Ivanise Hilbig de Andrade e João Cláudio Guerra organizaram o livro Jornalismo local na Bahia: presenças, ausências e novas práticas.
Com foco em examinar a existência de canais locais de jornalismo na Bahia, Ivanise Hilbig de Andrade e João Cláudio de Santana Guerra organizaram o livro Jornalismo local na Bahia: presenças, ausências e novas práticas. Com 227 páginas, a obra é fruto de pesquisas realizadas por grupos de estudantes de graduação e de iniciação científica, orientados pelos organizadores, sob os parâmetros do projeto Atlas da Notícia.
Dividido em dez capítulos, que abordam desde os desertos de notícias no estado até o mapeamento e análise dos veículos existentes, o livro está disponível pra download gratuito.
Na obra, foram aplicadas diversas técnicas metodológicas condizentes com regras científicas, desde alguns dos tradicionais modos de observação até as atuais formas de buscas na internet.
Pesquisas sobre o papel das mídias digitais como fonte de informação costumam examinar as grandes plataformas, mas o Pew Center acaba de divulgar um estudo olhando para onde não se costuma prestar tanta atenção: as chamadas “novas opções”, que se apresentam como alternativas às Big Techs.
O estudo combina entrevistas com usuários americanos de sete redes e uma auditoria analisando aspectos como a forma de apresentação do site e recursos de privacidade. Os pesquisadores examinaram também as 200 contas com o maior número de seguidores em cada uma delas.
Foram coletadas todas as postagens publicadas por essas contas em junho de 2022 − um total de 585.470 − e analisadas suas frases-chave, temas e links.
Uma das plataformas cobertas pelo trabalho é Truth Social, aventura de Donald Trump que enfrenta problemas operacionais e financeiros e não conseguiu dar ao seu criador nem 5% dos 80 milhões de seguidores que tinha no Twitter até ser banido.
Mas ela não é a única conexão do ex-presidente com seus potenciais eleitores para voltar ao cargo.
As outras redes avaliadas pelo Pew são reconhecidas como preferidas por pessoas que se alinham ao pensamento conservador e à extrema-direita: BitChute, Gab, Gettr, Parler e Rumble.
A sétima da lista é o Telegram, que em locais sob censura como a Rússia virou primeira opção para transmitir informações que não seguem a narrativa estatal. Mas em países sem censura é uma plataforma largamente utilizada pelos que querem fugir da moderação mais rigorosa das demais.
Nas entrevistas, o Pew descobriu que, embora menos de um em cada dez americanos confirme usar qualquer um desses sites para se informar, a maioria dos que o fazem afirma ter encontrado uma comunidade de pessoas com ideias semelhantes.
E os consumidores de notícias nos quatro sites com números suficientemente representativos para serem analisados individualmente – Parler, Rumble, Telegram e Truth Social – em grande parte dizem que estão satisfeitos com sua experiência ao receber notícias por eles, considerando as informações mais precisas e as discussões amigáveis.
Parece uma boa notícia, mas não é bem assim. Os autores acham que esse comportamento não passa de um sinal de que esses sites encarnam o discurso público cada vez mais polarizado e as divisões partidárias dos americanos. O debate é amigável porque a maioria lá pensa igual. Quando saem da bolha, dá briga.
Em linha com o perfil dessas plataformas, a maioria dos que recebem notícias regularmente de pelo menos uma das sete redes alternativas de mídia social (66%) se identifica como republicana ou se inclina para o Partido Republicano.
Trump e sua rede social
Por outro lado, consumidores de notícias nas redes sociais mais tradicionais, como Twitter, Facebook e YouTube, se identificam amplamente como democratas.
O Pew também apurou que cerca de um quarto das contas mais proeminentes identificam-se como conservadoras ou republicanas ou apoiando o ex-presidente Donald Trump ou seu movimento “Make America Great Again”. Muitas se concentram em temas como patriotismo e identidade religiosa, diz o Pew.
