderes para atacar a mídia livre”.

“Também não reflete o preconceito nas plataformas de tecnologia que têm grande controle sobre a distribuição de notícias ou o impacto de campanhas de desinformação”, afirma.

Ressa diz que os resultados do relatório são usados por adversários para desqualificar o jornalismo dos veículos apontados como menos confiáveis, mesmo sendo reconhecidos no mundo pela independência e ética.

“Nós não estamos sozinhos. Este ‘estudo’ é como dar uma arma carregada a governos autocráticos que tentam silenciar jornalistas independentes não apenas nas Filipinas, mas em países como Brasil e Índia, onde as operações de informação e a lei são usadas para perseguir, assediar e calar”.

Emily Bell, diretora do Tow Center for Digital Journalism na Universidade Columbia, também se manifestou sobre o modelo do relatório, afirmando que ele fornece “apenas uma perspectiva parcial da mídia contemporânea”.

Rasmus Kleis Nielsen, diretor do Instituto Reuters  defendeu a robustez da metodologia e disse: “Lamentamos o abuso contra Maria Ressa e a maneira como nossa pesquisa foi deturpada. Reagimos publicamente contra isso e continuaremos a fazê-lo”.

Dados gerais ao redor do globo

O abismo entre a proporção dos que se informam apenas pelas mídias sociais e os que acessam diretamente os aplicativos ou sites da mídia tradicional na internet nunca foi tão grande, revela a pesquisa feita para o Digital News Report 2023, publicado nesta terça-feira (14) pelo Instituto Reuters de Estudos de Jornalismo, baseado em Oxford.

Segundo o estudo, a diferença passou para oito pontos percentuais (30% por cento preferindo o acesso pelas mídias sociais e 22% pelos canais da imprensa) contra cinco no ano passado e um em 2021. Até 2020, o acesso pelos canais da imprensa sempre fora maior.

A virada aconteceu por causa dos jovens de 18 a 24 anos, que demonstram clara preferência pelo acesso de notícias pelas mídias sociais, conteúdos mais divertidos e com mistura de áudio, vídeo e texto, além de prestar mais atenção em influenciadores do que jornalistas em plataformas como TikTok, Instagram e Snapchat.

Pesquisa avalia comportamento em mídias sociais e tradicionais 

O relatório anual do Instituto Reuters é feito com base em uma pesquisa de hábitos de consumo de notícias e opiniões sobre as empresas jornalísticas e mídias sociais como fonte de informação em 46 países.

Veja outros destaque do relatório, que tem o Brasil como um dos países pesquisados. 

  • O consumo de notícias por meio de mídias tradicionais, como TV e impressos, continua a cair na maioria dos mercados, enquanto o consumo online e pelas mídias sociais não preenche a lacuna. Consumidores on-line estão acessando notícias com menos frequência do que no passado e também estão se tornando menos interessados.
  • Menos da metade (48%) dos 94 mil entrevistados em 46 países, incluindo o Brasil, disse estar muito ou extremamente interessado em notícias, uma queda acentuadaem relação os 63% observados em 2017.
  • A confiança nas notícias caiu 2 pontos percentuais, revertendo o aumento observado em muitos países durante a pandemia de coronaví Em média, 40% dos entrevistados dizem confiar na maioria das notícias na maior parte do tempo.
  • Em todos os mercados, 56% das pessoas dizem se preocupar em identificar a diferença entre notícias verdadeiras e falsas na internet – um aumento de dois pontos percentuais em relação ao ano passado.
  • Em todos os países, a maioria dos usuários online diz que ainda prefere ler as notícias em vez de assisti-las ou ouvi-las, por fornecer mais velocidade e controle no acesso às informações, embora em alguns países essa tendência comece a se reverter. O consumo de notícias de vídeo tem crescido constantemente em todos os mercados, com a maioria desse conteúdo acessada pelo YouTube ou Facebook.
  • Os podcasts de notícias continuam a ressoar com o público principalmente mais jovem, mas continua sendo uma atividade minoritária em geral. Cerca de um terço (34%) dos entrevistados disseram acessar um podcast mensalmente.

Pesquisa mostra desconfiança em relação a algoritmos 

A pesquisa aprofundou também o questionamento nos algoritmos das mídias sociais, vistos com desconfiança cada vez maior.

