A Record demitiu na última semana o diretor de Jornalismo da Record News Thiago Feitosa. No cargo desde 2020, o profissional foi desligado após denúncias da ex-apresentadora do canal Rhiza Castro.
Em outubro, Rhiza revelou que saiu da emissora depois de sofrer episódios constantes de assédio sexual. Ela também informou que abriu um processo trabalhista contra a Record e outro contra o assediador.
Segundo a comunicadora, além de convites para jantares, o diretor tirava fotos dela enquanto trabalhava e ela as recebia por mensagens acompanhadas de elogios a sua beleza. Em janeiro, dois dias após Rhiza denunciar o caso ao RH da emissora, ela foi demitida.
De acordo com o F5, da Folha. S Paulo, a Record optou pela demissão de Feitosa não só pela condenação em primeira instância em um dos processos movidos por ela, mas também por uma ação criminal em que ele pagou R$ 26 mil após fechar um acordo de transação penal com o Ministério Público de São Paulo. Nele, Feitosa responsabiliza-se pelo crime, porém paga um valor para arquivar o processo.
Ao F5, Rhiza Castro declarou estar aliviada com o desligamento de seu agressor: “Sensação de justiça sendo feita. Só quem passou por este tipo de violência consegue entender a dor”.
Também contatado para se pronunciar sobre, Thiago enviou ao F5 a seguinte nota através de seu advogado Flávio Goldberg: “O inquérito policial está arquivado sem qualquer tipo de condenação ou culpa e correu em segredo de Justiça. Qualquer manifestação contrária a essa é criminosa”.
Após dois anos realizada de forma virtual em decorrência da pandemia da Covid-19, a cerimônia de entrega do Prêmio Einstein +Admirados da Imprensa de Saúde, Ciência e Bem-Estar será presencial. Será nesta segunda-feira (4/12), no Centro de Ensino e Pesquisa Albert Einstein − Campus Cecília e Abram Szajman, em São Paulo.
A atual edição, que ganhou duas novas categorias focadas exclusivamente em Jornalismo Científico, homenageará ao todo 39 jornalistas e 29 publicações.
Os TOP 26 (originalmente seriam 25, mas houve um empate) foram escolhidos a partir de uma lista de 101 profissionais que se classificaram no primeiro turno. Essa mesma lista definiu os TOP 3 das regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul; os TOP 3 Colunistas; os veículos TOP 3 nos segmentos Agência de Notícias, Canal Digital, Podcast, Programa de Rádio, Programa de TV, Site, Veículo Impresso e Veículo Impresso Especializado; e os veículos TOP 3 Especializados em Jornalismo Científico.
Entre os TOP 26, o destaque foi o protagonismo feminino, com as mulheres ficando com 22 representantes. Isso se repetiu nas categorias regionais, com quase todas as vagas ocupadas por mulheres entre os TOP 3 de cada região do País.
Durante a cerimônia de premiação serão conhecidos os TOP 5 +Admirados da Imprensa de Saúde, Ciência e Bem-Estar do Brasil, o +Admirado Profissional do Jornalismo Científico, os cinco campeões regionais, o +Admirado Colunista, e os veículos campeões das oito categorias e o campeão na categoria de Jornalismo Científico.
Aqui você pode conferir a lista dos +Admirados da Imprensa de Saúde e Bem-Estar.
Assembleia Legislativa do Paraná (Crédito: Josette Leprevost/Alep)
A Justiça do Paraná determinou que g1, RPC e Plural retirem do ar reportagens sobre a delação premiada envolvendo o presidente da Assembleia Legislativa do Paraná, Ademar Traiano, e o ex-deputado Plauto Miró, sob pena de multa diária de R$ 50 mil. A decisão também proíbe que os veículos publiquem novas reportagens sobre o assunto.
As matérias em questão tratam da delação do empresário Vicente Malucelli, que fechou acordo de colaboração com o Ministério Público do Paraná para falar sobre licitação da TV Icaraí, da qual é um dos responsáveis, para a produção de conteúdo da TV Assembleia.
Na decisão, a juíza Giani Maria Moreschi entendeu que a divulgação de detalhes do caso poderia causar danos ao processo, que corre em segredo de justiça: “O acordo de colaboração premiada e os depoimentos do colaborador serão mantidos em sigilo, sendo vedado ao magistrado decidir por sua publicidade em qualquer hipótese”, disse a magistrada.
