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Cortes de vagas nas redações do Axel Springer e a “ansiedade por IA”

Cortes de vagas nas redações do Axel Springer e a “ansiedade por IA”

Por Luciana Gurgel

Luciana Gurgel

Na semana passada, o grupo alemão Axel Springer tornou concreta a ameaça que assombra o jornalismo há tempos: a perda de empregos devido ao uso da inteligência artificial.

A IA não é novidade nas redações. Publicações de vários países já a utilizam de forma pontual para processos como redação de notas com resultados de eleições a partir de comunicados oficiais ou produção de textos com base em releases de administrações locais.

O movimento do Axel Springer foi diferente. O grupo, dono do Bild, tabloide mais vendido na Europa, e do Politico, entre outros títulos importantes, anunciou o corte de 200 vagas para economizar € 200 milhões, atribuindo parte das demissões à oportunidade de utilizar máquinas para tarefas hoje executadas por humanos.

Foi a primeira vez que um grande grupo de mídia assume que a adoção da IA resultará em cortes. Embora o Axel Springer tenha tentado amenizar o choque, sinalizando depois que apenas       “algumas funções” seriam afetadas pela IA, o anúncio é um marco, capaz de dar a outras empresas jornalísticas confiança para seguir os passos.

Jornalistas não são os únicos sob risco de perder o emprego para a IA generativa, que se tornou hype há menos de um ano com o lançamento do ChatGPT.

Embora ele seja a face mais pop, não é o único com potencial de ameaçar empregos.

Nesta semana, o Deepgram, plataforma de transcrição de áudio, anunciou a ferramenta Speech Summarization. Mais do que transcrever, o sistema faz um resumo do que foi transcrito.

O exemplo usado no lançamento foi o de uma ligação de call center. Um longo diálogo entre um cliente e o serviço de atendimento de uma marca de automóveis, em que dúvidas sobre o modelo são esclarecidas e um test-drive é agendado, virou um resumo de cinco linhas com tudo o que importava ser registrado no sistema.

O Deepgram não sugere que a novidade seja usada para cortar atendentes, e sim que proporciona mais tempo para “contatos estratégicos”. Mas não é difícil imaginar que o efeito colateral da redução de tempo pode ser redução da equipe.

Sem querer alarmar mais ainda, esse tipo de sistema bem pode ser usado no jornalismo, para transcrições de lives, discursos ou mesmo entrevistas, resumidas de forma ágil.

O jornalista não seria dispensado. Alguém precisa pautar, avaliar o texto final “sugerido” pelo robô e editar. Mas há um processo intermediário entre a pauta e o texto bruto que pode ser encurtado.

Sistemas como o ChatGPT e as soluções do Deepgram também são capazes de afetar funções na comunicação corporativa e nas agências, como produção de análises de cobertura de mídia e de conversas nas redes sociais.

A intenção não era mesmo alarmar. Mas se isso tiver acontecido, é bom saber que os preocupados com a IA generativa ao alcance de todos não estão sozinhos.

Depois da ansiedade climática, já temos a “ansiedade por IA”. Em um artigo sobre o tema no portal de textos acadêmicos The Conversation, a pesquisadora de Ciência do Comportamento e Psicologia da Universidade das Nações Unidas Sanae Okamoto descreve o sentimento.

Ela compara o medo da IA a outros transtornos de ansiedade relacionados à dificuldade de lidar com incerteza e ambiguidade.

Entre os motivos para essa ansiedade estão o medo da desinformação, além do óbvio temor de perder o emprego.

Ainda não há remédio, mas Okamoto dá quatro conselhos − alguns desafiantes.

Um deles é fazer uma pausa da IA, usando sistemas como o Digital Detox. Mas pausar não significa que a IA irá embora..

É isso que ela diz em outro conselho: “Admita que a inteligência artificial já está entre nós”, em situações corriqueiras como a seleção de um programa na Netflix ou uso do Google Maps.

Outra recomendação desafiante é acompanhar a legislação, que ainda engatinha no mundo − e isso pode causar mais ansiedade, sobretudo em países onde não há ainda sinalização sobre como a AI será regulada.

O quarto conselho é o mais importante e necessário: “Prepare-se para novas perspectivas de carreira”, aprendendo a usar a IA em seu trabalho e investindo “nas habilidades humanas que ela não pode ainda [o grifo não é meu] substituir”.

Os conselhos são válidos, porque não vai ser fácil controlar a ansiedade por IA.


