Mapa dos países com maior impunidade de assassinatos de jornalistas. Fonte: CPJ
O Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) publicou o Índice Global de Impunidade, que analisa assassinatos de jornalistas ao redor do mundo. Neste ano, o Brasil ocupa a nona posição, com 15 casos não solucionados. A Somália, com 25, encabeça a lista.
É a nona vez consecutiva que o Brasil aparece no ranking. No ano passado, o País teve
cinco casos de assassinato de jornalistas com impunidade dos responsáveis,
ocupando a décima posição. Este ano, foram dez casos a mais do que no anterior.
Vale destacar também o México, que ocupa a sétima posição
com 30 casos não solucionados, e que teve 19 casos a mais do que no ano
anterior.
O ranking leva em conta a proporção entre assassinatos não
solucionados de jornalistas e a população de cada país entre 1/9/2009 e 31/8/2019.
Mais três nomes de peso do jornalismo norte-americano confirmaram presença no Digital Media Latam 2019. Anna Dubenko, do The New York Times, Everdeen Mason, do The Washington Post, e Ankur Thakkar, do site Quartz, participarão do encontro, que este ano será no Rio de Janeiro, de 11 a 13/11, e que conta com o apoio deste Jornalistas&Cia.
Editora de Estratégia Off-Plataform, Anna abordará a estratégia do NYT para distribuição de conteúdo nas plataformas a fim de levar seu jornalismo ao maior número de leitores e conectar-se a novas audiências. Everdeen, editora sênior de audiências do The Washington Post, contará como os processos criativos e inovadores são realizados por trás dos projetos que levaram jornal a ser uma das mídias mais premiadas e inovadoras do mundo. E Ankur, diretor de experiência de associação no Quartz, destacará as iniciativas do site noticioso para criar um relacionamento duradouro e especial com leitores por meio de experiências, serviços, espaços de interatividade e participação, que reforçam os laços entre a mídia, sua marca e as pessoas.
A conferência debaterá as mais relevantes tendências do jornalismo digital do momento e contará com a participação de palestrantes internacionais. Em paralelo, serão entregues os prêmios Digital Media Latam 2019 e ANJ de Liberdade de Imprensa 2019.
A sempre delicada questão do risco de conflito de interesses relacionado a quem exerce função pública causou controvérsia no Reino Unido nos últimos dias. No centro da história está a parlamentar Ruth Davidson, do Partido Conservador da Escócia.
Política respeitada, que defende
causas sociais e se notabilizou como a primeira lésbica a assumir a liderança
de um partido político no país, ela anunciou semana passada a decisão de
assumir um cargo de consultora em uma agência de comunicação especializada em lobby, sem deixar o mandato. A arriscada
ideia não durou uma semana. Ela teve que voltar atrás nessa terça-feira
(29/10), sucumbindo à pressão externa e também dentro do Parlamento escocês.
Esse é um tema sensível aqui,
sobretudo depois de um escândalo em 1994 envolvendo parlamentares que teriam
recebido dinheiro de um empresário para fazer perguntas de seu interesse em
sessões do Parlamento inglês, em Londres. O caso gerou um movimento para
regulamentar o lobby no país. Algumas
regras foram adotadas em uma lei em 2015, mas sem o rigor de outros países.
A história do segundo emprego de
Ruth Davidson é surpreendente em vários aspectos. A começar por envolver uma
agência de comunicação que tem como um de seus servicos o gerenciamento de
crises. Os fatos associados à contratação eram suficientes para se suspeitar de
que haveria reação contrária, mas isso não parece ter sido previsto.
A agência chama-se Tulchan, e tem
como um dos sócios Andrew Feldman, ex-Chairman do próprio Partido Conservador.
A parlamentar iria receber um salário expressivo: 50 mil libras por 24 dias de
trabalho por ano (já que no restante dos dias úteis ela deveria cumprir
expediente no Parlamento de Edimburgo).
Em perspectiva: a remuneração
anual de um membro da Câmara dos Comuns no Reino Unido é de 79,5 mil libras
(mais auxílios como correio, estafe do gabinete, viagens e moradia). Ela
ganharia na agência mais de 60% da remuneração de um ano por tão pouco tempo de
trabalho, levando à desconfiança de que a função englobaria também serviços como
encontros, reuniões e aconselhamento sem que ela precisasse estar na sede da
empresa em Londres.
A posição de Davidson ficou ainda
mais frágil porque em agosto ela havia renunciado à liderança do Partido
Conservador Escocês, sob o argumento de que precisaria dedicar mais tempo à
família (teve um bebê ano passado). A contradição agravou-se ao surgir a
informação de que poucos dias antes de a contratação ser anunciada ela
registrara uma empresa de consultoria em seu nome. Prato cheio para os
adversários da ideia inferirem que estava tudo planejado.
