O repórter especial da Globo, Ernesto Paglia deixará a emissora no próximo sábado (31/12), após 43 anos e sete meses de casa. Em comunicado interno, Ali Kamel, diretor de Jornalismo da Globo, explicou que o contrato do jornalista não será renovado.
Paglia chegou à Globo em 1979, aos 20 anos. Foi correspondente em Londres por duas vezes, visitou Ártico e Antártida, e viajou por dezenas de países. Produziu reportagens de destaque nos principais telejornais da emissora.
Em sua trajetória, em 1990 cobriu a libertação de Nelson Mandela, na África do Sul; fez a primeira entrevista de Ayrton Senna como piloto da Fórmula 1; cobriu todas as visitas de papas ao Brasil e mais algumas fora do País; trabalhou em oito copas e quatro olimpíadas; cobriu as Diretas Já, entre outros acontecimentos.
O jornalista venceu um prêmio internacional de Jornalismo com o Globo Repórter, programa que inclusive teve a linguagem renovada por ele. Os últimos trabalhos de Paglia para a Globo devem ser uma matéria para o Globo Repórter, já gravada, e um documentário, que estreará em breve no Globoplay.
Também em e-mail interno, Paglia agradeceu pelo período na Globo, exaltando as oportunidades recebidas e o respeito e atenção da emissora com ele, destacando os 13 meses em que a empresa permitiu que trabalhasse em casa durante a pandemia de Covid-19.
O Grupo EP anunciou a aquisição da rádio CBN Campinas. A empresa já é proprietária de CBN São Carlos, CBN Araraquara e CBN Ribeirão Preto, além da rádio Jovem Pan Ribeirão Preto.
O grupo também é dono de EPTV Campinas, EPTV Ribeirão, EPTV Central e EPTV Sul de Minas, todas afiliadas da Rede Globo. A ideia da compra da CBN Campinas é “reforçar a presença do Grupo EP no cenário da mídia regional e reiterar o compromisso institucional de prestação de serviços com qualidade e credibilidade”.
A CBN Campinas opera nas frequências 99,1 FM e 1390 AM e abrange 58 municípios na região. A emissora é dedicada à notícia 24h, com pautas sobre cidade, opinião, denúncia, prestação de serviços e esportes.
O Ranking dos +Premiados da Imprensa Brasileira, que pela primeira vez será publicado de maneira unificada em uma edição especial, já tem data definida para veiculação. A edição 2022 do levantamento, que destacará os jornalistas, veículos e grupos de comunicação brasileiros mais premiados do ano e da história, será publicada em 23 de janeiro.
Serão analisados neste ano quase 200 prêmios de jornalismo nacionais e internacionais, cerca de 30% dos quais estão ainda em atividade. “A mudança tem como objetivo criar um espaço único, exclusivo e ampliado para análise dos resultados do levantamento”, explica Fernando Soares, editor deste Jornalistas&Cia e coordenador da pesquisa. “Com isso, teremos uma edição ampliada e dedicada exclusivamente ao ranking. Será um documento histórico, que poderá servir de consulta e análise indefinidamente, de maneira simples e rápida. Para os premiados, certamente será uma edição com um valor especial, para ser guardada para sempre”.
Estreias – A previsão é que o Ranking dos +Premiados da Imprensa Brasileira analise nesta edição os resultados de 182 premiações jornalísticas. Até o momento, está confirmada a inclusão de quatro novas iniciativas: as estaduais MP-PI, Corecon-RS e Hamilton Pinheiro (PA), e o Prêmio IREE de Jornalismo (Nacional). Confira no Portal dos Jornalistas a relação dos prêmios considerados na última edição do Ranking.
Rafael Borges assumiu no início do mês como coordenador de Comunicação Interna e Imprensa da Webmotors. Ele chega com a responsabilidade de estreitar o relacionamento da marca com jornalistas e demais stakeholders, como entidades do setor e montadoras, e responderá ao gerente de Comunicação Rodrigo Ferreira e ao CMO Cris Rother.
“Estou muito entusiasmado por fazer parte do time Webmotors, que sempre reconheci pelo profissionalismo e competência”, destaca o executivo. “Me senti muito acolhido por todos e pude perceber a paixão e dedicação que todos têm aqui pelo que fazem e pelo setor automotivo. Espero poder contribuir com minha experiência para que a Webmotors siga sendo reconhecida como a parceira de soluções automotivas dos clientes, sejam eles pessoas físicas ou lojistas”.
