Edney Silvestre, ganhador dos prêmios Jabuti e São Paulo de Literatura, revela sua trajetória no jornalismo em nova obra literária: Segredos de um Repórter. Publicado pela editora Almedina Brasil, o livro conta os bastidores da carreira de um dos melhores jornalistas do País.
Silvestre reúne memórias, práticas e ensinamentos que aprendeu durante coberturas e entrevistas. Reflete sobre o faro jornalístico, a arte de conduzir entrevistas e a importância das fontes, além de oferecer dicas e métodos para lidar com imprevistos, como em transmissões ao vivo. O autor relata momentos marcantes, como a cobertura dos atentados de 11 de setembro e os últimos dias de Saddam Hussein no Iraque.
O lançamento será em 23/11, às 19h, na Livraria da Travessa (Av. Afrânio de Melo Franco, 290), no Rio de Janeiro.
A justiça de Santa Catarina condenou a jornalista Schirlei Alves a um ano de prisão em regime aberto e a pagar R$ 400 mil a um juiz e a um promotor. A repórter foi responsável por publicar o caso que mostrou os ataques proferidos contra a influenciadora digital Mari Ferrer durante um julgamento no qual era vítima de estupro.
Em 2020, Alves publicou a reportagem Julgamento de Influencer Mariana Ferrer termina com tese inédita de ‘Estupro Culposo’ e advogado humilhando jovem, na qual revela detalhes da audiência em que o advogado de defesa, o promotor e o próprio juiz atacaram a vítima antes de inocentar o acusado. O promotor Thiago Carriço de Oliveira afirmou que “não havia como o empresário André de Camargo Aranha saber, durante o ato sexual, que a jovem não estava em condições de consentir a relação, não existindo, portanto, a intenção de estuprar”. O réu foi absolvido apesar da alegação de Ferrer de que foi drogada e violada e das evidências que a corroboram.
Após a publicação da reportagem, Alves recebeu diversos ataques nas redes sociais por causa de seu trabalho. Ela foi obrigada a fechar seus perfis nas plataformas devido ao assédio sexista incessante, e para preservar sua segurança física.
“Meu único desejo era expor a verdade e foi isso que fiz. Apesar do enorme custo pessoal e profissional, eu faria isso de novo hoje”, declarou Schirlei Alves. “Agora, espero que o sofrimento de Mari Ferrer e o meu possa levar a mudanças para que mais mulheres não tenham que passar por aquilo a que fomos submetidas. Nós merecemos o melhor”.
Em nota publicada na quarta-feira (15/11), o Intercept Brasil escreveu que a condenação de Alves, proferida pela juíza Andrea Cristina Rodrigues Studer, “é totalmente infundada, repleta de falhas processuais e extremamente desproporcional. Studer foi a única juíza disposta a aceitar o caso apresentado por seus colegas na vara, depois que muitos outros se recusaram devido ao conflito aparente. Nossas moções para transferir o caso para um fórum neutro foram negadas”. O veículo também destacou que consultou diversos especialistas jurídicos sobre a condenação, que concordaram unanimemente que a decisão não tem precedentes.
O Intercept também informou que Rudson Marcos, o juiz do caso Mari Ferrer, recebeu uma advertência formal do Conselho Nacional de Justiça na terça-feira (14/11). De forma unânime, o Conselho entendeu que Marcos agiu de forma negligente ao permitir e perpetuar a humilhação de Mari Ferrer em sua sala de audiências. Para o Intercept, a decisão demonstra “o extremo da má conduta e a absoluta legitimidade da reportagem de Schirlei no Intercept”.
Carla Simões e Bia Ferreira (Crédito: CNseg/YouTube)
A Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) lançou o SeguroPod, videocast que entrevistará atletas olímpicos. O projeto é apresentado por Carla Simões, superintendente de Comunicação e Marketing da CNseg.
A iniciativa faz parte da estratégia de Comunicação e Marketing da CNseg, que visa a ampliar o conhecimento da população sobre a importância de adquirir produtos do setor e garantir a proteção no dia a dia das pessoas.