E uma parcela significativa dos donos dessas contas − 15% − foi banida ou desmonetizada em outras mídias sociais, possivelmente por conteúdo associado a discurso de ódio ou teorias conspiratórias.
Um exemplo é o QAnon. A auditoria encontrou 6% de contas mencionando conexão com a teoria da conspiração que apoia Donald Trump e inspirou o ataque ao Capitólio.
Na BitChute, o percentual de desmonetizados ou banidos das BigTechs chega a 35%.
Provando a tese da câmara de eco, os americanos que ouviram falar dessas redes mas não as usam como fontes de notícias as vêem com desconfiança.
Quando perguntados sobre a primeira coisa que vem à mente ao pensar nelas, as pessoas nesta categoria geralmente citam imprecisão e desinformação, viés político, direita política, extremismo e ideias marginais.
Para o jornalismo, o estudo lembra o ditado “não há nada tão ruim que não possa ser piorado”. A ameaça ao jornalismo confiável não está apenas nas grandes plataformas, como muitos defendem, mas também em um “universo paralelo”, onde o controle de discurso de ódio e desinformação é ainda menor.
Os pesquisadores disseram que “essas redes se tornaram um refúgio para alguns que sentem que não têm um lar nas redes mais estabelecidas”.
Menos de um em cada dez americanos se informando por elas parece pouco.
Mas somando-os aos que se informam nos canais pouco confiáveis que resistem firmes nas grandes plataformas, aos que assistem a redes mainstream como a Fox News e aos que são influenciados diretamente por esse público, uma volta de Donald Trump à Presidência e o aprofundamento das divisões na sociedade parecem estar no horizonte dos EUA.
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Equipes de reportagem estavam cobrindo os desdobramentos de um confronto entre policiais e criminosos armados na madrugada de segunda-feira (10/10), que terminou com um suspeito morto. Alex iria encontrar uma equipe de reportagem na região do Morro do Bonfim, quando entrou em uma rua e foi cercado por criminosos armados, que apontaram pistolas em sua direção.
Os bandidos ordenaram que o repórter deixasse o veículo. Eles deram uma coronhada em Alex, e fizeram tortura psicológica com ele, com direito a disparos próximos à vítima. Os criminosos atearam fogo no veículo e deram a Alex uma munição para ele entregar à repórter policial do SBT Suzy Faria. Após o ocorrido, Alex fez um Boletim de Ocorrência e prestou depoimento na 1ª Delegacia Regional de Vitória.
Segundo a Rede Tribuna, Alex está recebendo o apoio da empresa: “Solicitamos escolta policial para o cinegrafista e para a outra equipe que estava na região. A Rede Tribuna se solidariza com os nossos profissionais e repudia qualquer violência contra a imprensa”.
Em nota, a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) repudiou o ocorrido: “É inaceitável que a imprensa seja submetida a este nível de violência. A Abert seguirá empenhada em coibir toda e qualquer represália ao trabalho jornalístico e pede providências imediatas às autoridades locais para o esclarecimento do caso e rigorosa apuração dos fatos”.
Hackers estão exigindo US$ 5 milhões da Record TV para devolver a chave do sistema à emissora. O valor equivale a cerca de R$ 25 milhões.
Após a Record TV ter sido hackeada e perder acesso a todo o acervo gravado e a dados do Ibope pelo celular, os hackers estão exigindo US$ 5 milhões para devolver a chave do sistema à emissora. O valor equivale a cerca de R$ 25 milhões.
A quantia imposta pelos criminosos é um desconto, visto que o valor inicial era de US$ 7 milhões. Caso não seja pago, a ameaça é de divulgação de todo o conteúdo roubado da emissora em um blog.
Segundo Filipe Payão, do Tec Mundo, a Record foi afetada por um ataque com o ransomware BlackCat, que é distribuído como um serviço por hackers. Além de prender arquivos da emissora e pedir um resgate para a liberação, os criminosos supostamente acessaram dados de funcionários, mapa de rede com credenciais da emissora e informações financeiras.
