A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) criou uma plataforma online com informações sobre ataques de gênero a comunicadoras e comunicadores. O projeto, que faz parte da iniciativa Violência de gênero contra jornalistas, monitora agressões do tipo contra profissionais de imprensa desde janeiro de 2021.
Segundo o estudo, dos 335 ataques direcionados a profissionais da imprensa entre janeiro e outubro deste ano, 23,3% utilizaram o gênero, a sexualidade ou a orientação sexual como argumentos. Foram 71 casos contra mulheres jornalistas, dois direcionados a meios de comunicação com viés feminista e cinco situações de homofobia contra comunicadores. Isso representa, em média, um ataque com características de gênero a cada 3,9 dias.
O monitoramento mostra também a forte presença da violência contra jornalistas nas plataformas online: 65,4% das agressões contra mulheres comunicadoras ou contra profissionais de imprensa envolvendo gênero e sexualidade originaram-se ou foram repercutidas nas redes sociais. Pouco mais de 64% dos casos tinham homens como os principais agressores, dentro e fora da internet.
Entre os principais autores dos ataques estão nomes como o do presidente Jair Bolsonaro e de seus filhos Carlos Bolsonaro Eduardo Bolsonaro. O presidente envolveu-se diretamente em sete casos em 2021, enquanto Eduardo aparece no levantamento com cinco ataques, e Carlos com quatro. Outras sete agressões estão conectadas a apoiadores, assessores e seguranças de Bolsonaro.
O Instituto para Reforma das Relações entre Estado e Empresa (IREE) anunciou os vencedores da 2ª edição do Prêmio IREE de Jornalismo. Reportagens de Estadão e UOL foram premiadas.
Juliana Dal Piva, do UOL, venceu a categoria Política com a série de podcastsUOL investiga: A vida secreta de Jair. Com quatro episódios, as produções abordam o Caso Queiroz, o passado do presidente Jair Bolsonaro e detalhes sobre o esquema de entrega de salário nos gabinetes dos Bolsonaro.
O Prêmio IREE de Jornalismo – Economia e Negócios foi para Adriana Fernandes, Idiana Tomazelli e Gabriela Biló, também do Estadão, pela reportagem A casa do brasileiro. E as mudanças vindas com a pandemia, que trata sobre problemas habitacionais em Amazonas, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Pernambuco e Rio Grande do Sul.
A agência Fiquem Sabendo foi homenageada com Nota de Reconhecimento pelo Apoio ao Trabalho Jornalístico, pelo processo movido junto ao Tribunal de Contas da União que obrigou o governo a fornecer dados sobre pensões de militares. As informações divulgadas resultaram em diversas reportagens sobre o tema.
O Centro Knight disponibilizou on demand, em sua plataforma de aprendizado online, o curso gratuito Jornalismo científico: da pandemia à crise climática, como melhorar a cobertura científica, que pode ser acessado por qualquer pessoa falante da língua portuguesa ao redor do mundo.
O instrutor do curso é o jornalista brasileiro Thiago Medaglia, que cobre meio ambiente, saúde e outros tópicos relacionados à ciência. Nas aulas, ele fala sobre habilidades fundamentais que ajudam repórteres e editores na cobertura de temas científicos.
Thiago Medaglia
O curso, autodirigido, inclui videoaulas, entrevistas com especialistas da área como Ana Carolina Moreno, da TV Globo, e Mercedes Bustamante, da Universidade de Brasília e da Academia Brasileira de Ciências, e leituras de textos essenciais, como a nova edição do Manual de Edição em Jornalismo Científico, do Knight Science Journalism Fellowship do Massachusetts Institute of Technology. A edição brasileira da publicação foi de responsabilidade do próprio Centro Knight, com o apoio do Instituto Serrapilheira.
O curso original, de 11 de outubro a 7 de novembro deste ano, atraiu mais de 2,3 mil alunos de 36 países.
“Precisamos de mais jornalistas engajados ativamente em conversas e trocando informações sobre ciência durante seu trabalho”, disse Medaglia. “Precisamos construir uma comunidade forte de jornalistas com conhecimento satisfatório sobre ciência, e precisamos disso o mais rápido possível porque vivemos em um mundo em crise e temos uma grande responsabilidade como comunicadores. Precisamos ser precisos e eficazes, e isso só vem com a experiência e o estudo”.
