O Supremo Tribunal Federal (STF) vai julgar em 29/11 a tese definitiva sobre a responsabilização de jornais pelos crimes de injúria, difamação ou calúnia em declarações feitas por entrevistados. A definição deve servir para orientar casos semelhantes que tramitam na Justiça.
Em agosto, a Corte formou um entendimento prévio sobre o tema, mas há três posicionamentos diferentes entre os ministros. O processo trata de uma entrevista publicada em 1995 pelo Diário de Pernambuco. Na publicação, o ex-deputado federal Ricardo Zarattini Filho foi acusado de ter participado de um ataque a bomba em 1966 que deixou três mortos no Aeroporto de Guararapes.
Por 9 votos a 2, os ministros decidiram que o jornal pode ser responsabilizado, contrariando o voto do relator, o ministro aposentado Marco Aurélio de Mello, que disse que o Diário de Pernambuco “não emitiu opinião a influenciar leitores” na publicação. Ele citou a liberdade de imprensa e de expressão para fundamentar o voto. O entendimento foi acompanhado pela ministra aposentada Rosa Weber. (Com informações do Poder360)
Formandos do 1º Curso de Jornalismo na Prática, promovido pelo Correio Braziliense, produziram, ao final do curso um documentário que mostra como as angústias relacionadas às mudanças climáticas estão associadas ao diagnóstico de ecoansiedade, que pode, consequentemente, gerar problemas de ordem mental nos indivíduos. Segundo o documentário, a ecoansiedade está ligada a sentimentos de medo e insegurança com relação aos fenômenos extremos relacionados ao clima.
O trabalho apresenta histórias de três personagens e suas angústias com as mudanças climáticas no cotidiano. O conteúdo integra uma série de reportagens sobre saúde ambiental produzida pelos alunos e publicada pelo Correio.
O curso, com foco na cobertura de saúde, recebeu 20 jornalistas recém-formados ou alunos do último período da graduação de todo o País, sendo dez do DF. Eles tiveram a oportunidade de interagir com a equipe de redação do jornal, em cada editoria. As aulas foram coordenadas por Andréia Lago e Raul Pilatti, ambos com passagens por diversos veículos e experiência na cobertura de Brasília. Na formatura, em 10/11, além do certificado, os trainees receberam uma capa do Correio Braziliense com a data do dia de nascimento de cada participante.
Edney Silvestre, ganhador dos prêmios Jabuti e São Paulo de Literatura, revela sua trajetória no jornalismo em nova obra literária: Segredos de um Repórter. Publicado pela editora Almedina Brasil, o livro conta os bastidores da carreira de um dos melhores jornalistas do País.
Silvestre reúne memórias, práticas e ensinamentos que aprendeu durante coberturas e entrevistas. Reflete sobre o faro jornalístico, a arte de conduzir entrevistas e a importância das fontes, além de oferecer dicas e métodos para lidar com imprevistos, como em transmissões ao vivo. O autor relata momentos marcantes, como a cobertura dos atentados de 11 de setembro e os últimos dias de Saddam Hussein no Iraque.
O lançamento será em 23/11, às 19h, na Livraria da Travessa (Av. Afrânio de Melo Franco, 290), no Rio de Janeiro.
A justiça de Santa Catarina condenou a jornalista Schirlei Alves a um ano de prisão em regime aberto e a pagar R$ 400 mil a um juiz e a um promotor. A repórter foi responsável por publicar o caso que mostrou os ataques proferidos contra a influenciadora digital Mari Ferrer durante um julgamento no qual era vítima de estupro.
Em 2020, Alves publicou a reportagem Julgamento de Influencer Mariana Ferrer termina com tese inédita de ‘Estupro Culposo’ e advogado humilhando jovem, na qual revela detalhes da audiência em que o advogado de defesa, o promotor e o próprio juiz atacaram a vítima antes de inocentar o acusado. O promotor Thiago Carriço de Oliveira afirmou que “não havia como o empresário André de Camargo Aranha saber, durante o ato sexual, que a jovem não estava em condições de consentir a relação, não existindo, portanto, a intenção de estuprar”. O réu foi absolvido apesar da alegação de Ferrer de que foi drogada e violada e das evidências que a corroboram.
Após a publicação da reportagem, Alves recebeu diversos ataques nas redes sociais por causa de seu trabalho. Ela foi obrigada a fechar seus perfis nas plataformas devido ao assédio sexista incessante, e para preservar sua segurança física.
“Meu único desejo era expor a verdade e foi isso que fiz. Apesar do enorme custo pessoal e profissional, eu faria isso de novo hoje”, declarou Schirlei Alves. “Agora, espero que o sofrimento de Mari Ferrer e o meu possa levar a mudanças para que mais mulheres não tenham que passar por aquilo a que fomos submetidas. Nós merecemos o melhor”.
