Alexandre Ramalho, secretário de Segurança do Espírito Santo, incentivou ataques de ódio contra a repórter Suellen Araújo, da TV Vitória. Por meio das redes sociais, o coronel divulgou em 15/8 um vídeo em que era entrevistado pela jornalista, gravado e editado por sua assessoria.
Na entrevista, a comunicadora fala sobre as cinco mortes que ocorreram no Morro do Macaco, durante um suposto confronto policial. Ela mostra ao secretário uma declaração feita por um dos moradores do local, na qual um homem com o rosto coberto diz que os suspeitos foram executados já rendidos e que as provas contra eles foram forjadas.
Ao questioná-lo a respeito, o secretário teve uma reação negativa e “tentou descredenciar o trabalho da repórter”, segundo nota emitida pelo Sindicato dos Jornalistas do Espírito Santo e a Fenaj.
A publicação da entrevista foi feita no Instagram pessoal do coronel acompanhada da legenda: “Continuaremos fazendo a nossa parte. Quanto aos rapazes….meninos….deixo os comentários com vocês”. A postagem desencadeou diversos comentários com mensagens de ódio à repórter e a imprensa.
“Solicitamos ao governador Casagrande, bem como a sua equipe, que respeitem os/as jornalistas e o jornalismo, pois a liberdade de imprensa é um dos principais pilares da Democracia. Nenhum servidor público está acima da lei e cabe também ao Governo praticar princípios éticos e de respeito aos Direitos Humanos”, finaliza a nota.
Carla Simões, superintendente executiva de Comunicação e Marketing da CNseg
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A Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) lançará, nesta sexta-feira (18/8), o Notícias do Seguro (noticiasdoseguro.org.br), site de conteúdos que abordará de maneira simplificada e educativa temas relacionados a seguros, previdência privada, saúde suplementar e capitalização.
A plataforma surge como mais uma iniciativa da entidade para democratizar o acesso aos conteúdos do mercado segurador, com o objetivo de informar e educar a sociedade a partir do trabalho da imprensa.
Carla Simões, superintendente executiva de Comunicação e Marketing da CNseg
A ideia é que, além do relacionamento já estabelecido com a mídia especializada, o novo hub aproxime jornalistas de outras áreas e de todo o Brasil, levando informações relevantes e que impactam diretamente a vida de toda a população. Entrarão na linha de produção desse novo site temas atuais como sustentabilidade, diversidade e inclusão, proteção de dados, economia e novas tecnologias.
“Nosso objetivo é democratizar o acesso, começando pelo profissional que tem a maior proximidade com o consumidor, que é o jornalista”, explica a superintendente executiva de Comunicação e Marketing da CNseg, Carla Simões. “Conteúdo é o que não nos falta e precisamos torná-lo cada vez mais relevante para as pessoas, para as que conhecem os produtos do mercado e para as que precisam conhecer. Queremos prestar serviço compartilhando conteúdo de qualidade”.
Com uma linguagem simples, a plataforma contará com reportagens do setor, artigos, infográficos, curiosidades, dicas, cartilhas de educação financeira e securitária, além de conteúdos gratuitos e de livre reprodução para toda a imprensa, incluindo vídeos e podcast.
Os conteúdos serão produzidos por jornalistas, designers e outros profissionais da Confederação, sob a liderança de Carla Simões. Há pouco mais de um ano à frente da Superintendência, a executiva acumula na carreira passagens por diversas empresas, agências de comunicação e serviço público, além de experiência em redações, entre elas Bloomberg e TVs Globo e Tribuna.
Institucional e revista centenária
O site da CNseg também passou por reformulação e assumirá a partir de agora um papel mais institucional, com o objetivo de dar mais transparência e visibilidade às atividades da entidade. Outra novidade envolve a Revista de Seguros, publicação trimestral que completou neste ano 103 anos de idade e ganhará uma versão digital a partir de setembro próximo.
A TV Cultura anunciou na quinta-feira (17/8) três novas afiliadas da emissora: o canal 16 de Juazeiro do Norte, no Ceará; a TV Porto, de Porto Seguro, na Bahia; e a Rede Bela Aliança, de Rio do Sul, em Santa Catarina.
“São três milhões de habitantes que devem receber o sinal da TV Cultura, contemplando a programação educativa, cultural e de entretenimento”, explica Fábio Chateaubriand Borba, Diretor de Redes da Cultura. Além das novas afiliadas, a emissora renovou os contratos de afiliação com a TV Cultura Norte Paranaense, de Rolândia, no Paraná, e acom a TV Baiana, de Salvador, na Bahia.
