Conrado Hübner, colunista da Folha de S.Paulo, foi intimado pela Polícia Federal (PF) a prestar depoimento pela publicação em abril de um artigo que critica o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Kássio Nunes Marques pela liberação de cultos religiosos e missas em meio à crescente onda de contágio da Covid-19.

“O episódio não se resume ao juiz mal-intencionado e chicaneiro que, num gesto calculado para consumar efeitos irreversíveis, driblou o plenário e encomendou milhares de mortes”, escreveu o colunista à época.

Em um ofício, Nunes Marques pediu providências à Procuradoria-Geral da República (PGR) para investigar possíveis crimes de calúnia, injúria e difamação. Segundo o ministro, o colunista da Folha “faz afirmações falsas e/ou lesivas” à sua honra.

O próprio procurador-geral da República, Augusto Aras, apresentou neste ano queixa-crime contra Hübner por publicações críticas a ele nas redes sociais e pela coluna Aras é a antessala de Bolsonaro no Tribunal Penal Internacional. No texto, Hübner escreveu que “Aras não economiza no engavetamento de investigações criminais: contra Damares, por agressão a governadores; contra Heleno, por ameaça ao STF; contra Zambelli, por tráfico de influência; contra Eduardo Bolsonaro, por subversão da ordem política ao sugerir golpe”.

Em agosto, a juíza federal Pollyanna Kelly Maciel Medeiros Martins Alves rejeitou a queixa-crime de Aras, afirmando que não houve ofensa à honra dele e que a liberdade de expressão e a imprensa livre são pilares de uma sociedade democrática, aberta e plural.

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