24.5 C
Nova Iorque
sábado, julho 19, 2025

Buy now

Início Site Página 532

Dono do Sistema Correio (PB) defende apedrejamento de jornalistas

Roberto Cavalcanti

Gerou polêmica a declaração de Roberto Cavalcanti, ex-senador e dono do Sistema Correio de Comunicação, afiliado da Record na Paraíba, que defendeu que jornalistas que noticiam os números do avanço da Covid-19 no Brasil sejam “apedrejados”.

O comentário foi feito em uma de suas emissoras de rádio, a 98 FM: “Tem determinadas emissoras que ao darem o placar de quantos morreram no País naquele dia parece um gol da seleção do Brasil: ‘Hoje batemos dez mil, batemos recorde!’. Isso é uma vergonha, é um País que deveria ter vergonha cara. Um radialista, um jornalista que fizesse um negócio desses deveria ser apedrejado na rua”, disse Cavalcanti.

Depois de tomar ciência da gravidade de sua declaração, ou de ser alertado sobre isso, o empresário tentou justificar-se e se desculpar: “Descarrego meu silêncio de 62 dias para hoje. Me exaltei, peço desculpas”.

Vice demite equipe editorial no Brasil

A Vice demitiu toda a equipe editorial no Brasil. Agora, o conteúdo da empresa será feito por meio de freelances. A marca continuará no País, mas sem jornalistas contratados. A informação é de Guilherme Amado (Época).

Segundo o colunista, a medida como parte da redução das atividades da empresa em diversos países. A Vice pretende fazer uma reestruturação global e ficar apenas em Estados Unidos, Reino Unido, México e em um país da Ásia a ser definido. Vale lembrar que, até agora, a empresa tinha 30 escritórios em 26 países.

Bandeirantes extingue Departamento de Esportes

O processo de unificação das marcas do Grupo Bandeirantes em andamento traz mudanças nas redações da empresa. Todos os setores da Band serão divididos em cinco grandes áreas: Entretenimento, Jornalismo, Financeiro, Comercial e Direção de Apoio. A informação é do colunista Flávio Ricco (UOL).

Segundo a coluna, o grupo extinguiu o Departamento de Esportes da televisão. José Emílio Ambrósio, que até então era o responsável por Esporte e Operações, está deixando a emissora. Essas funções serão agora de Antonio Zimmerle, que responde por Programação.

Os setores comerciais de televisão e rádio foram unificados.

EBC comemora 30 anos da Agência Brasil

A Agência Brasil, veículo da EBC, completou 30 anos de história em 10 de maio. Fundada em 1990, foi inspirada na agência espanhola de notícias EFE, e substituiu a Agência Nacional. Diariamente, produz material jornalístico, entre reportagens, fotografias e vídeos. Os conteúdos ficam disponíveis para serem republicados gratuitamente, desde que citada a fonte. Todos os dias, vê-se o material em veículos tradicionais, redes sociais, páginas pessoais, outras agências de notícias do Brasil e do exterior.

Desde a sua criação, a Agência Brasil teve como objetivo abastecer os meios de comunicação de todo o País com reportagens. A qualidade do material fez com que logo conquistasse notoriedade e passasse a ser considerada um dos veículos de comunicação mais respeitados e consultados do País. E tem conquistado cada vez mais uma audiência própria. No primeiro trimestre de 2020, foram mais de 30 milhões de visualizações de páginas, de 18,5 milhões de usuários únicos.

O coronavírus e os veículos de comunicação − X

Memorial Inumeráveis homenageia as vítimas do coronavírus no Brasil

Artistas, jornalistas, estudantes, escritores e contadores de histórias de todo o País são convidados para contribuir com a iniciativa Inumeráveis, memorial que destaca os nomes e um breve perfil de todas as vítimas por Covid-19 no Brasil. O objetivo é mostrar as pessoas por trás dos dados, números e estatísticas diariamente presentes na mídia nacional.

