27.1 C
Nova Iorque
quarta-feira, julho 16, 2025

Buy now

Início Site Página 180

Documentário sobre jornalistas em democracias em crise é indicado ao Emmy

O documentário Endangered (Ameaçados de Extinção), do repórter norte-americano Ronan Farrow, que aborda o cotidiano de jornalistas que vivem em países onde a liberdade de imprensa e a democracia estão em crise, foi indicado ao Emmy 2023 na categoria de melhor documentário.

A produção, que foi ao ar em junho de 2022 no HBO Max, acompanhou o trabalho de quatro jornalistas durante três anos, mostrando os desafios de se fazer jornalismo em meio a constantes ataques, ameaças e tentativas de descredibilização da imprensa.

A repórter da Folha de S.Paulo Patrícia Campos Mello está entre os retratados no filme. Ela fala sobre como a liberdade de imprensa ainda é muito frágil na “jovem democracia brasileira”. Patrícia teve atuação essencial no combate à desinformação durante as últimas eleições brasileiras. Assinou reportagens sobre disparos de mensagens em massa para beneficiar candidatos durante as eleições de 2018. Por causa de seu trabalho, foi diretamente atacada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores. É até hoje vítima de diversos ataques, em sua grande maioria com teor misógino.

Em reconhecimento à sua atuação no jornalismo, Patrícia venceu o Prêmio Maria Moors Cabot, a mais relevante distinção concedida nos Estados Unidos a jornalistas estrangeiros. É também autora do livro A máquina do ódio: notas de uma repórter sobre fake news e violência digital.

O documentário acompanhou também o cotidiano do americano Oliver Laughland, que cobriu a campanha de Donald Trump por The Guardian e foi hostilizado por apoiadores do ex-presidente; do repórter fotográfico Carl Juste, do Miami Herald, responsável por cobrir o dia a dia de Trump e o movimento Black Lives Matter; e da repórter fotográfica mexicana Sashenka Gutierrez, especializada em coberturas de protestos e de violência no México.

Endangered concorre com outros cinco documentários: 11 minutes, da Paramount, sobre o tumulto que matou mais de 150 pessoas durante uma celebração do Halloween em Seul; Retrograde, da National Geographic, sobre os meses finais da presença de tropas americanas no Afeganistão; The Trapped 13: How We Survived The Thai Cave, da Netflix, sobre os 12 meninos jogadores de futebol e seu treinador que ficaram presos em uma caverna inundada na Tailândia em 2018; Wuhan Wuhan, da PBS, sobre os primeiros meses da pandemia de Covid-19 na China; e Let the Little Light Shine, também da PBS, sobre a mobilização contra o fechamento de uma escola de referência nos EUA.

A premiação do Emmy 2023, inicialmente marcada para 18 de setembro, foi adiada devido às greves dos sindicatos dos atores e dos roteiristas de Hollywood. É a primeira vez que o evento é adiado desde 2001.

Eco Nordeste vence Grande Prêmio BNB de Jornalismo

Eco Nordeste vence Grande Prêmio BNB de Jornalismo

A agência de conteúdo Eco Nordeste venceu o Grande Prêmio Nacional BNB de Jornalismo 2023, realizado pelo Banco do Nordeste (BNB), com a série de reportagens Caravana Nordeste Potência, de autoria de Maristela Crispim, editora-chefe da Eco Nordeste, fotografia de Alice Sales e arte de Flavia P. Gurgel.

Os vencedores foram anunciados em 27/7, durante o 29º Fórum Banco do Nordeste de Desenvolvimento, em Fortaleza. Neste ano, o Grande Prêmio, que representa a categoria Nacional da premiação, vencida pela Eco Nordeste, tinha como tema “a importância do Jornalismo para o desenvolvimento regional”.

A série premiada, com seis reportagens no total, aborda o Plano Nordeste Potência, iniciativa que incentiva o desenvolvimento verde, a recuperação do passivo socioambiental e a ampliação das fontes de energia renovável de forma justa e inclusiva na Bacia do Baixo São Francisco e no restante do Nordeste.

As reportagens são fruto da cobertura da Caravana Nordeste Potência, na qual participaram Maristela Crispim e Alice Sales, a convite do Instituto ClimaInfo. A expedição percorreu mais de 2.800 quilômetros, entre 29 de agosto e 9 de setembro de 2022, por diversos municípios de Alagoas, Bahia e Pernambuco, com o objetivo de compreender o processo de construção da Bacia do Baixo e Submédio São Francisco e como a região pode se desenvolver de forma menos impactante.

