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terça-feira, setembro 23, 2025

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Globo adota em fevereiro organograma radial em torno de Paulo Marinho

Globo adota em fevereiro organograma radial em torno de Paulo Marinho

Por Cristina Vaz de Carvalho

Comunicado conjunto, assinado – nessa ordem – por Jorge Nóbrega, atual presidente executivo, e Paulo Marinho, herdeiro do fundador e futuro presidente executivo, dá conta de mudanças na estrutura executiva da Globo que passam a valer em fevereiro de 2022. Uma nota interna para os executivos e funcionários informa que o organograma da empresa – não se trata do Grupo Globo, mas apenas da Rede Globo – terá agora uma representação circular, ou radial. Essa nova tendência coloca o principal líder da organização no centro, irradiando sua influência em círculos concêntricos.

O objetivo declarado da mudança é completar uma evolução para tornar a empresa uma mediatech, com conteúdos apoiados pela tecnologia e relacionamento direto com o consumidor. Na prática, funciona assim: Erick Brêtas, que responde atualmente por Globoplay, entre outras funções, será diretor de Produtos e Serviços Digitais, vai chefiar uma ampla área que passa a se chamar Produtos Digitais e Canais Pagos, e engloba Negócios Internacionais, Globo Filmes e VIU Hub (ou mídia social). Amauri Soares passa para a área de Afiliadas do canal aberto, composta por uma poderosa rede de relacionamento com controladores de emissoras por todo o Brasil.

Como mostra o novo organograma, isto significa ter quatro executivos importantes na Gestão Corporativa, três para lidar com Resultados, e cinco para o negócio principal da empresa: Estúdios, Jornalismo, Esporte, Tecnologia, Aquisição de Direitos (que notadamente se separa do Esporte).

Nesta última função está Pedro Garcia. Ele assume também a área de Ciclo de Vida de Conteúdos, que cuida da circulação estratégica dos conteúdos entre as diferentes plataformas da empresa. Para ESG (Ambiental, Social e Governança Corporativa), foi designado Manuel Belmar, atual diretor de Finanças, Jurídico e Infraestrutura, e que acumula os cargos.

Ainda no core business, permanecem, com algumas alterações no âmbito das funções, Ricardo Waddington nos Estúdios, Ali Kamel no Jornalismo, Renato Ribeiro no Esporte, Raymundo Barros na Tecnologia, e Pedro Garcia na Aquisição de Direitos.

Segundo analistas de primeira hora, o redesenho limita a atuação de Ali Kamel a uma produção jornalística que pode vir a ser usada por outras áreas com produção de conteúdo próprio. A Globo refutou essa opinião em nota, no dia seguinte, afirmando apenas que não foram alteradas as atribuições do executivo. Outra opinião considera que aumenta o alcance de Amauri Soares, há quase uma década longe do núcleo de decisão, e que detém agora um setor autônomo como Afiliadas. Vamos aguardar fevereiro do ano que vem, para conferir como se comporta o novo organograma.

Encontro discutirá inovação em jornalismo com diáspora africana

1º Encontro Internacional de Jornalistas da Diáspora Africana
1º Encontro Internacional de Jornalistas da Diáspora Africana

A Rede de Jornalistas Pela Diversidade na Comunicação, entidade que reúne jornalistas negros e indígenas focados em tornar a comunicação mais diversa e representativa em toda a sua estrutura, promoverá nos dias 19 e 20 de novembro o 1º Encontro Internacional de Jornalistas da Diáspora Africana. A iniciativa conta com os apoios da State Of African Diaspora, Impact Hub, IGD-RH e de Jornalistas&Cia/Portal dos Jornalistas.

Durante os dois dias do evento, que será digital e gratuito, serão debatidos temas contemporâneos com o objetivo de trazer novas perspectivas e desenvolver ações para dinamizar a comunicação.

