Leonardo Sakamoto, colunista do UOL e professor da PUC-SP, lançou o livro Escravidão Contemporânea (Editora Contexto), com explicações, dados e entrevistas com especialistas nacionais e estrangeiros sobre escravidão nos dias atuais, condições miseráveis de trabalho e relações desumanas com os empregadores.
A obra também explica o trabalho escravo contemporâneo, sua
história recente, como ele se insere no Brasil e no mundo, o que está sendo
feito para combatê-lo e por que é tão difícil erradicá-lo.
Além da familiaridade com o tema, Sakamoto tem grande
importância na luta contra a escravidão. É conselheiro do Fundo das Nações
Unidas para Formas Contemporâneas de Escravidão e foi conselheiro da
Liechtensen Iniciative, da Comissão Global do Setor Financeiro contra a
Escravidão Moderna e o Tráfico de Seres Humanos.
Mais de 40 entidades nacionais e internacionais enviaram uma carta aberta às autoridades brasileiras nesta sexta-feira (24/1) manifestando repúdio à recente denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra Glenn Greenwald.
Na carta, endereçada ao presidente Jair Bolsonaro e aos
líderes das principais Casas Legislativas e instituições do Judiciário, as
entidades afirmam que a denúncia contra Greenwald é o episódio mais recente de
uma campanha extensa para desacreditar jornalistas que cobrem o tema da Operação
Lava Jato. Segundo o documento, a ação do MPF prejudica não apenas a
liberdade de imprensa, como também a liberdade de expressão e de participação
democrática.
Entre as entidades brasileiras que assinam a carta aberta
estão o Instituto Vladimir Herzog, a Associação Brasileira de Jornalismo
Investigativo (Abraji), a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e a ARTIGO
19. Entre as organizações internacionais que compõem a coalizão, estão o
Committee to Protect Journalists, a Human Rights Watch e a Freedom of the Press
Foundation. A ação foi coordenada pela Repórteres sem fronteiras.
A Pesquisa Fapesp, revista científica publicada pela Fundação
de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, está completando 20 anos. Lançada
originalmente como um informativo chamado Notícias Fapesp, em 2000
passou por uma reformulação editorial e gráfica, transformando-se em revista.
Com reportagens científicas que trazem dados, curiosidades,
dicas e entrevistas, a Pesquisa Fapesp visa a valorizar o jornalismo
científico. Em comemoração ao aniversário, a revista relembrará até o final do
ano, mensalmente, reportagens marcantes e assuntos relevantes publicados ao
longo de sua existência. Na edição de janeiro, turismo científico e rankings
universitários são os destaques.
A revista também comemora os dez anos de seu canal
no YouTube, que busca valorizar a importância de reportagens e outros tipos
de conteúdo audiovisual sobre ciência, que facilitam a compreensão e
simplificação de assuntos complexos. Os vídeos permitem uma linguagem
audiovisual informal e diferente, com o uso de recursos como infográficos
animados, que tornam o tema mais didático. Confira
o especial de 20 anos da revista
Em comemoração ao aniversário de São Paulo, que completa 466 anos no próximo sábado (25/1), a BandNews FM realiza a Experiência BandNews FM, com atividades culturais, oficinas, passeios e outras atrações. O evento principal, gratuito, será na Casa das Rosas, na av. Paulista, 37, às 9 horas.
Nesta edição, haverá um walking tour pela Paulista,
que levará dez ouvintes já sorteados para uma visita guiada à exposição São
Paulo: Três ensaios visuais, no Instituto Moreira Salles. Depois, o grupo
fará uma caminhada pela avenida, passando por pontos turísticos como Masp,
Parque Trianon, Casarão Franco de Mello e Itaú Cultural.
Além da presença de convidados, atrações musicais, workshops
com colunistas e espaço kids, o evento na Casa das Rosas terá alguns
serviços de saúde, como cálculo de IMC, teste de glicemia, aferição da pressão
e orientações com nutricionistas. Confira
a programação na íntegra
Em 1983, Faustão, que então comandava o programa Balancê na Rádio Excelsior de São Paulo, entrevistou Eduzinho na redação do Estadão. Confira!
Por Antero Greco
Olá, Feice, como vai?
Abro seu primo Zap, pouco antes do almoço, nesta terça-feira, e leio a
seguinte mensagem: “Boa tarde meu amigo, o Eduzinho acaba de
falecer”.
Curta e direta a informação, sem rodeios, sem comentários adicionais.
Nessa hora desnecessários, descartáveis, inúteis.
O importante estava lá: o aviso de que morrera o Eduzinho, o Zé Galinha,
personagem miúdo e importante na redação do Estadão nos anos 1970, 80, 90,
comecinho de 2000.
Só alguém muito distraído passou pelo antigo jornalão nesse período sem
saber quem era o Eduzinho, ou Edu, ou Dudu. Enfim, o Eduardo cujo sobrenome só
agora soube que era Collado.
