O Sindicato dos Corretores de Seguros do Estado São Paulo (Sincor-SP) anunciou em solenidade no Mosteiro de São Bento, no dia 30/11, os vencedores da primeira edição do Prêmio Sincor-SP de Jornalismo, para a qual foram consideradas apenas as reportagens e artigos publicados entre janeiro e agosto de 2013. Na categoria José Logullo – para textos sobre casos envolvendo diretamente corretores de seguros ou empresas corretoras de seguros – venceu Jamille Niero (Revista Apólice), com Venda consultiva gera oportunidades e fideliza o cliente. Viviane Farias (Revista Incêndio) foi a ganhadora da categoria Armando Rebucci –que reconheceu a melhor reportagem sobre o mercado de seguros que apresentasse, obrigatoriamente, a atuação do corretor –, com Proteção de obras de arte. Cada uma delas recebeu troféu e R$ 12 mil. Os melhores trabalhos foram escolhidos por um júri composto por profissionais do mercado de seguros e por Eduardo Ribeiro, diretor do Portal dos Jornalistas. A próxima edição do prêmio, prevista para o segundo semestre de 2014, promete novidades. “A repercussão positiva desta primeira edição comprovou o sucesso dessa iniciativa. Vamos criar novas categorias e tornar o prêmio ainda mais atraente e abrangente, tendo sempre como foco principal a valorização do corretor de seguros”, disse Mário Sérgio de Almeida Santos, presidente do Sincor-SP.
Fred Carvalho e o desafio de transformar ?vilões? em ?mocinhos?
Quando assumiu a Diretoria de Relações Institucionais da Anfavea, em abril passado, Fred Carvalho prometeu dar uma entrevista mais aprofundada ao Portal dos Jornalistas sobre os novos desafios que enfrentaria em seu novo posto. O único pedido foi para que essa conversa ocorresse após um período no cargo, “uns seis meses”, que segundo ele seriam necessários para analisar as necessidades da entidade e do setor, e colocar em prática as primeiras iniciativas da nova gestão. Coincidências à parte, e após algumas mudanças na data combinada, ele nos recebeu em 23/10, exatamente o dia em que completou seu sexto mês no cargo, para uma conversa sobre, entre outros assuntos, os desafios de acabar com o rótulo de vilão que os automóveis e a indústria automobilística recebem no Brasil e suas motivações para mudar de ares após 21 anos à frente da AutoData, onde além de sócio era diretor e editor. Portal dos Jornalistas – Qual foi sua principal motivação para aceitar este novo desafio? Fred Carvalho – Meu “namoro” com o presidente Luiz Moan para assumir esse posto começou uns quatro meses antes da posse da nova diretoria, em abril passado. Foram várias reuniões e conversas em que ele mostrou tudo o que queria implantar em sua gestão. Não era uma decisão fácil, até porque eu estava em um negócio consolidado e com minha rotina estabelecida, mas aceitei porque achei um desafio muito importante. Hoje trabalho muito mais do que na AutoData, nunca tenho horário para chegar em casa, mas sei que é por algo em que acredito e que deverá trazer ótimos resultados para o setor. É o tipo de desafio que você só aceita quando é muito jovem e pode arriscar, ou é muito velho e já está com sua vida definida, filhos criados e contas em dia. Portal dos Jornalistas – Quais desafios lhe foram colocados? Fred – Acho que nossa principal luta é a de tirar do automóvel a imagem de vilão que ele ganhou nos últimos anos. Hoje ele é injustamente acusado pelas mortes no trânsito, pelos problemas de mobilidade nas grandes cidades, pela poluição que gera, mas o que as pessoas precisam entender é que não é ele o grande culpado. Se o camarada bebe, corre, é imprudente, bate e morre, o culpado não é o carro, o culpado é quem dirige. Ou então, se um cara atropela e mata nove, como aconteceu recentemente, a primeira coisa que é citada é a marca e o modelo do automóvel. O automóvel está evoluindo muito e ficando cada vez mais moderno e seguro; então, o que precisamos agora é fazer evoluir a cabeça das pessoas para que elas entendam que esse produto não é um brinquedo. É, sim. um objeto de desejo e de paixão, mas que deve ser usado com responsabilidade. Outra crítica recorrente é em relação à mobilidade. Mas hoje a média no Brasil é de 5,7 habitantes por automóvel, e em São Paulo, que sofre muito com problemas de congestionamento, esse número é de 1,9. Já na Europa, onde a fluidez no tráfego é infinitamente melhor, esse índice cai para 1,6. E por que isso? Lá, a maioria das cidades foi planejada para que o morador possa utilizar seu carro num curto trajeto, até uma estação onde ele tem vaga para estacionar, e então pegar um trem, um ônibus, um metrô. Isso quase não existe aqui. Além do mais, sempre faltou investimento nos transportes públicos. Então, o automóvel acaba pagando a conta de um planejamento que não foi adequado para as metrópoles nas últimas décadas. Portal dos Jornalistas – Qual