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sexta-feira, julho 25, 2025

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Relatório internacional mostra jornalismo ambiental e climático under fire

Imagem: ELG21/Pixabay

Por Luciana Gurgel

Luciana Gurgel

Ao mesmo tempo em que cresce a consciência sobre o impacto das mudanças climáticas e de práticas ambientais predatórias, aumenta também o risco para jornalistas que cobrem esses temas.

Essa é a conclusão de um relatório produzido pelo International Press Institute (IPI), de autoria da jornalista italiana Barbara Trionfi, ex-diretora da instituição.

Climate and Environmental Journalism Under Fire é resultado de entrevistas com 40 jornalistas em 21 países, traçando um quadro sombrio, que vai além dos riscos pessoais. Ele mostra como a liberdade de expressão é comprometida por essas ameaças, afetando negativamente os esforços para reverter a crise do clima.

Barbara Trionfi (Crédito: IPI World Congress 2018)

A lista de problemas é longa: prisões, assédio legal; assédio online e campanhas de ódio nas redes; restrições à liberdade de circulação e obstáculos no acesso à informação − e é claro, a violência.

O caso do jornalista Dom Philips, assassinado na Amazônia junto com o indigenista Bruno Pereira, é um exemplo citado no trabalho. Ele documentava a situação no Vale do Javari para um livro, que até hoje não saiu.

A família e amigos conseguiram apoio para levar a obra até o fim, o que é uma exceção. Outros repórteres desistem de pautas ou morrem após denúncias, situação comum na América Latina e que afeta sobretudo jornalistas cidadãos ou de veículos comunitários, sem a proteção de grandes organizações.

Jornalistas atacados em suas comunidades

Este é um dos aspectos destacados no relatório. Trionfi aponta que muitos desses profissionais são freelancers e acabam atacados por membros de suas próprias comunidades envolvidos em atividades ilegais.

O estudo salienta ainda as ligações políticas, o poder econômico de atores ligados a atividades prejudiciais ao meio ambiente, a polarização em torno de questões climáticas, gerando hostilidade contra jornalistas, o envolvimento do crime organizado com essas atividades e a impunidade, que estimula a violência.

Os problemas acontecem em países com baixo grau de liberdade de imprensa, mas também em nações avançadas como a França.

Um dos cases apresentados no relatório narra a união de jornalistas ambientais na Bretanha para desafiar o que foi chamado de “lei do silêncio” na região, cobrando das autoridades a liberdade de expressão e acesso a informações sobre questões relacionadas ao agronegócio. Mais de 450 jornalistas e organizações de mídia subscreveram a carta.

O jogo é pesado. A jornalista investigativa Morgan Large personifica a extensão das ameaças: a rádio onde ela trabalhava foi invadida e perdeu propaganda de prefeituras locais. Seu cachorro foi envenenado. Ela foi alvo de assédio nas redes sociais e as rodas de seu carro foram afrouxadas duas vezes depois de reportagens críticas. Mesmo assim, pediu proteção e não conseguiu.

Morgan Large

Hostilidades e ativismo

Barbara Trionfi observa que a hostilidade contra os jornalistas está ligada ao ativismo de duas formas, sobretudo na Europa e na América do Norte.

Em primeiro lugar, os jornalistas ambientais e climáticos dão voz a fontes críticas, incluindo cientistas que apontam verdades que os negacionistas não querem ouvir, seja por ideologia ou por contrariar interesses. E assim viram objeto de ataques.

Mas os próprios profissionais de imprensa acabam sendo vistos como ativistas da causa ambiental, mesmo quando são independentes e seguem as boas práticas jornalísticas.

Assim como a lista de problemas, a de soluções também é longa e não traz nada diferente do que já se sabe.

Aos jornalistas e empresas o relatório recomenda cuidados como avaliar os riscos de uma cobertura, a aliança com repórteres locais familiarizados com a região (no caso de matérias em locais remotos) e busca de colaboração entre veículos, inclusive transfronteiriça.

Os Estados são instados a garantir acesso às informações, prover segurança para os jornalistas ambientais e combater a impunidade.

O estudo também pede aos grupos de apoio ao jornalismo atenção à formação em segurança, fomento de redes de contato e suporte jurídico para defesa de profissionais que sofrem assédio judicial.