Uma das principais vozes a se
levantar contra a ida de uma parlamentar em pleno mandato para uma agência de
comunicação foi a PRCA (Associação de Relações Públicas e Comunicação), que
reúne as principais empresas do setor no país. A decisão foi classificada como
“desgraça” e “totalmente antiética”.
A Tulchan ignorou, já que não faz
parte dos quadros da entidade e não é signatária do código de conduta. Mas a
PRCA soltou uma nota congratulando Ruth Davidson por ter mudado de ideia tão
logo ela voltou atrás – um belo tapa de luva de pelica.
Para tornar o caso mais
intrincado, não seria a única atividade paralela da parlamentar. Ela trabalhou
como jornalista no início da carreira, e mantém uma coluna semanal no jornal
Scottish Mail. Recentemente entrou para o conselho consultivo sobre saúde
mental da ITV. Haja tempo para tanto trabalho extra, ainda mais com bebê
pequeno em casa.
Pode soar estranho um parlamentar
fazer parte da folha de pagamento de uma organização de mídia. Mas é uma
situação tolerada por aqui, apesar de críticas veladas. O mais conhecido
exemplo é o de Boris Johnson,
primeiro-ministro britânico, que antes de entrar para a política era
jornalista. Até assumir o atual posto, e mesmo durante a campanha para ocupar o
lugar de Theresa May, ele escrevia uma
coluna semanal remunerada no The Daily Telegraph, interrompida enquanto
integrou o gabinete da ex-primeira-ministra. Recebia £ 275 mil por ano, uma
bela remuneração para um texto semanal de 1,1 mil palavras.
Os que mantém essa prática
garantem a independência. Mas é notório que o Daily Telegraph adota uma posição
aberta pró-Governo. Suas manchetes favoráveis ao Brexit quase poderiam fazer parte de um manifesto do Partido, de
tão alinhadas ao pensamento de Johnson.
O episódio de Ruth Davidson, no
entanto, é mais complexo. A função de consultora de uma agência de
especializada em lobby e
aconselhamento de clientes interessados em informações ou decisões do Governo
ou Parlamento ao mesmo tempo em que exerce mandato na casa é de uma
vulnerabilidade enorme. Muito além da manifestação de uma opinião nas páginas
de um jornal.
Mesmo com o plano abandonado, o
estrago para a reputação de Ruth Davidson e para a própria Tulchan está feito.
Não foi um movimento seguro para uma agência de Relações Públicas e nem para
quem quer construir uma carreira no ramo da comunicação, no qual a
credibilidade é tão necessária.
A organização do Prêmio José Lutzenberger de Jornalismo Ambiental entregou os prêmios aos vencedores, em cerimônia realizada em 22/10, na Nau Live Spaces, em Porto Alegre.
O prêmio visa reconhecer produções jornalísticas que abordem temas relevantes sobre preservação do meio ambiente, nas categorias Jornalismo Impresso, Radiojornalismo, Telejornalismo, Webjornalismo, Fotojornalismo, além do Prêmio Brasken de Jornalismo Universitário, voltado aos concorrentes universitários.
Confira a lista de vencedores:
Jornalismo Impresso
Quando o ciclo se fecha –
Franceli Stefani (Correio do Povo)
Radiojornalismo
Raio X do tratamento de esgoto no Litoral – Eduardo
Matos e Cid Martins (Rádio Gaúcha)
Telejornalismo
Arado Velho: Obras seguem proibidas pela
justiça – Felipe Valli e Marcelo Chemale (SBT RS)
Webjornalismo
Sementes Crioulas mobilizam produtores do Vale
do Taquari – Gilson Camargo (Jornal Extra Classe)
Seja a mudança– Camila
Andrade Pires, Hebert Kiniphoff Garcia, Luana Bublitz Martins, Lucas Picarelli
Canever, Lourenço Moreira Marchezan, Maria Eduarda Nascimento da Rocha, Manuela
Neves Ribeiro (PUC – RS)
O site PCWorld, voltado ao mercado de tecnologia, relançou seu canal no YouTube, apresentando resenhas de produtos e novidades do universo geek. O canal é comandado pela editora-chefe Joyce Macedo e pelo repórter Caio Carvalho.
Vitor Cavalcanti, CEO da IT Trends (responsável pela PCWorld no Brasil), apresentou os objetivos da iniciativa: “A PCWorld quer ser o consultor para a vida digital do seu leitor, trazendo os principais lançamentos, antecipando tendências e todas as notícias que movimentam o mercado”.
Além de reviews de produtos e pautas ligadas ao universo geek, o canal trará, toda sexta-feira, um resumo das principais notícias de tecnologia ao redor do mundo.
A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) emitiu em 29/10 uma nota de repúdio à violência policial no Chile, que atingiu o jornalista brasileiro Victor Manuel Caricari Saavedra (Carta Maior). Ele está naquele país para cobrir as manifestações populares.