No dia 9/8, a Cultura promoveu uma reunião com mais de 70 representantes de afiliadas em todo o Brasil para discutir temas como conteúdo, técnica e oportunidades comerciais. Atualmente, a Cultura est[a presente em todos os estados Brasileiros, com mais de 200 canais próprios no Estado de São Paulo e no Distrito Federal, 65 afiliadas geradoras e 350 retransmissoras espalhadas pelo País.
Lupa abre inscrições para a segunda edição do treinamento em checagem de fatos
A Lupa abriu inscrições para a segunda edição do Mirante, programa de treinamento em checagem de fatos. A iniciativa visa a treinar e aprimorar as habilidades de checagem, para levar informações de qualidade a regiões periféricas e desertos de notícias.
O programa irá oferecer treinamentos gratuitos e remotos de capacitação em técnicas jornalísticas de combate à desinformação, checagem de fatos, monitoramento de conteúdos falsos e iniciativas de distribuição de conteúdo verificado em plataformas digitais, além de ações de educação midiática e divulgação científica, com foco no desenvolvimento do pensamento crítico.
São 30 vagas destinadas a profissionais e estudantes do último ano de graduação na área, que residam em periferias e favelas brasileiras, assim como em territórios quilombolas, ribeirinhos e indígenas.
Aqueles que concluírem o programa, além de passarem a fazer parte do banco de talentos da Lupa, poderão ser selecionados para atuar em outros projetos, como a cobertura das Eleições de 2024.
Com duração de quatro meses, o Mirante começará em outubro deste ano, com conclusão prevista para janeiro de 2024. Os interessados em participar devem se inscrever até as 17h do dia 16 de setembro.
Giovana Teles, ex-repórter da Globo, anunciou em suas redes sociais que assume a assessoria de imprensa da Secretaria-Geral da Presidência da República, pasta liderada pelo ministro Márcio Macêdo.
Teles comentou: “Mudar de casa é bom. É parte da minha vida desde pequeninha. Novas janelas. Caminho aberto para descobertas. O que faço questão é de sol na trilha o máximo de tempo possível. Essa é a paisagem que passo a ter a partir de agora. Já um tanto familiar mas num ângulo totalmente diferente. Portas abertas para receber os colegas jornalistas com garantia de brisa fresca e un cafelito, por supuesto“.
A jornalista foi dispensada da TV Globo em abril, após cerca de 30 anos de casa. Ela estava na emissora desde 1994. Natural de Fortaleza, começou na TV Verdes Mares, afiliada da Globo no estado. Em 2002, foi contratada pela Globo Brasília para trabalhar nos jornais locais Bom Dia DF e DF TV. Especializada em Política, fez em 2009 sua primeira reportagem para o Jornal Nacional. Também falava sobre o assunto no Jornal da Globo.
Teles foi um dos nomes que deixaram a Globo em meio a uma onda de demissões promovida pela emissora em meados de abril deste ano, sob a justificativa de redução de custos.
Glenda Kozlowski e Zeca Camargo têm novo programa na Band
Glenda Kozlowski e Zeca Camargo estreiam na segunda-feira (21/8), às 20h30, o programa Melhor da noite, na Band. Ao vivo, de segunda a sexta-feira, depois do Jornal da Band, está alicerçado em jornalismo, entretenimento e interatividade. No elenco, estão também um rapper, um humorista, um chef de cozinha e Rodrigo Alvarez,colunista internacional, com base na Europa.
Glenda vai trabalhar com entretenimento depois de 30 anos no esporte, e pela primeira vez com plateia, no auditório que comporta cem pessoas. Zeca aposta no formato ao vivo, em outro ritmo do que está habituado, e com a participação do público de casa, por meio das redes sociais.
Ignácio Iglesias, diretor do programa, destaca que os apresentadores terão a ajuda de uma personagem artificial, uma voz feminina irreverente, que vai agregar informações, comentários, ajustes técnicos e respostas a quem estiver assistindo. Também as rádios e TVs do Grupo Bandeirantes no País vão trabalhar em conjunto para apresentar diversidade, com mistura de sotaques e expressões culturais.
O Oxford Internet Institute (OII), centro de pesquisas dedicado a estudar a influência da tecnologia na sociedade, publicou há duas semanas um relatório sobre inteligência artificial generativa, jornalismo e o futuro da democracia. O documento consolida os debates de um simpósio promovido pelo instituto em junho, reunindo acadêmicos do próprio OII, de outras instituições e jornalistas.
Parte do que foi discutido não é novidade: a IA já estava no jornalismo há algum tempo, ainda que nem todos percebessem isso; o problema de direitos autorais é um risco para quem produz conteúdo; e os textos ou imagens produzidos pelos robôs não são confiáveis.
Saindo do óbvio, há reflexões interessantes − e preocupantes − levantadas pelos participantes do encontro sobre o uso da IA na mídia e seu efeito sobre a democracia por meio do jornalismo e da mídia de forma mais ampla, incluindo as sociais.