o papel da imprensa nessa transformação? Fred – Muitos jornalistas precisam ter mais consciência do peso das notícias que publicam. Infelizmente, tem gente que acha que jornalismo é dar notícia negativa. Ao informar que a produção nacional está subindo 12% ou 13%, o camarada prefere ressaltar que isso representou uma queda de 0,1% em relação ao ano anterior – que, por acaso, foi recorde. Infelizmente, o leitor não entende essa diferença, e fica com a notícia ruim na mente. Quando tenho uma realidade com uma diferença tão grande como essa nos dados, desculpe, mas a grande notícia é o crescimento. Não são números nem próximos, mas parece que às vezes o jornalista tem medo de sair com a notícia positiva e ser chamado de “Xuxa”, de só ver o mundo cor de rosa. Portal dos Jornalistas – Quais iniciativas vocês pretendem adotar para mudar essa imagem? Fred – O presidente Luiz Moan vem sistematicamente, em cada uma das coletivas, mostrando aspectos diferentes dos habituais. Ressaltando pontos que possam de alguma forma contribuir para a criação de uma nova visão, como, por exemplo, falando sobre Mobilidade Urbana Inteligente, incentivando debates sobre quais os melhores modelos para aprimorar aspectos ligados à indústria automotiva. Esse tipo de iniciativa, mesmo que indiretamente, ajuda a reduzir a imagem do automóvel como grande vilão. É uma questão de ter consciência de que existem soluções e a Anfavea vai trabalhar em cima disso, mostrando gradativamente para os formadores de opinião quais ações podem ser benéficas para o setor. Então a estratégia mais importante que estamos adotando nesse momento é a conversa, o contato direto com os jornalistas. O presidente tem ido às principais redações, está visitando rádios, tevês, revistas, jornais, e recebendo jornalistas aqui na sede da entidade para bate-papos informais, onde podemos explicar coisas que muitas vezes eles desconhecem e mostrar novos pontos de vista. A ideia básica é simples: esclarecer. Não queremos que o crítico mude de opinião. Ele pode continuar sendo crítico, mas queremos que pelo menos entenda como as coisas funcionam e que o automóvel não é necessariamente esse vilão todo que estão criando. O melhor brinde que um jornalista pode ganhar é a boa informação, e é isso que queremos passar para ele. Com isso, ao mesmo tempo em que construímos uma imagem nova, desconstruímos uma antiga que não está adequada. É como consertar o avião em pleno voo. Portal dos Jornalistas – E como tem sido essa aproximação? Como é lidar com tantos veículos independentes que têm surgido no mercado? Fred – Lidar com a mídia tradicional, como revistas, jornais e televisão, é mais tranquilo. Por mais que sejam veículos diferentes, com características próprias, o comportamento é padrão. É claro que existem profissionais que dão diferentes ênfases às reportagens, mas em geral são comportamentos parecidos e que seguem um modelo. Infelizmente, muitas vezes, essa não é a abordagem das novas mídias eletrônicas, em que muitos não são jornalistas, não têm formação, mas têm lá um site ou blog que movimenta milhões de pessoas, frequentemente sem a menor consciência da confusão que armam com uma notícia que publicam e que nem sempre é correta. Como eles não têm experiência no trato da informação, sem respeitar todos seus processos apuração, acabam publicando fatos que não são verdadeiros, como o do rato dentro da garrafa da Coca-Cola. Em geral, são mais radicais, mais explosivos e mais taxativos, com reações desproporcionais. E quando a gente tenta corrigir alguma coisa, não raro é como se declarássemos guerra, porque contrariamos posturas e a verdade de cada um. É um nível de agressão absurdo, que em geral não ocorre, ou não deveria ocorrer, entre jornalistas, até porque a maior parte sabe do impacto que uma notícia errada tem sobre o público. Ao mesmo tempo em que preciso lidar com a imprensa tradicional, que conheço há 44 anos, tenho que encontrar a melhor forma de falar também com esses novos veículos. Saber contornar tudo isso é um desafio extremamente delicado, mas profundamente instigante, revolucionário, mas ao mesmo tempo superficial, porque tudo é muito curto e muito rápido. Portal dos Jornalistas – Nesses seis primeiros meses já foi possível perceber algum resultado? Fred – Sim, já temos resultados bem palpáveis. Podemos perceber que de alguma forma a maneira dos profissionais enxergarem o setor está começando a mudar. Novas pautas têm surgido e os profissionais têm-se preocupado mais com questões como renovação de frota, conscientização do condutor, melhores formas de utilizar o automóvel. Portal dos Jornalistas – Recentemente Marcus Brier (Peugeot) e Marcos Brito (MAN) foram nomeados, respectivamente, coordenador e a vice-coordenador de Comunicação Social da Anfavea. Qual a importância dessa escolha para o seu