Boa parte do público é cética em relação à seleção de notícias oferecida pelos mecanismos de busca e mídias sociais.

Menos de um terço (30%) diz que ler matérias selecionadas com base no consumo anterior é uma boa maneira de obter notícias, uma queda de 6 pontos percentuais a menos do que quando a pergunta foi feita pela última vez em 2016.

Mas mesmo assim, o número ainda é maior dos que os que 27% que preferem que a seleção seja feita por jornalistas e organizações da mídia tradicional.

Fadiga de notícias é constatada pela pesquisa 

A proporção dos usuários que dizem evitar notícias, muitas vezes ou às vezes, permanece próxima dos máximos de todos os tempos: 36% da amostra total, considerando todos os mercados pesquisados pelo Instituto Reuters.

Esse grupo se divide entre aqueles que evitam periodicamente todas as fontes de notícias e os que restringem sua busca de notícias em momentos específicos ou para determinados tópicos. Esse público é o mais propenso a demonstrar interesse em jornalismo positivo ou de soluções.

A maioria dos entrevistados afirmou não estar procurando mais notícias, e sim notícias que pareçam mais relevantes, e os ajudem a entender os problemas que enfrentam.

Pesquisa mostra que preferência por notícias em mídias sociais nunca foi tão grande

A situação em 2023 praticamente inverte o cenário de 2018, quando o relatório começou a ser elaborado. Naquela época, 32% dos leitores preferiam se informar diretamente pelos canais da imprensa tradicional, contra 22% dos que faziam isso pelas mídias sociais.

Em 2023, a proporção dos que se informam pelas mídias sociais é de 30%, contra 22% que continuam preferindo buscar notícias diretamente nos canais digitais da mídia tradicional.

Segundo a pesquisa, os países escandinavos são os que apresentam maior proporção de leitores que preferem o acesso direto à mídia tradicional, com a Finlândia à frente (63% dos entrevistados), seguida de Noruega, Dinamarca e Suécia.

Entre os países com maior proporção de pessoas que preferem acessar notícias pelas mídias sociais estão a Tailândia (64% dos entrevistados), Filipinas, Chile e Peru.

Um quarto dos entrevistados (25%) disse preferir se informar por sites de buscas como o Google, índice que também supera os 22% que se informam diretamente nos canais digitais da mídia tradicional. Enquanto o acesso de notícias pela mídia tradicional caiu 10 pontos desde 2018, o acesso pelo Google subiu 1 ponto percentual.

O estudo mostra que parcelas menores da amostra ainda preferem se informar por alertas do celular (9%), agregadores de notícias (8%) e até pelo e-mail (5%). Em relação a 2018, a informação pelos alertas do celular cresceu 3 pontos, e os agregadores 2 pontos. O uso do e-mail como fonte de notícias caiu um ponto.

Acesso dos jovens aos canais da mídia tradicional caiu pela metade 

Em 2018, a proporção dos leitores de mais de 35 anos (53%) era praticamente que preferiam se informar pelos canais digitais da mídia tradicional era praticamente a mesma dos jovens da faixa de 18 a 24 anos (52%).

De lá para cá, enquanto a proporção dos mais velhos permaneceu praticamente a mesma (52%), a dos jovens caiu para menos da metade, passando para apenas 24%.

TikTok é a rede que mais cresce entre os jovens

O TikTok já é a terceira rede mais usada pelos jovens de 18 a 24 anos para se informar, com um crescimento assombroso desde 2019, passando de 5% para 38%.

O líder continua sendo o Instagram, sendo utilizado por 60% dos jovens dessa faixa etária, mas com um crescimento de apenas 1 ponto em relação a 2019.

A maior queda entre os jovens é a do Facebook, embora a rede continue sendo a preferida para acessar notícias na soma de todos os públicos.

Sua derrocada entre o público mais jovem começa em 2019, quando tinha 61% da preferência, e de lá para cá não parou de despencar, sendo utilizado atualmente por apenas 38% dos usuários de 18 a 24 anos para a busca de notícias.

Instragram e TikTok são as que mais crescem na busca de notícias

As preferências dos mais jovens se refletem na análise das preferências da amostra total dos entrevistados, considerando todas as idades, com relação ao uso das mídias sociais para o acesso às notícias.