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Agência Pública lança microbolsas para reportagens sobre egressos do sistema prisional

Agência Pública lança microbolsas para reportagens sobre egressos do Sistema Prisional

A Agência Pública, em parceria com o Instituto Pro Bono, está lançando a 18ª edição de seu programa de microbolsas. A iniciativa vai distribuir quatro bolsas de R$ 8 mil para a produção de reportagens sobre a situação de egressos do sistema prisional no Brasil.

A ideia é incentivar repórteres a investigar histórias de indivíduos que deixaram o sistema prisional após o cumprimento de suas penas, mostrando como é a vida após o cárcere, se as pessoas voltam normalmente para suas famílias e círculo social, se conseguem emprego facilmente, entre outras questões que abordam o assunto.

Reportagem da Pública abordou justamente a questão dos egressos do sistema prisional. Em muitos casos, além da sentença de prisão, há também a pena de multa, e desde 2019, o não pagamento dessas multas impede a extinção da pena, mesmo que o tempo na prisão tenha sido cumprido. O número de pessoas com penas de multa em aberto em São Paulo aumentou muito em dois anos, o que faz com que a “população egressa do sistema prisional viva um ciclo de criminalização e pobreza”, explica a Pública.

Interessados em fazer a inscrição devem enviar uma apresentação profissional, exemplos de trabalhos realizados, a pauta que pretendem investigar, além de pré-apuração, plano de trabalho, possíveis fontes, cronograma e plano de orçamento. As inscrições vão até 28 de julho e os nomes selecionados serão divulgados no final de agosto.

Inscreva-se neste formulário.

Milton Jung lança livro em Portugal

Milton Jung lança livro em Portugal
António Sacavém (esq.), Thomas Brieu, Milton Jung e Leny Kyrillos

O âncora da CBN Milton Jung esteve em Portugal para lançar, nos dias 24, em Lisboa, 25, no Porto, e 27, em Cascais, o livro Escute, expresse e fale pela Escolar Editora. O livro foi lançado em janeiro no Brasil pela Editora Rocco, em coautoria com Leny Kyrillos, fonoaudióloga da TV Globo-SP e da rádio CBN e especialista em voz, mestre e doutora pela Unifesp. A edição lusitana conta com as participações de António Sacavém, doutor em gestão e especialista em comunicação não verbal; e Thomas Brieu, especialista em escutatória, comunicação verbal e padrões colaborativos de linguagem.

Nas cidades portuguesas, o lançamento contou com um bate-papo com autores sobre os principais pontos da obra, conduzido por Milton Jung. Segundo ele, “temos a convicção de que a comunicação efetiva e afetiva é o melhor antídoto à intolerância”. (Colaboração de Lena Miessva)

Congresso da Abraji terá espaço para lançamento de livros

Congresso da Abraji terá espaço para lançamento de livros
Congresso da Abraji terá espaço para lançamento de livros

Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo da Abraji, que será realizado de 29/6 a 2/7 na ESPM, em São Paulo, além de promover o encontro de jornalistas de todo o Brasil também será um espaço para autores anunciarem suas novas obras.

Assim como em outras edições, este ano os profissionais convidados pela Abraji poderão aproveitar o encontro de estudantes e comunicadores para fazer divulgação e venda de seus livros.

Os autores convidados são Fábio Gusmão, Giampaolo Morgado Braga, Paula Passos, Yvana Fechine, Paolo Demoru, Fabiana Moraes, Claudia Gaigher, Fabio Victor e Mauricio Stycer. Os trabalhos serão expostos na Praça de Convivência Acadêmica (PCA), que os congressistas poderão visitar nos intervalos entre as sessões, exceto na hora do almoço.

A lista completa das obras, com datas e horários de lançamentos, está disponível do site da Abraji. Este Portal dos Jornalistas dá apoio de divulgação ao evento.

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PF faz operação contra dono de ex-afiliada da Jovem Pan por envolvimento em atos golpistas

PF faz operação contra dono de ex-afiliada da Jovem Pan por envolvimento em atos golpistas

A Polícia Federal cumpre nesta terça-feira (27/6) mandato de busca e apreensão contra o empresário Milton de Oliveira Júnior, por suspeita de financiamento dos atos golpistas de 8 de janeiro, na Praça dos Três Poderes, em Brasília.

A ação faz parte da 13ª fase da Operação Lesa Pátria, que investiga justamente os supostos envolvidos nos acontecimentos de 8 de janeiro. Milton é dono de uma rádio que foi afiliada da Jovem Pan em Itapetininga (SP), e declarou ao vivo, durante a programação da rádio, que teria contribuído para financiar os atos golpistas.

