Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), se reuniu na segunda-feira (16/10) com representantes de 11 organizações defensoras da liberdade de imprensa na sede do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em Brasília. No encontro, os presentes debateram o assédio judicial crescente contra jornalistas e comunicadores.
O presidente do STF reafirmou sua posição de que o jornalismo “não pode ser acuado, sob pena de não conseguir cumprir o seu propósito de divulgar informações de interesse público para a sociedade”. Barroso disse que manterá abertos os canais de diálogo e se mostrou favorável à ampliação da presença da sociedade civil no Fórum de Liberdade de Imprensa do CNJ.
Os representantes das organizações citaram o julgamento em curso de duas Ações Diretas de Inconstitucionalidade, ajuizadas pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e pela Associação Brasileira de Imprensa (ABI), que buscam diminuir os impactos do assédio judicial contra jornalistas.
As entidades também expressaram preocupação com a definição da tese de repercussão geral (Tema 995) a respeito da responsabilização de meios de comunicação e jornalistas sobre declarações de seus entrevistados, que poderia resultar em autocensura e restrição do direito de informação da população.
Participaram da audiência representantes de Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Repórteres Sem Fronteiras (RSF), Associação de Jornalismo Digital (Ajor), Instituto Tornavoz, Comitê para Proteção dos Jornalistas (CPJ), Intervozes, Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Instituto Palavra Aberta, Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) e Associação Nacional de Jornais (ANJ).
Helena Vieira conta a história de seis gerações da sua família no livro Jussiape, a cidade onde nada acontecia. Publicada pela Folhas de Relva, a obra que mistura relatos pessoais e jornalísticos, traz as descobertas da autora durante a busca pela trajetória da família.
A ideia, que começou pelo desejo de Helena de compreender seu pai, um católico fundamentalista ultraconservador, revelou o uso de mão de obra escrava por seus ancestrais. Além de relatos dos moradores da cidade, o livro inclui o resultado de dez anos de pesquisas em documentos no Arquivo Público do Estado da Bahia.
Helena conta a influência e relação de violência, escravidão e política. Aborda também as consequências disso em sua vida: “Quando eu tinha sete anos, por um motivo que só consegui vislumbrar quase 40 anos depois, meu pai me deu uma surra de cinto que deixou hematomas nas pernas e um trauma difícil de superar”.
Formada em Jornalismo pela Universidade Federal da Bahia, Helena Vieira já morou em Salvador, São Paulo, Nova York, Buenos Aires, Roma e Arusha, na Tanzânia. Teve passagens pelos jornais O Estado de S.Paulo e O Globo, onde foi correspondente internacional. Atualmente é editora do site LSE Business Review, da London School of Economics and Political Science, onde reside há dez anos.
O livro está com lançamentos marcados para 19/10 em São Paulo (Livraria da Travessa – R. dos Pinheiros, 513, Pinheiros, às 19h), 25/10 em Salvador (Livraria Escariz do Shopping Barra – R. Fernão de Magalhães, 2.992, Barra, às 19h), e em novembro em Jussiape e Caetité (BA) e na Festa Literária Internacional de Paraty, no Rio de Janeiro. Ele pode ser adquirido em pré-venda no site da editora Folhas de Relva.
O Centro Celso Pinto de Estudos de Jornalismo Econômico, instituído pelo Insper em 2021, lançou um edital para contratar um bolsista pesquisador que será encarregado de fazer um levantamento dos modelos de negócio alternativos para o jornalismo utilizados ao redor do globo.
O edital é voltado para pesquisadores em nível de pós-graduação, de preferência com inscrição em doutorados de jornalismo, economia, administração ou áreas relacionadas. A ideia é que o selecionado desenvolva um projeto de pesquisa sobre modelos de negócio utilizados pelo jornalismo no Brasil e em outros países que sirvam como alternativas aos tradicionais, principalmente no que se refere a conteúdo e venda de anúncios.
O(A) pesquisador(a) receberá um total de R$ 30 mil, divididos em seis parcelas de R$ 5 mil. A bolsa durará um total de seis meses, com possibilidade de prorrogação por até três meses adicionais, mediante autorização prévia do Insper.
Interessados(as) devem enviar e-mail para ccp@insper.edu.br com uma justificativa do interesse no trabalho (até no máximo 2.800 caracteres), além do currículo Lattes e Orcid da pessoa solicitante. O prazo para inscrições termina em 7 de novembro, e o resultado será anunciado em 16 de novembro.
