Morreu no sábado (4/6) o jornalista esportivo Márcio Guedes, aos 76 anos, no Rio de Janeiro. Há meses ele enfrentava sintomas de uma hepatite C, e faleceu em decorrência de um câncer.
Márcio tinha mais de cinco décadas de carreira como jornalista. Passou por Jornal do Brasil, Correio da Manhã, Jornal da Tarde e Estadão. Foi colunista e comentarista em O Dia, Band, TV Manchete, TV Globo, Record e ESPN. Desde 2001 trabalhava na TVE/RJ, atual TV Brasil. Além do esporte, era também apaixonado por cinema.
Ultimamente era comentarista dos programas esportivos Bate Bola Nacional e No Mundo da Bola, da Rádio Nacional, e Stadium e No Mundo da Bola, da TV Brasil, veículo da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
Em Mundo da Bola dividia a bancada com Sergio du Bocage. Desde o início dos anos 2000, ambos comandavam um bate-papo descontraído com a participação de convidados.
Morreu na manhã deste sábado (4/3) o cartunista Paulo Caruso, aos 73 anos, em São Paulo. Ele estava internado no Hospital 9 de Julho e lutava contra um câncer no intestino. O velório será no domingo (5/3) e o enterro na segunda-feira, reservado à família e amigos. Paulo deixa o irmão gêmeo Chico Caruso, também cartunista, e o filho Paulinho Caruso, diretor de videoclipes, filmes e programas de TV.
Paulo José Hespanha Caruso nasceu em 6 de dezembro de 1949, em São Paulo. Formou-se em Arquitetura na USP, no início dos anos 1970, mas não chegou a exercer a profissão. Antes, em 1960, havia iniciado a trajetória de chargista no Diário Popular, de São Paulo. Na década seguinte, trabalhou para O Pasquim, ao lado de ícones do cartum brasileiro como Ziraldo, Jaguar, Henfil, Millôr Fernandes, Fortuna e Reinaldo Figueiredo.
Em 1981, inaugurou a página de humor Bar Brasil, na Revista Careta, que posteriormente migrou para a revista Senhor. Em 1988, passou a publicar a coluna de humor Avenida Brasil na revista Isto É. Em 2015, foi para a revista Época. Também colaborou com outros veículos, como Folha de S.Paulo e revista Veja, e publicações especializadas em humor, como Circo, Chiclete com Banana, Geraldão e Pasquim 21.
Paulo notabilizou-se pelas charges que fazia ao vivo durante o Roda Viva, da TV Cultura, desde a estreia do programa, em 1986. Os desenhos eram sobre o entrevistados ou os entrevistadores da bancada, acompanhados de frases marcantes ditas nas entrevistas.
Publicou livros como As origens do Capitão Bandeira (1983), Ecos do Ipiranga (1984), Bar Brasil (1985) e Bar Brasil na Nova República (1986). Em 1989, passou a publicar uma série de livros que reúnem as charges da antiga Avenida Brasil. Ao longo da carreira, recebeu diversos prêmios por seu trabalho como cartunista, entre eles o de melhor desenhista pela Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA), em 1994.
Colegas e entidades do cartum brasileiro lamentaram a morte de Paulo. Laerte Coutinho despediu-se do amigo, que descreveu como “herói do quadrinho brasileiro”. O cartunista Aroeira comentou que Paulo “continua vivo, pelo trabalho, pela obra, por tudo que ele deixa”.
O repórter Caco Barcellos, do Profissão Repórter (TV Globo), será o homenageado da 18ª edição do Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), a ser realizado de 29 junho a 2 de julho, em São Paulo.
A decisão de homenagear Caco Barcellos foi tomada pela diretoria da Abraji, considerando sua relevância jornalística, por ser muito influente entre colegas mais experientes e uma fonte de inspiração para novos jornalistas. Ele se junta a outros nomes que já foram homenageados no evento, como José Hamilton Ribeiro, Lúcio Flávio Pinto, Rosental Calmon Alves, Zuenir Ventura, Tim Lopes, Clóvis Rossi, Elio Gaspari, Elvira Lobato, Miriam Leitão, entre outros.
A premiação ocorrerá durante a programação do evento, e incluirá a exibição de um documentário. O local e o dia da homenagem ainda serão anunciados pela Abraji.