Criado em 30 de abril, o projeto é obra do artista Edson Pavoni em colaboração com Rogério Oliveira, Rogério Zé, Alana Rizzo, Guilherme Bullejos, Giovana Madalosso, Jonathan Querubina e jornalistas e voluntários que seguem adicionando histórias ao memorial. A iniciativa busca mostrar o lado humano da pandemia, apresentando as histórias das pessoas que se foram por causa da doença, de forma sensível, pessoal e respeitosa, valorizando cada uma delas. Posteriormente, os idealizadores pretendem fazer uma exposição artística em local público com os nomes das vítimas.

Rogério Oliveira, empreendedor social e um dos idealizadores do Inumeráveis, explica que o projeto serve para mostrar as vidas escondidas pelos números e estatísticas: “O Inumeráveis nasce do incômodo em perceber que, nas tragédias humanitárias pela qual a humanidade passa, transformamos as vidas perdidas apenas em números e estatísticas. Pandemias, guerras, genocídios, desastres recentes como Brumadinho. Não valorizamos, não registramos a vida, a história de cada única pessoa que todos nós perdemos. Hoje temos tecnologia e um sistema distribuído que pode colaborar para termos a ambição de registrar 100% das histórias, de cada pessoa”.

A plataforma oferece duas formas de colaboração: uma para profissionais de imprensa, estudantes de jornalismo e outros que queiram reportar uma história; e outra direcionada à família e aos amigos que gostariam de prestar uma homenagem à vítima.

O projeto conquistou a adesão do jornal O Globo, que dedicou uma capa à iniciativa. Sobre ela, a propósito, escreveu Carlos Castilho no Observatório da Imprensa, em 12/5: “O memorial dos 10 mil mortos é a mais emotiva e humana homenagem que a imprensa brasileira poderia ter feito aos brasileiros vitimados pela pandemia do coronavírus. No meio do fluxo frenético de notícias sobre a Covid-19, das trapalhadas presidenciais e da polarização ideológica, o jornal O Globo conseguiu sacudir a consciência nacional ao transformar registros estatísticos em nomes e vidas. Foi uma decisão editorial tomada num momento crítico da pandemia, quando a multiplicação do número de doentes e mortos começa a anestesiar a opinião pública. A individualização dos 10 mil mortos e suas histórias tornou-se possível graças ao projeto Inumeráveis, lançado no dia 30 de abril por um grupo de artistas e jornalistas unidos em torno da preocupação com o fato de que ’não há quem goste de ser número. Gente merece existir em prosa’”.

E mais…

A Fundação Thomson oferece o curso gratuito online, em inglês, Reportagem sobre Covid-19: Segurança, que pode ser realizado a qualquer momento. Ele baseia-se na cobertura de epidemias e pandemias anteriores, como Sars e Ebola, e inclui exemplos de boas práticas desenvolvidas por jornalistas e organizações de mídia que cobrem o surto de Covid-19. Foi criado em colaboração com a Federação Internacional de Jornalistas (IFJ) e o Centro Dart Europa.

Na comunicação corporativa

A In Press Porter Novelli realiza nesta quinta-feira (14/5) o webinar O futuro do trabalho já virou o presente: a transformação imposta pela Covid-19. Milena Fiori, diretora de comunicação interna da agência, faz mediação de um debate de que participam Oliver Kamakura, sócio da Ernst & Young; Renato Biava, diretor de RH da Ambev; Milton Beck, diretor do LinkedIn para a América Latina, e Sylmara Requena, diretora de RH da Siemens Energy do Brasil. Eles discutem as mudanças no dia a dia profissional e os insights,tendências e o que as empresas estão fazendo para se adaptarem. Às 9h30, com inscrições aqui.

Desde 12/3, a FSB Inteligência tem oferecido a clientes e ao público em geral produtos específicos com foco na pandemia. São relatórios de acompanhamento, curadorias especiais e novas soluções. Todos esses produtos são gratuitos e de distribuição por e-mail, WhatsApp e web. (Veja+).

Ederaldo Kosa, sócio da Linhas Comunicação, apresenta em 21/5, às 15h, o webinar Comunicação e fake news em tempos de pandemia. Kosa coordena desde 2011 o Grupo de Comunicação da Associação Nacional de Restaurantes (ANR). O setor é um dos mais afetados pela crise da Covid-19. O webinar é dirigido a empresários, gerentes e gestores de bares e restaurantes, mas todos podem participar. Basta enviar um e-mail para comunicao@anrbrasil.org,br para receber o link.