Moreschi negou que a decisão seja algum tipo de censura e reiterou que a medida é temporária, até o levantamento do sigilo do processo. A decisão é em primeira instância e pode ser revista caso haja recurso.
A 4ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) rejeitou na quarta-feira (29/11) um pedido de indenização das filhas do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra para a família do jornalista Luiz Eduardo da Rocha Merlino, assassinado em 1971. Um dos mais cruéis torturadores da ditadura militar, Ustra morreu em 2015, e as filhas dele herdaram o processo.
Em 2018, o Tribunal de Justiça de São Paulo anulou a sentença argumentando que o caso havia prescrito, mas o caso foi retomado em 2023. No julgamento, o relator Marco Buzzi entendeu que a decisão do TJ-SP deveria ser anulada e analisada mais uma vez. Para Buzzi, a Lei da Anistia, “apesar de conceder anistia criminal aos envolvidos em atos ilícitos durante o regime nilitar, mas não versa sobre pedidos indenizatórios”, e considerou os crimes de Ustra como crimes contra a humanidade, e, portanto, a reparação a familiares de vítimas não prescreve.
Já a ministra Isabel Gallotti, com base no entendimento do Supremo Tribunal Federal, argumentou que o processo deveria ser extinto porque ações judiciais por danos morais causados por agentes públicos devem ser ajuizadas contra o Estado.
Por fim, o pedido de indenização foi negado por três votos a dois.
O jornalista Luiz Eduardo Merlino, militante do Partido Operário Comunista, foi preso em 15 de julho de 1971. Levado à sede do DOI-Codi, em São Paulo, foi torturado por 24 horas e assassinado quatro dias depois. Na época, alegou-se que ele tinha morrido após ser atropelado em uma tentativa de fuga. Porém, segundo denúncia do Ministério Público Federal (MPF), a morte ocorreu após a tortura, da qual participaram, além de Ustra, os policiais civis Aparecido Laertes Calandra e Dirceu Gravina. Os três foram denunciados por homicídio pelo MPF.
O canal independente Curta lançará produção sobre o primeiro grupo de extermínio brasileiro, a Scuderie Le Coq. O longa contará a história pela perspectiva da única testemunha ocular de sua criação, o repórter Luarlindo Ernesto.
Em Com As Próprias Mãos, a jovem jornalista Yasmin Santos pesquisa sobre as origens das milícias no Rio de Janeiro. Ao descobrir que Luarlindo está vivo, decide ir atrás dele para tentar convencê-lo a contar tudo o que viu.A produção audiovisual, dirigida por José Francisco Tapajós, mescla elementos ficcionais e documentais enquanto narra acontecimentos reais.
Com participação do próprio Luarlindo e outros depoentes, o longa estreia no canal no dia temático Sextas da História e da Sociedade, em 8 de dezembro, às 21h15. Após a estreia, além do site oficial da plataforma, o filme estará disponível no CurtaOn – Clube de Documentários, streaming disponível no Prime Video Channels.
O Supremo Tribunal Federal (STF) aprovou nesta quarta-feira (29/11) uma tese que responsabilizará veículos de comunicação por declarações de entrevistados que imputem falsamente crime a terceiros.
A tese, elaborada pelo ministro Alexandre de Moraes, incorpora sugestões de mudanças de Luís Roberto Barroso, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin. Segundo o tribunal, será cabível somente em casos de “indícios concretos de falsidade” da imputação e quando o veículo deixar de observar o “dever de cuidado na verificação da veracidade dos fatos e na divulgação da existência de tais indícios”.
O texto afirma que a proteção a liberdade de imprensa veda qualquer censura prévia, mas permite a responsabilização em caso de informações comprovadamente “injuriosas, difamantes, caluniosas, mentirosas, e em relação a eventuais danos materiais e morais”. Os conteúdos que se encaixarem nos critérios poderão ser removidos.
Em nota conjunta, entidades como Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) demonstraram preocupação que a ação contribua com o assédio judicial. E alertaram para a importância de ouvir outros jornalistas, veículos e organizações de defesa da liberdade de imprensa durante a definição da tese.
Fernando Collor de Mello (Crédito: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
O Ministério Público de Alagoas (MP-AL) concordou com um pedido feito pela TV Gazeta de Alagoas, emissora do ex-presidente Fernando Collor de Mello, para que a Globo seja obrigada a renovar o vínculo com a empresa, que termina em 31 de dezembro deste ano. As informações são de Gabriel Vaquer, do F5.
