Anúncio de uma página veiculado na última edição da revista Veja, que circulou em 12/3, trouxe detalhes sobre a venda do prédio da Editora Abril, na Marginal Tietê, em São Paulo. Segundo o informe, o leilão deverá ocorrer em 30 de abril, com lance inicial de pouco mais de R$ 110 milhões.

Anúncio de página inteira sobre leilão da sede da Abril foi publicado na revista Veja
Anúncio de página inteira sobre leilão da sede da Abril foi publicado na revista Veja

O complexo, com várias edificações, tem 55.414 m² de área construída, e foi por muito tempo símbolo da força da empresa e de sua gráfica, por anos a maior da América Latina. A construção teve início em 1964, em princípio para receber a gráfica, e a partir de 1968 passou também a servir de sede administrativa e endereço das redações.

Edifício Birmann 21, antiga sede da Editora Abril
Edifício Birmann 21 foi o endereço da Editora Abril por mais de 20 anos

Em 1997, a Abril mudou suas instalações administrativas e de redação para o edifício Birmann 21, na Marginal Pinheiros. Única locatária do prédio recém-construído, a empresa ocupava os 25 andares do edifício, que passou a ser chamado de NEA (Novo Edifício Abril), e exibia sua logomarca a quase 150 metros de altura.

A partir de 2013, já em crise, a editora reduziu sua estrutura no local, passando a ocupar apenas dez andares e em junho de 2018 deixou de vez o endereço. Após alguns meses em um local provisório no bairro do Morumbi, as equipes da editora retornaram finalmente para a sede na Marginal Tietê.

O imóvel está sendo anunciado no site imóveiscomdesconto.com.br, criado pela Enforce Gestão de Ativos. A empresa atua na gestão de bens de empresas endividadas e é controlada pelo banco BTG Pactual, maior credor do Grupo Abril, e atual proprietário da marca Exame.

Em recuperação judicial desde agosto de 2018, a Editora Abril vem sofrendo com constantes quedas de receita, circulação e assinatura de suas principais publicações. A própria Veja, segundo dados do IVC, amargou em 2020 uma redução de 33,6% no número de exemplares impressos e 64,4% nas assinaturas digitais em relação a 2019. Vale lembrar que por muito tempo a tiragem da mais tradicional revista da Abril foi superior a um milhão de exemplares por semana. Em 2020 essa média foi de 144.141 exemplares.

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