O BNB entregou outros cinco prêmios nacionais e onze estaduais, além de um prêmio extrarregional e um prêmio universitário.

Na categoria Texto, o trabalho vencedor foi a reportagem Pimenta rosa capixaba conquista o mundo e pode ganhar Indicação Geográfica, de Leandro Fidelis e Fernanda Zandonadi, publicada no Anuário do Agronegócio Capixaba (Guaçuí – ES).

Em Fotografia, a imagem premiada foi Ceará ocupa a terceira maior geração de energia renovável do Nordeste, de Francisco Sampaio Fontenelle, para O Povo (Fortaleza).

Na categoria Áudio, o prêmio foi para Marcos Thomaz, Fernanda Gonçalves, Marcos Pak e João Lira, com a série especial Na Paraíba o agro não é pop, não é tech, mas é tudo… para muitos, da Rádio Tabajara (João Pessoa).

Em Audiovisual, a reportagem vencedora foi Vaqueiros do Sertão da Bahia – uma cultura que se mantém viva de geração em geração, da TV Globo-SP.

E na categoria Projetos Multimídia, o trabalho vencedor foi o Especial Cariri Pré-Histórico, de O Povo (Fortaleza).

Confira a lista completa dos vencedores. 

Organizações e profissionais se unem pela remuneração do jornalismo pelas big techs

Jornalistas, acadêmicos e representantes de organizações da sociedade civil durante conferência sul-africana. Imagem: Gordon Institute of Business Science.
(*Com informações da Ajor)

Jornalistas, acadêmicos, ativistas, advogados e organizações da sociedade civil, assinaram o documento Big Tech e Jornalismo: princípios para uma remuneração justa, que propõe diretrizes para o financiamento de conteúdos jornalísticos pelas grandes plataformas digitais.

O texto final foi acordado durante a conferência Construindo um Futuro Sustentável para o Sul Global, que aconteceu nos dias 13 e 14 de julho, em Joanesburgo, na África do Sul. No total, 19 organizações e 61 profissionais assinaram o documento entre elas as brasileiras Associação de Jornalismo Digital (Ajor) e Instituto Vladimir Herzog, e a jornalista Natalia Viana, diretora da Agência Pública e Havard Nieman Fellow em 2022.

Jornalistas, acadêmicos e representantes de organizações da sociedade civil durante conferência sul-africana pela remuneração do jornalismo pelas Big Techs. Imagem: Gordon Institute of Business Science.

O documento tem o objetivo de contribuir para a elaboração, a implementação e a avaliação de mecanismos de políticas públicas que obriguem as plataformas digitais e organizações jornalísticas a negociar para chegarem a termos econômicos mais justos. O Brasil está entre os países que estão discutindo modelos para a remuneração por conteúdos noticiosos divulgados nas redes sociais.

A nova proposta reconhece a liberdade de expressão como um direito humano fundamental que sustenta a democracia e apoia o jornalismo de interesse público como um bem que deve estar disponível a todos. Além disso, tem caráter universal, servindo como uma estrutura para qualquer país que busca abordar a sustentabilidade da mídia por meio de concorrência ou abordagens regulatórias, ao mesmo tempo em que permite adaptação a contextos locais.

“O encontro e a elaboração conjunta do documento são exercícios extremamente importantes para a proposição de alternativas para a sustentabilidade do jornalismo e, mais especificamente, para a relação com as grandes plataformas digitais”, afirma Maia Fortes, diretora executiva da Ajor que representou a entidade no encontro.” Ele ajuda a conceituar elementos que, até agora, eram lacunas nas propostas de regulamentação apresentadas pelo congresso brasileiro, além de endossar critérios muito caros à Ajor. Estamos muito felizes por participar ativamente deste momento-chave para o ecossistema digital, e esperamos que ele seja o início de uma mudança global que favoreça o jornalismo de interesse público plural e independente”.

 

Conheça as diretrizes:

  1. Interesse público

Os mecanismos devem apoiar e investir no jornalismo de interesse público, ou seja, notícias e informações produzidas de acordo com padrões jornalísticos profissionais que informam o público sobre assuntos relevantes para seus direitos e responsabilidades como cidadãos. Os mecanismos também podem ter o efeito de apoiar outras formas de jornalismo, mas, em igualdade de condições, devem priorizar o apoio ao jornalismo de interesse público.