Já estão abertas as inscrições para a oitava edição da Conferência Brasileira de Jornalismo de Dados e Métodos Digitais (Coda.Br), o maior evento de jornalismo de dados da América Latina. A conferência será realizada nos dias 18 e 19 de novembro, na sede da ESPM em São Paulo.
Organizado pela Escola de Dados, o evento terá ao longo de seus dois dias de programação painéis sobre justiça e mudanças climáticas, dados para investigações de direitos humanos, oficinas sobre inteligência artificial e automações no jornalismo, gênero, raça e desigualdade, eleições, mapas e geodados, linguagens de programação Python e R, entre outros temas.
Entre os nomes confirmados estão Beatriz Farrugia, Daniel Suárez Pérez e Esteban Ponce de León (DFRLab), Verónica Goyzueta (ESPM/Pulitzer Center), e Marcelo Soares (Lagom Data).
Jamile Santana, coordenadora da área de dados e transparência da Escola de Dados, destaca a oportunidade de networking que o evento oferece: “O Coda.Br é esse espaço já consolidado onde trocamos conhecimento sobre metodologias e ferramentas para o trabalho com dados e também discutimos, em conjunto, temas relevantes acerca dessa área como tendências, ética no uso e produção de dados e como pautar as tomadas de decisões públicas a partir de evidências”.
Vale lembrar que no dia 19, segundo dia do evento, acontece a entrega do Prêmio Cláudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados.
O repórter cinematográfico Issam Abdallah, da agência de notícias Reuters, morreu nesta sexta-feira (13/10) após ser atingido por um bombardeio israelense no sul do Líbano. Abdallah transmitia ao vivo os bombardeiros junto de um grupo de jornalistas. Ao menos outros três repórteres foram feridos.
As imagens transmitidas por Abdallah estavam sendo exibidas pela Reuters e por outras diversas emissoras ao redor do globo, incluindo a GloboNews. É possível ver ao vivo o momento em que uma bomba atinge o grupo de imprensa. Após a explosão, uma mulher grita: “O que está acontecendo? Não consigo sentir minhas pernas”.
Surreal! A @GloboNews mostrou ao vivo o momento em que uma equipe de TV é atingida na fronteira entre Israel e Líbano. “O que aconteceu? Não consigo sentir minhas pernas”, diz uma mulher que estava entre os jornalistas atrás da câmera. Com @DanielaLima_ e @Ricardo_Abreu_pic.twitter.com/pAFSwfQVUF
Dois jornalistas da rede Al-Jazeera e outro da Agência France-Presse foram atingidos. Segundo a Al-Jazeera, dois de seus jornalistas ficaram feridos e foram transferidos para um hospital. Outra jornalista do grupo morreu, mas não há identificação da vítima até o momento.
Guga Chacra, mestre em Relações Internacionais e comentarista da TV Globo, escreveu nas redes sociais sobre o ocorrido, destacando que Abdallah estava com colete e capacete de identificação de imprensa: “Suas imagens estavam sendo transmitidas ao vivo ao redor do mundo, incluindo na GloboNews, quando foi morto no ataque israelense. Não era do Hamas, não estava em Gaza. Era um jornalista da maior agência de notícias do mundo fazendo o seu trabalho”.
Dez profissionais de comunicação foram mortos enquanto realizavam a cobertura do conflito entre Israel e o grupo militante palestino Hamas. Este fez um ataque surpresa contra o país em 7 de outubro; como resposta, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu declarou guerra e começou a bombardear a Faixa de Gaza.
Nos primeiros três dias do conflito, canais de televisão israelenses relataram a morte de 900 habitantes de Israel e o Ministério da Saúde de Gaza disse que pelo menos 687 palestinos foram mortos. Entre eles, havia profissionais que informavam sobre a situação no local. O Comitê de Proteção aos Jornalistas (CPJ) começou a investigar os relatórios de jornalistas detidos, feridos, mortos e desaparecidos.
Segundo o comitê, no primeiro dia foram mortos Mohammad AL-salhi, da agência Fourth Authority; Mohammad Jarghoun, da Smart Media; Yaniv Zohar, da agência Israel Hayom; e o fotógrafo Ibrahim Mohammad Lafi, da Ain Media. Nos posteriores, faleceram Saeed Al-Taweel, editor-chefe do site Al-Khamsa News; Mohammed Sobih e Hisham Alnwajha, da Khabar; o freelancerAssaad Shamlakh; o fotojornalista Mohamed Fayez Abu Matar; e, no norte de Gaza, Ahmed Shehab e sua família.