Ninguém escapa das fake news”, afirma Kosa. “A própria OMS já advertiu para o problema, que pode matar, assim como o vírus. Desinformação, em saúde, pode levar à morte. Na economia, pode levar a decisões erradas. Mesmo entre empresários, é comum observar compartilhamentos de mentiras. A imensa maioria não faz por mal, mas porque a ideia de uma mensagem às vezes vai ao encontro da sua ou simplesmente porque não a pessoa não quer checar antes a informação”.

Flávio Schmidt, parceiro da Trama, lançou o e-book Planejamento de Gestão de Riscos – Como proteger sua empresa e atuar em cada fase do Ciclo da Pandemia Covid-19. Segundo ele, o objetivo é “ajudar a entender quais são as fases da pandemia e como tratá-las, a fim de evitar que causem impactos danosos na segurança das pessoas e na continuidade dos negócios”. Mais informações pelos 11-993-106-100, 3388-3040 e flavio@tramaweb.com.br.

Com base no pressuposto de que há muitas instituições dedicando-se a ajudar quem mais precisa em meio à pandemia do coronavírus, colaboradores da Weber Shandwick e de agências do grupo no Brasil criaram uma ação 100% voluntária, a newsletter Onda do Bem. A cada edição, profissionais da agência voluntariam-se para divulgar três projetos sociais que merecem atenção. A doação, como pessoa física ou jurídica, quando houver, deve ser feita diretamente pelos canais da própria instituição. A Weber Shandwick não atua como intermediária do processo ou responsável pelo gerenciamento dos recursos doados. Mais informações pelo falecom@webershandwick.com.

A bowler, que atende à Dasa desde 2018, têm proposto iniciativas que geram informações e insumos aos jornalistas que cobrem temas relacionados à Covid-19. Nas duas últimas semanas, além de uma aula-técnica por meio digital com o diretor médico da rede de laboratórios, que explicou as principais diferenças entre os tipos de exames de diagnóstico, a agência organizou uma coletiva online para detalhar a operação de doação de três milhões de testes e a criação do Centro de Diagnóstico Emergencial, em parceria com o Ministério da Saúde. Na próxima semana, lançará um guia informativo para jornalistas específico sobre coronavírus, de autoria  de Natalia Cuminale,. O material ficará disponível no hub de conteúdo sobre a doença, abrigado no site da Dasa.

Internacionais

Pesquisa aponta ao menos 64 jornalistas mortos por Covid-19 em 24 países

A organização Press Emblem Campaign (PEC) apurou o número de profissionais de imprensa que morreram infectados pelo novo coronavírus. A pesquisa detectou 64 mortes em 24 países ao redor do globo até 5/5, mas esse número pode ser ainda maior.

A PEC lembra que, assim como a contagem de infectados e mortos em cada país, o índice de profissionais de imprensa que morreram por causa da doença também tem problemas no que se refere a números oficiais. Por isso, enfatiza que é provável que o número de repórteres, fotógrafos, cinegrafistas e outros profissionais mortos por decorrência da Covid-19 seja maior.

“A segurança dos trabalhadores da mídia está particularmente em risco nesta crise, porque eles devem continuar a fornecer informações e testemunhos locais, visitando hospitais, entrevistando políticos, economistas, cientistas, médicos e pacientes”, diz o relatório. Com informações da ANJ.

E mais…

A Rede Internacional de Verificação de Fatos (IFCN) convida pesquisadores de desinformação sobre a Covid-19 para enviar até 29/5 propostas e participar do CoronaVirusFacts Alliance. Trabalhando juntos, os checadores e os pesquisadores acadêmicos ampliarão a base de conhecimento sobre o novo coronavírus e elevarão ainda mais a luta contra desinformação em saúde. As propostas aceitas que demonstrem claramente a necessidade de financiamento poderão receber até US$ 10 mil para conduzir o estudo. (Veja+)

Outras iniciativas

A 2Pró divulga que o Portal Lunetas – iniciativa do Instituto Alana que apresenta temas relacionados à infância – lançou Coronavírus: o mundo em suspensão, uma série de conteúdos que trazem percepções sobre a pandemia e a infância, e amplia as reflexões sobre os cuidados para com as crianças, especialmente neste momento, que tocam pais, mães, responsáveis, cuidadores, educadores e sociedade em geral, por meio de reportagens, notícias, análises, opiniões e entrevistas.