  1. Pluralidade

Os mecanismos devem apoiar a pluralidade nas plataformas e nos mercados jornalísticos. Em especial, os mecanismos devem ter um impacto líquido positivo sobre a pluralidade de organizações em um mercado. Eles não devem criar um viés em favor de organizações estabelecidas, mas devem servir para atenuar qualquer viés que favoreça organizações já estabelecidas, de modo que o público possa – a médio e longo prazo – se beneficiar de uma maior variedade de conteúdo disponível. Organizações muito pequenas, médias e iniciantes devem poder se beneficiar.

  1. Diversidade

Os mecanismos devem apoiar a diversidade no mercado jornalístico e devem ter um impacto positivo líquido na variedade de conteúdo, vozes e idiomas representados, incluindo as vozes de grupos historicamente sub-representados e marginalizados. Eles não devem criar um viés em favor de vozes historicamente dominantes.

  1. Sustentabilidade

Os mecanismos devem apoiar a sustentabilidade no mercado de jornalismo, para iniciativas individuais e para o setor como um todo, garantindo que eles recebam uma compensação justa pelo uso de sua propriedade intelectual e conteúdo. Os mecanismos devem se adaptar às condições de mercado em evolução e aumentar a probabilidade de que as iniciativas possam criar fluxos de receita diversificados.

  1. Equidade

Os mecanismos devem garantir que os termos dos acordos entre plataformas e organizações jornalísticas sejam coerentes com o mercado e não permitam que plataformas específicas ou organizações façam acordos preferenciais. Isso não significa que todas as plataformas devam dar a todas as organizações a mesma quantia de dinheiro. Mas significa que a base para pagamentos e acordos de uso deve ser a mesma para todos nesse mercado e determinada a partir de critérios objetivamente verificáveis. As plataformas não devem favorecer determinadas organizações jornalísticas simplesmente porque elas têm maior influência política ou maior valor de mercado, por exemplo. Isso também significa que todos os acordos entre plataformas e organizações jornalísticas devem ser feitos em prazo igualmente razoável e que nenhuma das partes deve poder usar seu poder de barganha comparativo para arrastar as negociações.

  1. Coletividade

As organizações de pequeno e médio porte devem ter permissão para coordenar seus esforços, o que pode incluir negociação coletiva com plataformas.

  1. Transparência

O mais alto grau possível de transparência deve ser adotado tanto para o processo de proposição e implementação dos mecanismos quanto para os resultados obtidos. Tanto plataformas quanto organizações jornalísticas devem adotar o mais alto grau possível de transparência para que todas as partes possam avaliar a equidade de qualquer acordo e para que terceiros possam avaliar o impacto do mecanismo como um todo. Por exemplo, os mecanismos podem exigir que as plataformas e as organizações compartilhem dados sobre o tamanho e o comportamento de suas audiências e venda e direcionamento de publicidade. Preocupações com a concorrência ainda podem ser levadas em consideração. Quando houver dados pessoais ou comercialmente sensíveis envolvidos, eles poderão ser compartilhados somente entre as partes e com qualquer órgão de fiscalização. Todas as informações devem ser compartilhadas com o público, quando devidamente agregadas e anonimizadas.

  1. Responsabilização

Os mecanismos não devem tolher a liberdade das organizações de responsabilizar as plataformas por suas ações por meio de seu jornalismo, ou a liberdade das plataformas de criticar as organizações de mídia. Os termos dos acordos entre eles devem ser divulgados para garantir que todas as partes possam ser responsabilizadas e para criar uma relação de confiança com o público.

É necessário que avaliadores terceirizados, independentes de qualquer órgão de fiscalização, possam analisar esses mecanismos e seus resultados. Eles devem ter o poder de fazer recomendações a esse órgão e, quando necessário e apropriado, aos órgãos legislativos. Eles devem garantir que haverá oportunidade de consulta pública sobre o desempenho dos mecanismos.