No programa, o empresário declarou que bancou financeiramente a viagem de golpistas a Brasília, e que tinha recibos que comprovavam suas doações. Ele também disse que não tem medo de ser preso por ter contribuído com os atos e chamou o governo do presidente Lula de “ilegítimo”.

Após as declarações, no final de abril, a Jovem Pan rompeu com a DPV Limitada, empresa que administrava a Jovem Pan Itapetininga. Em seu perfil no Facebook, Milton posicionou-se sobre o ocorrido, afirmando que respeita a Justiça e que jamais apoiou “qualquer ato que ataque à democracia”. Ele também mudou sua fala anterior, e disse que na verdade deu dinheiro a um amigo para sua alimentação durante a viagem de retorno de Brasília, em 20 de novembro de 2022.

Na Operação Lesa Pátria, a PF investiga supostos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, e destruição, deterioração ou inutilização de bem protegido.

Com informações do g1.

MPF pede cancelamento de outorgas da Jovem Pan por desinformação e incentivo a atos antidemocráticos

O Ministério Público Federal (MPF) ajuizou ação pedindo o cancelamento de três outorgas de radiodifusão concedidas à Jovem Pan. A ação ocorre devido à grande quantidade de desinformação veiculada pela Jovem em sua programação ao longo de 2022, incluindo conteúdos que incentivavam ataques ao sistema eleitoral e à democracia. Para o MPF, as condutas praticadas pela Jovem Pan “violaram diretamente a Constituição e a legislação que trata do serviço público de transmissão em rádio e TV”.

Além do cancelamento das outorgas de rádio, o MPF pede que a Jovem Pan seja condenada a pagar uma indenização de R$ 13,4 milhões por danos morais coletivos, e que a Justiça Federal obrigue a rádio a veicular, ao menos 15 vezes por dia, durante quatro meses, inserções com mensagens sobre informações e a confiabilidade do processo eleitoral.

Renata Maron, do Terraviva, é a +Admirada Jornalista do Agronegócio 2023

Em cerimônia realizada na noite dessa segunda-feira (26/6), em São Paulo, foram homenageados os jornalistas e publicações +Admirados da Imprensa do Agronegócio 2023. A eleição, promovida em dois turnos de votação por Jornalistas&Cia e Portal dos Jornalistas, reconheceu Renata Maron, âncora e editora-chefe do programa Bem da Terra, do canal Terraviva, como a +Admirada Jornalista da Imprensa do Agronegócio 2023.

Com o reconhecimento, Renata é a terceira profissional diferente a receber a homenagem nas três edições da premiação. Nos anos anteriores, foram eleitos os +Admirados Jornalistas do Ano Sidnei Maschio (2021), também do Terraviva, e Beatriz Gunther (2022), do Canal Rural.

Renata Maron

Completaram os TOP 5 de 2023, na ordem, Fabiano Reis, do Canal do Boi, Vera Ondei, da Forbes, Pryscilla Paiva, do Canal Rural, e Kelly Godoy, da Record News.

Nas demais categorias destinadas às publicações os troféus foram para o jornal Valor Econômico (Veículo Impresso Geral), revista Globo Rural (Veículo Impresso Especializado), programa Globo Rural (Veículo de TV Geral), Jornal Terraviva (Programa Especializado de TV), Notícias Agrícolas (Site), CBN Agro (Programa de Rádio), Mundo Agro (Podcast), Canal Rural (Canal Digital) e Agência Estado/Broadcast Agro (Agência de Notícias).

“Posso assegurar que, em sua terceira edição, o Prêmio +Admirados da Imprensa do Agronegócio já pode ser considerado uma efeméride da agenda anual do setor, tal o entusiasmo e a intensidade dos colegas com a premiação, que este ano bateu todos os recordes de participação”, destacou Eduardo Ribeiro, diretor da Jornalistas Editora, durante a abertura da cerimônia, que foi novamente conduzida pelo editor da coluna J&Cia Agro Fernando Soares.

