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terça-feira, dezembro 16, 2025

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Série de guias apresenta estratégias para organizações de notícias

A News Product Alliance (NPA) lançou em 24/3 os primeiros conteúdos da Product Kit, uma série de guias práticos e gratuitos.
A News Product Alliance (NPA) lançou em 24/3 os primeiros conteúdos da Product Kit, uma série de guias práticos e gratuitos.

A News Product Alliance (NPA) lançou em 24/3 os primeiros conteúdos da Product Kit, uma série de guias práticos e gratuitos para estratégia, pesquisa e desenvolvimento de produtos em meios jornalísticos.

Organizados em quatro categorias − o produto, a mentalidade do produto, a prática do produto e a equipe do produto −, o objetivo é ampliar o debate e as práticas do setor de notícias.

Inicialmente foram disponibilizados cinco conteúdos que serão atualizados ao longo do tempo, com os temas Entendendo o papel do produto nas organizações de notícias, O “ABC” do produto, Ensinando métodos de produto nas redações, Escolhendo o método de desenvolvimento de produto que funciona melhor para sua equipe, e Introdução ao planejamento estratégico e definição de metas.

Para Feli Carrique, diretora executiva da News Product Alliance, “esta é uma série escrita por pessoas que trabalham na indústria de meios de comunicação. Todo o conteúdo é baseado nos desafios que as pessoas que querem aplicar essa mentalidade na mídia podem encontrar para que o aprendizado seja extrapolado diretamente para a experiência dos leitores”.

Opinião: Um tiro na verdade mata o Jornalismo

ICFJ lança a segunda edição do programa Jogo Limpo, contra a desinformação

Por Claudio Odri

Uma guerra em pleno século 21 é tão inútil como qualquer outra. Hoje, porém, a velocidade de propagação das notícias é quase em tempo real. Mesmo assim, o ceticismo quanto à credibilidade das notícias veiculadas brota como derivação, muitas vezes, de linhas políticas e interesses econômicos velados. O contra ataque dos céticos vem como onda gigante das redes digitais para confrontar as narrativas “oficiais”.

E a imprensa?

A combinação de mudanças sociais, políticas, econômicas e tecnológicas redefiniu o trabalho da imprensa, que passa por um doloroso e gradual processo de adaptação a essa nova realidade. As redes sociais e suas ferramentas digitais colocaram em xeque o poderio e a audiência dos meios tradicionais de comunicação e o monopólio da produção e distribuição da informação. Os meios de comunicação, tradicionais difusores das notícias, ganharam um concorrente exponencial. Em passado não muito distante, a mídia era o filtro que interpretava e organizava a realidade para o público.

Indignação em rede

A indignação explode nas redes digitais e na mídia tradicional com os atos de censura que o presidente russo Vladimir Putin e outras lideranças políticas, impõem ao Facebook, Twitter e Telegram. A imprensa russa já estava sob censura e a população tem visão precária e distorcida dos fatos relativos à invasão da Ucrânia. Isto ilustra a relevância das redes como fonte alternativa de informação, mas ainda não pode ser tida como uma rota de fuga para a combalida verdade.

Acalorados debates que ocupam as plataformas, bloqueios e banimentos são alvo de brados enfáticos e até de intervenções do alto escalão do Judiciário, não só no Brasil, apesar de que opiniões diversas fazerem parte de qualquer processo. Vale lembrar da frase do iluminista francês Voltaire (1694-1778), Eu discordo do que você diz, mas defenderei até a morte o seu direito de dizê-lo“, certamente esquecida nesses dias de cancelamentos, perseguições e censura.

E agora?

Para que o Jornalismo da Era da Informação possa manter seus desígnios e talvez até sobreviver, é importante que as velhas técnicas de apuração permaneçam válidas: pesquisa, fontes, checagem dos fatos, exposição do contraditório e contextualização dos dados. Foi esse o caminho que garantiu a credibilidade da imprensa a ponto de ser considerada o Quarto Poder e não importa o algoritmo, esse modelo é soro caseiro e percebido pelos públicos muito rapidamente.

“Na guerra, a verdade é a primeira vítima” 

Frase que teria sido exclamada por Ésquilo, dramaturgo grego que viveu há 2.500 anos, tiros contra a verdade são implacáveis. Mesmo que a tecnologia democratize o acesso e a distribuição de informações para quem estiver conectado, no âmbito jornalístico, o “tiro” contra a primeira vítima em um cenário de conflito, ou seja, a verdade, não pode ser desferido pelos “soldados da informação”.