  1. Independência

Os mecanismos devem ser supervisionados e ter sua implementação fiscalizada por órgãos que sejam comprovadamente independentes dos segmentos de plataformas e de publicações jornalísticas. Embora esses órgãos possam, quando apropriado, ser estabelecidos e financiados por governos nacionais ou regionais, eles devem ser operacionalmente independentes de influência política e suficientemente bem financiados para mitigar qualquer risco de interferência indevida. Os órgãos de fiscalização devem ter metas e objetivos claros para permitir que o setor, pesquisadores, a sociedade civil e o público determinem se eles estão ou não cumprindo essas metas e objetivos.

  1. Resultados

Os mecanismos devem ser orientados para resultados, com os princípios de interesse público, pluralidade, diversidade e sustentabilidade da mídia em seu cerne. Eles devem ser avaliados regularmente por avaliadores independentes, que devem estar em condições de publicar uma análise honesta e robusta do desempenho dos mecanismos.

Acesse o documento completo, com todos os signatários.

Empresas multinacionais anunciam em vídeos desinformativos sobre a Amazônia

Empresas multinacionais anunciam em vídeos desinformativos sobre a Amazônia

Relatório da organização Ekō aponta que diversas empresas multinacionais têm anúncios de suas marcas em vídeos que espalham informações falsas sobre desmatamento, meio ambiente e incêndios na Amazônia. A informação é de Patrícia Campos Mello, da Folha de S.Paulo.

Segundo o relatório, empresas como Unilever, Mitsubishi, Panasonic, Unicef, Pão de Açúcar e Quinto Andar estão financiando, com seus anúncios, canais que espalham mentiras e desinformação sobre o meio ambiente, na maioria das vezes sem sequer saber disso.

A Ekō realizou o levantamento entre maio e junho deste ano. O relatório detectou ao todo 50 vídeos, sendo 31 deles monetizados, contendo desinformação, dados tirados de contexto, e teorias da conspiração relacionados à Amazônia e às mudanças climáticas. Esses vídeos tiveram um total de 4 milhões de visualizações e veicularam publicidade de 120 anunciantes diferentes.

Um exemplo citado pelo relatório é o vídeo Bolsonaro Reage a Queimadas na Amazônia, do canal VLOG Silvano Silva, que tem cerca de 275 mil inscritos. No vídeo, o youtuber Silvano Silva faz diversas afirmações falsas, como que as ONGs atuando na preservação da Amazônia são comandadas por “índios” que querem enriquecer e manter outras tribos na pobreza, que invasões a terras indígenas e assassinatos são falsos, e que a NASA teria dito que não havia nada atípico. O vídeo com as fake news tem anúncios de Panasonic e Localiza.

Outro exemplo são vídeos do canal do jornalista Alexandre Garcia no YouTube, que tem mais de 2,5 milhões de inscritos. Em um deles, intitulado As verdades sobre as fake news da Amazônia, Garcia diz que é impossível queimar a floresta tropical antes de outubro, e que incêndios reportados fora desse período são falsos, o que é mentira, pois boa parte dos incêndios é precedida por desmatamento. O vídeo tinha anúncio do Pão de Açúcar, que, após a reportagem da Folha, pediu a “paralisação da veiculação da campanha nos veículos digitais e a imediata revisão dos critérios que definem a compra e distribuição de mídia da marca”.

Em outro vídeo, o apresentador Sikêra Jr, em seu canal no YouTube, disse que houve diminuição nos índices de desmatamento pois a imprensa havia sido subornada a não cobrir mais o assunto, mais uma afirmação falsa. O canal, com mais de 5,4 milhões de inscritos, tem anúncios de empresas como a Unilever, Eucerin e Mitsubishi.

A Ekō criticou as diretrizes do YouTube sobre desinformação climática e remoção de conteúdo desinformativo sobre o assunto. A organização pediu que o Google, dono do YouTube, revise e amplie sua definição de desinformação climática, que atualmente é muito restrita.

Leia a reportagem da Folha na íntegra.

Telejornal na Índia é apresentado por inteligência artificial

Telejornal na Índia é apresentado por inteligência artificial
Telejornal na Índia é apresentado por inteligência artificial

Em meio a controvérsias sobre o uso de inteligência artificial no jornalismo, uma apresentadora criada por IA assumiu o comando de um telejornal no leste da Índia. Na estação de televisão Odisha TV, o chatbot chamado Lisa leu os destaques do noticiário em odia, idioma local.