Por causa dessa grande participação, a organização do prêmio decidiu aumentar de 25 para 30 o número de jornalistas homenageados. Além dos TOP 5 destacados na cerimônia, foram homenageados neste ano Aleksander Horta (Noticias Agrícolas), Alessandra Bergmann (Campo e Batom), Aline Leonhardt (Vale Agrícola), Andréia Fogaça (Terraviva), Beatriz Gunther (Canal Rural), Bruno Blecher (Poder360), Cassiano Ribeiro (CBN/Globo Rural), Ingrid Alves (Record News), Isadora Duarte (Agência Estado), Lilian Munhoz (Terraviva), Luiz Patroni (Canal Rural), Luiza Cardoso (Climatempo), Marusa Trevisan (Canal Rural), Mauro Zafalon (Folha de S.Paulo), Nélson Araújo (programa Globo Rural), Pryscilla Paiva (Canal Rural), Regina Dourado (Terraviva), Sara Kirchhof (ex-Canal Rural), Sidnei Maschio (Terraviva), Simone Garcia (AgroMais), Thiago Silva (AgroMais), Valter Puga Jr. (SBA), Vinicius Marra (Terraviva), Virginia Alves (Notícias Agrícolas), Viviane Taguchi (Grupo Bandeirantes) e Wanessa Ferri (Urbana Caipira).

“E esse, de fato, é o espírito: reconhecer o relevante e indispensável trabalho da imprensa na cobertura do mais importante setor econômico do País. E fazer com que esta noite de reconhecimento seja também uma noite de confraternização, de reencontros, de valorização do bom jornalismo e de múltiplas emoções e alegrias”, acrescentou Eduardo.

Esta edição dos +Admirados da Imprensa do Agronegócio contou com os patrocínios de Cargill, Syngenta e Yara, os apoios de CNH, Elanco, Fapesp e Mosaic Fertilizantes, colaboração de Press Manager, Lavoro e BRF, e apoio institucional de CNA/Senar e Rede Agrojor.

Confira o vídeo com a transmissão da cerimônia no canal do Portal dos Jornalistas no YouTube.

Marcão do Povo é condenado por injúria racial contra a cantora Ludmilla

Jornalistas aprovam moção de repúdio ao SBT por caso de racismo de Marcão do Povo

O apresentador Marcos Paulo Ribeiro de Morais, o Marcão do Povo, do SBT, foi condenado a 1 ano e 4 meses de prisão, em regime aberto, por cometer injúria racial contra a cantora Ludmilla. Em 2017, ele usou o termo “macaca” para se referir à artista. Ainda cabe recurso da decisão.

Em janeiro de 2017, durante o Balanço Geral do Distrito Federal, Marcão comentou uma notícia de que Ludmilla teria evitado tirar fotos com fãs. Para se referir à cantora, ele usou o termo “pobre macaca”. Ele chegou a ser demitido da emissora, mas retornou à empresa um mês depois.

Após o ocorrido, o Ministério Público do DF acusou o apresentador de injúria racial. Em março de 2023, ele foi absolvido em primeira instância pela 3ª Vara Criminal, sob a justificativa de que o termo “pobre macaca” era um regionalismo.

Ludmilla entrou com recurso e em 22/6 a 1ª Turma Criminal do Tribunal de Justiça do Distrito Federal decidiu condenar o apresentador pelo crime de racismo, por 3 votos a 0. A prisão de Marcão foi substituída por pena restritiva de direitos, que ainda será definida. O apresentador também deverá pagar uma indenização de R$ 30 mil para a cantora.

Nas redes sociais, Ludmilla comemorou a decisão e questionou o SBT: “Hoje você vai ter que engolir as lágrimas de alegria que chorou naquele programa quando saiu o decreto de que você tinha ganhado a primeira etapa do processo. Agora cabe ao SBT decidir se vai manter um racista na casa!”.

O Notícias da TV entrou em contato com o advogado Rannieri Lopes, que representa Marcão do Povo. Ele afirmou que o apresentador vai recorrer da decisão. O SBT declarou que não vai comentar a decisão. O contrato de Marcão com a emissora vai até 2024.

Justiça mantém condenação de Luiz Bacci e Record TV por fake news

O Tribunal de Justiça de São Paulo rejeitou o recurso apresentado pela Record TV e pelo apresentador Luiz Bacci em uma ação movida por uma mulher que foi alvo de informações falsas em uma reportagem do programa Cidade Alerta.

Em março de 2021, o telejornal noticiou que R.M.C. estava sendo chantageada por um ex-namorado. De acordo com a reportagem, ele estaria exigindo dinheiro para não divulgar fotos íntimas dela, quando na verdade ela estava sendo vítima de estelionato.

Fingindo ser policial, o ex-namorado a procurou dizendo que ela tinha débitos com a Receita Federal e que, se não pagasse a “multa”, seria presa. Após o rapaz ser preso em flagrante, a vítima aceitou dar uma entrevista para a Record, que, de acordo com o processo, acrescentou a história inverídica sobre as tais fotos íntimas.

