Matheus Leitão

    Matheus Leitão Netto é jornalista. Entre agosto de 2011 e Julho de 2012 estudou Jornalismo na University of California, Berkeley – Estados Unidos, como Visiting Scholar (estudante visitante).

    Antes de se formar em jornalismo, participou de uma exposição coletiva dos 500 anos do Brasil. “Descobri, conta Matheus, algo que gostava: tirar fotos de pessoas, animais, paisagens… enfim, flagras da vida real”.

    Começou a carreira no jornalismo em janeiro de 2000 no Correio Braziliense, em Brasília, onde foi inicialmente estagiário e depois repórter. Sonhava em cobrir esportes, mas tornou-se repórter investigativo em Brasília. Ficou no Correio até abril de 2004.

    Foi professor do curso de jornalismo para profissionais estrangeiros na Alemanha, patrocinado pelo Instituto Goethe (2003). Participou da exposição fotográfica Alemanha – Três Instantes: 15 anos da queda do Muro de Berlim, no Pátio Brasil, Brasília, organizada pela Embaixada da Alemanha no Brasil, em 2004. O material exposto foi produzido um ano antes, “na ocasião, relembra, o embaixador disse que “as fotos tinham quebrado estereótipos sobre os alemães”. Não sei se quebrei, mas na Alemanha (e em outros lugares) quis fotografar o inesperado”.

    Atuou como repórter freelance para os veículos NoMínimo e O Eco, de maio de 2004 a dezembro de 2005. Trabalhou como repórter na revista Época de dezembro de 2005 a outubro de 2009.

    Foi editor de política do portal iG de outubro de 2009 a maio de 2010.

    Desde junho de 2010 é repórter da Folha de S.Paulo. Afastou-se do jornal em um período sabático, entre agosto de 2011 e Julho de 2012, para estudar na Califórnia. Retornou ao veículo onde permanece.

    Foi quatro vezes finalista do prêmio Esso, que venceu em 2003 com série de reportagens sobre a Guerrilha do Araguaia – trabalho realizado equipe; duas vezes finalista do prêmio Embratel, que em 2009 venceu conquistando o Troféu Barbosa Lima Sobrinho com o caso Zoghbi – feito também em equipe e publicado pelo Correio Brasiliense, quando ainda estava na sucursal de Brasília do jornal – DF.

    Pela revista Época, Rio de Janeiro (com sucursais) conquistou o Grande prêmio de reportagem, da Editora Globo de Jornalismo.

    Foi o primeiro jornalista a divulgar o vídeo do governador José Roberto Arruda recebendo dinheiro, assim como a maioria das imagens do escândalo do DF. Antes, já havia mostrado as regalias dos assassinos do índio Galdino Jesus dos Santos em uma prisão federal em Brasília.

    Liderou série de reportagens sobre dois desembargadores acusados de corrupção e tráfico de influência dentro do Tribunal de Justiça do Distrito Federal. As reportagens levaram ao primeiro caso de um desembargador afastado e processado na história da capital.

    Em 2011, publicou o caso dos passaportes diplomáticos concedidos irregularmente, por “interesse do país”, para os filhos e netos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os documentos foram cassados por decisão judicial ou devolvidos. Após a revelação do caso, o Itamaraty alterou as regras da entrega dos documentos vermelhos.

    Revelou ainda, com outro brilhante colega, a história do hacker que invadiu o e-mail da presidente Dilma Rousseff. A mesma parceria mostrou milhares de papéis produzidos pela ditadura militar (1964-1985) que estavam retidos em ministérios, fora do alcance imediato do público. Esse material inclui avisos, memorandos, ofícios, exposições de motivos e telegramas produzidos pelas mais altas autoridades do regime militar.

    Participou, como palestrante, de dois congressos internacionais realizados pela Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) com os temas Boas histórias – Caso Zoghbi, e Mensalão do DEM e Caminhos e descaminhos de dinheiro público

    Assinou como coautor o livro Sinais de Vida, sobre algumas histórias de pessoas que cuidam da natureza no Brasil, organizado por Marcos Sá Corrêa e publicado pela Fundação O Boticário. (2005)

    Algumas fotos de Matheus na Alemanha, em outros países e no Brasil estão na Galeria deste perfil. Algumas fotografias tiradas no Brasil e no exterior estão no site de Mateus. Ao passar o mouse sobre cada foto nessa galeria, um pequeno texto revela o local onde ela foi tirada.

