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quinta-feira, julho 3, 2025

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Globo unifica gestão da Editora Globo e do Sistema Globo de Rádio

O Grupo Globo anunciou nesta sexta-feira (14/8) que a Editora Globo e o Sistema Globo de Rádio compartilharão a liderança de Frederic Kachar. Marcelo Soares, que até então estava à frente da Som Livre, plataforma de música da Globo, e do Sistema Globo de Rádio, passa a dedicar-se apenas à Som Livre.

Outra mudança será a saída de Ricardo Gandour da liderança da CBN. Na emissora desde 2016, ele vai se dedicar a novos projetos. O substituto dele será Pedro Dias Leite, hoje editor-chefe da Época e um dos protagonistas da transformação digital da Editora Globo. Pedro foi editor executivo da Redação Integrada da Editora e editor de País do jornal O Globo. Antes, trabalhou na revista Veja e na Folha de S.Paulo. Gandour apoiará a transição pelos próximos 90 dias.

Segundo a empresa, a unificação ocorreu com o objetivo de trazer maior interação entre as marcas do Grupo Globo. Frederic Kachar explicou que a ação “permitirá também uma grande troca entre as marcas de conteúdo jornalístico e segmentado, que hoje já acontece entre os jornais O Globo e Valor Econômico, as revistas da Editora Globo e a CBN, por exemplo. Vamos poder fazer aos nossos parceiros ofertas de soluções comerciais mais completas, em todas as plataformas: no impresso, no digital, nos eventos, em áudio etc. Haverá ainda maior participação dos talentos da Editora nos conteúdos do SGR e a Editora ampliará seu alcance graças à relevância nacional da CBN e à relevância regional da Rádio Globo e da BHFM, importantes rádios musicais”.

Zeca Camargo discute com diretora do novo matinal da Band, diz colunista

Zeca Camargo (Crédito: Reprodução / Band)

Segundo o colunista Daniel Castro, do Notícias da TV, Zeca Camargo discutiu com Renata Mello, diretora do novo programa matinal da Band, por “desentendimentos editoriais”. Nessa última semana, Zeca não apareceu na emissora, e trabalhou em esquema de home office, enviando pautas por e-mail.

O diretor de Comunicação e Assuntos Corporativos da Band Caio Luiz de Carvalho confirmou a discussão, e informou que Renata Mello foi afastada. Ela foi substituída por Rafael Gessullo. Caio Carvalho garante que não há desentendimento algum entre a Band e Zeca Camargo, e que a semana em home office já tinha sido previamente combinada.  

Daniel Castro aponta que os bastidores do novo matinal da Band estão “tensos”. Zeca Camargo chegou para produzir o substituto do Aqui na Band, ao lado de Mariana Godoy. A estreia do programa tem sido adiada pois o presidente da Band Johnny Saad não gostou do que viu no piloto e pediu ajustes. Antes previsto para ir ao ar em 10/8, o matinal segue sem definição de estreia. A emissora está exibindo reprises do Aqui na Band.

Justiça censura reportagem da Crusoé

Bia Kicis

O juiz Hilmar Castelo Branco Raposo Filho, da 21ª Vara Cível de Brasília, determinou em 12/8 a censura de uma reportagem publicada pela revista Crusoé sobre o enfraquecimento do apoio à PEC da Segunda Instância por parte de congressistas bolsonaristas.

A medida foi tomada após um pedido da deputada Bia Kicis (PSL-DF), citada na reportagem. A Justiça determinou a retirada do texto da internet ou a supressão do nome da deputada. A Crusoé optou por cobrir o nome de Bia Kicis com uma tarja preta, enquanto a decisão vigorar.

Helena Mader, que assinou a reportagem, justificou o conteúdo da matéria. Segundo ela, em nenhum dos 40 discursos que Bia Kicis fez na Câmara dos Deputados este ano há menção à PEC da Segunda Instância. Mader publicou também uma planilha no Excel contendo três mil tuítes da deputada, na qual também não há menções à Segunda Instância.  

Em nota, a Crusoé declarou que o juiz Hilmar Castelo Branco Raposo Filho, que determinou a censura, tem um histórico prévio de censura a órgãos de imprensa, já tendo vetado a publicação de reportagens de Folha de S.Paulo, O Globo e Carta Capital. Segundo a revista, Bia Kicis moveu a ação usando dinheiro público e a estrutura da Câmara dos Deputados.