Com convidados nacionais e internacionais, o encontro abordará ações envolvendo a criação de redes de jornalistas, a atuação de profissionais em periferias e regiões de conflito, a cobertura em tempos de Covid-19, além de representatividade e novas abordagens na Comunicação.

No segundo dia do evento (20/11), a partir das 10h, Eduardo Ribeiro, diretor deste Portal dos Jornalistas e de Jornalistas&Cia, falará sobre os principais aspectos do estudo Perfil Racial da Imprensa Brasileira. A mediação será de Marcelle Chagas.

1º Encontro Internacional de Jornalistas da Diáspora Africana

Dentre os nomes confirmados, estão Flávia Oliveira (Rede Globo), Mariana Bispo (Record TV), Luciana Barreto (CNN Brasil), Walter Kumaruara (Rede Mocoronga de Comunicação Popular), Deandrea Hamilton (CBS One Caribean), Neide Diniz (Canal Saúde), Hanna Geterminah (Daily Observer), Ferdinand Mayega (La Voix Du Centre), Elissé Heribert (Le Label Diplomatique), Elisabeth Ansen e Anteddy Achille (Deutsche Welle).

As inscrições aqui. 

Jornalistas de jornais e revistas de SP aprovam nova paralisação em 23/11

Em assembleia que reuniu cerca de 230 profissionais nessa quarta-feira (17/11), jornalistas de revistas de jornais de São Paulo aprovaram uma nova paralisação na próxima terça-feira (23/11), em protesto ao silêncio dos patrões, que não ofereceram uma resposta à categoria sobre o pedido de reajuste salarial. A paralisação será de quatro horas.

A categoria publicou uma carta no site do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo (SJSP), na qual dizem que “receberam com indignação e perplexidade a ausência de uma proposta das empresas após nossa categoria formalizar nossas reivindicações em comunicação enviada ao Sindicato dos Jornais e Revistas de São Paulo (Sindjore) no último dia 9 de novembro”.

“Desde aquela data, aguardamos uma nova sinalização das empresas, mas recebemos apenas a resposta de que deveríamos enviar uma nova contraproposta”, diz o texto. “Acreditamos que, neste momento, são os representantes do Sindjore que devem formalizar o que desejam oferecer para avançarmos nas negociações”.

A carta informa também que os profissionais permanecem dispostos a negociar e que, portanto, marcaram para esta sexta-feira (19), às 15h, uma nova mesa de negociação entre o Sindicato dos Jornalistas e o Sindjore.

No último dia 9, a categoria rejeitou por unanimidade a proposta das empresas, que oferecem três faixas de reajuste dos salários e a volta da multa da PLR, reajustada em 8,9%. Para salários de até R$ 5 mil, o reajuste salarial seria pela inflação (8,9%), sendo 5% retroativos à data-base em junho e a diferença em janeiro. Os salários entre R$ 6 mil e R$ 7 mil sofreriam reajuste de 6% em duas parcelas, sendo 5% em junho e a diferença em janeiro; e os salários superiores a R$ 7 mil teriam reajuste fixo de R$ 420, sendo R$ 350 retroativos a junho e a diferença em janeiro. O pagamento das diferenças seria em duas parcelas: em novembro e dezembro.

Em resposta à falta de acordo, a categoria realizou uma paralisação de duas horas em 10/11, com cerca de 350 jornalistas acompanhando em ambiente virtual e que teve grande engajamento nas redes sociais, com as hashtags #jornalistassalvamvidas e #jornalistasvãoparar.

Agência Aids realiza mostra de arte e webinar sobre o combate à doença

Agência Aids realiza mostra de arte e webinar sobre o combate à doença

A Agência de Notícias da Aids realiza nas próximas semanas uma mostra com obras de artistas que vivem com HIV e um webinar que trará a reflexão de especialistas, ativistas e gestores sobre o combate à doença. As duas atividades marcarão o Dia Mundial do Combate à Aids, em 1º de dezembro.