O especial do Lunetas fez um convite para que as crianças, protagonistas de suas próprias histórias, respondessem como estão se sentindo nesta quarentena imposta pela pandemia do coronavírus: o que estão ou não gostando e quais são seus sonhos e desejos para o futuro. O resultado tornou-se um vídeo que pode ser visto aqui.

O Centro de Convenções Rebouças, em São Paulo, que por muitos anos foi palco de congressos de comunicação da Mega Brasil, mobilizou-se para ajudar na captação de recursos para o Hospital das Clínicas frente ao Covid-19. Eles serão revertidos em máscaras cirúrgicas ou N-95, luvas, óculos, testes para detecção do vírus, entre outras tantas necessidades do hospital para o enfrentamento dessa pandemia. Mais informações pelos hcdoacao.corona@hc.fm.usp.br, 11-2661-6475 / 2372 e www.viralcure.org/hc.

Atacados, veículos conquistam importantes vitórias na Justiça

Por Luciana Gurgel, especial para o J&Cia

Luciana Gurgel

Diante de um cenário global calamitoso para os meios de comunicação, até que o jornalismo britânico tem esta semana motivo para comemorar. Aliás, dois motivos. A Justiça do país acaba de dar sentenças favoráveis ao site de tecnologia The Register e a duas organizações de mídia que editam tabloides − News Group e Express − em casos envolvendo pessoas inconformadas com cobertura negativa a respeito delas.

A história do The Register teve como protagonista a empresa de venda de hardware Aria Technology, sediada em Manchester, investigada pela autoridade fiscal da Grã-Bretanha por valer-se de um esquema fraudulento para reduzir o pagamento do imposto sobre valor agregado (VAT).

Quando a condenação da empresa em primeira instância saiu, em 2018, o The Register obteve uma primeira vitória judicial: o acesso aos documentos do processo que tramitava na corte especializada em assuntos fiscais. O resultado foi saudado na época como precedente importante para casos semelhantes.

Em fevereiro passado veio a condenação definitiva da Aria, determinando o pagamento dos impostos. Mesmo diante do fato consumado, o CEO Aria Taheri não se conformou em ver o caso relatado pelo site. Porém, em vez de só choramingar, ele resolveu se vingar.

Colocou em marcha um esquema bem orquestrado contra a publicação, composto por posts agressivos no Twitter, artigos e até compra de mídia no Google para que os ataques aparecessem ao lado de buscas sobre o caso da empresa.

Taheri pegou pesado. Acusou o The Register de fake news e de praticar “jornalismo caça-cliques”. Alertou outros empresários a não anunciarem no veículo para não terem suas reputações afetadas. E ainda publicou cartuns depreciativos contra o editor Paul Kunert e contra o repórter Gareth Corfield.

Diante das evidências e do óbvio fato de que não se tratava de fake news, visto que houve uma condenação, foi obrigado a admitir que as acusações eram falsas e altamente difamatórias. Teve que pedir desculpas públicas e ainda colocar a mão no bolso, pagando custas e indenização aos jornalistas.

Assédio e racismo, ou liberdade de expressão? − A outra vitória da imprensa envolveu uma família originária da República de Camarões, que emigrou para a França e posteriormente para o Reino Unido. O casal, com oito filhos, tentou obter reparação de The Sun, Daily Star e Daily Express pela cobertura que considerou abusiva a respeito da insatisfação com a casa oferecida pela Prefeitura da cidade de Milton Keynes, como parte da rede de proteção social a pessoas sem emprego e renda no país.

A história tem toques originais. Ao receber a ampla casa de quatro quartos, o casal não gostou e tomou a iniciativa de acionar um jornal local, posando para fotos para demonstrar a suposta inadequação do espaço às necessidades da família numerosa. Só esqueceram de uma coisa: a opinião do próprio jornal e do público em comentários nas redes sociais poderia ser diferente da deles, como foi.