A Globo informou em outubro que não renovaria o contrato de afiliação com a TV Gazeta, depois de quase 50 anos de parceria, devido aos casos de corrupção envolvendo a emissora nos últimos anos. Collor, inclusive, foi condenado em julho deste ano pelo Supremo Tribunal Federal a oito anos de prisão pelo uso da TV Gazeta em esquema de propina.
A TV Gazeta, porém, entrou com pedido na Justiça para que a Globo seja obrigada a renovar o vínculo com a empresa de Alagoas por mais cinco anos, até 2028. Os motivos seriam que, sem o aporte da Globo, a TV Gazeta iria à falência, e não conseguiria cumprir acordos de pagamentos de dívidas. A emissora alagoana declarou ainda que, caso o contrato não seja renovado, haverá demissões em massa e qu serão extintos mais de 200 cargos de trabalho, do total de 279 da empresa.
Vale lembrar que a TV Gazeta, que acumula problemas financeiros e diversas dívidas, está em recuperação judicial desde 2019, e alega que, sem o aporte da Globo, não conseguirá cumprir com acordos dessa recuperação judicial.
O MP-AL concordou com os argumentos da TV Gazeta e considerou ou o pedido procedente. Para o MP, o ideal seria que a Globo renovasse o contrato por mais três anos, até 2026.
A Globo já havia encaminhado acordo para uma nova afiliada em Alagoas, o grupo Asa Branca, que já é parceira da emissora carioca em Caruaru, em Pernambuco.
Enquanto as críticas sobre a legitimidade de Dubai para sediar a COP28 turvam o brilho da conferência do clima da ONU, outro movimento de um integrante dos Emirados Árabes Unidos colocou o Reino Unido em suspense: a possível compra do Daily Telegraph por um consórcio financiado por Abu Dhabi.
A história parece enredo de série, combinando intrigas familiares, escândalo financeiro e política. O “protagonista” é um dos principais jornais do país, alinhado ao partido Conservador e à direita, que teve papel vital em momentos históricos recentes, como o Brexit e a eleição de Boris Johnson.
Ao contrário de outros títulos vendidos nos últimos anos, como o Washington Post, o grupo Telegraph, também dono da revista Spectator e do Sunday Telegraph, não ia mal. O problema é que ele foi colocado como garantia de um vultoso empréstimo tomado pelos irmãos David e Frederick Barclay, que comandavam um império empresarial nas áreas de construção, hotelaria e varejo, mas acabaram brigando em vida.
David morreu em 2021. Em julho deste ano, o Lloyds Bank apreendeu os títulos do grupo Telegraph por causa de uma dívida de £ 1,15 bilhão. O banco não quer operar o negócio e abriu uma concorrência para encontrar interessados.
Muitos nomes se apresentaram, incluindo donos de outras empresas jornalísticas, até que a própria família Barclay emergiu como candidata provável − só que financiada pelo IMI (International Media Investments), controlado pelo xeque Mansour bin Zayed Al Nayian, vice-presidente do emirado.
Segundo os que se opõem ao negócio, ele é um proeminente membro da família que comanda Abu Dhabi, e não é possível distinguir o que são recursos pessoais, corporativos e do Estado.
O IMI formou uma joint-venture com o RedBird Capital, empresa de private equity americana. No comando da operação está Jeff Zucker, ex-CEO da CNN, que perdeu o cargo no ano passado depois de uma série de confusões e em meio a um declínio da audiência da rede.
Se a venda se concretizar, não será o primeiro jornal britânico nas mãos de estrangeiros. O grupo News Corp., dono do The Times, concorrente do Telegraph, e do tabloide The Sun, pertence ao australiano Rupert Murdoch.
Até russos são tolerados. O Evening Standard, tabloide que antes da pandemia era um dos mais lidos do país, pertence a um ex-agente da KGB, Alexander Lebedev, e ao seu filho Evgeny. Eles também compraram parte do The Independent.
Então, por que a reação? Porque em tese, seria a primeira vez que um Estado se tornaria dono de um jornal no Reino Unido. O grupo árabe já é dono do time de futebol Manchester United, mas o avanço sobre a imprensa incomodou.