Desde o ataque, a Record segue no ar usando os arquivos que consegue encontrar em pen-drives, discos, cards e outros armazenamentos de mídias físicas.
O Festival 3i Nordeste foi realizado no último sábado (19) na Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), no Recife.
Estão abertas as inscrições para o Festival 3i Nordeste, realizado pela Associação de Jornalismo Digital (Ajor), em formato presencial. O evento será em 19 de novembro, no campus da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), em Recife.
O festival será realizado das 9h às 18h, com quatro mesas que discutirão a descentralização dos investimentos no jornalismo digital, como empreender no setor, inovação na distribuição de conteúdos e estratégias para a produção de podcasts.
Ele representa um marco para a Ajor: É o primeiro evento presencial organizado pela entidade, fundada em maio de 2021. No primeiro semestre deste ano, Ajor realizou o Festival 3i nacional, cuja programação foi 100% online e gratuita.
A temática foi construída com o apoio de organizações associadas à Ajor no Nordeste: Agência Tatu (AL), Agência Saiba Mais (RN), Eco Nordeste (CE), A Nossa Pegada (PE), Eficientes (PE), Info São Francisco (SE), Marco Zero Conteúdo (PE), Meus Sertões (BA), O Grito! (PE), Paraíba Feminina (PB), Piauí Negócios (PI), Revista Afirmativa (BA), Conquista Repórter (BA) e O Pedreirense (MA).
A Ajor oferecerá 40 bolsas para que estudantes e comunicadores nordestinos possam participar do evento. Serão disponibilizados 30 ingressos gratuitos e dez bolsas de auxílio financeiro (ingresso + valor para transporte e estadia). O prazo para solicitar a bolsa é 25 de outubro.
Entidades defensoras da liberdade de imprensa assinaram a carta Contra a censura do Youtube; em defesa da Liberdade de Expressão, documento que critica a censura imposta pela plataforma ao documentário Xadrez da ultradireita mundial à ameaça eleitoral, produzido pelo JornalGGN.
Narrado por Luis Nassif, o documentário aborda a ascensão da extrema-direita ao redor do globo e como o bolsonarismo ameaça a democracia brasileira. Em setembro, o YouTube impôs duas restrições ao documentário: Uma por idade, sendo agora recomendado apenas para maiores de 18 anos (antes era livre para todos os públicos), e outra de monetização, de modo que o vídeo não gere receita com anúncios.
“As duas medidas, consequentemente, impactam na audiência, pois configuram restrições de circulação ou alcance”, publicou o Jornal GNN sobre o caso. O YouTube declarou que a restrição por idade foi aplicada por presença de “conteúdo violento ou explícito”, e que a produção “parece ter sido postada para chocar, desrespeitar ou impressionar os espectadores, o que não é considerado adequado para todos os públicos”.
O Jornal GGN publicou que o documentário tem caráter jornalístico e não tem cenas violentas, à exceção de imagens de membros da família Bolsonaro ostentando armas, no capítulo sobre ideologia armamentista.
Para as entidades que assinam a carta (ABI, Fenaj, sindicatos dos jornalistas do Rio e de São Paulo, Instituto Vladimir Herzog e outras 12 entidades da sociedade civil), “torna-se fútil e sem sustentação fática, a alegação de que o documentário veicula cenas de violência. Na verdade, ele reporta uma dura realidade que já resultou em inúmeros assassinatos por meras divergências políticas. O documentário simplesmente mostra a violência existente na sociedade, induzida por uma política errática do atual governo, que tem o objetivo de promover a violência. Reportar tais fatos, portanto, não é apenas um dever, mas uma obrigação do bom jornalismo. Logo, não pode ser motivo de restrições como deseja a plataforma”.