A vítima de antes e de agora

A manipulação e censura sobre as notícias da guerra estão para as derivadas da crise sanitária, na qual ainda estamos, como fato consumado. Mais uma vez brotam indignações seletivas, e pior, o cerceamento do direito à informação, que será sempre uma violência. Será sempre inaceitável, independentemente das questões políticas, econômicas, religiosas, filosóficas ou geográficas, em uma sociedade democrática. A mídia tem a missão de ser uma espécie de guardião inclusivo, inclusive para quem está fora da web, garantindo que a verdade seja blindada dos atentados de ocasião em qualquer realidade.


Claudio Odri

Claudio Odri é empresário e jornalista. Atuou nos principais veículos de comunicação do país desde os anos 1980, começando pela Editora Abril e depois, percorrendo as emissoras de TV. Pela veia inquieta da inovação, foi tateando no caminho do analógico para o digital, até empreender em sua produtora, que soma um legado respeitável, tal como fora sua passagem pela imprensa. No eclodir da pandemia, viu-se encastelado em sua casa, como todos nós, e apesar de todas as medidas prescritas para evitar a infecção ao coronavírus, ele e sua mulher não passaram incólumes. Ante uma série de informações que brotavam da mídia e da própria experiência, Odri passou a vasculhar a web para fazer o que não via os colegas da mídia fazerem. Dessa pesquisa saiu um livro, Como a pandemia mudou o jornalismo, à venda na Amazon apenas na versão eletrônica ou na UICLAP, para versão impressa sob demanda. O livro está entre os Top 10 em sua categoria, na plataforma

* Este texto é uma contribuição e não reflete, necessariamente, a opinião do Portal dos Jornalistas.

Pulitzer Center e Amazon RJF lançam bolsas para reportagens sobre impactos das eleições na Amazônia

O Pulitzer Center e o Amazon Rainforest Journalism Fund estão lançando bolsas de US$ 10 mil para reportagens sobre os impactos das eleições de 2022 na Amazônia. Interessados devem encaminhar as propostas de pauta até 18 de abril.

A ideia é relacionar como as eleições para o Congresso e para presidente, refletirão em questões críticas na região, como o desmatamento. As organizadoras sugerem temas como reflexos na conservação do bioma, nas comunidades indígenas, na mineração ilegal, grilagem de terras, legislação ou no crime ambiental.

As pautas devem incluir como decisões de políticos eleitos influenciam ações na Amazônia, ou a condução de campanhas na região. Além disso, é preciso destacar personagens locais, e ter um plano de distribuição que inclua como será feita a divulgação nas mídias locais.

As reportagens podem ser feitas em qualquer idioma, e as candidaturas serão aceitas em espanhol, português ou inglês. O comitê responsável vai selecionar um número limitado de projetos que atendam aos critérios da proposta, priorizando os que contemplem um amplo público nacional e internacional.

O formulário de inscrição pede uma descrição do projeto, um plano de segurança que inclua mitigação de riscos para os jornalistas e comunidades envolvidos, descrição do plano de distribuição e parcerias com a mídia, e uma estimativa orçamentária preliminar, além de informações de contato e cartas de compromisso da mídia ou editores parceiros interessados.

Até o final de abril, os selecionados serão notificados. Mais informações com Verónica Goyzueta ([email protected])

Morre Elifas Andreato, ícone da arte gráfica brasileira

Morre Elifas Andreato, ícone da arte gráfica brasileira

Morreu nesta terça-feira (29/3) Elifas Andreato, um dos maiores designers gráficos do Brasil, responsável por inúmeras capas de discos, livros e obras de teatro e da cultura popular, aos 76 anos, em São Paulo. A informação foi divulgada pelo irmão do artista, no Instagram. Ele estava internado desde a última semana, após ter sofrido um infarto, mas teve complicações e não resistiu. O corpo será cremado às 16h, no Crematório Vila Alpina, sem velório, como era da vontade dele. A filha Laura informa que mais adiante vai organizar uma homenagem, para a qual todos serão convidados.

A postagem do irmão do artista tem um desenho de Elifas da bandeira do Brasil dentro de uma lágrima, com a frase “adeus querido irmão”, acompanhada de uma carta: “Meu irmão mais velho, desde pequenino, rabiscava seus sonhos e ia mudando o nosso destino. Tudo o que ele tocava com as suas mãos virava coisa colorida, até a dor que ele sentia era motivo de tinta que sorria. Sua travessura era zombar da pobreza e de toda a tristeza que ele via. Se o quarto era apertado, ele criava castelos longínquos. Se a fome era tamanha, ele pintava frutos madurinhos”.

