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quarta-feira, dezembro 17, 2025

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Renato Andrade é o novo secretário de Redação da Folha no DF

Renato Andrade, coordenador de Economia da sucursal de O Estado de S. Paulo, Em Brasília, despediu-se no último dia 25/3 e assume a partir desta semana a sucursal da Folha de S. Paulo, em substituição ao secretário de Redação Igor Gielow, que passou a dirigir a publicação em Brasília, no lugar de Melchíades Filho. Por enquanto, o posto de Renato no Estadão permanece vago. Ele estava em sua segunda passagem pelo jornal, onde permaneceu, por último, quatro anos – entrou pela primeira vez em 1996 e voltou em 2009. Ele brinca: “Agora saí do Real Madri para o Barcelona”.

André Chaves assume iG e BRZ Tech

André Chaves foi promovido, na semana passada, a presidente do iG e membro do Conselho Executivo da BRZ Tech, empresa de desenvolvimento de tecnologia (as chamadas “tecnologias disruptivas”). Ele havia sido contratado em outubro de 2012 como vice-presidente de Operações do iG. Tanto iG como BRZ Tech são integralmente controlados pelo grupo Ongoing, que detém ainda 30% da Ejesa, editora dos jornais Brasil Econômico, O Dia e Meia Hora. Juntamente com a Oi, de telefonia, compõem o braço Ongoing TMT (telecomunicações, mídia e tecnologia) no Brasil. O grupo Ongoing, multinacional portuguesa na origem, tem atuação bastante diversificada, constando de seu portfólio empresas nas áreas financeira, de consultoria, mercado imobiliário, infraestrutura e energia. Sua prioridade declarada é o mercado global de língua portuguesa, no qual o Brasil responde por três quartos do volume. A importância dos negócios locais ficou clara no início deste mês (7/3), quando Nuno Vasconcellos, presidente do Conselho de Administração da Ongoing, veio ao Rio de Janeiro para um evento que talvez não justificasse essa movimentação: o lançamento de mais uma página regional do iG (ver J&Cia 887). Sua presença foi saudada pelo governador Sérgio Cabral como demonstração de que “o grupo Ongoing acredita no Estado” e os investimentos no Rio são “uma reintegração dos laços entre Brasil e Portugal”. Na rápida abertura do evento, André Chaves disse, entre outras coisas, que o iG pretende trazer para o Brasil avanços tecnológicos. Ora, se uma empresa de mídia conta, no mesmo grupo, com uma operadora de telecomunicações, isto significa considerável vantagem competitiva. A Oi, da holding Brasil Telecom, é a segunda do País no seu segmento e pertence em 22% à Portugal Telecom, que também faz parte da Ongoing. Ao final do encontro, André Chaves falou a Jornalistas&Cia. Perguntado se a Oi no Brasil pode acompanhar o que há de avanço tecnológico na Portugal Telecom, respondeu: “O tamanho do mercado brasileiro não se compara com o de Portugal. Por exemplo, instalar fibra ótica lá é completamente diferente de atingir todo o território aqui”. Sem dúvida, qualquer inovação tecnológica no Brasil fica muito mais difícil de ser implantada do que em qualquer país da Europa, tanto pela extensão geográfica como pelo tamanho mesmo do mercado. No ano passado, a BRZ Tech foi considerada pelo The Huffington Post como uma das mais inovadoras e com grande potencial de crescimento no mercado de tecnologia mundial. A empresa é a criadora do Realtime Messaging System & Framework. Chaves traduziu essa marca: “É algo que o iG iniciou no Brasil. Está funcionando experimentalmente. Significa o publisher saber, sem o delay comum de dois minutos, quem está lendo o quê, e quando. Isso é importante para organizar a cobertura, os posts – entregar para o leitor o que ele quer, imediatamente, enquanto ele ainda está lendo a notícia”. Interessa saber em que isso amplia a participação do iG, hoje o quinto portal mais acessado do Brasil. Chaves comenta: “O iG não deve necessariamente ser o maior, mas o mais rentável. Vai voltar a ter o perfil de inovação de seu lançamento, tanto editorial como no e-commerce. E aderir à mentalidade das telecoms, como B2B para o mercado. Vamos também prestar serviços para outros veículos, um benchmarking das telecoms, que já fazem isso entre si. A tecnologia tem um motivo: é cada vez mais relevante para o usuário. O que falta é o Brasil se enxergar como protagonista. Nossas empresas, hoje, exportam tecnologia de ponta. Precisamos encontrar nossa vocação, não podemos nos considerar coadjuvantes”. Apesar do pouco tempo de casa, André Chaves parece pronto para suas novas atribuições. Entre elas, a de ser um dos rostos mais visíveis do grupo Ongoing no Brasil.

