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quinta-feira, março 28, 2024

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Jornalismo ganha espaço no interior com atuação feminina

As mulheres descobriram tardiamente as redações dos jornais e no interior, onde geralmente o machismo está mais enraizado, observa-se uma árdua luta feminina por reconhecimento.  Nas coberturas locais em diversas regiões no interior, entre elas o Sul de Minas, as mulheres ocupam cargos importantes, garantindo relevante representatividade feminina na mídia.

Michele Pacheco

Um dos destaques no interior mineiro é a repórter Michele Pacheco. Com mais de 20 anos de experiência em televisão, atua na Rede Mais, afiliada da Rede Record em Varginha. Ela relembra que escolheu ser jornalista por gostar de contar histórias e, que ao longo da carreira, teve a oportunidade de apresentar muitas: “Algumas foram marcantes, como a cobertura das inundações no Sul de Minas, em 2000, quando fomos a única equipe de reportagem a entrar na cidade de Santa Rita do Sapucaí por terra, passando por trilhas perigosas”.

Vanessa Nunes, locutora e apresentadora da rádio Itatiaia no Sul de Minas, destaca que o melhor de trabalhar no interior é estar perto das pessoas, numa relação mais estreita com o público, sendo que já foi até madrinha de casamento de uma ouvinte: “Apesar do trabalho ser mais árduo que na capital, a proximidade com as pessoas torna a profissão mais especial. Trato com atenção e gratidão todos que me abordam na rua, que pedem para tirar uma foto ou dar um autógrafo. É uma forma de agradecer a gentileza e o carinho de quem prestigia o meu trabalho”.

Letícia Reis

As mulheres também estão abrindo espaço na cobertura esportiva no interior. Letícia Reis já trabalhou cobrindo times do interior paulista e também o Boa Esporte, clube da cidade de Varginha. Hoje, é responsável por apresentar o bloco de esportes do jornal Mais Notícias, exibido de segunda a sexta-feira na Rede Mais. Segundo ela, o jornalismo esportivo representa a união entre o amor pela comunicação e o antigo desejo de ser atleta. No início da carreira, quando era repórter, relata ter sido vítima de discriminação de gênero: “Temos que lidar com o preconceito diariamente e, infelizmente, no jornalismo esportivo, também é assim. Em 2010, em um jogo válido pela fase final da série A3 do Campeonato Paulista, houve uma confusão e fui xingada, desrespeitada e até agredida com pedaços de concreto arremessados das arquibancadas. Precisei de auxílio da PM para continuar trabalhando. Confesso que fiquei com medo, quis desistir, mas o episódio acabou me dando ainda mais força para lutar e conquistar meu espaço”.

Michele Pacheco ressalta que é importante a igualdade entre homens e mulheres na cobertura jornalística: “A competência não pode ser avaliada pelo gênero, pois ambos têm a mesma capacidade de contar histórias e informar. Como em todos os setores da sociedade, a presença feminina no jornalismo é importante e deve ser respeita”.

 

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