A primeira entrevistada do videocast é a atleta de Boxe Beatriz Ferreira, Ouro nos Jogos Pan-Americanos de Santiago, no Chile, em 2023. O mais recente episódio do SeguroPod entrevistou Darlan Romani, do arremesso de peso. E no dia 21/11, o videocast receberá Daniel Cargnin, do judô.
A Folha de S.Paulo firmou parceria com o Google Arts & Culture para disponibilizar na plataforma cerca de dez mil fotos de seu acervo na coleção Folha: Uma lente sobre o Brasil. As imagem retratam diversos episódios marcantes do Brasil e do mundo e coberturas do jornal ao longo de sua história.
Na coleção, é possível ver fotos de gols e títulos de Pelé, do penta da Seleção Brasileira, das manifestações que marcaram o Diretas Já, diversas celebrações de Carnaval, além de paisagens naturais da Amazônia e do Pantanal. Também é possível ver capturas das primeiras páginas da Folha.
“Ao longo deste projeto com o Google, temos muito orgulho em dizer que a Folha é o primeiro jornal em atividade a abrir seu arquivo na plataforma por meio de uma experiência online imersiva, na qual você pode explorar toda a coleção“, declarou Sérgio Dávila, diretor de redação da Folha, sobre a iniciativa.
A ideia da coleção digital surgiu da necessidade de organizar e preservar o material da Folha, que eram físicos e ocupavam um andar inteiro do prédio do jornal. Em 2020, o veículo firmou parceria com a Google News Initiative e Google Cloud para a digitalização de seu acervo.
A âncora da CNN Luciana Barreto lançou seu primeiro livro: Discursos de ódio contra negros nas redes sociais. Publicado pela Pallas Editora, é fruto da dissertação de mestrado da autora, que busca documentar o racismo nas redes sociais e mostrar formas de combatê-lo.
O livro, de 110 páginas, conta com o prefácio de Flávia Oliveira, comentarista e colunista da GloboNews. É dividido em duas partes, a primeira dá a contextualização histórica, permeando a origem da escravidão e a luta pela redemocratização até o momento atual da política. A segunda aprofunda-se na estrutura dos discursos de ódio e das reais motivações das perseguições disfarçadas de opiniões. Para Flávia, a obra “diagnostica e denuncia, ensina e alerta. Se preocupa, Luciana Barreto também nos dá esperança, seja pela memória de luta do povo preto no Brasil, seja por apresentar iniciativas de enfrentamento ao racismo digital e aos discursos de ódio. A resistência é permanente”.
Quem quiser adquirir um exemplar podem fazê-lo por aqui.
O My News lançará na quinta-feira (16/11) o Pergunte ao Kotscho, novo programa com Ricardo Kotscho, que responderá às perguntas de internautas sobre os principais assuntos do Brasil e do mundo. A estreia está prevista para as 10h30, no canal do My News no YouTube.
No Balaio do Kotscho, coluna de Ricardo do My News, o jornalista explicou que a ideia do programa é ter muita interação com internautas e espectadores: “Um meio complementaria o outro num processo de interação com os leitores para atender diretamente o interesse deles, em vez de tentar adivinhar sobre o que eu deveria falar ou escrever. Acho que isso é inédito na internet: os internautas seriam coparticipantes, ao mesmo tempo emissores e receptores de informações, tanto no blog como no vídeo”.
Kotscho escreveu que recebe frequentemente perguntas de amigos e leitores curiosos sobre os mais diversos assuntos, desde placares de futebol, até conflitos internacionais como a guerra entre Israel e Hamas, e Rússia contra Ucrânia, o apação em São Paulo, garimpo na Amazônia, entre outros. A ideia do programa é justamente dar uma resposta para todas essas perguntas, e preparar novas para os próximos episódios.
Além do programa no YouTube, Kotscho continuará com o Balaio do Kotscho, que em setembro completou 15 anos de existência.
Duda Teixeira, editor de Internacional da revista Crusoé/O Antagonista há quatro anos, fez a tradução do livro Fome na Ucrânia: Os relatos do front do Holodomor, de Gareth Jones. O autor é um jornalista galês que testemunhou o Holodomor, como foi chamado o genocídio de milhares de ucranianos causado pelo governo russo totalitário de Josef Stalin.