Embora não sejam conselhos novos, são vitais para apagar a fogueira que ameaça o jornalismo climático e ambiental.

O relatório completo pode ser visto aqui.


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Rita Lisauskas é a nova contratada da TV Cultura

Rita Lisauskas é a nova contratada da TV Cultura

A TV Cultura anunciou a contratação de Rita Lisauskas para comandar o programa Opinião. A atração, que começa nova temporada em março, trará convidados que tratam de temas de interesse nacional, como política, economia, saúde, educação e comportamento.

De acordo com Rita, Opinão continuará com a proposta de temas semanais e presença especialistas com ideias opostas ou que se complementem: “Também quero manter a participação das pessoas do País inteiro, já que o Brasil é continental e a TV Cultura está presente em todos os estados”.

Ela também revelou que a nova edição trará a “opinião das redes sociais”, uma vez que são responsáveis por promover e fomentar debates: “A gente consegue ouvir a opinião de pessoas que estão fora do Brasil e em várias partes do País. As redes sociais são muito importantes neste momento, e eu quero trazer isso bem forte para dentro do Opinião“.

Com lançamento marcado para 7/3, às 20h30, o programa terá como temática de estreia Política, a arte de governar. Nele, os cientistas políticos Cláudio CoutoJoyce Luz discutem o conceito positivo de política.

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Faustão passa por cirurgia de transplante de rim

O apresentador Fausto Silva, o Faustão, foi internado no final de semana passado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, devido ao agravamento de uma doença renal crônica. Ele foi submetido a uma cirurgia de transplante de rim, que correu bem, sem intercorrências.

Pessoas próximas ao apresentador disseram ao F5 (Folha de S.Paulo) que Faustão já estava fazendo diálise, para suprir o mau funcionamento dos rins, desde dezembro do ano passado, e que nas últimas semanas estava se sentindo melhor, mas houve agravamento do quadro. O apresentador já deixou a UTI e está no quarto em observação.

A internação dele ocorre seis meses após ter sido submetido a uma cirurgia de transplante de coração, em 27 de agosto de 2023. Ele foi internado com o diagnóstico de insuficiência cardíaca e precisou fazer o transplante. Anteriormente, em 2018, passou por uma angioplastia para desobstruir artérias do coração, e colocou um marca-passo em 2020.

Teo José deixa o SBT após quatro anos

Teo José deixa o SBT após quatro anos

O narrador Teo José deixa o SBT após quatro anos de trabalho. O encerramento do contrato foi feito em comum acordo. José estava no SBT desde setembro de 2020, quando assinou para narrar as finais do Campeonato Carioca.

O narrador era a principal voz esportiva do SBT, no comando de jogos de Champions League, Libertadores, Copas América masculina e feminina, e Sul-Americana. José também apresentou o Arena SBT, após a saída de Benjamin Back.

Foi a segunda passagem do narrador no SBT. Na primeira, de 1995 a 1999, foi a principal voz do automobilismo na Fórmula Indy. Narrou também a Copa do Mundo de 1998, as Olimpíadas de 1996 e jogos da Copa Conmebol.

Fátima Bernardes não renova contrato com a Globo após 37 anos

Fátima Bernardes não renova contrato com a Globo após 37 anos
Crédito: Reprodução/Instagram/@fatimabernardes

A apresentadora Fátima Bernardes deixou de ser funcionária exclusiva da TV Globo. Após 37 anos de casa, o contrato da comunicadora terminou no final do ano passado e não foi renovado.

O anuncio foi feito pela rede social da profissional, onde afirma que permanecerá trabalhando na emissora pelo formato “obra certa”, em que o contrato dura até o fim do projeto em que atuar.

Fátima revelou também que já apresentou três propostas de projetos, um deles já em desenvolvimento, porém sem previsão de estreia: “O importante é que seja de qualidade como o público merece e a TV Globo sabe fazer, interessante e com o meu perfil. Um processo de trabalho muito parecido com o que aconteceu para o Encontro”.

Enquanto não for lançado, a apresentadora fará projetos paralelos, um deles nas Olimpiadas de Paris de 2024. Pela produtora de conteúdo Play9, ela realizará a cobertura do evento ao lado de jornalistas esportivos como Clayton Conservani e Tino Marcos.