Em 27/11, das 14h às 19h, haverá a mostra Mais arte, menos aids, que reunirá nove artistas com HIV que retratam suas histórias de vida por meio da arte. Com apresentação de Adriana Bertini e Flip Couto, o evento incluirá leitura de livros, performances, canções e rodas de conversa.

E no dia 1º de dezembro a agência realizará o webinar 40 anos de Aids no mundo: o que fizemos, o que falta fazer?, que reunirá ativistas, especialistas e gestores para debater o que já foi feito no combate à doença e os desafios que  persistem. O evento abordará temas como o surgimento da HIV, a entrada dos retrovirais no cenário global, ativismo no Brasil, tecnologias de prevenção e o estigma ainda existente.

As duas atividades serão transmitidas no canal da Agência Aids no YouTube e em seu perfil no Facebook. Confira a programação completa.

Conheça os vencedores do Troféu Aceesp 2021

Conheça os vencedores do Troféu Aceesp 2021

A Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo (Aceesp) divulgou os vencedores do Troféu Aceesp 2021, que premia e valoriza o trabalho de profissionais do jornalismo esportivo.

Em comunicado, a associação informou que decidiu desconsiderar a entrega do troféu referente à categoria Furo, pois a reportagem Árbitros são afastados após acusação de assédio e comentários preconceituosos: “Gostosinha, que delícia”, de Emilio Botta (GE/Globo), não foi inscrita na categoria.

Porém, “em virtude da qualidade, relevância e a indiscutível exclusividade da transcrição dos áudios que comprovam a denúncia de assédio”, a comissão julgadora decidiu premiar a reportagem como uma das melhores matérias de Imprensa Escrita do ano.

Confira a lista dos vencedores:

 

Rádio

Narrador: Oscar Ulisses (Rádio CBN) e Ulisses Costa (Rádio Bandeirantes)

Comentarista: Claudio Zaidan (Rádio Bandeirantes)

Repórter: Ivan Drago (Rádio Transamérica), João Paulo Cappellanes (Rádio Bandeirantes) e Vinicius Bueno (Rádio Bandeirantes)

Apresentador: Ricardo Capriotti (Rádio Bandeirantes)

 

Mídia Online

UOL Esporte

 

Opinião (Blogueiro/Colunista)

Luis Augusto Simon (Blog do Menon/UOL Esporte)

 

Interior/Litoral

Rádio: Rádio Thathi FM de Ribeirão Preto

TV: TV Tribuna, de Santos

Jornal: A Tribuna, de Santos

 

Ex-atletas

Pedrinho (TV Globo/SporTV)

 

Assessoria de Imprensa

Felipe Espindola (São Paulo Futebol Clube)

 

Troféu Regiani Ritter

Luciana Mariano (ESPN/Foxsports)

 

Troféu Ely Coimbra

Henrique Guilherme (Rádio Transamérica)

 

Homenagem Especial

Léo Batista

Mário Albanese

Sérgio Barbalho

 

Hall dos notáveis

Ricardo Capriotti

 

Melhores Matérias

 

Tinha um estádio bem aquiArthur Sandes e Diego Salgado (UOL Esporte)

 

Árbitros são afastados após acusação de assédio e comentários preconceituosos: “Gostosinha, que delícia”Emilio Botta (GE/Globo)

 

Lupa faz treinamento em checagem de fatos com foco nas eleições de 2022

Lupa faz treinamento em checagem de fatos com foco nas eleições de 2022

Estão abertas as inscrições para o Mirante, programa de treinamento em checagem de fatos da Agência Lupa com foco nas eleições de 2022. As aulas são gratuitas e remotas, com inscrições até 28 de novembro. Os selecionados serão anunciados em 13 de janeiro.

O treinamento abordará temas como combate à desinformação, checagem de fatos, monitoramento de conteúdos falsos, noções sobre os mais importantes bancos de dados, como funciona um processo eleitoral e iniciativas de distribuição de conteúdo verificado em plataformas digitais, além de técnicas jornalísticas específicas para checagem de fatos e ações de educação midiática com foco no desenvolvimento do pensamento crítico.