Em 1933, durante sua terceira viagem à antiga União das Republicas Socialistas Soviéticas (URSS) para documentar a evolução do Plano Quinquenal de Stalin, Gareth testemunhou a tragédia. Também conhecida na União Soviética como a Grande Fome, ocorreu devido ao excesso de exportação de alimentos, resultando na escassez interna e consequentemente na fome extrema.
A obra narra os desafios enfrentados pelo profissional para driblar a censura soviética e conseguir chegar à Ucrânia. Na época, Gareth conseguiu visitar aldeias para conversar com os camponeses que lidavam com as consequências da falta de alimentos no local.
Traduzido pela primeira vez para o português, o livro, que inspirou o filme, A Sombra de Stalin pode ser adquirido por aqui.
Em clima de muita festa, descontração e alegria, foram homenageados na noite desta segunda-feira (13/11) os +Admirados Jornalistas Negros e Negras da Imprensa Brasileira. Em sua primeira edição, a iniciativa organizada por Jornalistas&Cia/Portal dos Jornalistas, 1 Papo Reto, Rede JP e Neo Mondo reconheceu os profissionais e veículos de comunicação que mais se destacaram na cobertura de pautas raciais e na luta antirracista.
Nem mesmo o forte calor de 35º, registrado no final da tarde na capital paulista, ofuscou o brilho do encontro que reuniu cerca de 200 jornalistas, autoridades e convidados na Unibes Cultural, e que concedeu a Zileide Silva, repórter especial do Jornal Nacional e do Globo Repórter, da TV Globo, o título de +Admirada Jornalista Negra 2023.
Zileide Silva (Crédito: Memória Globo)
Também da TV Globo, a apresentadora Maju Coutinho, do programa Fantástico, ficou na segunda posição geral, acompanhada de Semayat Oliveira, diretora de Conteúdo do site Nós, Mulheres da Periferia, em terceiro lugar.
Completaram os TOP 10, pela ordem, Roberta Garcia (ICL), Tiago Rogero (Projeto Querino), Valéria Almeida (Rede Globo), Silvia Nascimento (Mundo Negro), Pedro Borges (Alma Preta), Flávia Oliveira (O Globo/GloboNews) e Basília Rodrigues (CNN).
Na categoria Profissionais de Imagem/Vídeo, a vencedora foi a repórter cinematográfica Andreza Oliveira, da Rede Globo. Em Veículo Geral, o prêmio foi para a TV Cultura. E em Veículo Liderado por Jornalistas Negros, a publicação mais votada foi a Revista Raça.
Já nas categorias regionais, os mais votados foram Vinícius Veloso (Metrópoles), no Centro-Oeste; Luana Souza (TV Bahia), no Nordeste; Cley Medeiros (A Crítica), no Norte, Larissa Alves (BandNews FM), no Sudeste; e Aline Reis (Jornal Plural), na Região Sul.
Além dos eleitos pela votação popular, a premiação dos +Admirados Jornalistas Negros e Negras da Imprensa Brasileira concedeu quatro premiações especiais: o Troféu Luiz Gama – Decano e Decana do Jornalismo, entregues respectivamente aos professores Flávio Carrança e Rosane Borges; o Troféu Tim Maia – Revelação do Ano, concedido à repórter Rebeca Borges, do portal Metrópoles; e o Troféu Glória Maria – Personalidade do Ano, que será entregue ao Ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania Sílvio de Almeida.
A participação dele estava confirmada até a véspera do evento, mas precisou permanecer em Brasília para receber os refugiados brasileiros que chegaram da Faixa de Gaza, e por isso não pode comparecer.
A íntegra da cerimônia dos +Admirados Jornalistas Negros e Negros da Imprensa Brasileira está disponível no canal do Portal dos Jornalistas no YouTube. Vale destacar que na próxima segunda-feira (20/11), Dia Nacional da Consciência Negra, Jornalistas&Cia circulará com uma edição especial com os principais destaques do evento.