Gerada por IA, Lisa apresentou as notícias enquanto utilizava um traje tradicional entre mulheres no local. Segundo a CNN, a novidade iniciou em abril deste ano, quando outro chatbot nomeado Sana fez o mesmo no canal de notícias Aaj Tak. O canal pertence ao grupo India Today, uma das principais organizações de mídia do País.

Para o público desatento, Lisa pode ser confundida com uma humana; no entanto, uma observação maior revela movimentos lentos e artificiais. Além da voz robótica e monótona, com entonação diferente da de profissionais humanos.

Apesar das limitações, a tecnologia facilitaria o consumo de notícias pela ampla variedade de idiomas: Sana, por exemplo, é capaz de se comunicar em até 75 idiomas.

Contudo, segundo as empresas, elas não possuem o objetivo de substituir os humanos, uma vez que após a leitura das manchetes o comando retorna aos jornalistas que debatem o assunto com os convidados.

 

Leia também:

Governo Lula deixa na “geladeira” plano de Jean Wyllys na comunicação

Governo Lula deixa na “geladeira” plano de Jean Wyllys na comunicação

O Governo Lula deixou “em suspenso” o plano de colocar o ex-deputado federal e jornalista Jean Wyllys como assessor na Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom). A decisão ocorreu após discussão nas redes sociais entre Wyllys e o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite. As informações são do UOL.

O desentendimento entre os dois ocorreu após o Governo Lula anunciar o fim do programa federal de escolas cívico-militares, marca do ex-presidente Jair Bolsonaro no setor da educação. Leite, que apoiou Bolsonaro nas eleições de 2018, declarou que manteria as escolas cívico-militares na rede estadual gaúcha.

Wyllys então se manifestou contra a decisão do governador do RS, chamando-o de “gay com homofobia”: “Que governadores héteros de direita e extrema direita fizessem isso já era esperado. Mas de um gay…? Se bem que gays com homofobia internalizada em geral desenvolvem libido e fetiches em relação ao autoritarismo e aos uniformes; se for branco e rico então… Tá feio, ‘bee’” (gíria para homem homossexual), escreveu o ex-deputado federal nas redes sociais.

Leite respondeu que a manifestação de Wyllys foi “deprimente e cheia de preconceitos em incontáveis direções − e que em nada contribui para construir uma sociedade com mais respeito e tolerância. Jean Wyllys, eu lamento a sua ignorância”.

O governador do RS denunciou Wyllys por homofobia no Ministério Público do estado. A Justiça determinou que o ex-deputado federal removesse as postagens contra Leite, o que ele fez.

Wyllys retornou ao Brasil após quatro anos, período descrito por ele próprio como autoexílio. Em 6 de junho, encontrou-se com o presidente Lula e recebeu o convite para trabalhar na área de Comunicação da Presidência. O nome de Wyllys foi sugestão da primeira-dama Janja da Silva, e a nomeação do ex-deputado gerou opiniões divergentes internamente. Os críticos ao trabalho de Wyllys citaram seu estilo “agressivo” nas redes sociais, que poderia acabar sendo utilizado também em ações da pasta.

Inscrições para curso de jornalismo ambiental terminam na próxima segunda (31/7)

Termina na próxima segunda-feira (31/7) o período de inscrições para o curso gratuito Jornalismo Investigativo Ambiental e Geojornalismo, promovido pela InfoAmazonia. Ao longo de dois meses, os participantes aprenderão sobre política ambiental no Brasil e no mundo, além de técnicas de investigação jornalística tradicional e guiada por dados geográficos.

Serão selecionadas até 50 pessoas. Os requisitos para a inscrição incluem ser comunicador, jornalista ou estudante dessa área. Na seleção, serão considerada[os critérios como diversidade de gênero, cor, origem e localidade.

As aulas serão realizadas em formato online, de agosto a setembro. O material ficará gravado e será disponibilizado para os participantes. Ao longo do curso, os selecionados farão provas para avaliar a evolução de cada um. A organização fornecerá um certificado para os alunos ao final do curso.

O objetivo das aulas é capacitar os participantes a trabalharem na cobertura de temas relacionados a delitos ambientais transfronteiriços na Amazônia, como desmatamento ilegal, queimadas, mineração ilegal e crimes contra a fauna. Após a conclusão do curso, os participantes poderão se candidatar a uma bolsa de reportagem no valor de até R$ 6.300 para produzir conteúdos relacionados ao tema do curso. O conteúdo produzido será publicado no site da InfoAmazonia.