trabalho? Fred – A escolha de um representante da área de automóveis e um de caminhões foi proposital para auxiliar na comunicação com esses dois setores. Infelizmente, a área de maquinário agrícola não tem tanta representação, apesar de ser um mercado riquíssimo, em que o Brasil é muito avançado. Mas o principal papel deles é para que as ideias e iniciativas girem mais rápido entre as associadas e que surjam novas iniciativas, sem se limitarem às organizações dos pools de imprensa e de feiras. Essa área é extremamente importante para discutir estratégias e descobrir formas de corrigir alguns problemas do setor. É papel dessa comissão definir também quais veículos participam ou não dos pools. Portal dos Jornalistas – E como fazer essa distinção sem criar problemas com determinados veículos? Fred – É simples: quem atua apenas na reprodução de releases não é convidado, até porque isso não é jornalismo. Para as mídias tradicionais a seleção é mais simples; já para as digitais, geralmente é convidado quem integra um grande portal. São iniciativas caras e as empresas precisam de um retorno, a matemática é simples. Portal dos Jornalistas – Uma reclamação constante entre jornalistas que nos escrevem é sobre a falta de uma agenda mais organizada de lançamentos. Há alguma solução para esse tipo de problema? Fred – Infelizmente, não. E veja que nós temos uma agenda anual aqui; inclusive, a de 2014 já está sendo preparada, mas é impossível seguir à risca. Temos 28 marcas associadas, a grande maioria de automóveis e caminhões. Em automóveis temos um volume de marcas e modelos fantástico, com 75% das que produzem no mundo representadas no Brasil, e até o final do ano que vem provavelmente chegaremos ao patamar de 82%. É assustador, em nenhum outro país existe tamanha competitividade. Talvez apenas na China, porque o regime é totalmente diferente. Mas nos países com processos e regimes mais conhecidos, o Brasil é recordista em número de marcas e modelos. Temos hoje 2.069 modelos e versões comercializadas no mercado brasileiro, de 62 marcas. Então não é fácil cumprir a agenda, e aqui na Anfavea nós ficamos malucos. Temos um registro para todos incluírem suas datas de lançamento, mas é óbvio que só dos associados da entidade temos como conseguir o respeito a essa agenda. Não podemos cobrar respeito pelo importador independente. Tentamos controlar, mas com 28 marcas é praticamente impossível. Ainda assim, é bem melhor do que poderia ser se não existisse nosso calendário. Resumindo, não há como cobrir tudo e isso é inerente a uma indústria que a todo momento está montando fábrica, lançando modelos, trazendo novas marcas. Você tem marca que lançou nove modelos em dois anos. Nunca foi tão corrido trabalhar nesse segmento. Nunca houve tanta novidade ao mesmo tempo e o jornalista desse segmento tem trabalho 24 horas por dia se quiser. Aqui trabalhamos a média de 12 a 13 horas por dia. O que ajuda é que quem auta nessa área é extremamente apaixonado. Portal dos Jornalistas – Mas essa paixão também pode não ser benéfica para o setor de alguma forma? Fred – Sim. Hoje há muita gente que desde criança é apaixonada por carro, por corrida, que diz que quer ser piloto quando crescer. Aí cresce, vê que não tem pai rico, começa a pensar em outras formas de trabalhar e estar perto desse segmento. Vai fazer jornalismo, monta um blog, e de repente consegue estar perto desse monte de carros. Isso por um lado é bom, porque temos uma imprensa extremamente apaixonada por automóvel, mas, em compensação, quem é que vai escrever sobre caminhão, sobre transporte urbano, sobre ônibus, sobre maquinário agrícola? Não aparece ninguém e os jornalistas mais antigos não estão desaparecendo apenas porque morrem, mas também porque essa área vem perdendo profissionais. O camarada vai trabalhar numa assessoria de imprensa, muda de área, abre um boteco, e quando você olha para baixo não encontra molecada nova com “diesel nas veias”. Portal dos Jornalistas – Há alguma iniciativa prevista para esse pessoal mais novo? Fred – Precisamos reforçar o treinamento. Não como uma nova formação, apenas fazer com que eles participem de um ciclo de conhecimento em que tenham a oportunidade de receber informações sobre o setor, que muitas vezes não têm. É importante explicar os novos projetos que estão surgindo, seus impactos na indústria, falar sobre transporte, mecanização agrícola, aspectos de sustentabilidade, impostos. Informações que eles muitas vezes não sabem que são importantes para o segmento automotivo. Portal dos Jornalistas – E para o pessoal que foi pioneiro no setor, alguma iniciativa prevista? Fred – Estamos conversando, sim, sobre um projeto, sobre o qual ainda não posso dar muitos detalhes, mas em que de alguma forma poríamos os jornalistas mais experientes para contar as histórias do