O Instagram, com 14%, e o TikTok, com 6%, foram as que mais cresceram em relação ao ano anterior, com aumento de dois pontos percentuais.

Os únicos que caíram foram o Facebook, passando para 30% para 28%, embora continue na liderança, e o Facebook Messenger, caindo de 7% para 6%.

Considerando apenas os jovens de 18 a 24 anos, o uso do TikTok para se informar chega a 20%, um aumento de cinco pontos percentuais em relação ao ano passado.

Tópicos de notícias que ressoam nas redes

Os usuários do Twitter são mais propensos a prestar atenção a assuntos mais complexos, como política e negócios, do que os usuários de outras redes, enquanto os usuários do TikTok, Instagram e Facebook são um pouco mais propensos a consumir postagens divertidas (ou sátiras) relacionadas a notícias.

O estudo apontou a ambivalência, e possivelmente a fadiga, sobre a guerra na Ucrânia em todas as redes.

O TikTok é usado muito mais para notícias políticas no Peru, onde tem sido usado por estudantes para organizar protestos políticos, bem como no Quênia e no Brasil, do que nos Estados Unidos, Canadá ou Cingapura.

David Friedlander passa a diretor de Governança Editorial do Estadão

David Friedlander passa a diretor de Governança Editorial do Estadão

Na esteira das recentes mudanças na estrutura editorial do Estadão, o editor-chefe David Friedlander deixou o comando do dia a dia da redação para assumir o posto de diretor de Governança Editorial. Passa a acompanhar diretamente as matérias mais sensíveis, como reportagens investigativas de maior envergadura, e a coordenar o Comitê de Planejamento Editorial, que terá a presença dos diretores e editores executivos do jornalismo, e que foi pensado para discutir pautas de maior profundidade em assuntos nos quais o Estadão quer ser referência.

“Também vou estruturar um sistema de governança de qualidade de conteúdo, que envolverá o comprometimento de toda redação com a produção de material que mantenha a qualidade (texto, vídeo, áudio) de tudo que tiver o cavalinho azul do Estadão”, disse ao Portal dos Jornalistas. “Depois que isso estiver implantado, vou acompanhar para que seja seguido. Finalmente, estão debaixo do meu guarda-chuva o jornal impresso e os treinamentos, como os cursos Focas de Jornalismo e outros”.

No Reino Unido, vitórias para mulheres jornalistas assediadas dentro e fora das redações

No Reino Unido, vitórias para mulheres jornalistas assediadas dentro e fora das redações

Por Luciana Gurgel

Luciana Gurgel

As histórias não são boas, mas o desfecho sim. Dois casos esta semana confirmaram que o assédio a mulheres jornalistas continua vivo até em uma nação listada em 26º lugar no ranking de liberdade de imprensa da Repórteres Sem Fronteiras.

A correspondente indiana Poonam Joshi encarou uma briga com a “sagrada” Câmara dos Lordes − e ganhou.

Vítima de uma campanha feroz por parte de um integrante da casa indignado com suas perguntas e reportagens, Joshi conseguiu que ele fosse considerado culpado de intimidação, bullying e assédio.

O poderoso foi obrigado a pedir desculpas e terá que fazer um curso de bom comportamento nas redes sociais − um vexame para a sua posição.

A outra vitória é de jornalistas assediadas no The Guardian.

Nesta segunda-feira (12), o Guardian Group anunciou uma revisão no processo de tratamento de denúncias de assédio em resposta a atos praticados por Nick Cohen, ex-colunista de sua edição dominical, The Observer.

Uma das vítimas foi a jornalista Lucy Siegle, que recebeu um e-mail de Katharine Viner, editora-chefe do Guardian, e da CEO Anna Bateson pedindo desculpas pela experiência vivida e pela forma como a reclamação foi tratada.

Só que o e-mail chegou com cinco anos de atraso. Em 2018, ela comunicou à chefia que Cohen havia colocado a mão em seu traseiro. Queixas semelhantes foram feitas por pelo menos sete jornalistas.

Siegle afirmou que um editor sênior defendeu Cohen e que o jornal nada fez.

