Sindicato dos Jornalistas contesta modelo de produção home office Apesar das críticas do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, que põe em dúvida o modelo home office que a rede de jornais Bom Dia adotou para seguir produzindo suas edições em Sorocaba, Jundiaí, ABCD, São José do Rio Preto e Bauru, a Cereja Comunicação Digital, dona da rede, lançou em 10/11 a edição de Campinas, com 12 páginas locais e 20 de uma edição especial do Diário de S.Paulo encartada. O modelo é o mesmo das demais praças: fechamento em São Paulo (inclusive diagramação, infografia e tratamento de imagem) e produção na região, com a equipe trabalhando no sistema home office em jornada de cinco horas, via sistema de paginação GN3, com custeio de ligações telefônicas e uso de cooperativa de táxi para os deslocamentos. Integram a equipe, sob o comando de Eduardo Cerioni (que também responde pelos fechamentos de Bom Dia Jundiaí e ABCD), os repórteres Marília Rocha (coordenadora), Bernardo Medeiros, Adagoberto Baptista e Diogo Zacarias (fotografia). A direção do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo rejeita essa modalidade de trabalho que a Cereja instituiu na rede, por considerá-la “uma forma de precarização”, e transmitiu essa posição a representantes da empresa em reunião no último dia 6 de novembro. Segundo Guto Camargo, presidente da entidade, “o modelo implica que o profissional trabalhe em sua própria casa, arcando com os custos de telefone, internet e deslocamentos para a produção jornalística. Além disso, não se consegue aferir a jornada de trabalho. Para arcar com esses custos, a empresa ofereceu um abono de R$ 100 ao mês, o que, somado ao piso de 5 horas – proposto pela empresa –, não garante a mínima dignidade para os jornalistas”. Ele diz que nova reunião foi marcada para o próximo dia 21, quando a Cereja se comprometeu a levar comprovantes de contratação dos jornalistas (como carteiras profissionais e contracheques) e do pagamento dos vales-refeição, além de apresentar um plano de controle de frequência, da escala de folgas e da ajuda de custo. “Independentemente disso, estamos avaliando as bases para uma contestação jurídica desse modelo”. Diário de S.Paulo – Guto informa ainda que na reunião do dia 21 o Sindicato vai apresentar à empresa uma pauta específica sobre o Diário de S.Paulo, no qual muitos profissionais vêm reclamando do efeito dos cortes de despesas feitos desde que foi vendido para a Cereja. Entre as queixas mais frequentes estão o fim da participação no pagamento da assistência médica aos dependentes, que agora corre integralmente por conta do empregado; a redução do número dos ônibus que servem à Redação em Osasco; e o excessivo controle no uso de táxis.