setor. Isso dá uma baita repercussão. É só tomar como base o lançamento do livro do Eduardo Pincigher. Mas nossa preocupação não é com a repercussão que isso daria, e sim pegar essas pessoas que saíram lá do “fusquinha” e chegaram até esses produtos mais avançados como os de hoje, e falem sobre sua relação com o automóvel. Estamos perdendo muita coisa boa, um material muito rico com a visão de profissionais que acompanharam a evolução da indústria automotiva brasileira. Da mesma maneira, seria importante recuperar a imagem dos principais líderes que este setor teve, e alguns até já foram embora e não registramos. O tempo é cruel, ele mata mesmo, e a gente precisa começar a correr para recuperar essa história. Portal dos Jornalistas – Para finalizar, poderia citar algumas estratégias que deverão ser adotadas nos próximos meses? Fred – Além da equipe que já estava aqui, e dos reforços do Vinícius Romero e da Raquel Mozardo, pretendemos trazer mais duas pessoas para formar um grupo de processamento de informações e atendimento à imprensa bastante competente. Precisamos que os jornalistas tenham sempre em tempo real as informações de que necessitam, e não apenas para os da área automotiva, mas da imprensa em geral. A indústria automotiva é muito forte, emprega muita gente e arrecada muitos impostos. Por isso e por outros aspectos, como a paixão que boa parte dos brasileiros ainda tem por carro, nosso segmento é um grande gerador de notícias. Se você falar que fechou uma fábrica de monitores de televisão em São José dos Campos, em que foram demitidas mais de 2,5 mil pessoas – e esse fato é real –, dá rodapé de página em jornal; mas se você falar que uma montadora demitiu 150, sai no Jornal Nacional. A gente precisa estar aqui 24 horas por dia com uma equipe muito bem preparada para atender, porque toda hora temos demanda. Dólar subiu, dólar caiu, aumento de impostos, preço do combustível, etc., tudo tem reflexo na indústria automotiva. É um negócio que dá paixão, que dá Ibope. Mexeu com esse segmento, todo mundo presta atenção e cada vez mais precisarei ter uma equipe bem treinada, especializada e transparente para passar para a imprensa essas informações. Nossa função básica será sempre a de resgatar os valores da relação do setor automotivo com a sociedade, e do cidadão com o seu veículo.
CBN estreia quadro sobre mundo corporativo
A CBN estreia em 4/11 o CBN Young Professional, quadro que discute o mundo corporativo sob a ótica do público entre 20 e 35 anos. Dirigido a estudantes, gestores e empreendedores, o espaço traz entrevistas com empresários e protagonistas dessa nova geração, com foco em temas como oportunidades do mercado, desafios da carreira e lideranças emergentes. O quadro vai ao ar às 2as.feiras, a partir das 6h40, no Jornal da CBN, com reapresentação no CBN Total do mesmo dia, às 16h50. Uma versão mais longa do bate-papo, que terá entre dez e 15 minutos, será veiculada na edição de domingo do Jornal da CBN, a partir das 8h10. O conteúdo também estará disponível no site da emissora. A rádio, aliás, entrou na brincadeira da britânica BBC e criou o Pergunte ao Brasil, pesquisa feita em conjunto com o Conecta, braço de enquetes online do Ibope. Os ouvintes são convidados a enviar perguntas, depois selecionadas por um júri da casa: Gilberto Dimenstein, Juca Kfouri, Mariza Tavares e Mílton Jung pela CBN, e Márcia Cavallari pelo Ibope. Valem assuntos sérios e os mais leves. As cinco perguntas consideradas como as melhores serão submetidas a 4 mil pessoas, por consulta online. Entre os dias 4 e 15/11, as perguntas podem ser propostas pergunteaobrasil@cbn.com.br. Os autores das melhores perguntas serão conhecidos em 29 de novembro. O Ibope fará a pesquisa com um universo representativo do internauta brasileiro e o resultado será divulgado em 16 de dezembro. A ação inspirou-se no Ask the World, quadro do programa de rádio BBC Today com a empresa Win, de pesquisa de mercado de âmbito mundial, e teve perguntas respondidas por milhares de pessoas em 70 países.
De papo pro ar ? À direita
Eu não saberia precisar o ano, mas foi ali pela década de 1980. Num fusquinha, eu e os sanfoneiros Oswaldinho e Sivuca, mais o cartunista Henfil ao volante. Íamos a uma emissora de rádio na zona sul paulistana, onde eu ocupava espaço num programa da atriz Cacilda Lanuza. E no caminho eu orientando Henfil, falando e gesticulando: entra aqui, entra ali… Por fim, chegamos. – Você conhece bem São Paulo –, elogiou Sivuca. – Sim, mas se eu fosse seguir as orientações dele, não teríamos chegado. Era Henfil jogando um balde de água fria e explicando: “Eu morei em Natal, e lá aprendi que nordestino acha que se deve entrar sempre à direita”. – É mesmo –, disse Oswaldinho. – Assis gesticula sempre com a direita, como se não houvesse ruas ou avenidas à esquerda. Risada geral.