Perto dos 73 anos, Caco foi responsável por apurações exaustivas que revelaram abusos cometidos pelas forças de segurança no País. É autor de obras que se tornaram referências no jornalismo, como Nicarágua: a revolução das crianças, de 1982; Rota 66 − A História da Polícia que Mata, de 1992; e O Abusado: O Dono do Morro Dona Marta, de 2003.
Na matéria, o jornalista escreveu sobre cerca de 13 trabalhadores que foram fotografados e filmados em 27/2 chegando em uma unidade de Bem-estar e Proteção Animal de Joinville. Eles almoçaram em locais reservados a cães e outros animais, com condições insalubres para pessoas fazerem refeições. A denúncia foi liderada pelo Sindicato dos Servidores Públicos de Joinville. Os trabalhadores filmados prestam serviços para a terceirizada pela Prefeitura de Joinville, Celso Kudla Empreiteiro Eireli, responsável pela obra de reestruturação do local.
Leandro comentou a demissão: “Não gostaria de me manifestar muito, porque os fatos falam por si sós. Eu digo sempre para todo mundo que me procura que não quero prejudicar ninguém, apenas fazer o meu trabalho. Acatei uma denúncia do Sindicato (Sinsej), ouvi todos os envolvidos, fiz o que qualquer jornalista profissional faria. O veículo para o qual eu trabalhava emitiu uma nota dizendo que minha saída se deu por motivos financeiros e ajustes internos”. O jornalista, que é também servidor da Prefeitura de Joinville, diz que espera trabalhar de novo.
O caso teve grande repercussão negativa nas redes. A Folha Metropolitana declarou que a demissão já estava programada e que o veículo está “passando por reestruturações de equipe para atender à produção jornalística com a nova realidade financeira e editorial desde que o jornal parou de ser impresso”.
Em nota, o Sinsej solidarizou-se com Leandro, e escreveu que “a demissão claramente é fruto de pressão da Prefeitura de Joinville, que, como contratante, deveria fiscalizar os trabalhos de sua terceirizada na obra. É importante frisar que a matéria cumpre todos os preceitos básicos do jornalismo. O jornalista deu voz a todos os envolvidos e apresentou vídeos e fotos como provas do que havia apurado. A prefeitura, inclusive, foi uma das ouvidas e tem sua resposta citada no texto”.
Um novo relatório da ONG britânica Hope Not Hate sobre a extrema-direita no Reino Unido, lançado esta semana, traz um capítulo dedicado a um “coach do Campari” em escala global, o influenciador misógino Andrew Tate.
O documento, State of Hate 2023, examina temas como ódio a migrantes, teorias conspiratórias, terrorismo e movimentos anti-LGBTQIA+.
Tate é apresentado como o mais grave exemplo do uso da internet para manipular audiência e ganhar dinheiro fazendo mal à sociedade. Ele está preso na Romênia por acusações de estupro, tráfico humano e crime organizado.
Nascido nos EUA, mas criado em Luton, perto de Londres, área onde residem muitos imigrantes, o influenciador começou como lutador de kickboxing e ficou famoso em 2016 participando do Big Brother. Foi expulso depois do surgimento de um vídeo em que aparecia batendo na namorada.
O que para alguns seria devastador virou uma oportunidade que ele soube aproveitar, criando uma persona que se tornou ícone para comunidades anti-feministas.
Andrew Tate não é o único a fazer isso. Mas foi mais longe do que muitos que tentaram.
Em 2022, tornou-se a pessoa mais buscada no Google. Seus vídeos no TikTok alcançaram 11 bilhões de visualizações, promovendo desprezo a mulheres, racismo e homofobia em uma atmosfera de luxo e riqueza, com casas e carros de luxo.
Sua suposta fortuna (que alguns duvidam que seja tão grande) veio de vídeos pornográficos. Ele também percebeu que a ilusão de dinheiro fácil era um filão, e criou uma “universidade” online para ensinar “estudantes” a manipular mídias sociais, repostar seu conteúdo e também ficarem ricos.
O misógino foi banido das redes em agosto passado, quando ONGs como a Hope Not Hate soaram o alarme. Só que não adiantou − e isso mostra a fragilidade dos controles das plataformas.
