Emissora gaúcha diz que alterou a grade por considerar que a federal atua como “chapa branca” A Empresa Brasil de Comunicação (EBC) emitiu nota nessa segunda-feira (21/3) contestando a afirmação de Isara Marques, presidente da TVE do Rio Grande do Sul, que, em entrevista à Rádio Guaíba no último dia 17, explicou por que vetara a transmissão do telejornal Repórter Brasil Tarde, produzido pela TV Brasil (que pertence à EBC). Na entrevista, Isara afirmou que a TV Brasil deixou de atuar como tevê pública para ser “uma tevê do governo”. E explicou que optou pelo telejornal Jornal da Cultura Primeira Edição, da TV Cultura, de São Paulo, “porque está dando Jornalismo, a TV Brasil não. Eu resolvi equilibrar, senão viraríamos ‘chapa branca’ do Governo Federal”. No comunicado, a EBC reclamou que a TVE não enviou, em nenhum momento, qualquer consideração ou contestação sobre os assuntos pautados pela equipe de Jornalismo da empresa, nem em relação à forma de abordagem. A EBC alegou ainda que a TVE foi a única das 45 emissoras que retransmitem o conteúdo da TV Brasil a tirar o telejornal do ar na quinta-feira, 17. Nessa data, a imprensa repercutia a divulgação dos áudios do ex-presidente Lula. Na manhã dessa terça-feira (22/3), em reposta ao comunicado da EBC, Isara declarou que, “em respeito à boa informação e ao princípio do contraditório”, a TVE mantém uma boa relação de parceria com a Empresa Brasileira de Comunicação, “porém, preza pela defesa de sua autonomia e independência em relação à empresa e demais parceiras da Rede Nacional de Comunicação Pública”. Segundo ela, a TVE discorda da linha editorial adotada recentemente pelo Jornalismo da EBC e retirou o telejornal da grade de programação “em perfeita sintonia com os termos pactuados entre a TVE e EBC”. A emissora manteve a edição noturna do telejornal Repórter Brasil “em respeito ao contrato firmado em 2011, que condiciona o horário noturno para retransmissão da Rede TV Brasil”. “A Fundação Piratini, mantenedora da TVE/RS e da Rádio FM Cultura, pela outorga educativa que norteia sua programação, reserva a sua prerrogativa de retransmitir, ou não, conteúdos que, entende, se desassociam aos princípios norteadores das tevês educativas”, informou Isara. (Com informações do Coletiva.net)