Julgando-se ridicularizados pelas críticas, partiram para o processo judicial alegando assédio e racismo, mas perderam. Os veículos se defenderam com base na tese de liberdade de imprensa, salientando o direito de opinar sobre o caso.

É difícil prever se o tratamento seria equivalente não fosse uma família de negros e imigrantes. Por outro lado, em defesa dos tabloides, registre-se que eles não costumam poupar celebridades ricas e de origens diversas.

Exemplos recentes são a lamentável história da apresentadora bem britânica Caroline Flask, que cometeu suicídio há três meses alegando pressão da imprensa diante do processo que respondia por agressão ao namorado; e a do jogador de rúgbi galês Gareth Thomas, que teve a condição de homossexual e portador do vírus HIV revelada diretamente aos seus pais por um repórter de um desses jornais.

A sentença traz uma interessante dissertação sobre os sempre difíceis limites entre interesse público, liberdade de expressão e direitos individuais. Vale a leitura.

Mais veículos de comunicação anunciam redução de salário e da jornada de trabalho

Redação da Folha de S. Paulo. ( Foto: Lalo de Almeida/ Folhapress )

A crise econômica gerada pelo novo coronavírus segue atingindo as grandes redações jornalísticas do Brasil. Os jornais Folha de S.Paulo e Correio Braziliense tomaram medidas como a redução de 25% do salário dos funcionários e da jornada de trabalho. Ao menos outros 15 veículos também anunciaram cortes. As informações são do Poder360.

A Folha determinou nessa terça-feira (12/5) um corte de 25% nos salários de repórteres, fotógrafos, editores e outros funcionários em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. A redução passará a valer a partir de junho, e durará três meses. O jornal prometeu auxílio-alimentação no valor de R$ 150, reembolso de gastos extras aos profissionais em home office, estabilidade de emprego até um ano – profissionais demitidos nesse período receberão o equivalente a 70% dos ordenados restantes – e manutenção do plano de saúde até o final do ano, mesmo em caso de demissão. A Folha garantiu que as medidas não afetaram o UOL.

O Correio Braziliense anunciou também em 12/5 uma redução de 25% nos salários de jornalistas, diagramadores, designers, fotógrafos e funcionários do setor administrativo. Segundo o Poder360, repórteres que atuam diretamente nas coberturas de economia, política nacional e jornalismo local não serão afetados.

O Poder360 preparou um infográfico sobre o tema. Confira!

RSF pede a empresas digitais que impeçam ataques a jornalistas

A ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF) publicou nota em 11/5 pedindo às grandes empresas digitais, como Google e Facebook, que aumentem a fiscalização e o combate aos frequentes ataques virtuais direcionados a jornalistas, muitas vezes feitos por líderes políticos.

Segundo a entidade, o frequente questionamento no que se refere à veracidade das informações divulgadas pela imprensa de diversos países sobre a pandemia do novo coronavírus gera campanhas de linchamento virtual a profissionais de imprensa, que, muitas vezes, são apoiadas e alimentadas por políticos, causando reações inadequadas da comunidade.

Christophe Deloire, secretário-geral da RSF, disse que “é muito alarmante ver o ódio político de líderes como combustível contra jornalistas online, simplesmente porque eles não cobrem a crise do Covid-19 como os líderes querem. Este período de pandemia sem precedentes é uma oportunidade única para resolver um problema sistêmico nas plataformas online, que devem comprometer-se com maior transparência em suas operações de moderação e nas ações realizadas para combater o cyberbullying de jornalistas”.

A entidade destaca que a Inteligência Artificial, mecanismo utilizado pela maioria das empresas de tecnologia para detectar e filtrar fake news e conteúdo inapropriado, não consegue distinguir com precisão publicações ilegais, o que evidencia a necessidade de fiscalizadores humanos. Veja a declaração da RSF na íntegra. (Com informações da ANJ)

A imprensa esportiva e o coronavírus (IV)

Circuito de Albert Park, em Melbourne, Austrália. Crédito: Zak Mauger/LAT Images/Pirelli

Por Victor Félix, da equipe de J&Cia

A Covid-19 afetou significativamente o mundo dos esportes. Competições e campeonatos adiados ou cancelados, treinamentos suspensos, salários atrasados, demissões, crises, atletas infectados e diversas situações indefinidas são alguns exemplos dos impactos do novo coronavírus nos esportes.