Memórias da Redação ? O furo

Texto de Plínio Vicente da Silva ([email protected]) ressalta a importância do bom e velho furo de reportagem. O furo             Bons tempos aqueles em que a maior glória de qualquer jornalista era dar furo na concorrência. Esse, aliás, não era prazer único daqueles que atuavam nos grandes jornais e nas emissoras de rádio e televisão de ponta da capital, mas também de quem trabalhava em veículos de todos os tamanhos nos mais distantes rincões da Pátria. Muitos foram os que se fizeram jornalistas aprendendo a importância da boa notícia, aquela bem apurada, bem escrita e por isso bem dada. Coisa que nos tempos modernos, o da volúpia de quem abusa das redes sociais e da total ausência de responsabilidade com a informação, parece já não ter a mínima importância. Internet era assunto de visionários, coisa futurista que hibernava nos laboratórios de pesquisa e nas cabeças dos gênios que se dedicavam a uma nova ciência, a informática. As oficinas gráficas mais modernas já haviam substituído os tipos móveis de Gutenberg pela composição a quente, mas nas redações o máximo que se via dessa modernidade era a chegada das novíssimas Olivetti Línea 98, que vieram substituir as mais velhas, como a Lexicon 80, minha companheira de tantos anos. Eu adorava essa pequena notável, pesada, com estrutura de metal – a que, de longe, melhor aguentou o batente pesado das redações. Salete, minha mulher, a chamava de “a outra”, alegando que eu passava mais tempo com a velha máquina do que com a própria esposa. Aqueles não eram tempos fáceis. Em 1978 vivíamos sob o tacão de uma ditadura que fazia jus ao nome, principalmente devido ao controle da informação e à repressão imposta aos informadores que ousavam escrever ou falar com independência. Entretanto, o regime militar já sinalizava no horizonte com a possibilidade de dar início à distensão, o que nós, jornalistas, víamos como uma luz surgindo no fim do túnel. Nessa época eu tocava o Jornal da Cidade, de Jundiaí, depois de suceder a Waldemar Gonçalves na Chefia de Redação, e fazia frilas domingueiros para a Edição de Esportes do falecido JT. Foi nesse tempo que comecei a cultivar um sonho: atravessar o corredor do 6º andar e ir trabalhar na redação do Estadão. O que acabaria fazendo em julho de 1979, convidado para cobrir férias na editoria de Interior, chefiada por Ademar Orichio, um dos melhores amigos que conquistei na minha passagem pelo jornal da família Mesquita. Voltando ao JC, Sandro Vaia, um dos seus criadores, ao dar-lhe vida o transformara numa espécie de clone gráfico do Jornal da Tarde, onde trabalhava. O concorrente – o mesmo de ainda hoje – era o Jornal de Jundiaí, o JJ, e a disputa diária pelo mercado e pela notícia beirava as raias de uma guerra. Quem trabalhava num, odiava o outro. Dificilmente alguém trocava de camisa, foram raros os casos ao longo daqueles tempos. Orgulha-me dizer que foi nas minhas mãos que o diário comandado por Pedro Geraldo Campos e Gustavo Maryssael de Campos passou por uma grande transformação. O projeto que comandei lhe deu as condições necessárias para levar aos seus leitores – os de banca e assinantes – um produto de qualidade bastante aceitável. Como, por