Mais informações e inscrições aqui.

Jovem Pan demite apresentadora na volta das férias

Jovem Pan demite apresentadora na volta das férias

A Jovem Pan demitiu em 25/7 a apresentadora e repórter Katiuscia Sotomayor, que atuava como correspondente de política em Brasília. Segundo apuração do Notícias da TV, a profissional havia voltado de férias em 21/7 e trabalhou normalmente no dia 24.

A demissão de Katiuscia faz parte de um processo de reestruturação pelo qual a Jovem Pan está passando nos últimos meses. De acordo com o F5, da Folha de S.Paulo, o alto salário da jornalista também foi um dos motivos para o desligamento. Até março, Katiuscia comandou o programa Direto de Brasília, com informações sobre os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário.

A jornalista comentou que sua demissão ocorreu de forma “natural” e desejou sorte para quem venha a substitui-la. Em maio, Katiuscia viralizou nas redes sociais por ter chorado ao dar a notícia de que o ex-presidente Jair Bolsonaro tornou-se alvo de investigações da Polícia Federal. Entretanto, ela explicou que foi diagnosticada com epicondilite, uma alteração dos tendões que ficam na parte de fora do cotovelo, e que o choro foi ocasionado pela dor que sentiu ao vivo por causa da doença.

A Jovem Pan passa por uma crise financeira que motivou os cortes e reestruturação ocorridos nos últimos meses. Segundo o F5, mais de 100 patrocinadores deixaram de anunciar na emissora por causa da campanha Desmonetiza Jovem Pan, criada pelo grupo Sleeping Giants Brasil em função de conteúdos desinformativos e de apoio a atos golpistas veiculados pela emissora.

Vale lembrar também que o Ministério Público Federal (MPF) entrou com uma ação civil pública pedindo a cassação das duas concessões públicas de rádio da Jovem Pan por divulgação de fake news e incentivo a ataques golpistas. Outros nomes deixaram a emissora recentemente, como Adriana Reid, e programas foram encerrados, como o Fast News, exibido na faixa das 22 horas.

X: a sentença de morte do Twitter, que vai partindo sem deixar herdeiros

Por Luciana Gurgel

Luciana Gurgel

O rebranding do Twitter pegou o mundo de surpresa e desagradou boa parte dos usuários do agora X, entristecidos ou revoltados pelo fim do nome associado ao pássaro azul que acabou virando verbo, sinônimo de postar uma mensagem.

Essa associação entre imagem, palavra e o uso de um produto ou serviço não é fácil de alcançar. No entanto, Elon Musk jogou tudo para o alto e resolveu começar do zero, o que muitos atribuíram a mais um capricho do empresário excêntrico, que já fumou maconha durante uma entrevista e adora a letra X, usando-a como nome de seu novo brinquedo.

Musk já deu mostras, para o bem e para o mal, de que não é um empresário comum. É preciso reconhecer que ninguém se torna bilionário com a idade dele e vira o homem mais rico do mundo sem consistência.

Por isso, o rumo que ele sinalizou para o Twitter ao anunciar o rebranding − transformar a plataforma em muito mais do que uma rede social, ganhando dinheiro com serviços financeiros − até faria sentido comercialmente e estaria alinhado ao caminho de dois gigantes, WeChat e TikTok.

O primeiro é um aplicativo-faz-tudo usado por mais de 1 bilhão de chineses diariamente para praticamente todas as necessidades da vida cotidiana. É a terceira marca mais forte do mundo, segundo o relatório Media 50 da consultoria Brand Finance.

Já o TikTok, pressionado nos EUA e com riscos de ser obrigado a trocar de dono no país, anunciou em abril que iria aplicar “bilhões de dólares” na Indonésia, principalmente em publicidade e suporte a marcas interessadas em utilizar sua plataforma de comércio eletrônico para venda de produtos por meio de links nas transmissões.

Só que o mercado não comprou a versão apresentada para o que está sendo chamado por muitos de vandalismo ou destruição de um patrimônio por pura birra.