Victor
levou um tiro na perna, após um momento de repressão por parte de policiais aos
jornalistas. O repórter da Carta Maior mostrou a eles seus documentos e sua
câmera fotográfica, para provar que era jornalista, mas mesmo assim acabou
sendo atacado. Segundo relatou à Fenaj, os policiais sabiam que ele era
jornalista, e mesmo assim atiraram.
Em
nota, a Fenaj repudiou os ataques da polícia chilena e está solidária “a Victor
e também aos jornalistas chilenos e estrangeiros que estão igualmente sob
ameaça, em razão da violenta repressão do Estado chileno às manifestações
populares”.
Gonçalo Júnior (ex-Gazeta Mercantil, Diário de S.Paulo e Brasileiros) lançou Famigerado! – A história de Luz Vermelha, o bandido que aterrorizou São Paulo na década de 1960 (Editora Noir), biografia de João Acácio Pereira da Costa, então conhecido como o Bandido da Luz Vermelha.
O livro busca desmentir a imagem que Luz
Vermelha passava: um bandido sedutor, que conquistava suas vítimas, e criticava
o sistema e a elite. Na verdade, segundo Gonçalo Júnior, João era um criminoso
capaz de cometer as mais diversas atrocidades com suas vítimas. “Não restam
dúvidas de que ele foi um psicopata, adorava subjugar suas vítimas e tinha
enorme satisfação em fazer isso”.
Para fazer a biografia, consultou mais de 23
mil documentos, desde laudos psiquiátricos, processos judiciais e entrevistas
com o bandido. Para o autor, a enorme quantidade de dados, como o número de
crimes e vítimas, dificultou o processo de escrita.
Um destaque da obra é a entrevista com a
bióloga Ingrid Yazbek Assad, que levou um tiro próximo ao coração e quase foi
estuprada por Acácio.
A Society of Professional Journalists (SPJ), entidade de jornalismo nos Estados Unidos, formulou um pedido de registro do termo fake news ao escritório de patentes norte-americano, com o objetivo de evitar equívocos no emprego do termo, algo que ocorre com certa frequência.
O presidente norte-americano Donald Trump, por exemplo,
utiliza o termo fake news para falar
sobre notícias que o criticam, veiculadas na grande mídia americana. O emprego
do termo, neste caso, segundo a SPJ, é equivocado.
Emily
Bloch, presidente da entidade, reflete sobre as falas de Trump nesse
contexto: “Trump popularizou a ideia de que toda a mídia tradicional é
mentirosa e corrupta. Rotular histórias que o criticam como ‘fake news’ é uma
arma poderosa”.
O objetivo da ação da SPJ é, além do registro do termo,
evitar ambiguidades em seu emprego e sentido, pois muitas pessoas o utilizam
para desmerecer fatos verídicos, apenas por se tratar de algo que é contrário à
sua ideologia ou opinião.
“Agora vemos pessoas usando o termo para desacreditar
histórias verdadeiras que não estão alinhadas com suas opiniões políticas. E
esse é um grande problema para um discurso saudável numa democracia”, reflete
Emily Bloch.
O Sindicato dos Jornalistas de São Paulo e o Coletivo de Jornalistas Sindicato é Pra Lutar! realizam nesta quarta-feira (30/10) o debate Assédio moral e sexual no Jornalismo: como combater, no auditório Vladimir Herzog, na sede da entidade. O objetivo é incentivar o debate sobre o machismo nas redações, assédios, situações constrangedoras e os obstáculos que as mulheres jornalistas enfrentam em seu cotidiano.
Participarão do evento Joana Cortês (Empresa Brasil
de Comunicação), Lílian Parise (secretária de Sindicalização do SJSP), Maria
Teresa Cruz (Ponte Jornalismo), Mariana Pereira (coletivo
#DeixaElaTrabalhar) e Cláudia Lima, psicóloga especialista em saúde
pública e em saúde do trabalhador.
O debate começará às
19h. Inscreva-se
aqui
A consultoria digital Bites lançou em 23/10 uma campanha
para divulgar a nova unidade de negócios que criou em julho para utilizar seu
conhecimento de 13 anos em capturar, analisar e interpretar dados do universo
digital em projetos de advocacy
corporativo. Segundo Manoel Fernandes,
diretor da empresa, “nosso objetivo é permitir a propagação das causas dos
nossos clientes junto à opinião pública digital e stakeholders estratégicos, utilizando recursos de PR, mídia
programática e indexação”.
A campanha, denominada É Fato, busca promover uma série de questões ligadas ao jornalismo, como a valorização das instituições e da democracia, o equilíbrio entres os Três Poderes, o jornalismo profissional, as informações críveis, a liberdade de expressão e a transparência nas questões públicas.
Manoel diz que a Bites sabe da “real importância do jornalismo profissional para a democracia e vida diária dos brasileiros. Jornalismo salva vidas. Jornalismo denuncia abusos das autoridades. Jornalismo é bom para os negócios. Jornalismo contribui para o aumento da transparência na relação do Estado com os cidadãos”.