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Repórter denuncia mascote do Internacional por importunação sexual; funcionário é afastado

Repórter denuncia mascote do Internacional por importunação sexual; funcionário é afastado
Gisele Kümpel (Crédito: Instagram)

A repórter Gisele Kümpel, do Canal Monumental, acusou o funcionário que interpreta o mascote Saci, do Internacional, de importunação sexual. O caso ocorreu no clássico entre Internacional e Grêmio, em 25/2, pelo Campeonato Gaúcho. O Internacional afastou o funcionário do clube.

A jornalista contou que, durante a cobertura do clássico, estava na parte de trás de um dos gols do Beira-Rio, e notou um comportamento estranho por parte do mascote. Ele fazia gestos em direção a ela e chegou a se aproximar para ver o que a repórter estava fazendo em seu celular.

Quando o Internacional fez o gol da vitória, o mascote se aproximou da repórter, que estava focada no jogo, e deu um abraço e um beijo no rosto dela sem seu consentimento. Segundo a jornalista, o funcionário deu “uma levantadinha” na máscara e ela pôde sentir seu rosto e suor.

“Quando me dei conta que ele invadiu minha privacidade, comecei a tremer, começou a me dar crise de ansiedade”, relatou Kümpel. “Só consegui pensar em mandar mensagem para a associação dos cronistas daqui. Falei: ‘O que faço? Acabei de ter uma importunação sexual, um abraço e beijo sem consentimento’. Eles me orientaram. (…) Fui registrar o B.O, e a delegada disse que isso é importunação. Vou entrar com representação e medida protetiva na delegacia da mulher”.

A repórter registrou Boletim de Ocorrência contra o funcionário do Internacional. O clube se manifestou sobre o caso, colocando à disposição imagens de seu circuito de monitoramento para a apuração do caso. O Internacional também informou que afastou o funcionário que interpretou o Saci.

Agência Pública celebrará 13 anos com evento em São Paulo

Para marcar seus 13 anos de vida, a Agência Pública promoverá em 13 de março o encontro O jornalismo na linha de frente da democracia. Promovido em parceria com o curso de Jornalismo e a Faculdade de Filosofia, Comunicação, Letras e Artes da PUC-SP, o evento vai reunir no Tucarena (Rua Bartira, 347) convidados como Ailton Krenak, Ana Toni, Juliana Dal Piva e Letícia Cesarino.

Serão duas mesas no período da manhã e uma no período da noite. A abertura será comandada por Fábio Cypriano, diretor da Faculdade de Filosofia, Comunicação, Letras e Artes da PUC e Natalia Viana, co-fundadora da Agência Pública.

A primeira mesa, às 8h30, vai discutir Desinformação e Populismo Digital. A co-fundadora da Pública, Natalia Viana, vai mediar a conversa com a antropóloga Letícia Cesarino e com Nina Santos, pesquisadora e professora da FGV.

Em seguida, às 10h30, a repórter Juliana Dal Piva e a jornalista e pesquisadora Fabiana Moraes conversam sobre como cobrir o governo de maneira equilibrada, com mediação do repórter da Pública Rubens Valente.

À noite, a partir das 19h, o evento será retomado com uma fala da reitora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Maria Amália Andery e de Marina Amaral, co-fundadora da Pública.

Em seguida, terá início a mesa Colapso climático e antropoceno, com a participação do ativista e escritor Ailton Krenak, da Secretária Nacional de Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Ana Toni, e do climatologista Carlos Nobre. A conversa será mediada por Giovana Girardi, chefe da cobertura socioambiental da Agência Pública.

O evento terá transmissão ao vivo pelo YouTube da Pública e também pela TV PUC. As inscrições para participação presencial são gratuitas.

CNN Brasil cria quadro com agregador de pesquisas eleitorais

CNN Brasil cria quadro com agregador de pesquisas eleitorais

A CNN estreou em 21/2 o quadro Índice CNN, apresentado pelo cientista político Antonio Lavareda e pelo analista político Iuri Pitta. Com foco em cobrir as eleições municipais de 2024, será exibido semanalmente às quartas-feiras, dentro do telejornal Brasil Meio-Dia

A estreia também foi acompanhada pelo lançamento de uma plataforma online, com o mesmo nome, que além de notícias inclui dados e pesquisas. Desenvolvida pelo Ipespe Analítica, a ferramenta de pesquisas online prevê trazer informações em tempo real de 100 cidades brasileiras com mais de 200 mil eleitores, incluindo as 26 capitais.