São 15 vagas para estudantes e profissionais de todas as áreas. No final do programa, os participantes vão construir um produto de combate à desinformação com foco nas eleições de 2022, e parte deles atuará na redação da Lupa na cobertura eleitoral do ano que vem.

Segundo Natália Leal, diretora-executiva da agência, “o Mirante é a materialização de um princípio há muito defendido pela Lupa: a solução para a desinformação passa pela educação e pelo fortalecimento do jornalismo. Queremos que nossos trainees tenham uma formação completa em verificação de fatos e educação midiática, para que possam estar ao nosso lado na luta contra a desinformação”.

Inscreva-se aqui.

Prêmio Comunique-se 2021 revela vencedores

Prêmio Comunique-se revela vencedores nesta terça-feira (16/11)

O portal Comunique-se anunciou nessa terça-feira (16/11) os vencedores do Prêmio Comunique-se 2021. A cerimônia de premiação foi feita em formato fisital, que mescla os ambientes físico e digital, com transmissão ao vivo nas redes sociais do Comunique-se.

Ao todo, são 11 categorias: Âncora & Apresentador, Colunista, Comunicação, Cultura, Digital, Economia, Esportes, Liderança em Veículo de Comunicação, Nacional, Repórter e Sustentabilidade. Uma das novidades desta edição é a subcategoria Jornalista Podcaster, em Digital.

A cerimônia foi apresentada por Adriana Couto (Nova Brasil FM e TV Cultura), Joana Treptow (Band), Millena Machado (RedeTV), Alexandre Henderson (Rede Globo), Mauro Beting (Jovem Pan, SBT e TNT Sports) e Roberto Cabrini (Record TV).

Confira a seguir a lista dos vencedores:

 

Âncora & Apresentador

Âncora de RádioVítor Brown (Jovem Pan)

Âncora de TVChristina Lemos (Record TV)

ApresentadorLuís Ernesto Lacombe (RedeTV)

 

Colunistas

Colunista de NotíciaGuilherme Amado (Metrópoles)

Colunista de Opinião/ArticulistaTereza Cruvinel (Brasil 247)

 

Comunicação

Agência – It Press Comunicação

Profissional de Comunicação CorporativaMariana Passos (Samsung)

Propaganda & MarketingErich Beting (Máquina do Esporte)

 

Cultura

Mídia EscritaCristina Padiglione (Folha de S. Paulo)

Mídia FaladaAdriana Couto (Nova Brasil FM / TV Cultura)

 

Digital

Influenciador DigitalLuís Ernesto Lacombe (Gazeta do Povo / RedeTV)

Jornalista PodcasterDaniela Lima e Renata Agostino (CNN Brasil)

Tecnologia Felipe Payão (TecMundo)

 

Economia 

Mídia EscritaLuis Nassif (Jornal GGN)

Mídia FaladaFlávia Oliveira (CBN / GloboNews)

Jornalista EmpreendedorSamy Dana (InvestNews BR)

 

Esportes

Mídia EscritaVitor Sérgio Rodrigues (TNT Sports)

Mídia FaladaMauro Beting (Jovem Pan / SBT / TNT Sports)

Locutor EsportivoTéo José (SBT)

Liderança em veículo de comunicaçãoThiago Feitosa (Record News)

 

Nacional

Mídia EscritaGuilherme Amado (Metrópoles)

Mídia FaladaAndréia Sadi (CBN / GloboNews)

 

Repórter

ImagemDario Costernaro (Band)

InternacionalMariana Becker (Band)

Mídia EscritaLuísa Martins (Valor Econômico)

Mídia FaladaAndré Hernan (SporTV / TV Globo)

 

SustentabilidadeKátia Brasil (Amazônia Real)

 

Voltar ou não voltar, eis a questão

Voltar ou não voltar, eis a questão

Por Luciana Gurgel

Luciana Gurgel

Muitos dos que saíram do escritório ou da redação há um ano e oito meses carregando poucos pertences, convictos de que passariam poucas semanas em casa até a pandemia arrefecer, vivem agora um retorno nem sempre fácil, alegre ou satisfatório.