Rodrigo Lopes, colunista de assuntos internacionais do Grupo RBS, lançou o livro Trem para Ucrânia (BesouroBox), que traz um relato chocante sobre uma viagem que fez para a Ucrânia durante o conflito atual, trazendo a aflição das pessoas que fogem da guerra.
O autor descreve os cenários e contextualiza a situação, mostrando um trem às escuras pelo interior da Ucrânia em meio ao confronto, uma madrugada ao lado de refugiados em uma estação que poderia ser bombardeada a qualquer momento e histórias de vítimas desta guerra.
O livro é fruto de dias de apuração de Rodrigo na Ucrânia, utilizando sua extensa experiência como correspondente de guerra na cobertura de conflitos internacionais, além de resistência física e coragem.
“Quando Vladimir Putin ordenou que suas tropas invadissem a Ucrânia, Rodrigo já estava a postos para realizar essa cobertura”, escreve Guga Chacra, comentarista da GloboNews, no prefácio. “Trouxe histórias de vítimas desse conflito, mas sempre dando também todo o contexto geopolítico”.
Rodrigo Lopes (Crédito: Jefferson Botega)
Rodrigo realizou mais de 30 coberturas de guerras e catástrofes naturais ao redor do globo. Cobriu conflitos em Iraque, Israel, Líbano e Líbia, e tragédias como terremotos no Peru e no Haiti, crises na América Latina e eleições nos Estados Unidos.
Em 2019, foi retido pelo regime de Nicolás Maduro na Venezuela, o que gerou onda de repúdio internacional contra a violação da liberdade de imprensa e expressão. É também autor do livro Guerras e Tormentas. Recebeu o Prêmio Rey de España de Periodismo em 2003 pela cobertura da crise argentina. Foi finalista do Prêmio Jabuti em 2012.
Cláudia Gaigher, repórter da TV Morena, afiliada da Rede Globo em Mato Grosso do Sul, lança o livro Diário de uma repórter no Pantanal (Documenta Pantanal), que aborda suas trajetória profissional e relação com o bioma.
O livro inclui 30 histórias de bastidores de reportagens produzidas por Gaigher desde 1998, denunciando episódios que ameaçavam o meio ambiente na região. A autora também traz histórias em Amazônia, Caatinga e Mata Atlântica.
Em entrevista para o site ((o))eco, Gaigher falou sobre a obra e tudo o que viu ao longo da carreira cobrindo meio ambiente: “Eu vi muitas áreas de Mato Grosso e de Mato Grosso do Sul que tiveram a sua vegetação nativa convertida para pasto ou para lavoura. Eu vi o Cerrado sendo cada dia mais aberto. Eu vi o Pantanal sendo cada dia mais modificado. Eu vi a Floresta Amazônica sendo cada dia mais desmatada”.
Segundo ela, a ideia da obra é compartilhar os desafios que enfrentou em suas coberturas e ajudar a nova geração de colegas.
“Eu acredito muito nessa nova geração de jornalistas ambientais e de jovens consumidores de conteúdo sobre a produção sustentável, a conservação e a preservação”.
A Record TV sofreu no último sábado (8/10) um ataque hacker e perdeu o acesso a todo o acervo gravado, como reportagens, quadros e material histórico. Os funcionários perderam também não conseguem acessar os números do Ibope pelos celulares.
De acordo com Ricardo Feltrin, do UOL, todos os celulares da emissora − que são cedidos apenas aos funcionários com cargos de confiança, como editores, diretores, vice-presidentes etc. − não conseguem mais abrir o aplicativo de audiência. A única forma de a Record acessar o Ibope é pelo site Kantar.
Desde o ataque, a emissora segue no ar usando os arquivos que consegue encontrar em pen-drives, discos, cards e outros armazenamentos de mídias físicas.
Ainda segundo o colunista, a empresa não tem dúvidas de que os hackers vão pedir resgate em dinheiro para devolver os acessos.