Rafael esteve por sete anos e meio dedicado ao atendimento da Toyota, inicialmente pela Printer Press e depois contratado como coordenador de Comunicação Externa e Interna. Antes, passou por Harley-Davidson, Nokia, The Jeffrey Group e Planin.
A ByteDance, empresa chinesa dona do TikTok, admitiu que seus funcionários utilizaram dados da plataforma para espionar e conseguir a localização de jornalistas após o vazamento de informações sobre a rede. A empresa utilizou de forma indevida dados de usuários do TikTok para descobrir se seus funcionários tiveram contato com jornalistas.
Dois integrantes da equipe nos EUA e outros dois na China tiveram acesso aos endereços IP e outros dados pessoais de Cristina Criddle, repórter do Financial Times, para descobrir se ela estava próxima de algum funcionário da ByteDance, mas a companhia não encontrou nenhum vazamento. Profissionais de BuzzFeed e Forbes também foram alvos da investigação interna.
Em junho, o Financial Times publicou reportagens sobre dezenas de funcionários que deixaram o escritório do TikTok em Londres em 2022. Os relatos incluíam jornadas de trabalho de 12 horas por dia e funcionários demitidos depois de tirarem licença, além de uma espécie de “lista mortal” de colegas que a empresa queria expulsar do escritório.
O Financial Times revelou também que Joshua Ma, executivo da empresa responsável pela expansão do comércio eletrônico na Europa, “não acreditava” em licença-maternidade. Ele foi substituído pouco tempo depois da reportagem.
A ByteDance também investigou jornalistas da Forbes, incluindo a repórter Emily Baker-White, depois que o veículo publicou sobre vínculos contínuos do TikTok com o governo da China, e sobre legisladores proibirem o aplicativo nos EUA por questões de privacidade e segurança.
O mesmo ocorreu com profissionais do BuzzFeed News, após reportagens sobre funcionários da ByteDance na China que teriam acessado dados de usuários dos EUA.
O conselheiro geral do TikTok Erich Andersen disse à Forbes que um “plano equivocado foi desenvolvido e executado por alguns indivíduos do departamento de auditoria interna no verão passado” e que os envolvidos “usaram mal sua autoridade para obter acesso aos dados de usuários do TikTok, violando seu código de conduta”.
“É uma prática padrão para as empresas ter um grupo de auditoria interna autorizado a investigar violações do código de conduta”, escreveu Andersen. “No entanto, neste caso, os indivíduos abusaram de sua autoridade para obter acesso aos dados do usuário do TikTok.”
Em seminário realizado em 15/12 pela Comissão de Direitos Humanos no Senado, entidades de imprensa defenderam a liberdade de Julian Assange, preso na Inglaterra desde 2019, acusado pelo governo dos EUA de violar a legislação norte-americana contra espionagem. Na ocasião, foram ouvidos representantes do Wikileaks e da OEA, segundo os quais o caso de Assange vai muito além da questão pessoal e afeta o trabalho de jornalistas em todo o mundo. Para tratar do direito à informação no Brasil, foram ouvidos representantes de associações de jornalistas e de organizações voltadas à defesa dos direitos humanos.
O senador Humberto Costa (PT-PE), presidente da CDH, disse haver tratativas com organizações internacionais que defendem a soltura do jornalista, em nome da liberdade de imprensa. Por sugestão de Octávio Costa, presidente ABI, a CDH enviará ofícios às embaixadas de EUA, Reino Unido e Austrália pedindo a retirada das acusações contra Assange e a sua libertação. Já Kristinn Hrafnsson, atual editor do Wikileaks, declarou que “não existe a menor possibilidade de Assange ter um julgamento justo nos EUA” e por isso organizações do mundo todo lutam contra a extradição. Ele lamentou que o colega “pague um preço tão caro simplesmente por ter feito seu trabalho”. (Saiba+)
Levantamento da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) revelou que o presidente Jair Bolsonaro bloqueou 105 perfis de jornalistas no Twitter em pouco mais de dois anos. O monitoramento foi realizado de setembro de 2020 até dezembro de 2022.