Não há evidências de que o objetivo de Musk fosse transformar o Twitter em uma máquina de fazer dinheiro sem depender da publicidade ou de venda de assinaturas quando ele desafiou o conselho que não o queria como dono e comprou a rede social por US$ 44 bilhões, em outubro passado. Ele até falava do super-app, mas não havia nada concreto nesse sentido. Sua narrativa era outra, centrada no idealismo de transformar o Twitter em “uma praça pública digital onde são debatidos os assuntos vitais para o futuro da humanidade”.

Mesmo que ele tenha mudado de ideia ao ver o tamanho do rombo financeiro, a fragilidade da oferta de super-app dá razão aos que apostam na ideia de capricho ou maldade, destruindo uma marca de que o mundo gostava antes de ele assumir o controle − uma vingança contra a rejeição.

Em um dos posts sobre o rebranding, Linda Yaccarino, CEO da plataforma, disse que o futuro do X seria a “interatividade ilimitada, centrada em áudio, vídeo, mensagens, pagamentos e atividades bancárias, criando um mercado global para ideias, bens, serviços e oportunidades”. Mas ficou por aí, sem detalhes sobre esse futuro.

Os críticos do suposto plano de super-app lembraram que o contexto do WeChat, modelo inspirador, é radicalmente diferente. Ele concentra vários serviços governamentais, e outros de companhias da própria holding Tencent, que tem em seus quadros milhares de funcionários afiliados ao Partido Comunista Chinês.

Alguns recordaram que Mark Zuckerberg também tentou um super-app há dez anos e fracassou − isso quando ainda não havia restrições sobre privacidade de dados como hoje em dia.

A seu favor, Musk tem o conhecimento no setor financeiro. Sua primeira empresa X deu origem ao PayPal, vendido para o eBay.

Mas é preciso confiança para conquistar clientes que coloquem seus recursos em um super-app ou se cadastrem para fazer compras nele. E foi ela que o Twitter jogou para o alto em um dia.

Os efeitos foram rápidos. A perda de valor da marca da empresa pode ser de US$ 5 bilhões a US$ 20 bilhões, dependendo da consultoria.

Se serve de consolo, caso o ex-Twitter e atual X morra, não será o Twitter que muita gente adorava. Aquele foi sepultado em outubro de 2022. Por enquanto, sem deixar herdeiros.


Para receber as notícias de MediaTalks em sua caixa postal ou se deixou de receber nossos comunicados, envie-nos um e-mail para incluir ou reativar seu endereço.

Hospital Albert Einstein lança plataforma de comunicação científica, o Science Arena

O Hospital Israelita Albert Einstein acaba de lançar uma nova plataforma de comunicação científica para conectar a pesquisa do Brasil e de outras partes do mundo: o Science Arena (sciencearena.org). É, como diz a diretora de comunicação da instituição e da própria plataforma, Débora Pratali, “uma iniciativa que tem como força motriz o jornalismo a favor da ciência aberta”.

Em texto que publicou no Linkedin, Pratali assinala: “Ao unir esforços, pesquisadores, profissionais de comunicação e jornalistas podem fortalecer o combate à disseminação de desinformação e também estabelecer canais de diálogo, a fim de aumentar o impacto da ciência na sociedade. O propósito do Science Arena é justamente ser um veículo que promove essa interação, a troca e o compartilhamento de conhecimento entre pesquisadores com foco na melhoria da saúde para a população. E como democratizar esse valioso conteúdo é fundamental para a construção do conhecimento, o portal é 100% gratuito, disponível em português e inglês”.

No texto de apresentação, o Science Arena explica que “mais do que apresentar descobertas, o objetivo é abrir possibilidades de diálogo dentro da comunidade de pesquisadores e trazer contexto às notícias”. E assegura: “Acreditamos que o jornalismo pode contribuir para o debate científico ao promover articulações entre múltiplos atores do sistema de ciência e tecnologia, intermediar o fluxo de informações relevantes e induzir a circulação de ideias”.

Homepage do Science Arena

Integram a equipe, além da própria Débora, Anderson Moço (coordenador editorial), Bruno de Pierro (produção editorial) e Ricardo Cunha Lay (coordenador da tradução). Arte e infográficos são assinados pelo Estúdio Voador e o desenvolvedor, pela Punto Comunicação.

O Einstein, vale ressaltar, conta com a parceria deste J&Cia na realização do Prêmio Einstein +Admirados da Saúde, Ciência e Bem-Estar, que será realizado neste segundo semestre pelo terceiro ano.

pt_BRPortuguese