exemplo, a implantação de um novo parque gráfico, que entre outras melhorias ganhou uma impressora offset. Com ela, o tempo de rodagem da edição – que nos dias de semana chegava a 20 mil exemplares e a até 30 mil aos domingos – foi reduzido de várias horas para no máximo 40 minutos. Isso nos permitia trabalhar com um fechamento em que o deadline podia avançar até alta madrugada. As mudanças incluíram também a redação, cuja modernização, entretanto, devido ao momento político, não foi além de algumas novidades tecnológicas, pois os computadores eram ainda um sonho distante e pensar livre ainda não era um livre pensar. Entretanto, as matérias eram agora compostas não em linotipos e sim em máquinas eletrônicas IBM, com a incrível capacidade – pasmem!!! – de armazenar até seis mil caracteres na memória. Outra novidade foi a instalação de um telex, que abastecia a redação com o noticiário nacional distribuído pela Agência JB e o internacional, pela Associated Press. Isso permitiu que aposentássemos o rádio-gravador, com o qual capturávamos o Grande Jornal Falado Tupi para podermos “chupar” e copidescar as notícias mais importantes de fora de Jundiaí. Com tamanha folga no deadline, podíamos nos dar ao luxo de fechar a edição altas horas, pois o ganho de tempo com a impressão garantia o compromisso de o jornal ser entregue aos assinantes sempre antes das 5 horas da manhã. Numa dessas madrugadas estávamos à espera de uma matéria sobre jogo do Paulista de Jundiaí, o time de futebol profissional da cidade, que o saudoso Sidney Mazzonni fora cobrir no interior. A foto e um texto de não mais que 20 linhas tapariam o buraco aberto na página 8. Enquanto o repórter não chegava, de vez em quando eu ia ao telex ver se pintara alguma notícia interessante. Mas nada que merecesse reabrir a edição. Na metade da madrugada desse dia, 28 de setembro de 1978, lá pelas 3 e tanto, a notinha de meia linha, carimbada de urgente, me chamou a atenção: “Morreu o papa João Paulo I. Mais informações em instantes”. Instintivamente, chamei José Luiz, o Marrom, secretário-gráfico e clicherista do jornal, e pedi que removesse do past-up a manchete sobre um acidente de trânsito e abrisse espaço para uma nova. Nesse meio tempo Mazzoni chegou, escreveu a matéria de esportes, fechou a 8 e veio me ajudar na mudança da 1ª. Mas o deadline estava no limite, não dava para esperar por muito mais informações e o máximo que fizemos foi uma manchete: “Morre Paulo 1º, papa por um mês”; e sob ela, um olho: “Oriundo de família humilde, o ex-cardeal de Veneza, Albino Luciani, empossado chefe da Igreja Católica, Apostólica, Romana em 26 de agosto passado, nasceu em Forno di Canali em 17 de outubro de 1912. Foi o primeiro papa nascido no século XX e também o primeiro a usar um nome composto”. Naquele dia pude sentir o verdadeiro prazer proporcionado pelo bom jornalismo. Numa época em que o telex e o telefone eram apenas os mais evoluídos ancestrais de meios de comunicação instantâneos dos tempos atuais, como MSN, Twitter e Facebook, furamos o JJ e só isso já era apoteótico. Mas é bem provável também que a manchete do Jornal da Cidade tenha-se transformado num furo nacional. Desmintam-me se estiver errado…