Bolsonaro é a figura pública com mais bloqueios a perfis ligados à imprensa na plataforma, com mais que o dobro de casos em relação ao segundo colocado, Mário Frias, ex-secretário especial da Cultura, que fez 43 bloqueios. Na sequência vem o ex-ministro da Educação Abraham Weintraub, com 42. Os três filhos de Bolsonaro, Carlos, Eduardo e Flávio, registraram somados 69 blocks.
Segundo o monitoramento, 195 jornalistas tiveram o acesso proibido a postagens diárias de políticos com cargos eletivos e associados, parlamentares, ministros, prefeitos e/ou o presidente da República. E 81 desses comunicadores foram bloqueados por dois ou mais agentes públicos na plataforma.
Em relação aos veículos, a Abraji registrou um total de 17 empresas jornalísticas bloqueadas no Twitter. Novamente, Bolsonaro lidera o ranking, com dez veículos bloqueados. O presidente impediu o acesso a seu perfil para as seguintes empresas: The Intercept Brasil, DCM, Aos Fatos, Congresso em Foco, Repórter Brasil, O Antagonista, Brasil de Fato, Poder360, Poder Data e Pirambu News.
“Não sabemos quais rumos o Twitter irá tomar, mas é preciso ter em mente que, enquanto for usado como uma ferramenta de comunicação oficial, é inadmissível o bloqueio de jornalistas e veículos, uma vez que restringe o trabalho da imprensa”, afirmou Katia Brembatti, presidente da Abraji.
No caso de Bolsonaro, para Débora Salles, coordenadora de pesquisa do NetLab, da UFRJ, “alienar jornalistas da fonte primária de informação sobre seu governo também é uma saída encontrada para se proteger de questionamentos diretos que possam ser feitos, prejudicando o livre exercício da profissão e, consequentemente, os valores democráticos associados a ela”.
O Instituto Vladimir Herzog lançou o projeto Resistir É Preciso – Acervo da Imprensa de Resistência, reunindo documentos da ditadura militar que destacam o papel de resistência da imprensa durante o período.
A ideia é fortalecer o respeito à diversidade e aos direitos humanos, além da defesa das liberdades de imprensa e de expressão e a democracia. A iniciativa é uma parceria com o Centro de Documentação e Memória da Unesp (Cedem) e com o Núcleo de Cultura Digital do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (NCD-Cebrap).
O projeto contém milhares de páginas de periódicos, artigos e reportagens que representam o papel de resistência da imprensa durante a ditadura militar, além de entrevistas com jornalistas protagonistas dessa história, que atuaram ativamente no período. Resistir É Preciso também reúne cartazes de artistas plásticos que colaboraram com a imprensa de resistência.
O conteúdo do projeto é proveniente do material do Cedem, que administra um dos maiores acervos sobre a história da resistência à ditadura no Brasil, com mais de dez mil páginas de periódicos, que mostram ações contra a ditadura, combate a fake news, luta pelos direitos das mulheres, das pessoas LGBTQIA+, dos pretos e indígenas, além de questões ambientais.
O canal Chuá, um dos maiores canais do YouTube sobre basquete na América Latina, retoma as atividades nesta quinta-feira (22/12), às 19h, totalmente reestruturado.
Em parceria com a LiveSports, empresa de produção de conteúdo audiovisual e serviço live streaming para eventos esportivos, o canal ganhou nova identidade visual e terá mudanças de conteúdo e produção. Uma das novidades é o ChuáCast, videocast que vai ao ar semanalmente, às quintas-feiras.
O canal tem apresentação da produtora audiovisual Gabriela Neves e seu marido Guilherme Giovannoni, ex-jogador de basquete e comentarista da ESPN. Os dois receberão diversos convidados para conversar sobre basquete, contar histórias e analisar o esporte e a temporada atual. O primeiro convidado será o comediante Nil Agra.
Além da conversa, cada programa terá quadros com o objetivo de dinamizar o conteúdo, como Halftime, um “intervalo diferente”; 24 Segundos, um quiz para deixar o convidado tenso; e Time Out, um jogo de Stop. Os programas serão distribuídos no YouTube e no Spotify, além de cortes dos melhores momentos em Instagram Facebook e Twitter.
