O apresentador Pedro Lins, do programa Bom Dia Pernambuco (Globo Nordeste), foi vítima de racismo nessa quarta-feira (25/8) e usou suas redes sociais para rebater o comentário preconceituoso.

No Twitter, Pedro escreveu: “E ainda tem uma galera que diz que racismo não existe. Ouvi agora, hoje à noite: ‘fala com quem da Globo para parar de colocar vocês pretinhos para apresentar jornal?’”

Em seu perfil no Instagram, o apresentador comentou o ocorrido e disse que está “compartilhando isso para dizer a você, que também passa por isso, que você não está sozinho. Aproveito para dizer também, como eu disse para essa pessoa racista: Sorte? Não, amor. Aqui tem muito trabalho, muito estudo, muita força, muito foco e muita competência”. Ele então declamou uma poesia do autor Pedro Martins sobre preconceito.

Outro episódio de racismo contra a imprensa ocorreu nessa semana. O repórter Luiz Teixeira, do SporTV, comentou em suas redes que foi questionado, durante credenciamento para um jogo, se era câmera ou auxiliar, sendo que ele era o único repórter de campo e já estava com a roupa de transmissão.

“É duro aceitar um repórter negro?”, questionou Luiz. “Todas as funções são essenciais para uma transmissão ocorrer. Mas ser sempre o ‘confundido’ gera um desgaste grande. Nunca será normal, principalmente por saber o real motivo do ’deslize‘ e por ver que o ‘procedimento padrão’ só serve para um”.

Segundo pesquisa do Instituto Reuters, publicada em março deste ano, o Brasil está ao lado de Reino Unido e Alemanha como os países sem qualquer diretor de Redação não branco nos veículos com maior audiência. O estudo detectou que apenas 34% dos profissionais de imprensa do País não são brancos. Leia mais sobre o relatório em MediaTalks by J&Cia.

Vale lembrar que este Portal dos Jornalistas e a newsletter Jornalistas&Cia estão realizando um censo sobre o Perfil Racial da Imprensa Brasileira, com o propósito de aferir a atual situação racial das redações brasileiras e, desse modo, contribuir para políticas afirmativas de diversidade e inclusão no jornalismo brasileiro. São 13 as questões que constam do questionário que está sendo encaminhado aos 61 mil jornalistas em atividade no País, com tempo máximo de resposta de cinco minutos. Responda! Mas, atenção: ela é exclusiva para quem atua em redações.

Outras informações com Vinícius Ribeiro ([email protected]).

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