Uma delas é a personalização, que permite adaptar linguagem ou estilo na apresentação de informações para públicos de diferentes idades ou origens. Hanna Kirk, do OII, se disse “empolgada e assustada” com esse recurso.
Ela teme que os LLMs (Large Language Models) sejam usados para treinar modelos de linguagem radicais, que assumam narrativas anti-woke. Woke é o termo em inglês para depreciar o chamado comportamento politicamente correto, traduzindo-se em oposição à inclusão, à diversidade e à proteção do meio ambiente.
A pesquisadora apontou ainda o risco de a personalização tornar ainda mais difícil que as pessoas sejam expostas a pontos de vista diferentes dos seus, aprofundando o problema das bolhas de filtro das redes sociais.
Embora Kirk seja favorável a algum tipo de personalização, “dentro dos limites” − sejam eles quais forem ou quem os determine −, ela admite que é quase inevitável haver algum “esgarçamento ideológico”.
Outro risco debatido foi a falta de diversidade e de um processo democrático no treinamento dos LLMs, o que explica os preconceitos e a chamada hegemonia cultural do conteúdo gerado pelas IAs.
Hanna Kirk explicou que, apesar de revisores humanos darem feedback para melhorar a qualidade das respostas (o chamado Feedback Learning ou RLHF, de reinforcement learning from human feedback), os dados coletados são geralmente de um número pequeno de pessoas. E “sob as especificações dos tecnocratas do Vale do Silício”. Isso significa que poucos seres humanos concentram o poder de moldar os modelos usados em todo o mundo, salientou. E preconceitos acabam sendo espelhados neles.
A pesquisadora criticou o que chamou de falsa suposição de universalidade desses modelos: a ideia de que o treinamento de um chatbot com base nas preferências e no feedback de cerca de 50 funcionários é generalizável para a diversidade de humanos que usarão a tecnologia.
Ela acredita que os vieses não são produto da arquitetura dos sistemas de IA generativa, mas da forma como eles são treinados.
Por isso, recomendou, é crucial refletir sobre a visão de mundo desejada para esses modelos − quais vozes serão incluídas e priorizadas − e sobre como eles podem ser ajustados de forma a se tornarem “inofensivos, prestativos e honestos”.
Jornalistas do Financial Times e da BBC falaram sobre as questões que enfrentam em suas redações, como a preocupação com deepfakes, que podem enganar tanto os profissionais quanto o público.
As ferramentas sofisticadas de criação de imagens e vídeos estão permitindo a disseminação de conteúdo falso atribuído a grandes veículos de mídia, servindo como instrumento para manipulação.
Outra ameaça associada ao jornalismo é a da perda do controle. Gemma Newlands, também pesquisadora do OII, comentou sobre o temor de que as redações se tornem extremamente dependentes de pouquíssimas empresas “com tendências monopolistas”. E falou sobre o risco de os chatbots substituirem as camadas humanas em processos que não possam ser revertidos futuramente.
Para equilibrar tudo isso, diz o relatório, a saída é uma regulamentação da IA que não fique nas mãos apenas de empresas privadas e reguladores do Norte Global e inclua o público na tomada de decisão − o que não parece nada fácil nem provável que aconteça.
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Um policial militar apontou um fuzil para a repórter Danielle Zampollo, da equipe do Profissão Repórter, da TV Globo, enquanto ela fazia uma reportagem sobre a Operação Escudo na comunidade Prainha, em Guarujá (SP).
Durante o programa exibido em 15/8, Danielle revelou que havia acabado de chegar ao local quando notou a vinda de uma viatura do COI, da Polícia Militar. No vídeo gravado pela repórter, ela se apresenta como jornalista e questiona qual trabalho o policial realizaria, porém ele não responde.
A profissional permanece filmando a entrada dos policiais na comunidade, avisando que estava ali para registrar o trabalho deles, quando o policial apontou o fuzil para ela. Segundo o relato, o policial não usava nenhuma identificação na farda, o que é obrigatório.
“Quando ele começou a apontar o fuzil pra mim, e manteve a arma apontada, eu estranhei. Achei que estivesse acontecendo alguma coisa. Olho pra trás e não tem ninguém. Só eu, numa viela estreita. Aí que eu vi que era comigo. Ele ficou 17 segundos apontando o fuzil pra mim, sem parar”, relatou.
Ao perceber o perigo da ação, ela decidiu se esconder para se proteger: “Tinha uma casa em frente, me apresentei para o morador e pedi para ficar na porta dele, para sair da mira do policial. E esse mesmo policial que estava apontando o fuzil para mim decidiu me filmar. Pegou o celular dele e resolveu fazer um vídeo”, continuou.