Elifas nasceu em Rolândia, no Paraná, em 1946. Já na infância, vivendo com a família em um cortiço, fazia esculturas com material que encontrava no lixo. Na adolescência, foi operário em uma fábrica de fósforos em São Paulo. Começou a fazer caricaturas e a pintar murais. Posteriormente, foi estagiário em agência de publicidade até chegar à Editora Abril, onde ganhou destaque por ter feito, em 1970, a coleção de fascículos História da Música Popular Brasileira.

Ao longo de 50 anos, fez mais de 300 capas de discos de artistas como Chico Buarque, Elis Regina, Adoniran Barbosa, Paulinho da Viola, Martinho da Vila, Toquinho e Vinicius de Moraes. Entre os trabalhos, destacam-se as capas Ópera do Malandro, de Chico Buarque, A Rosa do Povo, de Martinho da Vila, e Nervos de Aço, de Paulinho da Viola.

Na literatura, também é autor de diversas capas, como a de A Legião Estrangeira, de Clarice Lispector. No teatro, fez cartazes como os de Calabar, de Chico Buarque e Ruy Guerra, e de A Morte do Caixeiro Viajante, dirigida por Flávio Rangel. Seu trabalho mais recente é do musical Morte e Vida Severina, com direção de seu irmão, que estreia no Tuca em 16 de abril.

O artista é responsável pela réplica de 2,2 metros de altura da estátua Vlado Vitorioso, obra criada em 2008 em homenagem aos 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos. E em 2019, fez uma réplica do Troféu Vladimir Herzog, entregue aos vencedores do Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos, que homenageia jornalistas que atuam para a promoção da democracia e da liberdade de imprensa. Ambas as obras ficam na Praça Memorial Vladimir Herzog, atrás da Câmara Municipal de São Paulo.

Em agosto do ano passado, durante o 24º Congresso Mega Brasil de Comunicação, Inovação e Estratégias Corporativas, recebeu da Mega Brasil o prêmio Personalidade da Comunicação de 2021. Emocionado, disse à época que uma premiação que o colocava na galeria ao lado de nomes como Octavio Frias de Oliveira, Laurentino Gomes, Roberto Civita, Mino Carta, Audálio Dantas, entre outros, é “histórica para a minha carreira e representa um alento para a continuidade de minha luta pela arte, pela justiça social e pela democracia”.

Sobre o reconhecimento, Eduardo Ribeiro, diretor da Mega Brasil e deste Portal dos Jornalistas, disse que Elifas era “o mago da criatividade gráfica, o artista que eleva a arte ao seu patamar mais alto e significativo, o homem que coloca o sentimento nas pontas dos dedos e no coração”. Assista à cerimônia aqui.

Artistas e personalidades prestaram suas homenagens a Elifas. A cartunista Laerte Coutinho escreveu no Twitter: “Ah, tristeza maior! – o Elifas Andreato morreu. Beijo, Elifas! Ô coisa”. O cantor Emicida escreveu: “Aquele que melhor ilustrou a alma brasileira, foi agora para junto das estrelas e de lá seguirá nos inspirando. Porque a vida tem que ser bonita sim e é pra isso que a arte existe! Obrigado mestre. Que a terra lhe seja leve!”

Roberto Cabrini comanda o novo formato do Câmera Record

Roberto Cabrini assumiu o comando do Câmera Record. Em sua estreia, o apresentador foi ao ar com o documentário O Expresso para Kiev.
Roberto Cabrini assumiu o comando do Câmera Record. Em sua estreia, o apresentador foi ao ar com o documentário O Expresso para Kiev.

Roberto Cabrini assumiu em 27/3 o comando do Câmera Record. Em sua estreia, o apresentador foi ao ar com o documentário O Expresso para Kiev com Roberto Cabrini, uma cobertura especial da guerra na Ucrânia, para onde viajou logo após os primeiros ataques da Rússia.

No novo formato do programa, Cabrini apresentará seus principais momentos na cobertura da guerra, onde passou 23 dias em território ucraniano acompanhando os conflitos de perto. Segundo o R7, em Lviv, o apresentador relatou a fuga de milhares de pessoas e pouco tempo depois conseguiu deslocar-se para Kiev.

Cabrini afirma estar bastante empolgado com o novo projeto e que o objetivo é fazer um programa que surpreenda. “A pauta da semana estará sempre aberta a mudanças”, completou.

A cada semana, conduzirá grandes reportagens, perfis e entrevistas, abordando temas ou personalidades do Brasil e de outros lugares.

