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quinta-feira, abril 25, 2024

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Patrícia Campos Mello processa Eduardo Bolsonaro por danos morais

Patrícia Campos Mello e Eduardo Bolsonaro

Filho do presidente Jair Bolsonaro afirmou que a repórter da Folha de S.Paulo tentava seduzir para obter informações prejudiciais a seu pai

A repórter Patrícia Campos Mello, da Folha de S.Paulo, iniciou um processo na Justiça contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro. A jornalista pede indenização por danos morais em decorrência de um ataque de cunho sexual que sofreu durante uma live, e em publicação em rede social do parlamentar.

Em transmissão ao vivo, Eduardo afirmou que Patrícia “tentava seduzir” para obter informações que fossem prejudiciais ao presidente Jair Bolsonaro, seu pai. A live foi ao ar pelo canal do YouTube Terça Livre TV, em 27 de maio.

Na ocasião, o deputado afirmou: “É igual a Patrícia Campos Mello. Fez a fake news de 2018, para interferir na eleição presidencial, entre o primeiro e segundo turno, e o que ela ganhou de brinde? Foi morar no Estados Unidos, correspondente, né? Acho que da Folha de S.Paulo, lá nos Estados Unidos”.

E completou: “Essa Patrícia Campos Mello, que, vale lembrar, tentou seduzir o Hans River. Não venha me dizer que é só homem que assedia mulher não, mulher assedia homem, tá. Tentando fazer uma insinuação sexual para obter uma vantagem, de entrar na casa do Hans River, ter acesso ao laptop dele e tentar ali, achar alguma coisa contra o Jair Bolsonaro, que não achou”.

Na afirmação, o deputado mencionou Hans River do Rio Nascimento, ex-funcionário de uma agência de disparos de mensagens em massa, que mentiu e insultou Patrícia em uma sessão da CPMI das Fake News, no Congresso, em fevereiro. Hans trabalhou para a Yacows, empresa de marketing digital, na campanha eleitoral de 2018.

Em dezembro daquele ano, reportagem da Folha, da qual Patrícia era uma das autoras, mostrou que uma rede de empresas, entre elas a Yacows, recorreu ao uso fraudulento de nomes e CPFs de idosos para registrar chips de celular e, assim, conseguir o disparo de lotes de mensagens em benefício de políticos.

A ofensa de cunho sexual já havia levado Patrícia a apresentar ação de indenização por danos morais contra Hans e outras três pessoas que aproveitaram a fala dele para insultar a repórter: o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o deputado estadual André Fernandes (PSL-CE) e Allan dos Santos, blogueiro e apresentador do canal Terça Livre no YouTube.

O ataque mais recente de Eduardo Bolsonaro contra a jornalista também foi publicado pelo parlamentar em sua conta no Twitter. Sobre a ofensa, os advogados de Patrícia afirmam que “o depoimento de Hans já foi desmentido por diversas oportunidades, pública e imediatamente. Tanto isso é verdade que Hans foi denunciado por falso testemunho, de modo que nada justifica que o réu [Eduardo Bolsonaro] (e os demais contra os quais moveu processos) siga propagando mentiras vexatórias a seu respeito”.

Taís Gasparian, advogada de Patrícia Campos Mello, diz que “a leviana, repugnante e machista afirmativa sobre seu trabalho atinge todas as mulheres, pois menospreza a atividade profissional desenvolvida e incita que violências de toda sorte sejam cometidas. Embora já desmentido o fato, o deputado vem a público para reiterar a infâmia e causar dano moral à jornalista. Esse é o modo pelo qual essas pessoas se vingam do trabalho sério e comprometido da imprensa. Cabe agora ao Judiciário a decisão sobre os danos cometidos”.

Os processos de reparação por danos morais estão em andamento na Justiça estadual de São Paulo. Nas ações cíveis, Patrícia se compromete a doar metade dos valores das indenizações ao Instituto Patrícia Galvão de Comunicação e Mídia, que atua na defesa dos direitos das mulheres.

(Com informações da Folha de S.Paulo)

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