Abril lançará Veja Brasília

A Editora Abril anunciou a publicação, provavelmente na primeira semana de junho, da Veja Brasília, nos mesmos moldes e projetos das já existentes em São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. O comando da Redação será de Ricardo Castanho, que já foi repórter e editor de Gastronomia do Guia Quatro Rodas.

Desde o lançamento de Veja BH, em maio de 2012, ele estava à frente do núcleo Veja Cidades, em São Paulo, responsável pelas edições Comer & Beber nas cidades de Porto Alegre, Salvador, Manaus, Goiânia, Belém, Brasília e ABC Paulista.

Com a mudança de Ricardo, a editora Fernanda Guzzo deverá ser promovida à Chefia de Veja Cidades. Vale dizer que Fernanda não tem nenhum parentesco com José Roberto Guzzo, ex-diretor da revista e que hoje é colunista de Exame. A revista também prepara um novo projeto gráfico, que está sendo tocado pela equipe de Arte de Veja São Paulo.

De papo pro ar – Cristo em teste

O paraibano de Umbuzeiro Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Mello, o Chatô, que implantou a televisão no Brasil em 1950 e foi chamado de gênio da raça etc., certa vez foi procurado por um jornalista que lhe pediu emprego como redator de um de seus jornais.

Como teste, Chatô exigiu um texto sobre Jesus Cristo. Ao que o candidato teria perguntado:

– Contra ou a favor?

Diz a lenda que ele ganhou o emprego na hora.

Chatô tem sido tema de sambas de enredo e até de um xaxado do rei baião Luiz Gonzaga, que lá pras tantas diz: Vou chamar dr. Assis/Meu patrão sabe o que diz….

Record Rio promove novos cortes

A Record cortou perto de 20 pessoas de seu quadro no Rio na última 6ª feira (22/3), entre elas os repórteres Carlos Ferreira, Cristina Cruz, Felipe Guedes e Leonardo Sales, citados por Patrícia Kogut em sua coluna no Globo. Também foram cortados os cargos de editores de texto, editores de imagem e produtores. Os funcionários fizeram manifestação na sede da empresa, em Benfica, e distribuíram uma carta aberta, que foi enviada a deputados estaduais e federais. Representantes dos sindicatos dos Jornalistas e dos Radialistas denunciaram o fato ao Ministério Público por considerá-lo “dispensa em massa” e devem ser abertos dois inquéritos. Desde o início do ano têm ocorrido demissões, atrasos no pagamento de salários e cancelamento de férias agendadas. Outro que saiu, mas a pedido, foi Júlio Teixeira Rebouças, que desde 2010 era editor do Domingo Espetacular.

Oposição entra na Justiça para suspender eleições na ABI

Ao ver frustradas suas tentativas de se inscrever às próximas eleições na ABI, a Chapa Vladimir Herzog, de oposição, contratou advogado e entrou na Justiça nesta 4ª.feira (27/3) com pedido de liminar para a suspensão do pleito, marcado para 26 de abril.

Segundo Paulo Jerônimo, o Pajê, um de seus integrantes, a solicitação terá entre suas bases o não cumprimento, por parte da atual diretoria, presidida por Maurício Azêdo, de regras estatutárias para o pagamento de atrasados de associados, a criação de prazos fictícios para impedir a oposição de regularizar a situação de seus integrantes e outras irregularidades. “Fomos impedidos de pagar atrasados de integrantes da nossa chapa, mas Azêdo o fez para os da chapa da situação, e temos comprovação disso”, afirma Pajê.

Em nota postada no próprio site da ABI informa-se que a Comissão Eleitoral, presidida por Continentino Porto, proclamou a Chapa Prudente de Morais Neto como única inscrita. Pajê garante que o único objetivo da oposição “é salvar a ABI, que está à beira da bancarrota”.

Brasil Econômico negocia com SJSP e greve é suspensa temporariamente

A direção do Brasil Econômico reuniu-se na tarde desta 4ª. Feira, 27/3, com o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, na sede da entidade, no Centro de São Paulo, e abriu negociações relativas ao futuro da equipe de profissionais na redação da capital paulista. Com isso, a perspectiva de greve desaparece momentaneamente, até pelo menos 2ª.feira, 1° de abril, quando em nova assembleia os jornalistas decidirão o que fazer. A empresa concordou em não demitir mais ninguém até o dia 17 de abril e até a próxima 4ª.feira, 3 de abril, prometeu enviar informações concretas sobre a transferência para o Rio e que benefícios oferecerá aos jornalistas que demitir em São Paulo. Com isso a tensão diminuiu e a equipe fica na expectativa dos desdobramentos das negociações. O relato foi feito à equipe pelo diretor do Sindicato, Paulo Zocchi, que participou diretamente das conversas. 