De acordo com Ranking Mundial da Liberdade de Imprensa 2023 da Repórteres Sem Fronteiras (RSF), as áreas estão classificadas entre as menos seguras para jornalistas. Israel está na 97° posição, enquanto Palestina ocupa a 156°. A análise justifica as posições devido à violação de direitos dos profissionais, sobretudo na Palestina, onde, além da autoridade local, há forças de ocupação israelenses e políticas do Hamas como ameaça.
Sucesso de público e crítica. Não existe outra forma para definir a primeira edição do prêmio Os +Admirados Jornalistas Negros e Negras da Imprensa Brasileira. A iniciativa, promovida por este Jornalistas&Cia em parceria com 1 Papo Reto, Neo Mondo e Rede JP de Jornalistas pela Diversidade na Comunicação, registrou expressiva votação em seus dois turnos, contando com muita campanha e movimentação entre jornalistas e profissionais da comunicação nas redes sociais.
Finalizada a apuração, 60 jornalistas e 11 publicações foram destacados e serão homenageados na cerimônia de premiação marcada para a noite de 13 de novembro, na Unibes Cultural, em São Paulo.
Eduardo Ribeiro
“Mais do que uma vitrine, esse prêmio é uma trincheira na luta antirracista e por maior diversidade nas redações brasileiras”, ressalta Eduardo Ribeiro, diretor do Jornalistas&Cia e idealizador da iniciativa. “Sem essa diversidade profissional não haverá diversidade nas pautas, no tipo de cobertura feita, nas fontes ouvidas, nos preconceitos embutidos nas narrativas editoriais e na linguagem adotada. E o prêmio joga luz nesse valoroso grupo de profissionais, que vão abrindo caminho para que tenhamos a cada dia um avanço no equilíbrio racial e étnico no jornalismo. Foi com imenso entusiasmo que acompanhamos o engajamento e o nível de participação do mercado na votação dos dois turnos. E o melhor: foram eleitos democraticamente colegas consagrados e outros menos conhecidos do grande público, mas com um trabalho de grande relevância para o jornalismo”.
No evento de premiação − cuja realização só será concretizada graças ao patrocínio Ouro de Bayer e Unilever, Bronze de DOW e Latam, aos apoios de Embaixada e Consulados dos Estados Unidos e Unibes Cultural, e aos apoios institucionais de ABI, Conajira/Fenaj e Rede Mar − também serão conhecidos os TOP 10 +Admirados Jornalistas, os campeões regionais de admiração, o campeão da categoria Imagem Foto/Vídeo e os campeões das categorias Veículo Geral e Veículo Liderado por Jornalistas Negros, além das homenagens especiais aos Decano e Decana do Jornalismo – Troféu Luiz Gama, Revelação do Ano – Troféu Tim Lopes e Personalidade do Ano – Troféu Glória Maria.
Marcelle Chagas
“A representação justa e precisa de diferentes grupos étnicos na mídia é fundamental para combater o preconceito, a discriminação e a desigualdade, e é através desta inclusão que vamos proporcionar um ponto de reconexão do jornalismo com a sociedade e sua credibilidade”, acrescenta Marcelle Chagas, coordenadora da Rede JP. “A Rede de Jornalistas Pretos pela Diversidade na Comunicação é uma das mais fortes expressões do poder da comunicação nas mudanças sociais e tem desde 2018 proporcionado um impacto significativo inspirando novas ações. Acredito que a final do prêmio representa o resultado de um processo de trabalho em rede com jornalistas de todo o País e de outros países também. Essa conexão em rede nos confere uma visão única e especial sobre o papel do jornalismo na luta pelos direitos humanos através da inclusão de grupos sub-representados e diversas vozes”.
Serão homenageados 52 profissionais na categoria Jornalistas, dos quais 35 mulheres; cinco entre os Profissionais de Imagem; cinco veículos na categoria Geral; e outros seis entre as publicações lideradas por jornalistas negros.