A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) revelou os profissionais escolhidos para receber apoio financeiro e técnico durante o desenvolvimento de reportagens investigativas sobre mudanças climáticas. A iniciativa faz parte do projeto Defensores Ambientais e é feita em parceria da Open Climate Initiative/Centre for Investigative Journalism (OCRI/CIJ).
As reportagens receptoras de financiamento foram selecionadas após o curso de jornalismo ambiental oferecido pelas organizações em Belém. Em agosto, dez comunicadores de diferentes estados tiveram a oportunidade de participar do treinamento.
Nele, instrutores abordaram temas como características da mudança climática, segurança em coberturas na Amazônia Legal, investigação jornalística ambiental e o papel de defensores ambientais.
As três reportagens selecionadas para receber até R$ 15 mil são de Rodrigo Pedroso (SP) e Rudja Catrine Silva dos Santos (AP), que atuarão em dupla, além de Carolina Bataier (DF) e Jullie Pereira da Silva (AM).
A previsão de publicação é para janeiro de 2024, nos veículos de comunicação previamente consultados pelos jornalistas selecionados.
Autoridades israelenses disseram nessa quinta-feira (9/11) que jornalistas que cobriram o ataque do grupo extremista Hamas em 7 de outubro e enviaram imagens do ocorrido à mídia internacional devem ser considerados cúmplices do Hamas e terroristas. Eles acusam os profissionais de terem conhecimento prévio dos ataques terroristas.
Os jornalistas envolvidos enviaram imagens dos ataques a meios de comunicação internacionais, como as agências Associated Press e Reuters, além da emissora americana CNN e do jornal The New York Times.
No X (Twitter), Benny Gantz, membro do gabinete de guerra de Israel, escreveu que “os jornalistas que sabiam do massacre, e escolheram permanecer como espectadores ociosos enquanto crianças eram massacradas, não são diferentes dos terroristas e deveriam ser tratados como tal”.
Danny Danon, representante de Israel nas Nações Unidas, publicou que “a agência de segurança interna de Israel anunciou que eliminará todos os participantes do massacre de 7 de outubro. Os ‘fotojornalistas’ que participaram da gravação da agressão serão acrescentados a essa lista”.
As autoridades de Israel se pronunciaram após publicação da ONG pró-Israel HonestReporting, a primeira a acusar os jornalistas de cumplicidade com o Hamas. A ONG citou o exemplo do fotojornalista freelancerHassan Eslaiah, que enviou imagens e vídeos para CNN e Associated Press, e filmou terroristas destruindo tanques israelenses. O HonestReporting acusou Eslaiah de ser o homem que aparece segurando uma granada em vídeo que viralizou nas redes sociais, que mostra um grupo do Hamas indo em direção a Israel.
O gabinete do primeiro-ministro israelense Binyamin Netanyahu exigiu esclarecimentos de Associated Press, Reuters, CNN e The New York Times.
Em comunicado, a AP declarou que não tinha conhecimento dos ataques de 7 de outubro e que recebeu conteúdo de freelancers depois de uma hora do início dos ataques: O veículo publicou que “nenhum funcionário da AP estava na fronteira no momento dos ataques, nem nenhum funcionário da AP atravessou a fronteira em nenhum momento. Quando aceitamos fotos freelance, tomamos medidas importantes para verificar a autenticidade das imagens e se elas mostram o que é suposto”.
A CNN afirmou que não sabia previamente dos atentados, e declarou que rompeu relações com Eslaiah: “Embora neste momento não tenhamos encontrado motivos para duvidar da precisão jornalística do trabalho que ele fez para nós, decidimos suspender todos os laços com ele”.
A Reuters declarou que adquiriu fotos de dois fotógrafos freelancers sediados em Gaza que estava na região na manhã de 7 de outubro, e reiterou que não tinha relacionamento anterior com os profissionais. E o The New York Times negou que tinha conhecimento prévio dos ataques, e classificou a acusação como “falsa e ultrajante”.
O Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) publicou nessa quinta-feira (9/11) que 39 jornalistas perderam a vida no conflito entre Israel e Hamas. Segundo o comitê, é o conflito mais mortal para jornalistas desde 1992, ano em que o CPJ iniciou seu monitoramento de violência e mortes de jornalistas ao redor do globo.