Em nota publicada na quarta-feira (15/11), o Intercept Brasil escreveu que a condenação de Alves, proferida pela juíza Andrea Cristina Rodrigues Studer, “é totalmente infundada, repleta de falhas processuais e extremamente desproporcional. Studer foi a única juíza disposta a aceitar o caso apresentado por seus colegas na vara, depois que muitos outros se recusaram devido ao conflito aparente. Nossas moções para transferir o caso para um fórum neutro foram negadas”. O veículo também destacou que consultou diversos especialistas jurídicos sobre a condenação, que concordaram unanimemente que a decisão não tem precedentes.
O Intercept também informou que Rudson Marcos, o juiz do caso Mari Ferrer, recebeu uma advertência formal do Conselho Nacional de Justiça na terça-feira (14/11). De forma unânime, o Conselho entendeu que Marcos agiu de forma negligente ao permitir e perpetuar a humilhação de Mari Ferrer em sua sala de audiências. Para o Intercept, a decisão demonstra “o extremo da má conduta e a absoluta legitimidade da reportagem de Schirlei no Intercept”.
Carla Simões e Bia Ferreira (Crédito: CNseg/YouTube)
A Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) lançou o SeguroPod, videocast que entrevistará atletas olímpicos. O projeto é apresentado por Carla Simões, superintendente de Comunicação e Marketing da CNseg.
A iniciativa faz parte da estratégia de Comunicação e Marketing da CNseg, que visa a ampliar o conhecimento da população sobre a importância de adquirir produtos do setor e garantir a proteção no dia a dia das pessoas.
A primeira entrevistada do videocast é a atleta de Boxe Beatriz Ferreira, Ouro nos Jogos Pan-Americanos de Santiago, no Chile, em 2023. O mais recente episódio do SeguroPod entrevistou Darlan Romani, do arremesso de peso. E no dia 21/11, o videocast receberá Daniel Cargnin, do judô.
A Folha de S.Paulo firmou parceria com o Google Arts & Culture para disponibilizar na plataforma cerca de dez mil fotos de seu acervo na coleção Folha: Uma lente sobre o Brasil. As imagem retratam diversos episódios marcantes do Brasil e do mundo e coberturas do jornal ao longo de sua história.
Na coleção, é possível ver fotos de gols e títulos de Pelé, do penta da Seleção Brasileira, das manifestações que marcaram o Diretas Já, diversas celebrações de Carnaval, além de paisagens naturais da Amazônia e do Pantanal. Também é possível ver capturas das primeiras páginas da Folha.
“Ao longo deste projeto com o Google, temos muito orgulho em dizer que a Folha é o primeiro jornal em atividade a abrir seu arquivo na plataforma por meio de uma experiência online imersiva, na qual você pode explorar toda a coleção“, declarou Sérgio Dávila, diretor de redação da Folha, sobre a iniciativa.
A ideia da coleção digital surgiu da necessidade de organizar e preservar o material da Folha, que eram físicos e ocupavam um andar inteiro do prédio do jornal. Em 2020, o veículo firmou parceria com a Google News Initiative e Google Cloud para a digitalização de seu acervo.
A âncora da CNN Luciana Barreto lançou seu primeiro livro: Discursos de ódio contra negros nas redes sociais. Publicado pela Pallas Editora, é fruto da dissertação de mestrado da autora, que busca documentar o racismo nas redes sociais e mostrar formas de combatê-lo.
O livro, de 110 páginas, conta com o prefácio de Flávia Oliveira, comentarista e colunista da GloboNews. É dividido em duas partes, a primeira dá a contextualização histórica, permeando a origem da escravidão e a luta pela redemocratização até o momento atual da política. A segunda aprofunda-se na estrutura dos discursos de ódio e das reais motivações das perseguições disfarçadas de opiniões. Para Flávia, a obra “diagnostica e denuncia, ensina e alerta. Se preocupa, Luciana Barreto também nos dá esperança, seja pela memória de luta do povo preto no Brasil, seja por apresentar iniciativas de enfrentamento ao racismo digital e aos discursos de ódio. A resistência é permanente”.
Quem quiser adquirir um exemplar podem fazê-lo por aqui.
O My News lançará na quinta-feira (16/11) o Pergunte ao Kotscho, novo programa com Ricardo Kotscho, que responderá às perguntas de internautas sobre os principais assuntos do Brasil e do mundo. A estreia está prevista para as 10h30, no canal do My News no YouTube.
No Balaio do Kotscho, coluna de Ricardo do My News, o jornalista explicou que a ideia do programa é ter muita interação com internautas e espectadores: “Um meio complementaria o outro num processo de interação com os leitores para atender diretamente o interesse deles, em vez de tentar adivinhar sobre o que eu deveria falar ou escrever. Acho que isso é inédito na internet: os internautas seriam coparticipantes, ao mesmo tempo emissores e receptores de informações, tanto no blog como no vídeo”.