Na semana passada, o jornalista Charles Moore, uma autoridade da mídia, que já dirigiu os três jornais do grupo e escreveu uma festejada biografia da ex-premiê Margareth Tatcher, assinou um artigo de opinião no Telegraph em que classifica a “nacionalização” como “imperdoável”.
Moore, que detém o título de Sir pela sua contribuição à imprensa, usa a palavra nacionalização para dizer que se o próprio governo britânico estivesse incorporando um jornal isso seria visto como uma tomada de poder sem precedentes pelo Estado. No entanto, diz ele, uma nacionalização agora parece possível, só que “por um Estado árabe que não tem liberdade de imprensa”.
Nessa segunda-feira (27/11), o editor do Telegraph, Chris Evans, enviou um e-mail à equipe para responder aos que perguntaram sobre o futuro da independência editorial: “No momento, não sei mais do que o que você já leu”.
Jeff Zucker garante que haverá independência, e acusa concorrentes de “jogarem lama” para obstruir o negócio. Ele pode ter certa razão, pois a News Corp. de Murdoch quer ficar com a The Spectator.
Após pressão de parlamentares e de o caso ganhar visibilidade na imprensa, a secretária Nacional de Mídia, Lucy Frazer, anuncia nesta sexta-feira (1º/12) se abrirá uma investigação com a participação do órgão regulador de comunicação, fundamentada no risco ao interesse público.
O resultado do leilão está marcado para 10 de dezembro. Mas até lá alguns atores que hoje estão em cena podem ser eliminados da história.
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Organizações da sociedade civil realizarão ato em defesa da repórter Schirlei Alves, condenada pela Justiça de Santa Catarina por reportagem sobre o caso da influenciadora digital Mariana Ferrer.
Em 2020, a profissional tornou públicas as humilhações e ofensas sofridas pela influenciadora durante o julgamento no qual era vítima de estupro. O promotor Thiago Carriço e o juiz Rudson Marcos entraram com um processo contra Schirlei alegando danos morais. A juíza Andrea Cristina Rodrigues Studer, da 5ª Vara Criminal da Comarca de Florianópolis, condenou-a a um ano de prisão em regime aberto e a pagar multa de R$ 400 mil.
Segundo a coluna de Guilherme Amado, do Metrópoles, a manifestação deverá acontecer nesta quinta-feira (30/11) às 10h, no auditório da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em Florianópolis.
A Record TV afastou Márcio Santos, diretor de Recursos Humanos da emissora, de suas funções na empresa. O profissional foi acusado de assédio sexual pelo jornalista Elian Matte, editor da equipe de Roberto Cabrini. A Polícia Civil investiga o caso.
A Igreja Universal também afastou Santos de suas funções como voluntário na instituição religiosa, pois “não permite a presença de funcionários ou voluntários investigados pela polícia”.
O caso em questão foi revelado pela revista piauí. O assédio de Márcio Santos a Elian Matte inclui mensagens de cunho sexual e perguntas sobre a vida pessoal do repórter em reuniões de trabalho. Matte fez Boletim de Ocorrência e anexou prints de conversas com o diretor de RH.
As investidas de Santos começaram no ano passado. O diretor fez convites para Matte para tratar de questões de trabalho, mas o conteúdo das conversas passou a ser questões pessoais do repórter, incluindo se ele “gostava de cinema” ou se “malhava”. Em uma determinada reunião, Santos chegou a passar a mão pelo braço e corpo de Matte.
Posteriormente, o diretor de RH começou a enviar mensagens de cunho sexual para Matte pelo WhatsApp. O caso foi ficando pior, e chegou ao ponto em que Santos utilizava o sistema de câmeras do circuito interno, acessado por diretores via aplicativo no celular, para observar Matte no trabalho.
Por causa do assédio, o jornalista começou a ter depressão e crises de ansiedade, e foi diagnosticado com burnout. Ele chegou a denunciar o assédio à presidência da Record, mas não obteve resposta. Em um último contato, foi orientado a fazer um Boletim de Ocorrência, “esquecer o ocorrido e focar no trabalho”.
Matte anexou prints das mensagens de cunho sexual enviadas por Santos no Boletim de Ocorrência. Procurado pela piauí, o diretor de RH falou que tudo foi uma grande “brincadeira” e que é vítima de mentiras. A Record não havia se posicionado sobre o caso até a publicação deste texto.