Prorrogadas as inscrições para curso de formação Repórter Paraisópolis

A Diretoria de Comunicação da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein prorrogou até 3/4 (domingo) as inscrições para o curso de formação gratuito Repórter Paraisópolis. Realizado em parceria com o Programa Einstein na Comunidade de Paraisópolis (PECP), o projeto oferece mentoria de jornalistas experientes na produção de conteúdo e tem como foco a cobertura de saúde e ciência.

Para participar, o jovem morador de Paraisópolis precisa ter de 16 a 24 anos e estar cursando ou já ter cursado o Ensino Médio. Haverá emissão de certificado e estudantes de destaque poderão ser selecionados para atuar como Jovens Aprendizes no Einstein.

Com aulas presenciais às terças e quintas na sede do PECP, a iniciativa busca desenvolver um novo veículo de informação para comunidade que será criado pelos alunos durante o programa, e que comportará as reportagens produzidas por eles. A primeira turma terá aulas de 12/4 a 14 de julho. O resultado do processo seletivo deve ser divulgado em 6 de abril.

Joka Finardi assume como diretor de Conteúdo do Netmotors

Equipe da Netmotors (da esq. Para dir.: Bruno Phillipi, Paulo Costa Jr, Leo Soares, Joka Finardi e Márcio Augusto)
Equipe da Netmotors (da esq. Para dir.: Bruno Phillipi, Paulo Costa Jr, Leo Soares, Joka Finardi e Márcio Augusto)

O Netmotors, programa semanal produzido pela i9TV e exibido pela Rede Família, do Grupo Record, ganhou na última semana o reforço de Joka Finardi como diretor de Conteúdo.

Ele chega para atuar na coordenação das pautas e produção de notícias. Além do programa de tevê, ficará responsável pela produção de conteúdo para o site da publicação, que será abastecido com notícias do Super Top Motor, site lançado por Joka em 2013.

“Depois de mais de dois anos no ar, o programa entra agora em uma nova fase, investindo em sua equipe e lançando novos quadros, e a chegada do Joka contribuirá com essa estratégia”, explica o diretor de marca Paulo Costa Jr.. “Outra novidade é que em 60 dias levaremos o programa também para a Record News. Só estamos acertando os últimos detalhes de contrato e datas para a exibição, mas seguirá com o mesmo formato do que já exibimos”.

Equipe da Netmotors (da esq. Para dir.: Bruno Phillipi, Paulo Costa Jr, Leo Soares, Joka Finardi e Márcio Augusto)
Equipe da Netmotors (da esq. Para dir.: Bruno Phillipi, Paulo Costa Jr, Leo Soares, Joka Finardi e Márcio Augusto)

Com 30 minutos de duração, o programa vai ao ar aos domingos, às 11h, com reprise aos sábados, às 18 horas. A apresentação é de Leo Soares, com produção de Márcio Augusto e direção de Bruno Phillipi.

Quatro pré-candidatos à presidência bloquearam jornalistas no Twitter

Abraji registra 385 bloqueios de autoridades a jornalistas no Twitter

Segundo monitoramento da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), dos nove presidenciáveis nas eleições deste ano, quatro bloquearam ao menos um jornalista no Twitter. O primeiro da lista é o presidente Jair Bolsonaro, com 86 bloqueios a jornalistas e dez vetos a veículos de comunicação.

Entre Bolsonaro e o segundo colocado, Sérgio Moro, há um abismo: o ex-ministro da Justiça bloqueou dois jornalistas. Em seguida no ranking aparecem João Doria e André Janones, com um bloqueio cada. Lula, Ciro Gomes, Simone Tebet, Eduardo Leite e Felipe d’Avila não bloquearam jornalistas na rede social. Vale lembrar, porém, que todos ainda são pré-candidatos, pois as candidaturas são oficializadas apenas a partir de julho.

Repórteres e especialistas ouvidos pela Abraji destacam que, assim que passam a ser candidatos, eles “se tornam personalidades de interesse público, e o bloqueio veta acesso a conteúdos publicados por políticos e exclui possibilidade de interação com eles”. No caso de Bolsonaro, o bloqueio impede também o acesso a anúncios de políticas governamentais. Reportagem da Abraji publicada em setembro do ano passado destaca que mais de 98% dos tuítes de Bolsonaro são de interesse público.

Caio Machado, presidente do Instituto Vero, focado em pesquisas sobre desinformação, lamenta que nenhum tribunal tenha encarado a questão da restrição de acesso nas redes sociais. Em entrevista à Abraji, ele destaca que, uma vez que os candidatos eleitos passam a usar as redes sociais como canal de comunicação com o público, essas contas devem responder às obrigações do Poder Público: “Imparcialidade, eficiência, impessoalidade e tantas outras coisas, que não são respeitadas”.