Em sua defesa, a deputada afirmou que não se trata de censura, mas de uma “decisão judicial em processo regular, nos termos da lei, que determina a remoção de matéria comprovadamente falsa”. Ela também comentou sobre a acusação de ter usado dinheiro público: “A Câmara não permite o ressarcimento de despesas com advogados nem a utilização de servidores do parlamentar. Existe uma Procuradoria parlamentar para a defesa. Portanto, não há uso de dinheiro público, há advogados da Câmara pagos para esse serviço. Recebem salários fixos”.

A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) escreveu que “reconhece o direito de qualquer cidadão buscar reparação por eventuais danos causados pela veiculação de reportagens, mas repudia a exclusão de informações através de decisão liminar, antes do julgamento do mérito da questão. Por outro lado, lembra que deputados federais e outros mandatários são pessoas públicas que devem prestar contas de seus mandatos à sociedade, estando sujeitos a um maior escrutínio por parte da imprensa e menos imunes a críticas”.

Torabit lança guia sobre monitoramento das eleições de 2020

O Torabit lançou o e-book Monitoramento eleições 2020, um guia que visa a ajudar jornalistas no trabalho de cobertura das eleições municipais de 2020. Gratuito, oferece dicas sobre como monitorar os candidatos e produzir conteúdo sobre as eleições.

O guia aborda temas como monitoramento de redes sociais; escolha e divisão da equipe de cobertura, definição da plataforma/ferramenta que será utilizada para o trabalho; combate às fake news; palavras-chave; gráficos e estatísticas; entre outros.

Acesse gratuitamente.

O coronavírus e os veículos de comunicação – XXIII

Globo lança campanha que exalta trabalho do jornalismo durante a pandemia

A TV Globo estreou em 9/8 uma campanha, com a assinatura das marcas Globo, GloboNews, CBN e G1, que enaltece o trabalho da equipe de Jornalismo da emissora, que se arrisca diariamente para produzir informações sobre a pandemia de coronavírus.

O projeto é composto por quatro filmes, além de vinhetas, peças digitais e de mobiliário urbano e apresenta o slogan “Jornalismo da Globo: uma ponte segura entre fatos e pessoas”. O comercial de estreia destaca os motivos que levaram os profissionais de imprensa a saírem de suas casas diariamente para trazer informações sobre a pandemia. (Com informações do Meio&Mensagem)

Robô checador de notícias do WhatsApp estreia versão em português

O WhatsApp lançou em 4/8 um chatbot de checagem de notícias, que conversa com o usuário e checa a veracidade das notícias enviadas a ele. A ferramenta, produzida pela Rede Internacional de Checagem de Fatos (IFCN), já estava disponível em mais de 70 países, nos idiomas inglês, espanhol e hindi. Em parceria com o Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro (ITS Rio), o chatbot agora fala português.

Por enquanto, a ferramenta checa apenas notícias relacionadas à pandemia de coronavírus, mas a ideia é que mais para a frente passe a verificar notícias de diversos assuntos. Cristina Tardáguila, diretora-adjunta da IFCN, explica que o chatbot “vai durar até a Covid-19 acabar. De cara, vai cruzar com eleições. Evidentemente, tudo o que for de eleição, política, que cruze com Covid, vai aparecer no robô. Ali vai ser uma fonte para identificar candidatos que desinformarem sobre o coronavírus”. Segundo ela, a ferramenta tem cerca de 2.260 checagens em português.

O robô checa a veracidade de informações por meio de uma simples pergunta ou palavra-chave. Após a verificação, a ferramenta classifica o conteúdo pesquisado como verdadeiro ou falso, além de fornecer o link para a notícia original e os motivos que mostram por que as informações não procedem. O chatbot mostra também a data em que foi feita a verificação e o veículo responsável pela checagem.

Para usar a ferramenta, que é gratuita, basta salvar o número +1 (727) 291 2606 na lista de contatos e mandar um “oi”. O robô vai iniciar uma conversa em português. (Com informações do UOL).

Mapa interativo reúne dados de 176 países sobre a Covid-19

O Big Local News, em parceria com o Pitch Interactive, da Universidade de Stanford, lançou o Covid-19 Global Case Mapper, mapa interativo que reúne dados de 176 países sobre a situação do coronavírus nessas regiões. O projeto traz também informações regionais e estaduais de 18 nações.