Retorno é maneira de dizer. Na maioria das vezes não há uma volta ao que foi deixado para trás. Escritórios encolheram ou sumiram, rotinas mudaram. Nem todos os colegas retornaram, ou não se cruzam no mesmo dia nos corredores.

As dificuldades para a retomada do trabalho presencial, híbrido ou para a adoção permanente do sistema remoto existem em todas as atividades. Mas no jornalismo, em que o ambiente da redação faz parte da engrenagem, o drama pode ser maior.

O Instituto Reuters para Estudos do Jornalismo na Universidade de Oxford fez um estudo para mapear a situação. E constatou que ainda falta muito para tudo se acomodar.

O relatório baseou-se em pesquisa com 132 líderes de redações de 42 países (incluindo o Brasil, que responde por 2% da amostra), e em uma série de entrevistas em profundidade realizadas em setembro passado.

A combinação entre trabalho remoto e presencial é a opção preferida de 89% dos líderes ouvidos. Mas não necessariamente das empresas onde trabalham: 75% acham que suas organizações estão comprometidas com esse modelo.

Transformar a teoria em prática não parece fácil. Mesmo convencidos de que o trabalho híbrido funciona, mais de 57% dos entrevistados ainda não sabem exatamente a melhor maneira de implantá-lo. E somente 34% afirmaram que a implantação já está em curso em suas empresas.

Para os saudosistas, a notícia não é boa. Apenas 9% acham que suas organizações querem retornar a um modelo de trabalho semelhante ao de antes da pandemia.

E são principalmente emissoras de rádio e TV, que não podem mandar para a casa dos jornalista uma equipe técnica ou os equipamentos sofisticados necessários às transmissões.

Voltar ou não voltar, eis a questão

Fim do burburinho da redação

No mundo do trabalho, muitos preferem o trabalho remoto, com o tempo consumido em deslocamentos mais bem aproveitado para lazer ou convívio familiar. Mas no jornalismo, a perda do ambiente da redação tem mais impacto do que em algumas outras atividades.

Reuniões de pauta passaram a ser feitas por meio de teleconferência. Mas elas não substituem a conversa no café ou no corredor, a opinião pedida ao colega da mesa ao lado sobre uma palavra ou um ângulo. São momentos que ficaram no passado para muitos.

O estudo do Reuters indica que líderes das redações estão preocupados também com o “viés de proximidade”, em que as vozes dos que trabalham remotamente são ignoradas, enquanto aqueles fisicamente no escritório e próximos aos tomadores de decisão acabam sendo beneficiados.

Outra dificuldade é contratar e manter a equipe. Quase a metade dos entrevistados (47%) disse que a pandemia dificultou o recrutamento e a retenção de profissionais. Menos de um quinto (17%) discordam.

Uma das razões é a disputa com outras atividades. Os editores lutam agora para atrair e reter profissionais experientes em tecnologia e dados, que também são muito procurados por outros setores, segundo o Instituto.

Pesa para todo mundo, mas o peso maior é para os líderes. O estudo aponta que eles sentem que estão arcando com o fardo das grandes mudanças no trabalho operacional e com o fardo extra de se comunicarem e motivarem uma equipe que raramente veem pessoalmente.

O Instituto Reuters faz a ressalva de que a maioria dos entrevistados da pesquisa trabalha em organizações de médio e pequeno porte do Hemisfério Norte. Por isso, os resultados não capturam a situação de pequenas organizações ou das que operam em países pobres ou autoritários.

Mas é um retrato que ajuda a identificar padrões gerais, que em muitos casos não diferem daqueles apontados em pesquisas com gente de outras profissões.