Uma investigação só começou em 2021, quando a jornalista tornou o caso público pelo Twitter. E apenas em 2023 Cohen perdeu o cargo. O Guardian atribuiu sua saída a motivos de saúde e elogiou seu trabalho brilhante − mas não para as colegas.

Para piorar a situação do jornal dirigido por duas mulheres, a revisão e as desculpas não foram espontâneas e sim motivadas por uma reportagem do New York Times em 30 de maio − que respingou no Financial Times, também dirigido por uma mulher.

Segundo o NYT, a repórter do FT Madison Marriage tinha fontes dispostas a contar toda a história, incluindo o motivo da saída de Cohen.

Mas jornalistas da redação afirmaram que a editora-chefe Roula Khalaf engavetou a história sob o argumento de que não tinha o perfil do Financial Times.

Quem pegou a pauta então foi o New York Times. Lucy Siegle foi uma das entrevistadas. O NYT relatou que a fama de apalpador do colunista era tão conhecida que as jornalistas usavam uma entrada diferente para um bar a fim de evitar cruzar com o colega.

Lucy Siegle (Crédito: theguardian.com/PR)

Na segunda-feira (12/6), ela falou novamente ao jornal americano após o e-mail do Guardian, dizendo-se aliviada.

O Grupo Guardian informou que reclamações de assédio serão agora analisadas por terceiros, e não por integrantes da redação. Uma consultoria de cultura corporativa foi contratada para atuar como “ponto de contato independente” até setembro para quem desejar relatar outros casos.

Nick Cohen não respondeu às acusações, mas sugeriu que os atos foram praticados quando era alcoólatra.

Enquanto no Guardian a resposta demorou cinco anos, na Câmara dos Lordes levou poucos meses. Mas os dois casos têm algo em comum: a coragem de jornalistas sem medo de se exporem ou de mais perseguições.

Poonan Joshi abriu uma reclamação no Comitê de Ética da casa em novembro, anexando um assustador conjunto de tweets agressivos e discriminatórios.

Poonam Joshi (Crédito: https://twitter.com/PoonamJoshi__/photo)

Ela foi chamada de “pobre” e insignificante por Lord Ranger. Ele sugeriu que ela não teve boa educação, e tachou-a de “presstitute”, xingamento usado na Índia contra jornalistas por membros do partido de Narendra Modi.

Em uma conversa com o MediaTalks, Joshi encorajou outras mulheres a lutarem contra ataques e injustiças: “Venho de uma cultura onde o patriarcado está arraigado, onde as mulheres têm que trabalhar duplamente para serem ouvidas e progredirem. Não importa o status e a posição, ainda somos frequentemente vistas como ‘irrelevantes’, cujas opiniões e pontos de vista não importam e somos constantemente silenciadas. É especialmente difícil para uma jornalista, porque muitas vezes é nosso trabalho responsabilizar homens poderosos. Precisamos entender nossa força interior e confiar que, enquanto estivermos defendendo o que é certo e o que é justo, não há nada a temer”.

Bom conselho.


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Prêmio CNT de Jornalismo 2023 abre inscrições

Prêmio CNT de Jornalismo 2023 abre inscrições

Estão abertas as inscrições para o Prêmio CNT de Jornalismo 2023. Em sua 30ª edição, o prêmio visa a incentivar trabalhos sobre os principais desafios e problemas do setor de transportes. As inscrições vão até 7 de agosto.

Podem ser inscritos trabalhos veiculados entre 8 de agosto de 2022 e 7 de agosto de 2023, em seis categorias: Áudio (para matérias de rádio e podcasts), Fotojornalismo, Impresso, Internet, Meio Ambiente e Transporte e Vídeo (para reportagens e documentários veiculados na TV e em plataformas de streaming). Neste ano, haverá também uma categoria que premiará a comunicação organizacional de entidades representativas do setor de transportes.

O vencedor em cada categoria receberá R$ 35 mil. Os melhores trabalhos concorrerão ao Grande Prêmio CNT de Jornalismo, que concederá ao vencedor R$ 60 mil. Entre os critérios utilizados para a avaliação dos trabalhos estão relevância para o setor de transporte e o transportador; qualidade editorial; relevância para a sociedade; criatividade/originalidade; temporalidade/atualidade.

Os vencedores serão anunciados em novembro. Confira o regulamento e inscreva-se aqui.

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