Seus seguidores, que ele chama de “soldados”, continuam disseminando suas teses, sua fama, e a teoria conspiratória de que a prisão na Romênia é um ato do establishment, ou “The Matrix”.
No Twitter ele nem precisa de soldados, pois Elon Musk restabeleceu sua conta.
Parece tudo difícil de acreditar e restrito a nichos. Mas uma pesquisa de opinião encomendada pela Hope Not Hate mediu a extensão da influência de Andrew Tate na sociedade, quantificando o impacto que não cessou mesmo depois que ele foi preso e acusado de crimes.
Andrew Tate
Entre todos os pesquisados na faixa de 16 a 24 anos, 94% ouviram falar dele, 67% assistiram ou leram algo de sua autoria e 28% têm uma visão positiva sobre ele.
A taxa de visão positiva aumenta para 47% entre pessoas do sexo masculino. A principal razão é a crença de que ele “quer que os homens sejam homens de verdade”, alimentando a violência contra mulheres e a intolerância.
Uma comparação entre Tate e os principais políticos do país, que estão todos os dias nas primeiras páginas dos jornais e nos noticiários da TV, confirmou o que outras pesquisas já revelaram: o distanciamento dos jovens da mídia tradicional.
Quase 8 em cada 10 jovens do sexo masculino entre 16 e 17 anos disseram ter consumido conteúdo produzido por Andrew Tate, mas 58% deles afirmaram não ter ouvido falar do primeiro-ministro Rishi Sunak, enquanto 58% não tinham ouvido falar do prefeito de Londres, Sadiq Khan, e 32% disseram não conhecer o líder da oposição, Keir Starmer.
A pesquisa da Hope Not Hate constata como as visões do influenciador estão moldando comportamentos, com mais de 30% dos jovens afirmando que não há mal em fazer piadas sobre a religião ou raça de alguém, ou compartilhar fotos íntimas enviadas em confiança por um parceiro romântico.
A ONG alerta para os reflexos da normalização da violência online no mundo real. E engrossa o coro dos que pedem a erradicação de conteúdos que glorificam a masculinidade tóxica e incentivam a violência contra a mulher.
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A Editora Globo criou uma estrutura que integra sob o guarda-chuva do Valor Econômico seus títulos especializados em economia e negócios. O objetivo é oferecer uma cobertura mais completa ao leitor desses temas e uma estrutura mais ágil e eficiente. As equipes dos veículos envolvidos também se unirão.
Sandra Boccia, atual diretora editorial de Segmentadas, vai se juntar à equipe do Valor Econômico como diretora editorial de Marcas e Projetos Especiais, reportando-se a Maria Fernanda Delmas, diretora de Redação do Valor. Os títulos comandados por Sandra (Um Só Planeta, Época Negócios, Pequenas Empresas & Grandes Negócios, Auto Esporte e Globo Rural), e suas respectivas redações, farão parte do arco do Valor. Os títulos trabalharão em sinergia e seus conteúdos serão complementares ao já produzido pelo jornal.
Sandra continuará responsável pela iniciativa Um Só Planeta, que reúne várias marcas da Editora Globo com foco na cobertura de sustentabilidade e clima. Ela também responderá pela coordenação editorial de todas as grandes premiações das marcas, como Valor 1000, Executivo de Valor, Melhores do Agronegócio, Startups to Watch, Great Place to Work e Melhores Franquias.
A nova estrutura dará mais visibilidade a temas como inovação, startups e tecnologia (com a Época Negócios), indústria automotiva (com a Autoesporte) e empreendedorismo (com a PEGN).
Uma das iniciativas dessa integração será a cobertura de agronegócios. A partir de março, as redações de Agro do Valor Econômico e da Globo Rural serão unificadas na Nova Globo Rural, com vistas a se tornar o maior portal sobre agronegócio no País. O site abrigará ferramentas para o produtor, cotações, investimentos, gestão de negócios no campo e notícias sobre diversos segmentos do setor. A Nova Globo Rural abastecerá o Valor PRO, as páginas impressas do Valor, a revista mensal e o jornal O Globo.
O Valor pretende investir ainda este ano na criação de fóruns e comunidades para grupos específicos de profissionais ou para assinantes, frente na qual Sandra terá papel fundamental, segundo informou em comunicado Frederic Kachar, diretor-geral Editora Globo e Sistema Globo de Rádio.