Quando falamos de automobilismo, abordamos grandes eventos esportivos, que não só geram muito dinheiro e patrocinadores, mas também reúnem uma grande quantidade de pessoas, vindas de diferentes regiões do mundo para um único lugar a fim de assistirem às corridas. Algumas etapas da Fórmula 1, por exemplo, chegam a ter cerca de 300 mil pessoas ao longo de um final de semana. Por causa dessas características do esporte a motor, as competições automobilísticas foram suspensas até segunda ordem, a fim de barrar o contágio pelo coronavírus.

Victor Martins. Crédito: Grande Prêmio

Nesse contexto, a imprensa automotiva tem que se adaptar às mudanças causadas pela pandemia, renovando seu conteúdo para conseguir trazer informações relevantes sobre o mundo do automobilismo, mesmo com as competições paralisadas. Victor Martins, diretor-executivo do site Grande Prêmio, conversou com J&Cia sobre as mudanças que ocorreram, novos projetos, e como a doença afetou o dia a dia dos jornalistas. Ele contou que o coronavírus trouxe, acima de tudo, um trabalho de “reinvenção” à equipe, que se reuniu para pensar em novos projetos, e dessa reunião surgiram os programas Fala y Fala, Cadeira Cativa e Passa ou Ultrapassa, que vão ao ar no canal do YouTube do Grande Prêmio. Já no site, Victor disse que a cobertura diária foi reduzida, mas que a equipe está reaproveitando conteúdos frios, mas de amplo interesse.

Também comentou sobre a importância dos eSports em meio à pandemia, vistos como solução momentânea: “A importância dos eSports é grande e mantém não só os pilotos na ativa, mas patrocinadores e imprensa. Ainda há um certo desdém, mas tem sido cada vez menor”. Victor afirmou que, em breve, o Grande Prêmio trará novos projetos relacionados a corridas virtuais: “Do nosso lado, estamos para anunciar a parceria com uma grande categoria brasileira para transmissão das corridas virtuais e trabalhando para realizar uma corrida virtual beneficente com um piloto de renome”.

Ele contou ainda que a equipe segue trabalhando, porém remotamente. Em termos de audiência e impactos econômicos, houve uma queda de 30% nos acessos ao site e as receitas diminuíram, mas ninguém foi demitido e os salários não foram reduzidos. Acrescentou que o trabalho feito pelo Grande Prêmio visa a “mostrar ao mercado que não estamos parados e que há uma série de possibilidades de unirem suas marcas a um conteúdo de primeira feito por um grupo de mais 20 profissionais”.

Confira a íntegra da entrevista:

Jornalistas&Cia − Com a suspensão das competições, que tipo de conteúdo vocês estão produzindo?

Victor Martins −A pandemia do coronavírus trouxe um trabalho de reinvenção, na realidade. Nós usávamos diariamente o canal do Grande Prêmio no YouTube, por exemplo, para fazer comentários – o GP às 10 –, mas, sem assunto, era difícil falar do cotidiano. A partir daí, a primeira ação foi reunir o grupo e pensar em conteúdos novos que pudéssemos realizar normalmente de casa. Um apontou um talk-show, outro sugeriu um programa com lendas do jornalismo do nosso nicho, aí veio a indicação até de um game-show. Foi assim que nasceram em curto espaço de tempo, respectivamente, o Fala y Fala, o Cadeira Cativa e o Passa ou Ultrapassa.

Hoje, o Fala y Fala e o Passa ou Ultrapassa são transmitidos em nosso canal no Facebook – revezando às quartas-feiras, ao vivo, às 20h – e o Cadeira Cativa acontece às terças, também ao vivo, às 21h, no YouTube.

Criamos também um quadro chamado Report, em que trazemos curiosidades e fatos históricos, que são mais bem trabalhados em termos de conteúdo e arte. E ainda estamos pensando em um próximo programa, de debates.

No Grande Prêmio em si, há a cobertura cotidiana, que está reduzida, o noticiário, mas estamos fazendo um cross de mídias para trazer conteúdos frios e de amplo interesse. Houve uma queda na audiência, mas todo esse trabalho está sendo feito para manter nosso público conectado e engajado.