Rosenildo Ferreira
“Como cidadão e ativista das causas sociais, sinto-me um privilegiado por viver este momento”, comemora Rosenildo Ferreira, editor-chefe do 1 Papo Reto. “À primeira vista, pode parecer um contrassenso que um prêmio destinado a um recorte racial da sociedade tenha a função de promover o pluralismo. Mas, em se tratando da complexa sociedade brasileira, é necessário ter atenção aos detalhes. Especialmente no que se refere à invisibilidade a que os integrantes da comunidade afro-brasileira foram relegados em todas as áreas. E, como sabemos, esse processo nunca foi fruto do acaso ou se deu por incompetência dos apartados. Foi, isso sim, uma obra meticulosa, que envolveu o apagamento e a subalternização de corpos e culturas a partir do uso de políticas públicas e de arranjos sociais”.
Oscar Lopes Luiz
“A premiação que confirma o trabalho de jornalistas negros e negras em um país onde o racismo estrutural tem raízes profundas é muito mais do que apenas uma celebração de conquistas individuais”, completa Oscar Lopes Luiz, publisher de Neo Mondo. “Ela carrega consigo um significado simbólico que transcende o mundo do jornalismo e alcança o cerne da luta por igualdade e justiça racial. No mundo do jornalismo, a representação é fundamental. Quando jornalistas negros(as) são reconhecidos(as) e premiados(as), eles(as) não apenas recebem o reconhecimento que merecem, mas também inspiram outros membros da comunidade negra a seguirem seus passos. Isso cria um círculo virtuoso de empoderamento e encorajamento, mostrando às gerações futuras que é possível superar as barreiras impostas pelo racismo sistêmico e fazer contribuições significativas para o campo”.
06/10/2023, Os jornalistas Victor Ribeiro e Guilherme Strozi, estreiam programação Rádio Nacional. Foto: EBC/Divulgação
A rádio Nacional lançou em 9/10 uma faixa inédita, ao vivo, de programação local em São Paulo, em FM 87,1 MHz. Apresentada por Victor Ribeiro e Guilherme Strozi, do estúdio da Nacional na capital paulista, vai ao ar de segunda a sexta-feira, das 8h às 10 horas.
Em formato de revista eletrônica, a emissora traz notícias sobre os principais acontecimentos do dia em São Paulo, com a entrada de repórteres na rua. São informações de interesse da população sobre as condições do tempo e a mobilidade urbana, com detalhes do trânsito na metrópole e a situação dos trens, metrô e ônibus. A pauta combina conteúdo jornalístico, prestação de serviço e produções musicais. A agenda cultural tem foco no trabalho dos artistas locais, tanto os nomes consagrados das artes como os novos talentos da cidade.
A Nacional está no dial paulista desde abril de 2021, quando foi inaugurada a banda estendida FM. Os ouvintes de São Paulo recebiam os conteúdos transmitidos pelas outras praças, mas a partir de agora passam a contar com produção local própria pela manhã.
A frase “a verdade é a primeira vítima da guerra”, cuja autoria é motivo de controvérsia, está mais uma vez se demonstrando sábia nos combates dos últimos dias em Gaza. Só que desta vez em um momento ainda mais favorável para a proliferação de fake news e desinformação do que na própria guerra da Ucrânia, ou nos tempos ancestrais em que a frase teria sido cunhada.
Se isso realmente vem dos tempos de Ésquilo, não havia então a inteligência artificial generativa, instrumento para a criação de imagens falsas que incendeiam ainda mais os ânimos.
Nem o Twitter, plataforma importante para notícias e temas políticos, que pertence agora a uma influente figura com quase 160 milhões de seguidores. Seu dono, Elon Musk, recomendou canais conhecidos pouco confiáveis como fontes sobre o que se passa no Oriente Médio.
No domingo, enquanto a mídia internacional despachava para a região experientes correspondentes e alocava seus melhores profissionais locais para informar o público, Musk desprezou o jornalismo confiável e recomendou duas contas, @WarMonitors e @sentdefender. “São bons”, disse.
Ele também sugeriu aos seguidores acompanharem fontes no campo, em linha com sua defesa do jornalismo-cidadão como “salvação do mundo”.
O jornalismo-cidadão tem seu valor, como demonstrado na crise da Covid-19 na China e em tantas comunidades pelo mundo. Muito do que se soube da pandemia deve-se ao trabalho corajoso de profissionais como Zhang Zhan, condenada por ter transmitido notícias de Wuhan pelo YouTube.
Musk recomenda contas suspeitas no Twitter/X
Mas não é esse o espírito de Musk. Ele também poderia recomendar fontes no terreno entre as grandes redes internacionais, não apenas norte-americanas ou britânicas, que estão cobrindo os acontecimentos em Gaza. Ou contas de ONGs de direitos humanos. Mas o que ele fez foi recomendar uma conta no Twitter que há um ano elogiou o antissemita Kanye West e afirmou que “a maioria das pessoas na mídia e nos bancos são sionistas”.