O mapa tem apoio da Google News Initiative e está disponível em 80 idiomas. As informações que veicula são do banco de dados aberto do New York Times, e do Centro de Ciência e Engenharia de Sistemas (CSSE) da Universidade Johns Hopkins. Elas são atualizadas diariamente. Confira!

E mais…

A Comissão Nacional de Mulheres Jornalistas da Fenaj lançou a pesquisa Mães jornalistas e o contexto da pandemia. A iniciativa tem como objetivo mapear a situação das profissionais do Jornalismo em relação ao exercício cumulativo de atividades laborais, afazeres domésticos e cuidados com os filhos. O questionário leva entre três e cinco minutos para ser preenchido e poderá ser respondido até 17 de agosto.


Maurício Stycer publicou em sua coluna no UOL em 9/8 uma análise sobre como as cinco principais emissoras de TV aberta cobriram o fato de o Brasil ter ultrapassado a marca de 100 mil mortes pela Covid-19. Segundo ele, “em uma ponta está a Globo, para quem a pandemia e as 100 mil mortes não podem ser compreendidas sem levar em conta como o Governo Bolsonaro está enfrentando a situação. Em outro canto estão Record, SBT e Band, que reconhecem a existência de uma crise sanitária, mas a enxergam como um problema que passa longe da esfera federal. Por fim, há a RedeTV, que não vê qualquer importância no assunto”. Confira a íntegra.


O Supremo Tribunal Federal definiu em 10/8 que os casos de contaminação de trabalhadores por Covid-19 podem ser enquadrados como doença ocupacional. A decisão ocorreu na análise da MP 927/2020, que autoriza empregadores a utilizar medidas excepcionais para tentar manter o vínculo trabalhista de seus funcionários durante a pandemia do novo coronavírus. Ao reconhecer a Covid-19 como doença ocupacional, o Supremo permite que trabalhadores de setores essenciais, entre eles jornalistas, que forem contaminados possam ter acesso a benefícios como auxílio-doença, protegidos pelo INSS.

Os profissionais que forem afastados pela doença devem realizar o preenchimento da Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT), documento que reconhece o acidente de trabalho e doenças ocupacionais. Para os trabalhadores que contraírem a doença e se recuperarem, a não comunicação do acidente de trabalho pode trazer dificuldades futuras, considerando que a Covid-19 é uma doença nova, que ainda pode apresentar sequelas. Quando ocorrem sequelas, é a comunicação feita por meio do CAT que garante ao trabalhador o recebimento do auxílio adequado, podendo ser afastado para tratamento sem correr o risco de ser demitido ou, em caso de demissão, ficar sem o benefício do INSS. Já no caso de o trabalhador vir a óbito, é a confirmação da doença adquirida em ambiente de trabalho que vai garantir à família o direito à pensão em valor integral. Mas se a informação não for feita por meio do CAT, os familiares receberão apenas o proporcional ao tempo de trabalho do falecido. E terão que lutar na Justiça para provar que a morte ocorreu pela exposição de um agente nocivo no ambiente de trabalho e, assim, passar a receber o valor correto da pensão. (Com informações de Congresso em Foco e Sindmédico-DF).


O Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão 2020 têm inscrições até 31 de agosto. Com o objetivo de dar oportunidade a estudantes de jornalismo de desenvolverem um trabalho desde a elaboração da pauta até a realização final, a edição deste ano será sobre o coronavírus. Os participantes terão acesso a conferências remotas com especialistas e depois serão organizados em grupos para produzirem as reportagens. Os estudantes terão ajuda de um professor de suas instituições de ensino e um jornalista indicado pela organização do prêmio.

Band e Poder360 formam parceria para divulgação de pesquisas

O Grupo Bandeirantes e o Poder360 formaram uma parceria editorial para divulgar pesquisas de opinião e estatísticas produzidas pelo PoderData, divisão de estudos estatísticos do site de Fernando Rodrigues.

Desde 2017, o PoderData faz pesquisas publicadas a cada 15 dias sobre temas relevantes para a sociedade, como hábitos de consumo, reputação de marcas, economia, política, entre outros. Em média, são ouvidas 2.500 pessoas em cada levantamento. Em 2020, o projeto vem atualizando, a cada duas semanas, os impactos da Covid-19 para o País.