A novidade projeta as porcentagens de intenção de voto para prefeito em cada cidade através de levantamentos feitos por institutos brasileiros. De acordo com Antonio Lavareda, presidente do conselho científico do Ipespe, “a ferramenta oferece um olhar mais apurado da corrida não só entre os candidatos, mas entre os principais partidos. O Índice CNN também trará um placar das siglas que mais lideram as campanhas nas capitais do País”.

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Mercado do Jornalismo demitiu mais do que contratou em 2023, diz pesquisa

Levantamento da Press Manager aponta as maiores redações do Brasil
Crédito: Felicia Buitenwerf/Unsplash

Levantamento do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), feito a pedido da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), mostrou que cerca de 10,4 mil jornalistas foram demitidos em 2023, em comparação aos mais de 9,5 mil profissionais contratados.

O cargo que teve mais demissões foi o de editor, com 2.135 desligamentos, seguido por jornalista (1.942), e repórter (1.095). Em contrapartida, os único cargos que não tiveram saldo negativo na somatória entre profissionais contratados e demitidos foram de repórter de rádio e televisão e designer gráfico. O levantamento mostra também os meses nos quais ocorreram o maior número de demissões em 2023: Março (1.104), abril (943) e maio (915).

O maior número de contratações anuais ocorreu em São Paulo (2.988), seguido por Rio de Janeiro (915), Minas Gerais (740), Rio Grande do Sul (677) e Paraná (650). Apesar disso, estes cinco estados apresentaram saldo negativo, ou seja, tiveram mais demissões do que contratações. São Paulo, especificamente, teve saldo negativo de 510 postos de trabalho, do total de 883 perdidos no Brasil inteiro em 2023, somando-se contratações e demissões de jornalistas.

Para a Samira de Castro, presidenta da Fenaj, os dados do levantamento mostram o declínio do mercado formal para jornalistas no Brasil: “Entre 2013 e 2021, o mercado de trabalho com carteira assinada no jornalismo encolheu 21,3%. Em números absolutos, perdemos 12.999 vagas. Isso, num país em que 2.712 cidades e 26,7 milhões de brasileiros que nelas habitam não têm acesso a notícias sobre o lugar onde vivem”.

Confira mais dados do levantamento aqui.

Cinco reportagens brasileiras são finalistas do Sigma Awards 2024

Reportagens produzidas por InfoAmazonia, O Joio e O Trigo, Repórter Brasil, Fiquem Sabendo e Intercept Brasil foram selecionadas entre os 52 trabalhos finalistas do Sigma Awards 2024. A iniciativa, criada para reconhecer os melhores trabalhos em jornalismo de dados no mundo, recebeu nesta edição 59 inscrições, de 332 veículos e 78 países.

Entre as publicações brasileiras, cinco trabalhos seguem concorrendo ao prêmio de U$ 5 mil dólares. Destaque para a InfoAmazonia, que classificou dois trabalhos: Grupo Casino continua vendendo carne proveniente da Terra Indígena Uru-Eu-Wau-Wau, apesar de processo judicial na França, de Fábio Bispo, e Ferrogrão afetará pelo menos 6 terras indígenas, 17 unidades de conservação e 3 povos isolados, de Leandro Melito, este segundo produzido em parceria com O Joio e o Trigo.

Também seguem na disputa as reportagens Acessamos as notas fiscais do cartão corporativo da Presidência, da Fiquem Sabendo; Você está na rota da lama? Veja locais que seriam soterrados por rompimento de barragens, de Hélen Freitas, Marina Rossi e Hugo Nicolau, para o Repórter Brasil; e a série Ladrões de Floresta, do Intercept Brasil.

Os sites piauí e UOL também concorrem como mídias parceiras do projeto holandês NarcoFiles, promovido pelo Projeto para Denúncia de Crime Organizado e Corrupção (OCCRP, na sigla em inglês).

Os vencedores serão conhecidos em março.

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