Está confirmada para o primeiro trimestre de 2022 a quarta edição dos +Admirados da Imprensa Automotiva. A iniciativa, que tem como objetivo valorizar o jornalismo, os jornalistas e as publicações especializadas da área automobilística, reconhecerá os TOP 25 +Admirados Jornalistas e os TOP 3 nas categorias Colunistas, Influenciadores Digitais, Áudio − Podcast, Áudio − Rádio, Caderno/Jornal, Revista, Site, Vídeo − Canal e Vídeo − Programa de TV.
A grande novidade desta edição é que, pela primeira vez, a cerimônia de premiação será presencial, com participação de homenageados e patrocinadores. “Mesmo durante a pandemia, em que precisamos recorrer ao formato online da cerimônia, a eleição cresceu em tamanho, audiência e relevância”, destaca o editor Fernando Soares. “Com o avanço da vacinação e a diminuição dos casos, podemos finalmente reunir todo o setor em uma bela celebração que essa imprensa merece”.
O formato da eleição será similar ao dos anos anteriores. Na primeira fase, os eleitores poderão indicar livremente os profissionais e publicações de sua preferência nas categorias do concurso. No segundo turno, com os finalistas definidos, será a vez de escolher a preferência em relação aos indicados, do 1º ao 5º lugar em cada categoria. A previsão é que o primeiro turno tenha início em 25 de fevereiro.
Patrocínio – Empresas interessadas em associar suas marcas aos +Admirados da Imprensa Automotiva 2022 podem obter mais informações com Vinicius Ribeiro ([email protected]) ou Silvio Ribeiro ([email protected]).
A TV Cultura estreia neste sábado (4/12) a série Casa TPM, inspirada no projeto de mesmo nome criado pela Revista Trip há quase duas décadas sobre empoderamento e questões femininas. A produção foi concebida e produzida pela Trip com direção da cineasta Paula Trabulsi.
Segundo informações de Ricardo Feltrin (UOL), os primeiros três episódios terão a participação de nomes como Iza, Angélica, Daiane dos Santos, a escritora Tati Bernardi, jornalista e colunista Milly Lacombe, entre outros. A apresentação será das atrizes Debora Falabella, Luana Xavier e Martha Nowill. A série vai ao ar às 22h30, sempre aos sábados (4, 11 e 18 de dezembro), na TV Cultura e no canal da Trip no YouTube.
O objetivo da produção é estimular o livre-pensar e a discussão sobre temas como saúde mental, sociedade do cansaço, maternidade, delícias e frustrações do corpo, uma nova visão sobre o envelhecimento, entre outros temas.
A Casa TPM deste ano, realizada de forma online em setembro, abordou angústias e inquietações presentes na vida das mulheres, com debates, encontros, entrevistas e workshops.
A Associação Mundial de Jornais (WAN-IFRA) anunciou em 30/11 os vencedores do Prêmio Mundial de Mídia Digital 2021, que contempla as melhores práticas de inovação em jornalismo digital em todo o mundo. Agência Lupa e Infoglobo foram os únicos representantes brasileiros vencedores da premiação.
A Lupa venceu na categoria Melhor visualização de dados, com o projeto No epicentro, que faz uma simulação de como ficaria a região do usuário se todos os mortos por Covid-19 no Brasil se concentrassem em sua vizinhança. A ideia da iniciativa é conscientizar sobre a gravidade da doença.
O Infoglobo ganhou em Melhor envolvimento do público pela cobertura da pandemia sem matérias pagas, garantindo o acesso a informações essenciais sobre a Covid-19.
Além dos dois brasileiros, o peruano Ojo Público foi o primeiro colocado na categoria Melhor projeto de alfabetização de notícias, com a iniciativa Chequeos en lenguas, que verifica informações sobre a Covid-19 para povos indígenas. O prêmio teve ainda vencedores de Estados Unidos, Noruega e Canadá.
No Prêmio Mundial, se enfrentaram os vencedores das edições regionais de 2020/2021 em África, Ásia, Europa, América Latina, Oriente Médio, América do Norte e Sul da Ásia.
As condições de trabalho dos jornalistas estão se deteriorando. É o que revelam dados da pesquisa Perfil do Jornalista Brasileiro 2021, divulgados neste mês de novembro. Um conjunto de indicadores mostrou como as condições de trabalho afetam a vida e a saúde de jornalistas que atuam nas redações, nas universidades ou estão fora do mercado de trabalho. A iniciativa, da Rede de Estudos sobre Trabalho e Identidade dos Jornalistas (Retij/SBPJOR), fez enquete em rede com profissionais de todas as Unidades da Federação e do Distrito Federal, além de coletar de dados online, por telefone e e-mail.