Todas as pesquisas do PoderData podem ser lidas nesta seção do Poder360, e agora serão divulgadas no Jornal da Band, que vai ao ar de segunda a sábado, às 19h20. Os dados serão reproduzidos em todos os veículos do Grupo Bandeirantes: Band, BandNews TV, rádios Bandeirantes e BandNews FM e plataformas digitais.

Silvia Faria deixa a Direção de Jornalismo da Globo; Ricardo Villela será o substituto

Silvia Faria

Silvia Faria, diretora de Jornalismo da Globo, deixará o cargo no final do ano, após oito anos na posição. Ela será substituída em janeiro por Rodrigo Villela, atual diretor-executivo de Jornalismo da emissora.

Silvia iniciou a carreira em 1978, no Jornal do Brasil. Passou também por Folha de S.Paulo e O Globo, cobrindo principalmente assuntos de economia. Foi para a área de televisão em 2001, quando assumiu o cargo de chefe de Redação na Globo. Quatro anos mais tarde, virou diretora de Jornalismo em Brasília. Supervisionou telejornais da emissora e era responsável pelo controle editorial dos noticiários de Brasília, Belo Horizonte e Recife. Em 2011, tornou-se diretora-executiva de Jornalismo e mudou-se para o Rio. Desde 2012, é a diretora de Jornalismo da emissora.

Rodrigo Villela também iniciou a carreira em jornais e revistas. Em 2005, foi para a Globo, como editor de Política do Jornal da Globo. Pouco tempo depois, foi editor executivo do telejornal e, posteriormente, editor-chefe. Em 2013, foi promovido a diretor de Jornalismo em Brasília, cargo que ocupou até o ano passado, quando tornou-se diretor-executivo da Globo.

Ali Kamel, diretor-geral de Jornalismo da Rede Globo, fez um texto de despedida para Silvia Faria. Confira a íntegra.

Ricardo Gandour lança livro sobre “populismo digital”

Ricardo Gandour lançou o livro Jornalismo em retração, poder em expansão − A segunda morte da opinião pública, que analisa como o aumento do uso de redes sociais por políticos relaciona-se com a queda de receitas de veículos de notícias. Por meio das plataformas digitais, segundo o autor, políticos fazem uso de uma espécie de “populismo digital”, compartilhando conteúdo sem método jornalístico, e até desinformação.

A obra é fruto da tese de mestrado de Gandour na ECA-USP. Ele trata também sobre como o aumento no número de perfis de políticos gera a criação de bolhas sociais que retroalimentam suas crenças. Diz que cabe ao jornalismo “furar” essas bolhas e fazê-las se comunicarem entre si, construindo uma ”agenda pública comum”.

O elo da complexidade

Viviane Mansi
Viviane Mansi

Por Ceila Santos

Ceila Santos

Tem sido tão árduo falar de Liderança Colaborativa para jornalistas, RPs, publicitários, colaboradores, frilas e líderes, imaginando as razões pelas quais continuamos tão atrasados diante da urgência social e da riqueza cultural existente na elite da chamada classe trabalhadora – leia-se sem herança organizacional ou uma fortuna de ativos que o torna o rico entre os bilionários – que comparo ao evento de um parto, longo e doloroso.

O motivo não é apenas o cuidado com a biografia do outro e a vivência da minha transição de carreira, mas principalmente a dor de não compreender porque não é feito o óbvio: o que impede líderes a transformar as organizações em lugares de reflexão para tomada de consciência social, que nos leve além das ideologias, e nos liberte do padrão de autopreservação profissional, criando espaços de aprendizagens, que reconheça a equivalência como irmã da eficiência, ciente de que irmandade leva tempo e exige atenção?

Minha dor poderia ser acalentada pela opinião dos consultores baseados na nova consciência, como Frederic Laloux, que deixa claro que “sem a visão de mundo e um desenvolvimento psicológico da alta liderança e dos proprietários adequados às chamadas organizações Teal –modelos baseados na consciência do futuro – não há condições para desenvolver o ambiente baseado no propósito evolutivo, autogestão e integralidade”.