A vez dos pequenos veículos
O Projor – Instituto para o Desenvolvimento do Jornalismo, entidade responsável pelo Observatório da Imprensa, lança nos próximos dias 8 e 9/11, em São Paulo, o projeto Grande Pequena Imprensa (GPI), cujo objetivo é dar suporte técnico a pequenos veículos de diversas regiões. A proposta – idealizada há pouco mais de dois anos por Alberto Dines e estruturada por Carlos Eduardo Lins da Silva – parte do princípio de que “um jornalismo local e regional independente, forte e diversificado é de suma importância para a consolidação da democracia”. O lançamento será num seminário de que participarão 33 representantes de 22 veículos de comunicação do interior do País. A iniciativa, que tem apoio da Fundação Ford, permitirá aos veículos que aderirem ao projeto acesso gratuito a capacitações em diversas áreas, adaptadas segundo suas demandas. O objetivo é auxiliá-los a fortalecer seus processos de gestão, produção de conteúdo jornalístico, uso de tecnologia, distribuição e sustentabilidade financeira. Dos cerca de 60 veículos mapeados e analisados ao longo de 2012 por alunos de Jornalismo da USP, todos de regiões economicamente relevantes, foram selecionados pouco mais de 30. Desses, 22 aceitaram o convite do Projor para participar do seminário. São 13 veículos do interior e quatro do litoral do Estado de São Paulo, dois do litoral do Rio de Janeiro, dois do Mato Grosso e um de Santa Catarina, que estarão representados por editores, diretores ou proprietários. Nesta primeira fase, entre seis dez interessados serão selecionados pelo Projor para receber apoio técnico ao longo de 2014. A programação do encontro terá a participação vinte especialistas em Comunicação do Brasil e do exterior, entre eles Emma Meese (Universidade de Cardiff/UK), especializada em mídia regional e comunitária, e Hans Dekker (Community Foundation of New Jersey/EUA), entidade criada em 1979 com o objetivo de melhorar a vida comunitária por meio de educação, saúde e engajamento cívico. Embora restrito a convidados, o evento será transmitido online pelo Hangout on Air do Google, na página Grande Pequena Imprensa do google+, e pelo canal Grande Pequena Imprensa do youtube. As sessões ficarão disponíveis posteriormente nos mesmos canais. Veja a programação
Quando o Juventus ganha o Brasileirão
“Essa conquista é como se o Juventus, time da Mooca, ganhasse o Campeonato Brasileiro”. Assim Oswaldo Luiz Colibri Vitta, diretor da pequena e recente Rádio Brasil Atual, define a vitória de sua equipe na 35a edição do Prêmio Vladimir Herzog. “E foi numa dobradinha muito rara de acontecer. Somos pequenininhos, mas somos bravos”, diz, orgulhoso. A dobradinha a que se refere é a de Marilu Cabañas, que venceu em Rádio com a série Voz Guarani-Kaiowá, e Anelize Moreira, Menção Honrosa na mesma categoria, com Dores do parto. No ar há cerca de um ano, a paulista Rádio Brasil Atual (frequências 93,3 FM em São Vicente, 98,9 FM na Capital e 102,7 FM na região Noroeste do Estado) é obra da Fundação Cultura e Trabalho, que tem os sindicatos dos Metalúrgicos e dos Bancários como sócios. “Quando os metalúrgicos conseguiram a concessão da emissora, implantamos o Jornal Brasil Atual (com duas horas de duração) e boletins de aproximadamente cinco minutos nas horas cheias. Para isso montamos uma equipe de Jornalismo mínima. Temos três repórteres [Marilu, Anelize e Cláudia Manzano] mais uma coordenadora [Terlânia Bruno]. Quer dizer: a Anelize e a Marilu ganharam prêmio, e as outras duas ganharão depois”, brinca Colibri. Além das repórteres, estão no time da RBA os técnicos de áudio Carlos Amaral, André Paroche e Emerson Ramos, que editou as duas matérias vencedoras; o produtor Nelson Calura; os locutores Eli Santos e Fabiana Ferraz; os colunistas Paulo Vanucchi, Frei Betto e Clemente Ganzlúcio; e o correspondente em Berlim Flávio Aguiar. “Estamos começando humildemente, mas mostrando que sabemos fazer Jornalismo. Abordamos o tema Direitos Humanos há muitos anos, quando ainda produzíamos programas isolados para outras rádios, atividade que começou em 2004. Para termos uma democracia plena, ainda precisamos resolver as questões indígena, agrária e de democratização dos meios de comunicação”, comenta. “O prêmio é importante para validar o seu esforço. Sabemos que se não podemos ser os maiores, temos que ser diferentes. Em Jornalismo é necessário investir, tem que mandar o repórter ao local. Eu sou contra a rádio por telefone. Uso o telefone para dar a notícia do dia a dia. Mas quando é preciso aprofundar o tema a repórter tem que estar lá. E isso custa dinheiro, o que considero investimento, não despesa. Estamos agora na expectativa de que, com o prêmio, possamos crescer. Isso anima muito. Eu falo de futebol, mas a comparação é pertinente, porque competimos com equipes grandes, que produzem jornalismo 24 horas por dia. Como nosso time é pequeno, ao mandar uma repórter para um especial, os outros têm que se virar no dia a dia. Logo, o prêmio também é da