O fato é que, assim como acontece com outros mundos, o mundo do jornalismo não vai ser igual ao que era antes de março de 2020. Pelo menos nas empresas em que trabalham 91% dos entrevistados para a pesquisa.


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Lúcio Flávio Pinto lança livro de reportagens sobre a Amazônia

Com o apoio do site Amazônia Real, do qual é atualmente colaborador, Lúcio Flávio Pinto lançou o livro Amazônia – Fogo, Sangue e Cifrão (3C Gráfica e Editora), que reúne reportagens e textos que fez ao longo de 50 anos de carreira no jornalismo, cobrindo os mais diversos acontecimentos na região.

Lúcio Flávio viajou por todos os estados da Amazônia, registrando tudo o que via, como novos empreendimentos econômicos, conflitos sociais, disputas políticas, destruição da natureza, apropriação de riquezas, entre outros.

“Graças ao suporte que O Estado de S. Paulo e O Liberal me proporcionaram sistematicamente, não só testemunhei fatos inéditos na história regional como retornei diversas vezes a alguns desses cenários, acompanhando o desdobrar das ações neles desencadeadas”, escreveu o autor na apresentação da obra. “Pude aprofundar meus conhecimentos e testar as hipóteses que a consulta a fontes indiretas suscitava. Como disse ironicamente meu grande amigo Raul Bastos, também jornalista, eu levava demasiadamente a sério o acompanhar da história passo a passo, andarilho que sempre fui”.

Além da seleção de reportagens, Lúcio oferece também no livro dois textos finais que situam os fatos relatados e tentam explicar por que eles aconteceram e por que aconteceram daquela maneira.

“Lembro que viajava quase sempre sozinho, equipamentos a tiracolo, enfrentando alguns desafios e exposto a determinados riscos”, escreveu o jornalista. “Ia e voltava trazendo reportagens que justificavam o investimento nada desprezível de ir aonde os pioneiros iam. Hoje talvez não voltasse. Volto, pelo menos, com este livro, que ofereço como minha contribuição a essa incrível história do nosso tempo”.

Ctrl+X (Abraji) passa a monitorar perseguição judicial a jornalistas

Ctrl+X (Abraji) passa a monitorar perseguição judicial a jornalistas

O projeto Ctrl+X, da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), apresentou uma nova fase que visa a registrar e monitorar processos com características de perseguição judicial a jornalistas. A base de dados foi ampliada para incluir também casos contra a liberdade de imprensa e de expressão, mas que não necessariamente pedem a retirada de algum conteúdo.

A plataforma adicionou quatro novos filtros: solicitação de indenizações, processos diretamente contra pessoas, processos com origem nos Juizados Especiais Cíveis e ações criminais.

Solicitação de indenizações refere-se a processos em que os autores pedem reparação, em dinheiro, por danos morais. A Abraji destaca que são comuns requerimentos de quantias altíssimas, que podem inviabilizar o trabalho de veículos pequenos ou de profissionais freelance.

Em processos diretamente contra pessoas, o projeto reúne casos em que o réu é o próprio autor da publicação questionada, e não o veículo no qual trabalha. A Abraji explica que isso pode ser usado para perseguir a imprensa, uma vez que um indivíduo tem menor capacidade jurídica e econômica para se defender do que um grupo midiático.

Processos com origem nos Juizados Especiais Cíveis referem-se a ações movidas nos chamados JECs, onde são dispensadas a contratação de advogados em causas no valor de até 20 salários mínimos e as custas processuais, e é incentivada a conciliação entre as partes. Segundo a Abraji, casos desse tipo dificultam a possibilidade de defesa devido à ausência de custos e à velocidade dos procedimentos.

E em ações criminais, o Ctrl+X mostra processos movidos em resposta a conteúdos que supostamente configuram crimes contra a honra, como calúnia, injúria e difamação, usados com certa frequência contra jornalistas.

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