Luiz Noriega

    (Nova Aliança, SP – 16/08/1930 – São Paulo, 26/12/2012)
     
    Luiz Gonzaga Noriega nasceu em Nova Aliança (SP), em 16 de agosto de 1930. Faleceu em São Paulo (SP), em 16 de dezembro de 2012. É pai do jornalista Maurício Noriega.
     
    Professor por formação, iniciou a carreira no rádio Difusora de Olímpia (SP), nos anos 40, como locutor e operador de áudio. Em 1949, narrou a primeira partida de futebol (Olímpia Futebol Clube 1 x 4 Sociedade Esportiva Palmeiras) e começou a ganhar destaque fora da emissora. Após um teste com Aurélio Campos (1914-1981), no início dos anos 50, passou a trabalhar na rádio Tupi Difusora de São Paulo (SP).
     
    Foi convidado e aceitou compor a equipe que inaugurou a rádio Tamandaré, de Recife (PE), assim como a Tupi ligada ao grupo das Emissoras Associadas de Assis Chateaubriand. Na Tamandaré, trabalhou nas áreas de Esporte, Radioteatro, Jornalismo e Locução Comercial. Apresentou, em auditórios e clubes, as orquestras de Agustín Lara (1900-1970), Tommy Dorsey (1905-1956), Francisco Canaro (1888-1964) e Tabajara – de Severino Araújo (1917-2012) – e os cantores Francisco Alves (1898-1952), Angela Maria e as Irmãs Batista, Linda (1919-1988) e Dircinha (1922-1999). Fez, ao lado de Luiz Jatobá (1915-1982), locução para o programa Ruas do Mundo, do jornalista Luiz Maranhão Filho (1921-1974). 
     
    De volta à São Paulo, fez parte da famosa Equipe 1040 da rádio Tupi (SP), que fez uma verdadeira revolução no rádio esportivo brasileiro, firmada na dupla Pedro Luiz (1919-1998) e Mário Moraes (1925-1988). Logo, passou a também integrar a equipe de Jornalismo e Esporte da TV Tupi (SP), nos primórdios das transmissões esportivas via televisão no País. Chegou até a fazer uma ponta no Teleteatro da emissora.
     
    Atingiu o auge da popularidade atuando, a partir de 1969, na TV Cultura (SP), ao lado de Orlando Duarte. Seu trabalho na emissora foi marcado pela inovação e pioneirismo. Participou dos programas É Hora do Esporte, primeiro noticiário esportivo transmitido no horário do almoço; Esportevisão, considerado a primeira revista eletrônica da televisão brasileira; Grandes Momentos do Esporte, ainda no ar; Esporte Opinião e das transmissões esportivas de jogos e torneios, que trouxeram inovações hoje já plenamente assimiladas, como o uso do cronômetro na tela e o uso de videotape e da câmera lenta nos lances mais importantes ou polêmicos.
     
    Na Cultura, narrou eventos de futebol, tênis, boxe, basquete, vôlei, ginástica, natação, golfe, hipismo e automobilismo. Tinha como marcas os bordões Taí o primeiro (ou segundo, ou terceiro etc.) gol e Senhor telespectador, tire suas conclusões, este depois de algum lance polêmico. Chegou a chefiar o Departamento de Esportes da emissora, que deixou em 1986.
     
    Marcou presença em sua passagem pela TV Gazeta (SP), fazendo parte da equipe de comentaristas do programa Campeões de Bola, ao lado de Milton Peruzzi (1913-2001), Peirão de Castro (1930-1989), Alfredo Borba (1926-2012) e Osvaldo Sargentelli (1924-2002). Atuou, ainda, nas rádios A Voz da América e BBC, além de ter assinado colunas sobre Esportes em diversos jornais brasileiros, como o Diário da Noite, o Diário Popular e o Diário de S.Paulo, e mesmo de outros países. Cobriu quatro Copas do Mundo e os Jogos Olímpicos de Verão de Moscou 1980. Trabalhou também em marketing esportivo e editorial.
     
    Trabalhava como assessor de imprensa da Federação Paulista de Tênis – entidade da qual foi vice-presidente por duas vezes – quando foi vítima de infecção generalizada e faleceu no Hospital da Beneficência Portuguesa.
     
    Recebeu da Câmara Municipal de Olímpia o título de Cidadão Honorário Olimpiense, em agosto de 2012. Era torcedor do São Paulo Futebol Clube.
     
     
    Atualizado em dezembro de 2012