O estudo obteve 7.029 respostas no período entre 16/8 e 1/10/2021; desse total, após o saneamento dos dados, restaram 6.594 respostas válidas. O plano amostral nacional tem 3.100 respondentes, e a margem de erro é menor de 2%, com 95% de grau de confiança.
A pesquisa, cujo objetivo é investigar e mensurar quantos e quem são os jornalistas brasileiros, identificou, dentre os indicadores de saúde laboral, que 66,2% dos profissionais sentem-se estressados no trabalho, sendo que 34,1% responderam terem sido diagnosticados clinicamente com estresse. Para se ter uma ideia de como o estresse é um componente de saúde agravado, pode-se comparar com o percentual de jornalistas que revelaram ter doenças ocupacionais, como Lesões por Esforços Repetitivos e Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (19,9%).
Os dados sobre assédio também se destacam no estudo: 40,6% dos jornalistas responderam já terem sofrido assédio moral no trabalho. O percentual de profissionais que já sofreram assédio sexual no emprego, violência que atinge em especial as mulheres, foi de 11,1%. Esse dado requer uma certa atenção uma vez que a categoria é formada majoritariamente por mulheres (58%), conforme apontou a pesquisa, e sobretudo em razão do tipo de ataque.
O recente estudo Perfil racial e de gênero da imprensa brasileira, deste J&Cia e do Portal dos Jornalistas, trouxe exemplos de como o assédio sexual se apresenta para as mulheres negras que atuam na redações. “Entrevistado ficava elogiando minhas pernas, minha boca e meu batom”, diz um dos depoimentos compartilhados pelo estudo.
O atentado de 11 de setembro de 2001 deixou como legado uma intolerância contra os muçulmanos nos Estados Unidos e na Europa, sentimento agravado por outros atos terroristas praticados por seguidores do Islã.
No Reino Unido essa animosidade foi exacerbada pelo Brexit, que tinha como uma das bandeiras a defesa dos valores tradicionais do país e a aversão a imigrantes.
Não é fácil mensurar discriminação. Mas uma pesquisa que saiu esta semana afirma que o preconceito contra muçulmanos é generalizado na cobertura da imprensa no país.
O trabalho foi feito pelo Centro de Monitoramento de Mídia do Conselho Muçulmano da Grã-Bretanha. Os pesquisadores analisaram mais de 48 mil matérias online e 5,5 mil reportagens em vídeo veiculadas entre outubro de 2018 e setembro de 2019.
Os números são assustadores: quase 60% dos textos e 47% dos vídeos associavam o Islã ou os muçulmanos a comportamentos negativos.
O período de coleta dos dados foi especialmente tenso. A saída da União Europeia se aproximava sem um acordo negociado, e o movimento para tentar uma nova votação era forte.
Isso despertou a ira dos que tinham votado a favor do Brexit, muitos deles nacionalistas ao extremo − justamente aqueles que não aceitam imigrantes e pessoas de outras culturas.
O problema é que as tensões sociais e políticas acabaram refletidas pelo jornalismo, o que pode ter ajudado a alimentar preconceitos anteriores.
Os autores do estudo observaram que as publicações religiosas e de direita − The Spectator é uma das citadas − tinham um percentual maior de matérias preconceituosas, ou que deturpavam a crença ou o comportamento de muçulmanos.
O relatório apresenta dez estudos de caso que mostraram como os islâmicos foram tratados de forma pejorativa em veículos importantes, em alguns casos levando o pagamento de indenização e pedidos de desculpas.
O mais surpreendente é que esse tratamento negativo não veio somente dos agressivos tabloides, alguns deles com pauta nacionalista e abertamente anti-imigração, cultuando o estilo de vida tipicamente inglês.
Um dos casos destacados é o de uma reportagem equivocada sobre uma família muçulmana publicada pelo jornal The Times.
O The Times apoiou o relatório, assim como o Daily Mirror. Alison Philips, editora-chefe do jornal, disse que o estudo mostra o quanto jornalistas devem questionar a si próprios e repensar a forma de reportar sobre muçulmanos e o Islã.
As pesquisadoras Elizabeth Poole e Milly Willinsonc também trataram da delicada questão em uma pesquisa desenvolvida durante a primeira onda da pandemia.
Em artigo sobre a pesquisa no blog da London School of Economics, elas concordam que historicamente a imprensa do país representa os muçulmanos de forma amplamente negativa. E dizem que isso se acentuou na crise do coronavírus, que levou a um número alto de mortes entre minorias étnicas.