Luciano Silva, diretor de produção da LiveSports, declarou que pretende também buscar parcerias com empresas interessadas no conteúdo do Chuá: “O programa está muito bem-estruturado e tem diversas possibilidades de associar marcas, como product placement, branded content, patrocínios, entre outras. Esse é um projeto que atinge a públicos muito diversos”.
Poucas coisas no mundo chegarão a 2023 tão diferentes do que eram há 12 meses como o Twitter.
Elon Musk inscreveu seu nome na história da mídia digital como o homem que desmantelou a plataforma até então menos sujeita a críticas em comparação a outras Big Techs.
E pensar que há um ano o apedrejado era Mark Zuckerberg, sofrendo os efeitos das revelações da ex-funcionária Frances Haugen, que expôs documentos internos demonstrando conhecimento da Meta sobre danos causados pelo Instagram a jovens.
Parecia teoria conspiratória, até que em setembro Shou Zi Chew, CEO da plataforma nos EUA, admitiu em carta a uma comissão de senadores americanos o acesso a dados de usuários por integrantes da ByteDance na China, deixando dúvidas sobre se o governo chinês também teria acesso.
Na semana passada, o senador Marco Rubio deu entrada em um projeto de lei para banir o TikTok dos EUA. Na Europa, que tem uma nova lei de mídia digital, a rede social chinesa também é objeto de desconfiança. No Reino Unido, o Parlamento cancelou sua conta duas semanas depois do lançamento.
Enquanto isso, a plataforma de vídeos curtos cresce tentando desviar-se de outras sensibilidades, como os desafios que causam depredação e acidentes.
Mas nada se compara ao Twitter, que deixou de ser o queridinho das celebridades e da mídia global quando Musk assumiu prometendo relaxar as regras de moderação em nome da liberdade de expressão.
Depois de uma sequência de atos tresloucados − como demitir metade da equipe e forçar muitos a irem embora caso não assinassem um compromisso de trabalhar de forma hardcore −, Musk chegou ao ápice de sua gestão caótica no domingo (18/12).
Antes, criou uma confusão com uma suposta perseguição ao carro onde estaria seu filho, atribuída a uma conta que acompanhava os rumos de seu jatinho. Na sequência, suspendeu da plataforma uma penca de jornalistas de tecnologia importantes e puniu links para concorrentes.
No meio dessa confusão, a Mastodon avançou, mas continua distante do poder do Twitter. A rede de Musk é tão influente que não houve uma esperada debandada de usuários.
Um dos mais recentes a deixá-la foi Elton John, mas não totalmente. Em 9 de dezembro, ele anunciou que pararia de usar o Twitter − só que não apagou a conta.
Mesmo sem êxodo em massa, o caos abalou a saúde da empresa e de outros negócios de Musk, cujos acionistas andam alarmados com sua dedicação ao brinquedo novo.
Crédito: Kukuuplays
Anunciantes suspenderam ou reduziram investimentos. A ideia de faturar com a venda do selo azul de autenticidade fracassou depois de uma onda de perfis falsos e pouca gente disposta a pagar por ele.
Segundo Musk, o Twitter perde US$ 4 milhões por dia. Não há gente experiente para ajudar o comandante a pilotar a nave. A confiança da imprensa e de parte da opinião pública se foi.
Ele estaria à caça de investidores, oferecendo ações pelo mesmo valor que comprou – o que não deve ser atrativo, pois o valor de mercado da companhia, caso ainda fosse aberta, provavelmente seria menor do que era antes do caos.
Só que os problemas do Twitter são mais do que corporativos, como alertou Christopher Deloire, secretário-geral da Repórteres Sem Fronteiras:
“A censura a jornalistas e regras para acomodar os caprichos do patrão não são marcas de um espaço saudável de informação online. Já é tempo de os patrões das grandes plataformas serem trazidos de volta à terra pela lei, e que eles finalmente as coloquem a serviço da informação e da democracia.”
Para Deloire, “o tempo está se esgotando para as sociedades democráticas, que devem se organizar em resposta ao que é uma ameaça real”.
O Twitter não é a única ameaça. Mas Elon Musk disputa agora com Mark Zuckerberg o posto dos homens que mais contribuíram para esse estado de coisas. No momento, com vários corpos de vantagem.
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