equipe, que segura esse cotidiano. Temos vários projetos para a rádio, para os quais estamos aguardando investimentos. Os colaboradores que vêm trabalhar conosco sabem que vão ter liberdade para abordar os assuntos. E nós somos alternativos”. A experiência da heptacampeã Sete vezes vencedora, duas vezes Menção Honrosa. Habitué do Herzog, Marilu Cabañas fala com especial emoção da conquista deste ano: ”Para mim é uma honra, por vários motivos. Primeiro, por ser uma rádio alternativa, pequena, mas grande na liberdade. E isso é um valor raro hoje em dia no jornalismo brasileiro. Segundo porque o tema, os guarani-kaiowá, é pouco abordado pela mídia conservadora, já que mexe com os interesses de latifundiários, da bancada ruralista… O terceiro motivo é que eu tenho raízes guaranis. Minha mãe e minha avó são paraguaias e falam o guarani fluentemente. Infelizmente eu não sou fluente, mas estou aprendendo! Por esses três motivos, esse prêmio tocou de forma especial a minha alma: pela rádio, pela amizade de todos lá; pelo tema dos guarani-kaiowá e por mexer com minhas raízes”. Marilu diz que a ideia da pauta se deu quando foi acompanhar um encontro de professores indígenas e percorreu algumas aldeias. Os cinco capítulos vencedores do Herzog – denominados A voz guarani-kaiowá – fazem parte de uma série que vem sendo produzida constantemente pela rádio. O recorte trata da luta pela terra da etnia guarani-kaiowá em municípios de Mato Grosso do Sul. ”Na verdade, abordar a questão indígena virou rotina para a Rádio Brasil Atual. A gente faz com prazer, porque sabe que vai tentar ajudar, dar visibilidade a quem precisa, fazendo com que eles tenham seus direitos respeitados. A minha ideia é dar visibilidade aos guarani-kaiowá do Mato Grosso do Sul que, proporcionalmente ao resto do País, são os indígenas que mais sofrem ameaças e são assassinados. Uma cacique, por exemplo, já perdeu cinco pessoas da família. Seria um absurdo você pensar que aqui em São Paulo existisse caso semelhante, mas como são indígenas, são invisíveis no Brasil. Ficaríamos muito felizes, como ganhadores do prêmio, se a PEC 215, que determina que a demarcação de terras passe a ser feita pelo Legislativo, não fosse aprovada. É preciso que a presidente Dilma tenha pulso firme”, diz. O discurso em guarani Marilu surpreendeu o público que assistia à entrega do prêmio em 22/10 por proferir seu discurso em guarani: “Foi uma maneira respeitosa que encontrei de me dirigir à nação indígena. Era o mínimo que eu poderia fazer: me esforçar para falar o guarani”. Reproduzimos a seguir o texto em português: “A vitória é deles” Este prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos é dos guarani-kaiowá. A vitória é deles. Um povo forte, que conseguiu manter até hoje sua língua, o guarani, apesar de todo o massacre que sofreu e continua sofrendo no Mato Grosso do Sul. Líderes assassinados, desaparecidos e jurados de morte. Crianças e adultos atropelados à beira da estrada onde ficam seus acampamentos porque foram expulsos de suas terras, proibidos de plantar, colher e comer suas culturas como milho e mandioca. Muitos passam fome. Mas são fortes. Tenho certeza de que o jornalista Vladimir Herzog sabia da importância cultural dos povos indígenas para o País. E tenho muito orgulho de ter em minhas veias o sangue guarani, herdado de minha mãe Ambrosia Cabañas, de 81 anos, que ainda tem mãe, minha avó Sixta Cabañas, que completou 100 anos, ambas paraguaias que falam o guarani fluentemente. E para terminar desejo que a presidente Dilma Rousseff, os parlamentares e os juízes sejam firmes na defesa dos direitos indígenas consagrados na Constituição Brasileira e não se curvem aos ruralistas. Se isso não ocorrer, esse prêmio não fará o menor sentido. (Tradução: Tonico Benites e Aty Guassu) Presente promissor Formada há apenas três anos, Anelize Moreira completou a história de sucesso da Rádio Brasil Atual no Herzog deste ano ao receber Menção Honrosa já em seu primeiro especial produzido profissionalmente, com a série Dores do parto. “Foi uma surpresa para mim! Você não pensa que vai ganhar já na primeira série. O prêmio me estimula a fazer outras matérias de fôlego, a sair um pouco da ideia a que somos levados na faculdade de que o bacana é fazer assessoria de imprensa, comunicação interna, deixando as grandes reportagens de lado. Me estimulam reportagens com esse olhar mais humano, mais sensível”, diz. E faz coro com Marilu – que também ganhou menção honrosa pela edição desse especial – quando o assunto é o ambiente de trabalho na rádio, que inclui a liberdade para sugerir e desenvolver pautas. “Eu sugeri o tema porque me senti ofendida como mulher. Não sabia o que acontecia, tanto em maternidades públicas quanto privadas”, comenta. Cria do projeto Repórter do futuro, da Oboré, Anelize participou de três módulos do curso: dois sobre Amazônia e um sobre conflitos armados. “Foi fundamental para minha escolha de carreira. Aprendi muito, mais até do que na faculdade”.
