A Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) divulgou seu relatório anual sobre jornalistas assassinados e presos ao redor do globo. Segundo os dados do levantamento, até 10 de dezembro deste ano, 104 profissionais de imprensa foram assassinados no mundo inteiro. Em 2023, foram registradas 129 mortes de jornalistas.

A região mais mortífera para jornalistas foi pela segunda vez seguida a do Oriente Médio e do Mundo Árabe, que contabilizou 66 dos 104 assassinatos em 2024. Os números evidenciam a gravidade da Guerra entre Israel e o Hamas. Só em Gaza, na Palestina, 55 profissionais perderam a vida durante o exercício de seu trabalho. Segundo a FIJ, desde o início da guerra, em outubro de 2023, o número de jornalistas palestinos mortos chega a pelo menos 138.

Mapa de jornalistas mortos em 2024 (Crédito: FIJ)

Na Ásia-Pacífico, foram 20 mortos em 2024, número consideravelmente superior ao de 2023 (12) e 2022 (16). Segundo o relatório, o crescimento no número de mortos aconteceu devido ao aumento da violência no Sul da Ásia, principalmente em Paquistão, Bangladesh e Índia. Além disso, o regime militar de Myanmar continua a caçar jornalistas.

O relatório trouxe também os números de assassinatos nas outras regiões do mundo. Na África, foram oito mortes; nas Américas, 6; e na Europa, 4 jornalistas mortos.

Em 2024, foram registrados 520 jornalistas presos, o que representa um aumento grande em relação a 2023, que contabilizou 427 prisões, e 2022, com 375 presos. A China registrou 135 jornalistas presos, tornando-se o país com o maior número de profissionais de imprensa atrás das grades, à frente de outras nações como Israel (59 jornalistas palestinos) e de Mianmar (44). Só na região Ásia-Pacífico há 254 jornalistas presos.

“Estes números tristes mostram mais uma vez quão frágil é a liberdade de imprensa e quão arriscada e perigosa é a profissão de jornalista”, declarou Anthony Bellanger, secretário-geral da FIJ. “Numa altura em que regimes autoritários estão a desenvolver-se em todo o mundo, é crucial que os cidadãos sejam informados. Precisamos de maior vigilância por parte da nossa profissão. É por isso que instamos os Estados-Membros das Nações Unidas a agir para adotar uma convenção vinculativa sobre a segurança das pessoas, pôr fim às mortes e aos feridos que ocorrem todos os anos”.

Confira aqui a lista completa dos jornalistas assassinados e aqui a lista dos jornalistas presos.

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