?Eu estava decidida, já há quatro anos, a sair da bancada?, diz Ana Paula Padrão

Uma semana após anunciar sua saída da bancada do Jornal da Record, Ana Paula Padrão aponta como coincidência o fim de seu contrato com a Record e a necessidade de se dedicar aos seus negócios, que cresceram além do esperado. “Desde o início estava previsto que seriam quatro anos, mas claro que isso não é uma coisa que se diz no mercado. Eu estava decidida, já há quatro anos, a sair da bancada, a não fazer mais jornalismo diário”, disse em entrevista ao Portal dos Jornalistas.   Ana Paula hoje comanda a produtora de conteúdo Touareg, o portal Tempo de Mulher e promove o evento Momento Mulher, destinado a lideranças femininas do mundo corporativo. “Fiz um business plan que foi atropelado pelas coisas, porque os eventos viraram sucesso, o site atingiu média de 30 milhões de acessos por mês. […] Era uma questão de escolha: ou eu saía agora ou eu não teria condições de cuidar disso aqui.”, conta. Confira a entrevista na íntegra: Portal dos Jornalistas – O que motivou sua saída da Record foi exclusivamente o sucesso de suas empresas? Ana Paula Padrão – Na verdade, foi uma coincidência de fatores. Meu contrato, de fato, terminou com a Record. Terminaria em um mês, e eu sugeri antecipar por causa do lançamento da programação. Não tinha cabimento eu participar do lançamento de uma programação da qual não participaria efetivamente. Desde o início estava previsto que seriam quatro anos, mas claro que isso não é uma coisa que se diz no mercado. Seriam quatro anos de qualquer maneira. Eu estava decidida, já há quatro anos, a sair da bancada, a não fazer mais jornalismo diário, de bancada e tal… Nesse meio tempo lancei a minha segunda empresa [o portal Tempo de Mulher], e ela está indo melhor do que eu imaginava. Fiz um business plan que foi atropelado pelas coisas, porque os novos eventos viraram sucesso, o nosso site muito rapidamente se tornou o site feminino de maior acesso no Brasil, com média de 30 milhões de acessos por mês. Eu realmente precisava de um olho maior, precisava ficar mais tempo aqui no escritório. A empresa [Record] já estava avisada de que eu realmente não queria renovar. Eles foram muito gentis comigo, queriam que eu ficasse mais tempo na bancada, mas não dava. Era uma questão de escolher mesmo: ou eu saía agora ou eu não ia ter condições de cuidar disso aqui. Portal dos Jornalistas – E de quanto foi esse crescimento além do esperado? Ana Paula – Tínhamos uma expectativa (o próprio MSN também) de fazer quatro, cinco milhões de pageviews num primeiro mês e chegar a dez milhões em seis meses. No primeiro mês, fizemos 23 milhões. E, de lá para cá, isso só cresce. Chegamos à média de 30 milhões de pageviews por mês. Ou seja: a minha previsão de crescimento lento foi totalmente ultrapassada. E aí, é claro, que a procura comercial pelo site aumentou muito, os projetos que criamos de conteúdo associado à marca para o portal também cresceram muito, os formatos em vídeo criados para o portal idem. Eu imaginava estar onde estou hoje somente daqui a um ano, e era uma previsão muito otimista, porque antes fiz muita pesquisa sobre os meus concorrentes no mercado, sobre como estariam. Outra área que cresceu muito foi a de eventos. Como o portal andou muito bem, antecipei o lançamento da plataforma de eventos, que estava prevista para este ano: fizemos três ainda no ano passado. Este ano, além de fazermos um grande aqui em São Paulo, vamos ter vários regionais, que é uma outra demanda que só imaginava conseguir lá pelo quarto ano. Portal dos Jornalistas – Como são esses eventos? Ana Paula – O Momento Mulher é um evento meio inspiracional, meio corporativo, com painéis sobre assuntos que interessam a mulheres que trabalham. Desde a conciliação da vida de executiva com toda a agenda por trás da agenda do trabalho da mulher até coisas como previdência privada para mulher, comportamento de mulheres CEOs (o que é difícil, o que não é), relacionamento, barreiras para que se chegue ao topo da carreira, o que uma empresa efetivamente precisa fazer para estimular a diversidade em seu ambiente. Também chamamos lideranças importantes no mundo para falar um pouco sobre qual a importância disso, que impacto elas têm em suas comunidades.  