Mas, quando ouvi Viviane Mansi − a primeira entrevistada, indicada como líder colaborativa, na pesquisa que realizei com 69 profissionais de agências de comunicação e recebi participação de apenas 29, sendo que o pedido era distribuir tal formulário para as respectivas equipes –, eu não estava atenta aos discursos dos consultores que baseiam sua consultoria no Desenvolvimento Humano.

Minha alma na escuta

Estava ainda na pele de jornalista, com a alma investigativa, que ouve em cima de deduções construídas pela experiência da escuta dos nove líderes que se tornaram gestores de Comunicação Corporativa a partir da referência do jornalismo. Tinha dentro de mim perguntas básicas, como a própria influência do jornalismo, que proporciona ao indivíduo capacidades crítica, analítica e dedutiva, as quais podem trazer uma ilusão de conhecimento diante do arcabouço teórico da liderança.

Também sentia um vazio para relacionar as biografias com as metodologias baseadas no arquétipo humano: seria minha inexperiência corporativa que não me permitia fazer as perguntas certas ou a falta de interesse genuíno pelas pesquisas na área de desenvolvimento organizacional?

Para fechar o cenário de como eu estava no encontro com Viviane, ainda tinha o dado da pesquisa, que reforçava o discurso da colaboração, mas o resultado – apenas 29 dos 69 responderam e indicaram líderes – apontava uma prática bem diferente da realidade oral.

O encontro. Primeira surpresa: ela era RP. Não tinha referência jornalística. Bingo! Então, por isso, ela estava tão atenta ao tema da liderança? Ela, de pronto, respondeu: não me ligo muito a formações… Eu, segurando o velho cérebro, fiquei presa na minha dúvida: é a pele de RP ou Acadêmica, que responde assim, eis a questão!

Análise para o artigo

Lembrei das leis biográficas e individualidades, ambos conceitos da consultoria baseada na antroposofia. É fato que existe influência dos ambientes no jeito que levamos a vida, mas tem gente com características tão fortes ou desejos tão intensos que pouco se influencia pela graduação recebida e vive as experiências de maneira tão livre, e decisiva, que a escolha feita entre os 18 e 22 anos tem reflexos completamente distantes das relações de trabalho e da forma como se preparou para entrar no mundo econômico.

A mensagem de Viviane era clara sobre a diversidade, multidisciplinaridade e a importância desses contextos para aprender junto. Não tinha vínculo com a angústia interna, que trazia sobre a influência do jornalismo na liderança da Comunicação Corporativa. No lugar que ela ocupava, não importava muito de onde vinha – da barriga do jornalismo ou da forma RP − mas da atitude e disponibilidade de aprender.

Me veio, então, a lembrança do ponto contraditório, termo que aprendi aos 37 anos − quando participei da lista de e-mails, gerenciada por Rosental Alves, que reunia pesquisadores de cibercultura, ativistas e associados da Abraji − como um dos métodos de reportagem investigativa, que devia ouvir os dois lados. Em honra a Edgar Morin, citado por Viviane e cuja obra li apenas aos 41 − resolvi ousar a loucura de imaginar o quanto a tal prática de ouvir os dois lados me remete ao modo pobre, e raso, que nós funcionamos quando usamos a perspectiva moral, classificando os lados, de certo ou errado.

Em mim sei o quanto as experiências moldam meu jeito de ver o mundo, mas no Todo entendo que há, sim, um lugar de não-influência para determinadas personalidades, então, melhor não brincar com a moral do ponto contraditório, pois Viviane é uma representante da causa da escuta e me faz lembrar do valor que dou ao tempo.

Prefiro, então, registrar o estado investigativo em que me encontrava quando conheci Viviane e deixar aberto para o amanhã, quando minha pele de consultora estiver mais firme e integrada para opinar, se de fato a opinião de Laloux é verdadeira na prática. Complexo, mas essa foi a inspiração que me tocou ao ouvir a história da atual presidente da Fundação Toyota.


