A repórter especial da Folha de S.Paulo Patricia Campos Mello venceu em primeira instância uma ação movida contra Jair Bolsonaro por ofensas proferidas pelo presidente em fevereiro do ano passado.

A decisão proferida pela juíza Inah de Lemos e Silva Machado, da 19ª Vara Civil de São Paulo, diz respeito a comentários com conotação sexual ditos por Bolsonaro após depoimento de uma das testemunhas da CPMI das Fake News.

Em sabatina no Congresso, realizada em 11 de fevereiro do ano passado, Hans River do Rio Nascimento, ex-funcionário da Yacows, uma das empresas que teria feito os disparos à favor da campanha de Bolsonaro, afirmou sem apresentar provas que Patricia havia oferecido sexo em troca de informações para a reportagem.

Ao comentar o caso, o presidente disse: “Ela queria um furo. Ela queria dar o furo a qualquer preço contra mim”.

No Jornalismo, o jargão “dar um furo” significa publicar uma informação que ninguém publicou ainda. Ao usar a expressão, Bolsonaro enfatizou o duplo sentido da palavra quando se referiu à jornalista. Apoiadores ao seu lado deram risada.

A indenização foi fixada em R$ 20 mil, além das custas e despesas processuais e honorários advocatícios fixados em 10% do valor da condenação. Na sentença, a magistrada entendeu que as acusações feitas por Bolsonaro tinham o propósito de ofender a reputação de Patricia Campos Mello.

Cabe recurso contra a condenação.

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