O estudo aponta traços comuns nas matérias sobre a Covid. Um deles foi a construção da imagem de que os islâmicos recusavam-se a seguir o isolamento social, sobretudo nas festas religiosas.
Outro foi a divisão entre muçulmanos “bons” e “maus”. Os heróis do NHS (sistema público de saúde) eram os bons. Mas os demais continuaram sendo muitas vezes tratados como não-britânicos, constataram as pesquisadoras.
Preconceito inconsciente
Ao ler jornais britânicos regularmente, é possível observar como o preconceito está presente, ainda que de forma inconsciente.
Crédito: Andrius Kaziliunas / Shutterstock.com
É muito mais comum um personagem de matéria ser descrito como “nascido no Reino Unido de família paquistanesa” do que “nascido no Reino Unido de família italiana” − a não ser que seja para elogiar.
Rizwana Hamid, diretora do Centro de Monitoramento da Mídia, destacou que o estudo não teve a finalidade de culpar determinados veículos ou profissionais. Mas observou que os resultados mostram que, quando se trata de muçulmanos, é hora de a indústria admitir que tem errado. E colocar em prática as recomendações para melhorar o padrão jornalístico feitas pelos pesquisadores.
O estudo faz refletir sobre o racismo de forma mais ampla na mídia britânica.
Meghan Markle virou símbolo de discriminação contra negros no país − embora nem todos concordem que o tratamento negativo de alguns veículos a ela tenha sido só decorrente da cor da pele, mas também pelo fato de ser americana.
Seja qual for o motivo, a imprensa do Reino Unido tem um dever de casa a fazer se quiser ajudar a reduzir a polarização do país.
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A juíza relatora Jane Martins, do Tribunal de Justiça de São Paulo, proibiu, sob pena de multa, a apresentação do telejornal Agora é Manchete, com Gilberto Barros, veiculado na internet, pelo uso ilegal da marca “Manchete”. A proibição impede também o uso da marca em publicações escritas ou em rádio. As informações são Ricardo Feltrin, do UOL.
Apesar de o telejornal ser apresentado por Gilberto, a relatora aponta a empresa Virtual Analytics Tecnologia de Informação como a responsável pelo uso ilegal. A marca “Manchete” para uso em jornais ou publicações pertence à Brasil MN Manchete Editora, que está processando a Virtual Analytics.
“O uso da marca foi abusivo e parasitário, e quis se aproveitar da história existente por trás da marca Manchete. Os titulares dos direitos, nós advogados e o Judiciário estamos atentos a utilizações indevidas”, diz André Marsiglia Santos, advogado da Brasil Manchete.
A reportagem do UOL foi até a sede da Virtual Analytics, em São Caetano, no ABC paulista, mas não localizou ninguém, e não obteve resposta nas tentativas de contato. Além disso, a empresa, apesar de notificada, sequer constituiu advogado para defesa até o momento da publicação da coluna.
Procurada por Feltrin, a assessoria de Gilberto Barros disse que, devido à falta de pagamentos já foi feito um “distrato” entre a empresa e o apresentador. “A assessoria confirmou que ele foi contratado por uma empresa para apresentar os programas, mas que, diante do distrato, pediu a retirada de todos os vídeos do ar”, informou o colunista.
A decisão da juíza foi tomada no começo de novembro, mas até semana passada o programa vinha sendo distribuído normalmente a vários veículos e também no YouTube. A multa estabelecida em caso de continuidade do programa é de R$ 1.000 diários.
A Jovem Pan acertou nesta terça-feira (30/11) a contratação de Mauro Cezar Pereira para a equipe de Esportes da empresa. O comentarista participará do programa Esporte em Discussão a partir desta sexta-feira (3/11). Ele seguirá com seus trabalhos no SBT e em seu canal no YouTube.
Segundo o Notícias da TV, Mauro fará entradas ao vivo na programação da Jovem Pan News, o novo canal de notícias de TV do grupo. O fator definitivo que fez o comentarista aceitar a proposta foi a não exclusividade. A prioridade de Mauro segue sendo seu canal no YouTube, hoje com mais de 600 mil inscritos.
O comentarista deixou o Grupo Disney no início de 2021, onde estava desde 2005. O motivo seria justamente a cláusula de exclusividade com a empresa, que o impediria de seguir com seu trabalho no YouTube.
Mauro também atua em transmissões de jogos da Libertadores e da Champions League no SBT, mas seu acordo com a emissora é como colaborador freelance, ganhando por evento e programa.