De acordo com a advogada Maria Andréa da Conceição, que representa R.M.C., além de “inventar” fatos para “obter audiência”, a emissora não respeitou o acordo de preservar a mulher na reportagem, exibindo sua imagem e voz de modo que pôde ser reconhecida.

“Os réus [Record e Bacci] ignoraram totalmente o direito e obrigação de imprensa que é divulgar a verdade”, afirmou a advogada no processo. “O fato repercutiu em rede nacional, e a autora [do processo] sofre até hoje deboches dos vizinhos, vindo a apontá-la como a ‘safadinha do WhatsApp'”.

Bacci e a emissora já haviam sido condenados em primeira instância em maio de 2022, e no último dia 16 de junho o Tribunal de Justiça manteve a condenação no valor de R$ 10 mil, mais juros e correção monetária. O desembargador José Carlos Ferreira Alves, relator do processo, disse na decisão que Bacci “deturpou” a história “divulgando fatos com abordagem sensacionalista e mentirosa”.

Na defesa apresentada à Justiça, Record e Luiz Bacci disseram que a reportagem abordou fato verídico e de interesse público, com base em fontes fidedignas. “Não houve qualquer sensacionalismo, abuso ou excesso no direito de informar”.

A Record declarou também que teve o cuidado de preservar o nome e a imagem da mulher na reportagem e que é “inverossímil que ela tenha sido reconhecida na rua”. “Em momento algum [a autora do processo] demonstrou que sofreu prejuízo de caráter moral, valendo-se apenas de platitudes e de expressões genéricas com o fito de sensibilizar a Justiça”.

Ainda cabe um novo recurso.

(Com informações de Rogério Gentile, para o UOL)

Agência Pública estreia colunas semanais

A Agência Pública passou a publicar nesta semana colunas semanais de quatro jornalistas da casa: as fundadoras e editoras-executivas Marina Amaral e Natalia Viana, a chefe da cobertura socioambiental Giovana Girardi e o repórter Rubens Valente.

Às quartas-feiras, vai ao ar a coluna de Rubens, que reporta e analisa fatos que passaram despercebidos pela cobertura política nacional. A coluna de Giovana será publicada às sextas-feiras, com análises que mostram como decisões econômicas e políticas interferem no cenário socioambiental e climático.

Aos sábados, Marina trará análises sobre os principais fatos da semana e como eles foram cobertos pela imprensa, e aos domingos, Natalia falará sobre a relação entre tecnologia e a crise da democracia no Brasil e no mundo.

Lula critica omissão da imprensa no caso de Julian Assange

Lula critica omissão da imprensa no caso de Julian Assange
Lula critica omissão da imprensa no caso de Julian Assange

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou a coletiva de imprensa da última quinta-feira (22/6), em Roma, para criticar a falta de visibilidade ao caso do jornalista Julian Assange. O fundador do WikiLeaks enfrenta 18 acusações nos Estados Unidos por revelar informações confidenciais, entre elas, sobre espionagem em outros países, incluindo o Brasil.

Assange está há quatro anos preso em Londres, enquanto espera pela possível extradição aos Estados Unidos, onde poderá ser condenado a até 175 anos de prisão.

Sem ser questionado sobre o assunto, o presidente manifestou sua indignação com a omissão da imprensa: Eu ando um pouco indignado com os defensores da liberdade de imprensa no mundo. Não é possível acontecer o que está acontecendo. A gente tem o Assange preso porque denunciou ao mundo a espionagem americana. Esse cidadão está preso na Inglaterra, vai ser mandado de volta para os Estados Unidos para, quem sabe, pegar prisão perpétua. E eu não vejo nenhuma manifestação da imprensa em defesa da liberdade de imprensa. É inacreditável. Nem o jornal que publicou a matéria que ele publicou defende ele. O nome disso chama-se covardia.”

Lula também declarou admiração pela coragem de Assange e destacou a importância do apoio de jornalistas: “O que o Assange fez merece respeito e elogios de qualquer jornalista da face da Terra. Ele teve a coragem de divulgar que os Estados Unidos faziam espionagem no Brasil com a presidenta Dilma, com a Cristina Kirchner na Argentina, na Alemanha da Angela Merkel. Ou seja, isso foi denunciado. E por conta disso esse cidadão foi preso e vai ser extraditado para os Estados Unidos. E a imprensa está calada. Então é importante que os companheiros jornalistas possam enquanto é tempo tentar pedir pelo menos para soltar o cara e dizer qual foi o crime que ele cometeu.”

 

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