Box do Líder

Viviane Mansi

Viviane Mansi
Fundação Toyota
Líder:
Desenvolver pessoas, planejar em situações complexas
Filosofia: Confia primeiro, pergunta depois.
Referência: Adriana Machado

Tempo da Jornada
Corporativo: 22 anos
Destaque: MSD, Takeda, GE, Votorantim Cimentos, Toyota e Fundação Toyota 

Academia: 18 anos
Destaque: Fundação Getúlio Vargas, Dom Cabral e Cásper Líbero
Formação: Relações Públicas – Cásper Líbero

Viviane Mansi decidiu que seria feliz na atuação das Relações Públicas antes dos 18 anos, quando leu numa página dupla daqueles cadernos de vestibular o que fazia um RP. Mas não imaginava que era tão privilegiada por ter tido um chefe como João Sanches, na MSD, que lhe proporcionou conhecer a linguagem de negócios, ter tantas oportunidades de desenvolvimento e ainda tomar decisões baseadas em pessoas.

Quando deparou com a realidade da maioria das organizações, transformou seu privilégio em causa para disseminar a liderança e pesquisar as relações entre pessoas na academia. “Primeiro a gente entende a relação com as pessoas, depois com o CNPJ”, conta.

Ama trabalhar em grandes organizações, dedica-se à educação universitária na Cásper, na FGV e na Dom Cabral e ainda escreve livros. Já publicou dezoito. Gênia? Ela responde: “Gênio é aquele que não se esforça para chegar aonde chegou. Eu me esforço”. Aliás, aprendeu cedo em casa o valor do compromisso, da responsabilidade e do esforço para chegar aonde se quer. Não era de família rica, mas muito cuidada pelos pais, sempre presentes.

“Também não canto, não danço, nem toco algum instrumento musical. Tímida escreve”. Falante e cheia de conexões, é difícil imaginar Viviane tímida. É conselheira da HSM há dois anos.

Tornou-se mãe do Guilherme aos 30, ocupando o papel de gestora, e não se dava conta da causa de gênero. Foi na Votorantim Cimentos que ela começou a despertar para a causa, após o alerta da colega Bruna Lima, que participou de um evento que denunciava a questão da mulher na sociedade. “Aí entendi que eu fui exceção”, conta.

Hoje ela acumula a função de presidente da Fundação Toyota. Antes de entrar na empresa, ela se perguntou: mas por que alguém com o meu perfil? A resposta da empresa foi interessante – “Precisamos de alguém que vê coisas que a gente não vê”. Para quem é fã de Edgar Morin, pensar em conjunto a partir das diferenças é um prato cheio de complexidade para refletir, inspirar e colocar em prática o que a jovem colegial decidiu quando olhou pra aquela página dupla: ser feliz!

Aos Fatos apresenta nova ferramenta de monitoramento de notícias falsas

O Aos Fatos lançou em 10/8 um inédito sistema de monitoramento em tempo real para o combate à desinformação. O Radar Aos Fatos é um monitor que detecta conteúdos potencialmente enganosos que circulam nas redes sociais por temas. Nele, publicações são vasculhadas por um algoritmo que mapeia padrões de linguagem e os classifica de acordo com sua qualidade informativa. Assim, é possível não só observar a evolução de campanhas baseadas em informações falsas, mas também saber como foram amplificadas.

O projeto, pioneiro no Brasil, foi vencedor do Google Innovation Challenge em 2019 e recebeu apoio da Google News Initiative. Em sua versão beta 0.1, o Radar Aos Fatos mapeia e reúne em uma só plataforma redes de conteúdo de baixa qualidade sobre Covid-19 no Twitter e no YouTube, além de padrões de linguagem com potencial desinformativo em sites e no Google Trends. Com isso, analisa semanalmente a média de 90 mil publicações, sobre as quais aplica uma metodologia que une conhecimentos da Linguística e da Comunicação à Ciência de Dados.

O Radar produzirá também relatórios semanais sobre estratégias de desinformação usadas em temas quentes da agenda nacional. Nas próximas semanas, o projeto vai monitorar as eleições municipais e outros assuntos relevantes.

A ideia é contemplar três públicos específicos: empresas que lidam com cenários de risco e que precisam entender como a opinião pública é formada; universidades, think tanks e centros de pesquisa que precisam ter fácil acesso a dados para fazer análises e pesquisas sobre desinformação e plataformas digitais; e veículos de notícias que cobrem desinformação e buscam entender que temas alimentam redes de fake news e como elas interagem entre si.

O radar seleciona um tema, captura publicações e extrai dados sobre o assunto e, com os dados sistematizados e através de um algoritmo, dá uma nota de 1 a 10 para a publicação, conforme a qualidade e veracidade da informação: quanto maior, mais confiável.

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