O outro canal sugerido pelo dono do X/Twitter foi tachado de “extremamente venenoso” por um pesquisador do Atlantic Digital Forensics Research Lab.
Falsa explosão perto do prédio do Pentágono (Crédito: Twitter Renee DiResta)
Musk apagou o post com as dicas de onde se informar sobre o conflito em Gaza depois de criticado − coisa rara −, mas ainda assim elas foram vistas por milhões de pessoas, endossando gente conhecida por promover o discurso de ódio e desinformação em um momento crítico da história em que verdade e ponderação fazem parte da solução.
A escalada da violência em Gaza virou também laboratório para o lado sombrio da IA generativa. Alex Mahadevan, diretor do MediaWise, projeto de alfabetização midiática do Poynter Institute, disse que a desinformação em torno dos conflitos em Gaza é “galopante”.
“Dilúvio” de desinformação
Shayan Sardazadeh, jornalista de verificação de fatos da BBC, fez uma thread no Twitter/X mostrando vários exemplos de vídeos e imagens falsas sobre a guerra na plataforma de Musk. A maioria não tem nada a ver com o conflito. Há até fotos de videogames de guerra associadas aos combates reais. Sardarizadeh afirmou haver “um dilúvio” de desinformação sobre Gaza nas redes. A enxurrada inclui a conta de “Verona Mark”, uma falsa repórter da BBC, na qual foram postados vídeos e fotos manipuladas ou de outras situações que nada têm a ver com o conflito atual.
O especialista do Poynter Institute recomenda passos para conferir a veracidade de um post. “Quem está por trás das informações? Qual a evidência? O que dizem outras fontes?”. Ele sugere ainda fazer a pesquisa reversa das imagens e observar detalhes como marcas d’água e excesso de dedos.
Mas quantos têm tem tempo ou habilidade para tal? Alex Mahadevan levanta a hipótese de evitar as redes sociais como forma de não se expor à desinformação − algo que para muitos nem é possível, por motivos profissionais.
A outra possibilidade é a responsabilização das plataformas, que sabem onde a desinformação está e talvez não estejam atentando para a extensão dos danos que ela causa, em guerras ou na paz.
Para receber as notícias de MediaTalks em sua caixa postal ou se deixou de receber nossos comunicados, envie-nos um e-mailpara incluir ou reativar seu endereço.
Vencedores do Prêmio SAE Brasil de Jornalismo 2023
Foram anunciados em 10/10 os vencedores do Prêmio SAE Brasil 2023. O destaque desta edição ficou por conta do site da Quatro Rodas, que venceu a premiação nas categorias Internet e Vídeo. Na outra categoria, Impresso, o prêmio foi para a revista Aero Magazine.
Com a reportagem Gasolina sintética: ela pode ser a salvação dos motores a combustão?, o editor-chefe da QR Paulo Campo Grande foi o vencedor em Internet. A publicação também levou uma das menções honrosas nessa mesma categoria, entregue para Eduardo Passos. A outra ficou com Vagner Aquino, do Jornal do Carro/Estadão. Já os Destaques foram para Alexandre Carneiro, do portal Vrum, e Julio Cabral, do UOL Carros.
Na categoria Vídeo, o prêmio principal ficou com Henrique Rodriguez e a reportagem New Holland T6: primeiro trator a biometano do Brasil não polui e economiza R$ 100 por hora. As Menções Honrosas foram entregues para Bruno Pinheiro Faustino, da TV Cultura, e Lucas Duarte e Gustavo Ferreira, da TV Liberal/PA, enquanto os destaques ficaram com Tião Oliveira, do Jornal do Carro/Estadão, e Isadora Carvalho, também da Quatro Rodas.
Já em Impresso, o primeiro lugar ficou com Edmundo Ubiratan, da Aero Magazine, autor da reportagem As máquinas no comando. As Menções Honrosas foram entregues para André Paixão, Ulisses Cavalcante e Vitória Drehmer, da revista Autoesporte, e Pedro Kutney, da revista AutoData, e os destaques foram para André Schaun, também da revista Autoesporte, e Paulo Batistella, Tiago Ghizoni, Ben Ami Scopinho, Ciliane Pereira, Everton Siemann e Raquel Vieira, do Diário Catarinense.
Vencedores do Prêmio SAE Brasil de Jornalismo 2023