Edirceu Lima, do site Foco em Notícia, teve sua casa e seu carro alvejados na noite de 28/2, em Ariquemes (RO). O jornalista é conhecido por denunciar crimes na região do Vale do Jamari.
Na noite do ocorrido, Edirceu estava dentro de sua casa, quando ouviu barulhos do lado de fora, mas optou por não sair da residência. Ao se levantar, observou que seu carro e o pilar da garagem da casa estavam com perfurações de tiros de arma de fogo. Foram mais de sete tiros disparados.
A Polícia foi acionada e Edirceu fez Boletim de Ocorrência. O perito técnico recolheu as cápsulas e os estilhaços dos projéteis, e a Polícia Civil está investigando o caso.
Entidades defensoras da liberdade de imprensa repudiaram o ocorrido. O Sindicato dos Jornalistas de Rondônia (Sinjor-RO) escreveu que a “postura firme” de Edirceu, por denunciar crimes da região, “desagrada e incomoda os que vivem à margem da Lei”.
A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) solidarizou-se com ele e cobrou “das autoridades da Segurança Pública do Estado rigor na apuração deste crime, que tem como objetivo silenciar a imprensa da região”.
Ederson Salinas Benítez, conhecido como Ryguaçu, chefe da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) na fronteira do Paraguai com o Mato Grosso do Sul, foi assassinado no estacionamento de um supermercado no Bairro Las Mercedes, em Assunção, no Paraguai. Ele era um dos suspeitos de mandar matar o jornalista Léo Veras, em fevereiro de 2020.
À época do ocorrido, Salinas foi apontado como um dos mandantes do assassinato do jornalista. Segundo a polícia local, o criminoso encomendou a morte de Veras após descobrir que ele havia revelado a sua verdadeira identidade às autoridades. Salinas apresentou em outras ocasiões documentos com nomes falsos à polícia. A Justiça de Ponta Porã, porém, não avançou nas investigações.
Léo Veras foi assassinado a tiros em fevereiro de 2020, na cidade de Pedro Juan Caballero, na fronteira com Ponta Porã (MS). Ele era dono do portal Porã News, e publicava sobre a disputa do narcotráfico na fronteira entre Brasil e Paraguai, e os crimes ligados ao PCC. A morte dele segue sem esclarecimento. A última movimentação do caso foi em novembro de 2022, quando o Tribunal de Sentença da cidade de Pedro Juan Caballero absolveu por falta de provas o principal suspeito, Waldemar Pereira Rivas, conhecido como Cachorrão.
O Museu da Imagem e do Som (MIS) de São Paulo abre ao público nesta sexta-feira (3/3) a exposição Padre Landell: o homem que inventou o futuro, sobre o padre gaúcho Roberto Landell de Moura, o verdadeiro inventor do rádio.
A exposição mostrará a patente registrada por Landell nos Estados Unidos, esquemas e estudos preliminares de seus experimentos e diários originais, além de outros documentos históricos e manuscritos, cedidos para a mostra pelo Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul.
Haverá também uma réplica em tamanho real de um transmissor de ondas (wave transmitter), o primeiro aparelho de rádio do mundo, construída pelo gaúcho Marco Aurélio Cardoso Moura, com base nos escritos de Landell. A exposição mostrará ainda documentos manuscritos que comprovam que o padre Landell estaria projetando a televisão.
Uma instalação interativa, feita em parceria com o Instituto de Física da USP, também será atração da exposição. Serão mostrados experimentos simples que ilustram descobertas de físicos e inventores, contemporâneos de Landell, que contribuíram para a evolução tecnológica do rádio.
A exposição, que tem curadoria da pesquisadora Helena Tassara, faz parte da mostra Rádio no Brasil, sobre a história do rádio. Hamilton de Almeida, biógrafo do padre Landell, foi consultor do projeto.
A visitação será gratuita, de terça a sexta-feira, das 11h às 20h; e aos sábados, domingos e feriados, das 10h às 19 horas.
Vale lembrar que a Jornalistas Editora, por meio deste Portal dos Jornalistas e da newsletter Jornalistas&Cia, lidera desde 2010 movimento em prol da divulgação da vida e obra de Landell de Moura e do reconhecimento dele como o verdadeiro inventor do rádio.