É um evento grande destinado a mulheres de classes A e B, que trabalham de alta gerência para cima. Já o Portal é inteiramente direcionado a mulheres de C e B menos. Os eventos não são associados ao portal. Eu tenho uma pesquisa muito grande e muito transversal sobre mulher, que mantenho atualizada sempre. Nós desenvolvemos uma maneira de nos comunicarmos com o repertório que ela [a mulher] quer, de um jeito que ela entenda. Abordamos assuntos que ela precisa saber, sabemos como ela consegue absorver esse conteúdo. Para o Portal, estudamos especificamente essa comunicação com mulher média brasileira, de classes C e B menos. Portal dos Jornalistas – Houve outro tipo de pesquisa que tenha reforçado sua ideia de deixar a bancada e focar no tema Mulher? Que a tenha feito pensar, inclusive, em um outro tipo de programa para a tevê, agora direcionado ao público feminino? Ana Paula – Por enquanto, eu realmente preciso estar aqui na empresa. Evidentemente que se aparecer alguma outra coisa que me interesse em tevê e que tenha a ver com os negócios, com o Tempo de Mulher, que tenha a ver com essa minha comunicação com o universo feminino, eu vou estudar. O que não quero mais fazer é bancada, porque não consigo mais associar as duas coisas, ficou muito difícil fazer isso. Mas é óbvio que se aparecer uma outra oportunidade, eu estudo. Não estou procurando, não vou atrás, mas estou totalmente aberta a ouvir isso. É uma coisa que tem cabimento, eu gosto de tevê, tem a ver comigo, mas não estou procurando isso neste momento. Pesquisa sobre transversalidade e aceitação de imagem eu faço o tempo inteiro! A cada pesquisa que faço sobre mulher, faço também uma sobre a minha imagem, para saber se está indo bem ou não, se eu disse alguma coisa que não foi legal para elas… Pesquiso muito sobre tudo. Mesmo quando fazia reportagens, gastava muito mais tempo na pré-produção do que na execução em si. Às vezes levava um ano na pesquisa sobre determinada série de reportagens e a realizava em duas semanas. Gosto muito da fase de pré-produção, pesquiso muito. Todas essas pesquisas que aplico – e aplicamos uma por semana para o portal, e uma grande a cada três meses, pelo menos – envolvem, inclusive, a minha imagem. Portal dos Jornalistas – Desde o lançamento do portal até agora você observou alguma mudança em relação à vinculação de sua imagem a essa mulher que você hoje atinge? Ana Paula Padrão – Eu já havia feito pesquisa sobre a minha imagem para a classe C. Não poria na rede um portal para C se não tivesse feito uma pesquisa.  Até poderia, mas não com a minha imagem. No entanto, chegamos à conclusão, na época, de que era muito apropriado lançar com a minha imagem. Desde então faço pesquisas de transversalidade. A aceitação só melhora, de recall da imagem, de penetração em diversas classes sociais. Tudo isso está muito bem, me encoraja. A minha imagem como liderança feminina forte aparece muito bem nas pesquisas, o que me leva a crer que qualquer produto associado a isso, qualquer iniciativa associada à causa tem muito cabimento. Portal dos Jornalistas – Você acredita que o período em que esteve na Record a aproximou desse público? Ana Paula – Definitivamente. Acho que tanto no SBT quanto na Record. Minha imagem estava muito associada ao público de classe AB pelos assuntos que eu cobria, que eram Política, Economia, regiões de conflito. Ter passado pelo SBT e pela Record deixou minha imagem muito mais aberta, muito mais transversal e me fez conversar muito melhor com esse público. Não há dúvidas sobre isso, me ajudou muito. Portal dos Jornalistas – Há previsão de programa para web estrelado por você na TV Tempo de Mulher? Ana Paula Padrão – Não neste momento. Descarto isso? Não, não descarto. Mas neste momento, não. Estamos muito focados nos produtos que já oferecemos, que já nos atropelam loucamente! Agora estou exatamente fazendo a estruturação de todos esses produtos para aproveitar melhor as oportunidades de mercado e, aí sim, começar a fazer outros que podem ser para web, tevê ou nossas plataformas presenciais. Portal dos Jornalistas – Quanto da ideia de projeto multiplataforma do Tempo de Mulher já foi executado? Ana Paula – O Portal e todas as suas possibilidades de atrelar marca a conteúdo, de fazer branding, aplicação de pesquisa por ele; as pesquisas efetivamente; os eventos presenciais… E há várias