 J&Cia − Como o coronavírus afetou o cotidiano dos jornalistas da equipe? A jornada de trabalho foi alterada?

Victor − Em um primeiro momento, a escala foi reduzida em uma hora diária e reorganizada para dar folgas de até uma semana aos jornalistas, em formato de revezamento. Todos seguem trabalhando remotamente e estão na linha de frente de todos os conteúdos citados.

J&Cia − Qual é a importância dos eSports nesse contexto “sem esportes”? Existe um certo preconceito com o tema, competições oficiais de jogos digitais são muitas vezes classificadas como “brincadeira” ou “diversão”. O que você pensa sobre isso? Já existem iniciativas, mas de que maneira o automobilismo poderia aproveitar melhor os eSports, principalmente durante a pandemia, mas também a longo prazo?

Victor − Todas as categorias acabaram adotando o eSports como solução “oficial” para este momento. Nesse sentido, pode-se dizer que a Indy é aquela que mais soube trabalhar a questão, já que todos os pilotos do mundo real participam das corridas virtuais. Na F1, dos 20 pilotos titulares, apenas cinco ou seis acabam correndo. Considerando que são eventos das categorias, a importância é grande e mantém não só os pilotos na ativa, mas patrocinadores e imprensa. Ainda há um certo desdém, mas tem sido cada vez menor.

Do nosso lado, estamos para anunciar parceria com uma grande categoria brasileira para transmissão das corridas virtuais e trabalhando para realizar uma corrida virtual beneficente com um piloto de renome.

J&Cia − Em termos de audiência, quais foram os impactos detectados no Grande Prêmio?

Victor − A audiência diminuiu em cerca de 30% nestes dois meses em que estamos sem corridas, em comparação a fevereiro. Era uma queda já esperada porque as corridas não foram realizadas, mas isso gerou um impacto muito grande também em termos comerciais.

J&Cia − Você pode falar um pouco sobre os impactos econômicos gerados pelo coronavírus no Grande Prêmio? Houve cortes de salário ou demissões?

Victor − Houve de fato uma queda impactante de receita, mas não sem cortes de salário nem demissões. Grande parte desse trabalho que estamos fazendo é justamente para termos mais ofertas para mostrar ao mercado que não estamos parados e que há uma série de possibilidades de unirem suas marcas a um conteúdo de primeira feito por um grupo de mais 20 profissionais.

J&Cia − Quais são diferenças, vantagens e desvantagens do trabalho em home office?

Victor − Não houve uma mudança em si no dia a dia do nosso trabalho, afinal ele já era praticamente 100% feito em home office. Como temos repórteres espalhados em várias cidades do País e um correspondente internacional, a condução da operação já era da forma como é hoje. A única diferença é que havia gravações de programas em vídeo em uma produtora e de podcasts em outra e tivemos de abrir mão delas por causa da pandemia. Por isso é que estamos produzindo esses programas de outra forma, cada um em sua casa.


Confira as outras matérias da série

O Globo e Extra têm comando de voz na plataforma sobre o novo coronavírus

Fábio Gusmão. Foto: Rafael Moraes

Os sites dos jornais da Editora Globo – O Globo e Extra – dispõem de uma plataforma robô, gratuita, para tirar dúvidas e informar sobre o novo coronavírus. Ela recebeu agora uma atualização por meio de assistente de voz, no celular. trabalho feito em parceria com a BeNext Solutions, empresa que presta consultoria nessa área.

Fábio Gusmão, editor de Projetos Especiais do Extra, responde pelo sistema: “Desde o lançamento, estamos observando pelos acessos à plataforma o quanto a população quer informação com credibilidade. O processo automatizado torna mais rápida e fácil a consulta dos principais temas que envolvem a crise, e agora a atualização por voz vem para qualificar e diversificar por outras plataformas ainda mais essa entrega”.

É possível continuar acessando a plataforma pelo site dos jornais, no desktop, tablet ou celular. E ainda fazer uma pergunta por voz para o robô, pressionando o botão “home” do celular com sistema Android; no sistema IOS, o robô está disponível no app Google Assistente.

pt_BRPortuguese