Luís Artur Nogueira é o novo editor de Economia de IstoÉ Dinheiro
Luís Artur Nogueira assumiu nesta 2ª.feira (28/10) o cargo de editor de Economia de IstoÉ Dinheiro, na vaga de Carla Jimenez, que será editora-chefe do projeto do El País em português. Luís continua com dois boletins diários de Economia na Rádio Bandeirantes de São Paulo (AM 840 e FM 90,9). No lugar dele como editor Multimídia, começa na próxima 2ª.feira (4/11), Marcio Juliboni, que está deixando Exame.com, onde era editor de Negócios. Márcio trabalhará diretamente com o diretor de Conteúdo Digital Ralphe Manzoni Jr.. Carla estava na Dinheiro havia três anos. O projeto brasileiro do El País, sobre o qual afirma não poder ainda dar detalhes, é a terceira start up de sua carreira, pois integrou as equipes inaugurais de Época e Brasil Econômico. Foi também de Estadão, Canal RH e teve sua própria agência de produção de conteúdo.
Prêmio J&Cia/HSBC de Sustentabilidade anuncia os vencedores
Acabam de ser anunciados os vencedores da 4ª edição do Prêmio Jornalistas&Cia / HSBC de Imprensa e Sustentabilidade. Reunida na última 2ª.feira (28/10), a Comissão de Premiação definiu os vencedores desta edição, que contou com 732 trabalhos inscritos, de 387 jornalistas de todo o Brasil. Foram duas etapas de julgamento que resultaram em 79 finalistas (Comissão de Seleção) e, agora, nos 13 vencedores (Comissão de Premiação). Estes dividirão R$ 107 mil em valores líquidos com o vencedor do Grande Prêmio, a ser anunciado na festa de premiação (marcada para 13/11, no restaurante Capim Santo – al. Ministro Rocha Azevedo, 471, São Paulo). Confira a relação dos vencedores: Mídia Nacional: Melquíades Júnior (Diário do Nordeste – CE), com Viúvas do Veneno – Jornal; Rafael Freire e Rodrigo Caetano (IstoÉ Dinheiro – SP), com Muito além do lucro – Revista; Renata Colombo e Fábio da Silva de Almeida (Gaúcha FM – RS), com Império da Areia: a dragagem que mata o Jacuí – Rádio; Vladimir Netto, Helio Gonçalves, Edivaldo Simão e Rafael Benaque (Jornal Nacional/TV Globo – DF) com a série Manguezais brasileiros – Televisão; Marina Amaral, Ana Lima de Souza Aranha, Carlos Juliano Barros, Fernanda Ligabue, Ana Castro e Marcelo Min (Agência Pública de Reportagem e Jornalismo Investigativo – SP), com Amazônia pública – Webjornalismo; Amaurício Cortez, Gil Dicelli e Pedro Turano (O Povo – CE), com Planeta Seca – Imagem Criação Gráfica; Magnus Nascimento (Tribuna do Norte – RN). com No interior do RN, rebanho não resiste e morre de sede e fome – Imagem Fotografia. Especial Água: Célia Rosemblum, do Valor Econômico, com o trabalho Conta gotas, que teve a participação de André Lachini, Andrea Vialli, Angela Klinke, Eduardo Belo, Martha San Juan França, Patricia Amaral, Paulo Vasconcellos, Rosangela Capozoli, Salete Silva, Silvia Czapski e Sergio Adeodato. Mídia Regional: Norte – Celso Freire e Cira Pinheiro (O Liberal CBN – PA), com Indústria descobre o caroço de açaí; Nordeste – Lucas Malafaia, com Valdemir Soares e Renata Pais (TV Pajuçara – AL), com Mata da Sálvia em perigo; Centro-Oeste – Ana Lúcia Caldas, com Nádia Coelho Faggiani, Thais Cristina Alves Passos e Marcus Vinicius Lima Tavares (Rádio Nacional – DF), com Reciclagem – Do combate ao desperdício à oportunidade de negócio; Sudeste – Flávia Milhorance, com Renato Grandelle e Vinicius Sassine (O Globo – RJ), com O desafio dos parques nacionais; Sul – Henrique Kugler (Ciência Hoje Online – PR), com Em nome do ouro: rastros do mercúrio. Prêmios Especiais – Também foram definidos pelo Conselho Consultivo do Prêmio Jornalistas&Cia/HSBC de Imprensa e Sustentabilidade os vencedores das categorias especiais: o ambientalista e economista Sérgio Besserman Vianna foi escolhido Personalidade do Ano em Sustentabilidade; o jornal O Estado de S. Paulo, Veículo de Comunicação do Ano em Sustentabilidade; e o Portal Mercado Ético, Veículo de Comunicação do Ano Especializado em Sustentabilidade. Comissão de Premiação A Comissão de Premiação foi integrada por Luciano Martins