outras coisas que estão no nosso business plan, mas que agora eu estou afogada no que estou fazendo. Algumas lançamos já este ano, mas mais para o fim do ano. Portal dos Jornalistas – O que, por exemplo? Ana Paula – Se eu te disser agora, perde a graça! Acho que este ano ainda a gente lança outra plataforma interessante com relação às empresas, ao universo corporativo. Portal dos Jornalistas – Sobre a equipe do Portal, você havia dito, em 2011, que ela era uma mescla de profissionais experientes com jovens formados em universidades periféricas, justamente para se comunicar melhor com a mulher média brasileira… Ana Paula – Não fazia sentido formar um portal só com pessoas que tinham referência na classe AB. Fizemos uma redação bem mista, uma redação de gente de todo lugar, de pessoas que têm, obviamente, empatia com o universo feminino, que gostem de escrever para mulher, mas que têm várias referências. Tenho gente aqui que é apaixonada por sertanejo, gente que é apaixonada por relacionamento, por vários assuntos diferentes que compõem o universo da mulher, principalmente o universo dessa mulher média brasileira. Portal dos Jornalistas – E o resultado disso? Ana Paula – 30 milhões de acessos por mês! Portal dos Jornalistas – Mas houve alguma dificuldade por conta dessa “mistura”? Ana Paula – Não teve, porque a Guta Nascimento, que chefia o portal, fez todas as pesquisas do Tempo de Mulher comigo. Era muita a noção dela sobre os assuntos em que precisávamos investir e de que maneira deveriam ser tratados. Foi uma questão de treinar a equipe – que estava começando a atuar junto ao mesmo tempo – para trabalhar na mesma linguagem, escrevendo mais ou menos do mesmo jeito, que era como sabíamos (por meio das pesquisas) que a mulher queria receber essa comunicação. Então, não foi difícil, foi muito tranquilo esse processo. E acho que devemos em parte a isso [à diversidade dos profissionais] o sucesso que temos. É claro que a parceria com o MSN foi muito importante, o uso da minha imagem foi muito importante, mas acho que em parte [o sucesso] também se deu pela maneira como a gente formou a equipe do portal e toda a pesquisa anterior a isso. Portal dos Jornalistas – E a Touareg? O foco é conteúdo corporativo, mas vocês também têm feito produções independentes? Ana Paula – Focamos muito nos últimos anos na produção de conteúdo em vídeo para as empresas, no mundo corporativo. Montamos tevês corporativas, fazemos vídeos institucionais… Mas de uns meses para cá, por causa do aquecimento do conteúdo para as tevês a cabo, por causa da legislação nova, estamos recebendo muita demanda para isso. E também é uma coisa que faz parte do nosso core business. Portal dos Jornalistas – As próprias emissoras procuram vocês? Ana Paula – Exatamente. As próprias tevês têm procurado. E, como tem demanda, acho que vou abrir uma área específica para esse setor. Porque aí passo a procurar também. Portal dos Jornalistas – De repente um programa feminino em alguma tevê a cabo… Ana Paula – Até agora, não. Não descarto. Mas não houve nenhuma proposta, por enquanto. Já recebi muitos telefonemas, mas nem sentei para conversar com ninguém ainda. 

ICIJ marca data para denúncia coletiva sobre dinheiro em paraísos fiscais

Em nota que postou em seu blog no UOL nesta 3ª.feira (26/3), Fernando Rodrigues informa que a partir das 16h05 do próximo dia 4/4 (horário de Brasília) jornalistas investigativos vinculados ao ICIJ (www.icij.org  – sigla em inglês para Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos) farão no site da entidade o maior vazamento da história sobre dinheiro escondido em paraísos fiscais.

Segundo Fernando, a publicação, que continuará por cerca de dez dias, tem base em 2,5 milhões de registros sobre transações financeiras nas offshores de paraísos fiscais e expõem homens poderosos, políticos e ricaços: “Entre os personagens das reportagens estarão o governo do Irã, amigos do presidente Robert Mugabe (do Zimbábue), autoridades russas e alguns dos bancos mais importantes do mundo”.

Ele diz também que o material incluirá análise sobre o significado do vazamento dos documentos e infográfico para compreender os modos de operação nos paraísos fiscais. A nota de Fernando pode ser conferida em http://migre.me/dQVQT.

 

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