Kotscho escreveu que recebe frequentemente perguntas de amigos e leitores curiosos sobre os mais diversos assuntos, desde placares de futebol, até conflitos internacionais como a guerra entre Israel e Hamas, e Rússia contra Ucrânia, o apação em São Paulo, garimpo na Amazônia, entre outros. A ideia do programa é justamente dar uma resposta para todas essas perguntas, e preparar novas para os próximos episódios.
Além do programa no YouTube, Kotscho continuará com o Balaio do Kotscho, que em setembro completou 15 anos de existência.
Duda Teixeira, editor de Internacional da revista Crusoé/O Antagonista há quatro anos, fez a tradução do livro Fome na Ucrânia: Os relatos do front do Holodomor, de Gareth Jones. O autor é um jornalista galês que testemunhou o Holodomor, como foi chamado o genocídio de milhares de ucranianos causado pelo governo russo totalitário de Josef Stalin.
Em 1933, durante sua terceira viagem à antiga União das Republicas Socialistas Soviéticas (URSS) para documentar a evolução do Plano Quinquenal de Stalin, Gareth testemunhou a tragédia. Também conhecida na União Soviética como a Grande Fome, ocorreu devido ao excesso de exportação de alimentos, resultando na escassez interna e consequentemente na fome extrema.
A obra narra os desafios enfrentados pelo profissional para driblar a censura soviética e conseguir chegar à Ucrânia. Na época, Gareth conseguiu visitar aldeias para conversar com os camponeses que lidavam com as consequências da falta de alimentos no local.
Traduzido pela primeira vez para o português, o livro, que inspirou o filme, A Sombra de Stalin pode ser adquirido por aqui.
Em clima de muita festa, descontração e alegria, foram homenageados na noite desta segunda-feira (13/11) os +Admirados Jornalistas Negros e Negras da Imprensa Brasileira. Em sua primeira edição, a iniciativa organizada por Jornalistas&Cia/Portal dos Jornalistas, 1 Papo Reto, Rede JP e Neo Mondo reconheceu os profissionais e veículos de comunicação que mais se destacaram na cobertura de pautas raciais e na luta antirracista.
Nem mesmo o forte calor de 35º, registrado no final da tarde na capital paulista, ofuscou o brilho do encontro que reuniu cerca de 200 jornalistas, autoridades e convidados na Unibes Cultural, e que concedeu a Zileide Silva, repórter especial do Jornal Nacional e do Globo Repórter, da TV Globo, o título de +Admirada Jornalista Negra 2023.
Zileide Silva (Crédito: Memória Globo)
Também da TV Globo, a apresentadora Maju Coutinho, do programa Fantástico, ficou na segunda posição geral, acompanhada de Semayat Oliveira, diretora de Conteúdo do site Nós, Mulheres da Periferia, em terceiro lugar.
Completaram os TOP 10, pela ordem, Roberta Garcia (ICL), Tiago Rogero (Projeto Querino), Valéria Almeida (Rede Globo), Silvia Nascimento (Mundo Negro), Pedro Borges (Alma Preta), Flávia Oliveira (O Globo/GloboNews) e Basília Rodrigues (CNN).
Na categoria Profissionais de Imagem/Vídeo, a vencedora foi a repórter cinematográfica Andreza Oliveira, da Rede Globo. Em Veículo Geral, o prêmio foi para a TV Cultura. E em Veículo Liderado por Jornalistas Negros, a publicação mais votada foi a Revista Raça.
Já nas categorias regionais, os mais votados foram Vinícius Veloso (Metrópoles), no Centro-Oeste; Luana Souza (TV Bahia), no Nordeste; Cley Medeiros (A Crítica), no Norte, Larissa Alves (BandNews FM), no Sudeste; e Aline Reis (Jornal Plural), na Região Sul.
Além dos eleitos pela votação popular, a premiação dos +Admirados Jornalistas Negros e Negras da Imprensa Brasileira concedeu quatro premiações especiais: o Troféu Luiz Gama – Decano e Decana do Jornalismo, entregues respectivamente aos professores Flávio Carrança e Rosane Borges; o Troféu Tim Maia – Revelação do Ano, concedido à repórter Rebeca Borges, do portal Metrópoles; e o Troféu Glória Maria – Personalidade do Ano, que será entregue ao Ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania Sílvio de Almeida.
A participação dele estava confirmada até a véspera do evento, mas precisou permanecer em Brasília para receber os refugiados brasileiros que chegaram da Faixa de Gaza, e por isso não pode comparecer.
A íntegra da cerimônia dos +Admirados Jornalistas Negros e Negros da Imprensa Brasileira está disponível no canal do Portal dos Jornalistas no YouTube. Vale destacar que na próxima segunda-feira (20/11), Dia Nacional da Consciência Negra, Jornalistas&Cia circulará com uma edição especial com os principais destaques do evento.