Costa (relator), Albino Castro, Kaíke Nanne, Filomena Salemme, Inacio Teixeira, Leão Serva, Marion Strecker, Nelson Graubart e Reinaldo Canto, com coordenação de Lena Miessva. Os trabalhos foram abertos por João Rached, diretor de Relações Institucionais do HSBC; Renata Binotto, assessora-sênior de imprensa do HSBC; e Eduardo Ribeiro, diretor do Portal dos Jornalistas. Valores Com um total de R$ 107 mil em valores líquidos (equivalentes a R$ 152 mil brutos), o Prêmio Jornalistas&Cia/HSBC de Imprensa e Sustentabilidade está entre os cinco maiores do País em valores e número de trabalhos inscritos. Vão receber R$ 10 mil líquidos os vencedores de Mídia Nacional dos segmentos Jornal, Revista, Rádio, Televisão e Webjornalismo e o vencedor da categoria Especial Água; R$ 6 mil líquidos os vencedores de Mídia Nacional dos segmentos Imagem – Criação Gráfica e Imagem – Fotografia; R$ 5 mil líquidos os vencedores de Mídia Regional das regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul; e R$ 10 mil líquidos (cumulativos) o vencedor do Grande Prêmio.
Folha de S.Paulo extingue Núcleo de Cultura
A Folha de S.Paulo extinguiu nesta 2ª.feira (28/10) seu Núcleo de Cultura, criado em junho último, que incorporava os cadernos Ilustrada e Ilustríssima. Heloísa Helvécia, até então editora do núcleo, passa a editar somente a Ilustrada. Cassiano Elek Machado, repórter especial, é o novo editor de Ilustríssima, com o apoio da editora-adjunta Francesca Angiolillo, que já estava no caderno, e de Marco Rodrigo Almeida, redator e repórter. Formada pela Cásper Líbero, Heloísa está no jornal desde 2007. Antes foi por 11 anos da Editora Globo. Cassiano começou na Folha em 1996, como estagiário, e lá permaneceu até 2005, passando pelas funções de redator, repórter, editor-adjunto e editor-interino, sempre na Ilustrada. Até retornar ao jornal, em 2012, passou por piauí, Flip e Cosac Naify, da qual foi diretor Editorial. Ainda por lá, o jornal reforçou na última semana sua equipe de colunistas do caderno Poder, que desde então passou a contar com três novos colaboradores: Reinaldo Azevedo (6as.feiras), Demétrio Magnoli (sábados) e Ricardo Melo (2as.feiras). Eles se juntam a Janio de Freitas, que continuará escrevendo aos domingos, 3as e 5as.feiras, e a Elio Gaspari, às 4as e domingos.
Corte Interamericana analisará caso do Jornal JÁ
Em virtude de denúncia da ONG internacional Artigo 19, a Corte Interamericana de Direitos Humanos, que atua no âmbito da OEA, analisará pedido de responsabilização do estado brasileiro e reparação de danos ao Jornal JÁ, de Porto Alegre, e a seu diretor Elmar Bones, por violação de seus direitos constitucionais, da liberdade de expressão e da liberdade de imprensa.
O recurso a uma corte internacional é a última possibilidade que resta à JÁ Editores de tentar reverter decisão judicial que comprometeu a receita da empresa. Duas ações decorrentes de uma reportagem publicada pelo Jornal JÁ, em 2001, agravaram a situação financeira da empresa.
Em processo penal, acusado de calúnia, injúria e difamação, Elmar Bones foi absolvido. Mas em ação cível, movida a partir da mesma reportagem, a editora foi condenada a pagar R$ 130 mil por dano moral.
Os dois processos foram protocolados pela família Rigotto, tendo como objeto a reportagem Uma tragédia em três atos, que abordava fraude na estatal CEEE, com envolvimento de Lindomar Rigotto, filho de Julieta e irmão do ex-governador Germano Rigotto.
Na denúncia, a ONG destaca que “toda a reportagem é baseada em relatórios investigativos e documentos públicos, portanto, plenamente pautada por fatos verídicos e pelo animus narrandi, ou seja, tinha a única intenção de narrar fatos e informar seus leitores, sem qualquer pretensão ofensiva”.
Vale lembrar que o JÁ venceu o Esso de Reportagem de 2004 com A tragédia de Felipe Klein, de Renan Antunes de Oliveira, numa conquista épica, em que derrotou Época e o Caso Valdomiro Diniz. A íntegra da denúncia encaminhada à Corte pode ser conferida em http://bit.ly/1f1DnBG.