Em entrevista a Caco Barcelos, o comandante geral da PM, Cássio Araújo de Freitas, afirmou que a postura cautelosa do policial se deve ao alto risco do local e que na ocasião o profissional não sabia da presença da jornalista.
O apresentador informou que ela havia se identificado e que o policial publicou na internet a filmagem dela, o comandante disse que até então não tinha recebido essas informações.
O canal por assinatura Play TV – voltado para a cultura pop oriental e os games – lança nesta quarta-feira (16/8) o programa TV Clube Coreia. Com duração de meia hora, vai ao ar todas as quartas-feiras, às 20h, com reprise aos sábados, às 12 horas. Idealizado e apresentado pela jornalista Yoo Na Kim, aborda temas exclusivamente focados na Coreia do Sul, como cultura, gastronomia, comportamento, beleza e a música K-pop. Ela recebe convidados brasileiros, que trazem um mix de experiências entre coreanos e brasileiros.
Nascida em Seul, Yoo Na Kim mudou para São Paulo com a família aos seis anos de idade. Formada pela Anhembi Morumbi, já publicou oito livros como escritora e divulgadora da cultura coreana. É conhecida como embaixadora da Coreia no bairro do Bom Retiro, um polo cultural das tradições desse país.
A Play TV, uma parceria com a Band, está nos canais 122 da Claro, 143 da Oi, 161 da Sky e 574 na parabólica.
Decisão do STF pode ser desastrosa para a imprensa e levar à autocensura
A decisão do STF de responsabilizar os veículos de comunicação por declarações feitas por entrevistados e outras fontes tem sido vista como uma tragédia para o jornalismo brasileiro, e há, entre os jornalistas de um modo geral, o sentimento de repúdio contra ela, porque poderá afetar seriamente, como lembra Luiz Roberto de Souza Queiroz, tradicional colaborador do Jornalistas&Cia , “a capacidade de os jornais publicarem entrevistas denunciando crimes”, razão pela qual ele defende uma reação dos jornalistas e das entidades profissionais da categoria.
A decisão do STF abre caminho para que um jornal venha a ser condenado por divulgar, mesmo entre aspas, a declaração de um entrevistado que seja considerada crime de injúria, calúnia ou difamação. “Decisão gravíssima e totalmente contra a liberdade de imprensa”, diz Bebeto, como todos o conhecem, e que, “se não for contestada e derrubada, levará os jornais a adotarem a autocensura para não correrem o risco de serem condenados pelo que digam seus entrevistados”.
Ele lembra que quem levantou a questão foi a editorialista da Folha, Lygia Maria. “Ela conta”, diz Bebeto, “que há quase 20 anos o Diário de Pernambuco entrevistou o delegado Wandenkolk Wanderley, que disse que o atentado a bomba no aeroporto do Recife foi responsabilidade do então deputado Ricardo Zaratini (que por sinal já morreu). Inconformado, o deputado processou o delegado… e perdeu.
Zaratini resolveu então processar O MENSAGEIRO, isto é, o jornal que publicou a entrevista e que tinha publicado a afirmação do delegado, portanto A FONTE, e colocado a frase entre aspas. Dois ministros do STF, Rosa Weber e Celso de Mello, discordaram, dizendo que o jornal não podia ser responsabilizado pelo que disse o entrevistado, mas os demais deram ganho de causa a Zaratini. O jornal foi condenado. A editorialista lembra que fosse esse o entendimento do STF no passado, os jornais poderiam ser condenados por divulgarem a entrevista de Pedro Collor, que denunciou a corrupção do irmão, o presidente Collor, corrupção essa que levou ao impeachment.
A partir de hoje se o Lula ou um delegado da Polícia Federal fizer uma acusação a Bolsonaro por causa do relógio que ganhou de presente e vendeu nos EUA, o jornal pode ser condenado por ter publicado a denúncia, mesmo que citada a fonte. Entendo que ou o Sindicato e nós, jornalistas, reagimos contra essa decisão claramente errada ou os jornais deixarão de publicar notícias que possam resultar eventualmente em processos”.
Marcelo Rech, presidente da ANJ, vai na mesma direção: “A decisão afeta negativamente a liberdade de imprensa, porque pode levar ao crescimento da autocensura e a uma restrição ainda maior da difusão de conteúdos jornalísticos de interesse público.”
Para Juca Kfouri, colunista do UOL, essa é, “sem dúvida alguma, uma decisão desastrosa. Todos os veículos brasileiros terão receio, por exemplo, de publicar qualquer declaração do contrabandista de joias e genocida ex-presidente da República. O STF deve repensar. O ofendido tem como recorrer à Justiça contra quem ele julgar ser o ofensor. O meio é só a mensagem. O mensageiro é quem deve arcar com ela”.