    Matheus Leitão Netto é filho da jornalista Miriam Leitão e do jornalista Marcelo Netto, além de irmão do também jornalista <lt;strong>Vladimir Leitão Netto da TV Globo, Brasília/DF. Miriam estava grávida de Vladimir quando ficou presa por três meses durante a ditadura militar brasileira. 

    Em outubro de 2014, após quatro anos como repórter investigativo da Folha de S.Paulo em Brasília, Matheus deixou o jornal. Sobre a saída ele se disse surpreso com a dispensa repentina, ao Portal dos Jornalistas: “Não entendi direito, porque acho que fiz um bom trabalho na Folha. Apesar desse final, foi uma experiência muito boa, pois tive a oportunidade de trabalhar com excelentes profissionais, como Fernando Rodrigues, Melchíades Filho – que me levou para lá – e Rubens Valente, entre tantos outros”.

    Matheus Leitão passou a integrar em abril de 2015 o time de blogueiros que escrevem diariamente para o G1. A exemplo do que faz em seu blog pessoal, que em cinco meses teve a marca de 800 posts, ele avisa que vai também tratar de temas variados: “Continuarei buscando informação exclusiva e ficarei atento ao noticiário de assuntos diversos, com destaque para a Política e o Jornalismo Investigativo, entrando eventualmente em outras áreas, como Meio Ambiente e Economia. Esta nova etapa do trabalho me entusiasma porque o G1 faz um jornalismo de qualidade e de ponta”

    Para saudar a chegada do Mateus e estreia no site do G1, Miriam Leitão, uma das jornalistas mais premiadas do Brasil, escreveu especialmente para o blog a Crônica – O silêncio presente. Ela voltará todos os sábados com novas crônicas no blog do Mateus Leitão.

    Em 28 de maio de 2015 o G1 – portal de notícias da Rede Globo, e o portal BRIO publicaram o resultado da investigação que Matheus Leitão levou a cabo desde os 12 anos na busca do nome do delator que entregou seus pais, Míriam Leitão, grávida, e Marcelo Netto, aos oficiais da ditadura. Rastreado por Matheus, Foedes Santos, ex-líder da célula do PCdoB, o delator, foi localizado em Cariacica (Espírito Santo), em dezembro de 2014, e confessou que deu os nomes durante sob tortura e que peso da traição e o remorso. O  G1 apresentou a gravação da entrevista em que Foedes confirmou a delação.

    Míriam disse ao G1 que como jornalista se sente feliz diante de “uma grande reportagem e pela maneira como a história é contada pelo Matheus, Eduardo (Gomes) e os outros jornalistas do Brio”. BRIO é uma nova plataforma de reportagens multimídia feita por jornalistas independentes.

    No texto escrito em primeira pessoa Matheus relatou ao portal BRIO, o que sentiu ao entrar no 38º Batalhão de Infantaria, em Vila Velha, onde a mãe e o pai foram torturados em 1972: “Na placa de honrarias históricas do Batalhão, falta registrar: “1972: aqui nós torturamos, colocamos uma jovem de 19 anos (Míriam) com uma cobra numa sala escura. Chutamos o ventre de uma mulher grávida. Deixamos um jovem de 23 anos (Marcelo) ser torturado. Aqui nós machucamos, ferimos, seviciamos, marcamos e destruímos famílias”. Ali era um desabafo meu, de dever cumprido. Um forte militar é feito para proteger os brasileiros, e não para prender, torturar”. Crédito:Reprodução/Brio.

     

     

    Atualizado em maio/2015 – Portal dos Jornalistas

    Fontes:

    http://brio.media/pt/about

    http://g1.globo.com/espirito-santo/noticia/2015/05/delator-de-miriam-leitao-na-ditadura-diz-que-apontou-sob-tortura.html

    https://www.portaldosjornalistas.com.br/noticias-conteudo.aspx?id=3602

    http://journalism.berkeley.edu/profiles/matheus_leitao/

    http://www.matheusleitao.com/about/

    http://www.linkedin.com/pub/matheus-leit%C3%A3o-netto/47/26/147