O especialista cita o exemplo do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Cortes de apelação do país haviam proibido o político de bloquear jornalistas no Twitter pois suas postagens iniciavam fóruns públicos de discussão, portanto “não caberia ao ex-presidente fazer moderação privada”.

Procurado pela Abraji, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) disse que não trabalha com a figura do pré-candidato e que deve lançar um guia de boas práticas para os candidatos. Especialistas ouvidos pela Abraji analisam que os presidenciáveis “não são figuras públicas como políticos com mandato, mas são objetos de interesse público”.

Ao Núcleo Jornalismo, o Twitter disse que não interfere na decisão de autoridades bloquearem usuários pois acredita que o recurso é prerrogativa de quem usa a rede social. Mas, segundo Wilson Gomes, professor da Universidade Federal da Bahia, “autoridades do alto escalão e também candidatos a cargos públicos que usam as redes sociais para promover comunicação com o público amplo podem usar o veto para controlar a visibilidade de postagens e segmentar seu conteúdo a certas comunidades”.

“No caso de Bolsonaro, isso é muito claro”, destaca o professor. “Durante todo o seu mandato ele nutriu uma animosidade com os jornalistas, seja por meio de ataques ou dos bloqueios, ao passo que anuncia seu canal como via de informação do governo. Ao mesmo passo, sempre fez acenos a bases fiéis. Essa estratégia parece se perpetuar neste ano eleitoral”.

A Abraji monitora desde setembro de 2020 o bloqueio de jornalistas por parte de autoridades brasileiras. Até o momento, 46 autoridades bloquearam profissionais de imprensa 343 vezes.

Simpósio Internacional de Jornalismo Online terá formato híbrido

Simpósio Internacional de Jornalismo Online será presencial e online

A 23ª edição do Simpósio Internacional de Jornalismo Online (ISOJ, em inglês) será realizada em formato presencial e online, nesta sexta-feira e sábado (1º e 2 de abril). O evento, gratuito, reúne jornalistas, executivos de mídia e acadêmicos ao redor do mundo para debater os impactos da revolução digital no campo da comunicação. O ISOJ é patrocinado por Knight Foundation e Google News Iniciative.

Diferentemente dos anos anteriores, o ISOJ voltará a ter presença de público, de forma parcial. O evento ocorrerá no Zlotnik Family Ballroom no AT&T Hotel and Conference Center, em Austin, cidade do Texas, nos Estados Unidos. A conferência será realizada em inglês, com tradução simultânea para espanhol.

A programação inclui palestras, painéis e workshops, presenciais e online. Entre os palestrantes, estão os brasileiros Rosental Alves, fundador e criador do ISOJ; Flávia Lima, editora de diversidade da Folha de S.Paulo; Marco Túlio Pires, líder do Google News Lab do Brasil; Natália Viana, co-fundadora e diretora executiva da Agência Pública; e Daniel Trielli, candidato a PhD na Universidade de Northwestern.

No site do evento, há uma biografia dos participantes e uma plataforma que reúne conteúdos de edições anteriores, com transcrições vídeos e artigos. Confira a programação completa e inscreva-se aqui.

Profissionais da EBC mantêm mobilização enquanto aguardam dissídio

Trabalhadores da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) decidiram, em assembleia conjunta em São Paulo, Rio e Brasília, manter a mobilização enquanto aguardam os desdobramentos do dissídio coletivo.

Após dois anos sem novo acordo, em novembro de 2021 os profissionais da EBC paralisaram suas atividades por cerca de 20 dias com objetivo de concretizá-lo ou de que o dissídio fosse decidido na Justiça.

Em fevereiro deste ano, o ministro Maurício Godinho Delgado, relator da ação de dissídio coletivo no Tribunal Superior do Trabalho, determinou liminarmente a suspensão dos descontos dos dias parados. Entretanto, mesmo com a determinação judicial, a EBC fez os descontos nos salários e nos vales alimentação e refeição. A pena em caso de descumprimento é de R$ 100 mil por dia.

Eduardo Viné Boldt, funcionário da EBC e diretor do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, afirmou que “hoje, a assembleia reuniu os trabalhadores nas três praças da EBC, que tem tentado retaliar os funcionários desde a greve. Por isso, jornalistas e radialistas aprovaram um calendário de luta e entendem que ainda não é o momento para se retomar a paralisação, mas não descartam a possibilidade de retomá-la no futuro.”

Agora, além de aguardarem pela decisão da Justiça sobre o acordo coletivo de trabalho, os trabalhadores seguem esperando pelo pagamento dos dias parados com a greve.

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