Adendo supérfluo, fútil, porque falar Eduzinho era o suficiente,
qualquer um sabia de quem se tratava. Equivalia a falar em dr. Júlio, dr. Ruy,
Julinho, Ruizito. Pronto, na hora associava-se o nome à pessoa adequada.
Sobrenome é pra desconhecidos na firma.
Eduzinho entrou no jornal rapazinho, para ser contínuo, e contínuo foi a
vida toda. Com altivez, orgulho e decência. Era pau pra toda obra, desde levar
matérias para a turma do Gegê liberar para a gráfica até pegar cola Pritt,
canetinha, laudas, bloquinho, trocar a fita da máquina. Ou comprar sanduíche e
refrigerante na lanchonete. Ou pagar conta no banco.
Andou centenas de milhares de quilômetros pela redação e pelo prédio da
Marginal. Houve época até em que colocaram no pé dele um aparelhinho para medir
quanto caminhava por dia. Acho que a geringonça pifou.
Eduzinho gastou tanta sola que passou a mancar um pouco. Bobagem de
nada, para quem deslizava entre as editorias. Isso não o impedia de ir de lá pra
cá, daqui pra lá.
O Zé Galinha nunca teve o nome no jornal, mas era impregnado pelo astral
da busca da notícia que pairava sobre a redação. Adorava esportes, vivia sempre
em volta da nossa turma, ouvido espichado e pronto para dar um pitaco.
Nos tempos das laudas, enquanto ia para a mesa da diagramação
aproveitava e lia as matérias. Cansei das vezes em que voltou e, todo prosa,
indicava um erro de informação. Nós o nomeamos “consultor de
esportes”, e se gabava da função. Levava-a a sério, e relia o que pudesse.
Era astuto, observador, sucinto, irônico. Jogávamos uma pergunta e lá
vinha a resposta de bate-pronto. “Lazaroni, Eduzinho?”
“Enganador! “Telê Santana?”, “Sabe tudo!”, “O
Romário?”, “Fominha, mas resolve!” e assim por diante. Seria um
comentarista de mão cheia. São-paulino fanático.
Eduzinho era desses invisíveis que há em todo ambiente de trabalho.
Inteligente, valia-se disso para saber tudo o que rolava na redação. Casos
amorosos? Ele estava por dentro. Quem estava prestigiado com a chefia? Na ponta
da língua. Visitas incógnitas na alta cúpula? Ele tinha informações de
bastidores e as repassava para os amigos. Crise na empresa? Estava mais
capacitado do que o RH.
“Como você sabe tanta coisa, Eduzinho?”, perguntava. Sorriso
maroto acompanhava a explicação. “A gente passa numa mesa aqui, outra ali,
pega um pedaço de conversa, ouve um papo no telefone. Depois, é só
juntar…”.
Com Eduzinho morre mais um pouco daquele Estadão que sabia ser sisudo e
informal, vetusto e zoeiro, profissional e familiar. Estadão em que o contínuo
podia corrigir o editor, sem medo de represália. Mas que, por via das dúvidas,
no jogo de fim de ano da rapaziada da redação, evitava chutar no gol defendido
pelo diretor Miguel Jorge.
“Vai que ele franga e fica bravo comigo?”.
Era sabido o Zé Galinha, que na verdade deveria se chamar Zé Peru, porque imitava bem peru, com seu grito de gluglugluglu que ecoava forte na redação.
Antero Greco
A história desta semana é de Antero Greco, comentarista da ESPN e colunista do UOL Esporte, que a publicou no Facebook em 14/1/2020 e nos autorizou a reproduzir.
Fábio Pannunzio estreará em 3/2, a partir das 7h, seu canal TV Democracia, projeto criado para a internet que terá 12 horas de programação diária. A equipe de colaboradores reúne nomes conhecidos do jornalismo nacional, como Chico Malfitani, Barbara Gancia, Mona Dorf, Luciana Liviero, Antonio Roche, Florestan Fernandes Júnior e Juliana Fratini.
A TV Democracia também terá correspondentes internacionais:
Willian Corrêa e Eleonora Paschoal, nos Estados Unidos, e Jamil
Chade, na Suíça. A sede e estúdios ficam em São Paulo, na região dos
Jardins. O endereço na internet ainda não foi divulgado.
O último emprego de Pannunzio foi na TV Bandeirantes, onde
apresentava o Jornal da Noite. Devido a problemas cardíacos e para
cuidar da saúde, o
apresentador deixou a emissora. Na ocasião, nas redes
sociais, postou: “Vou reencontrar vocês na internet em um projeto fantástico”. Com
informações do UOL
São Paulo ganha, na semana de seu aniversário de 466 anos (25/1), uma série inédita no formato podcast que resgata histórias da formação da cidade e de sua gente. Idas&Vindas é a primeira produção ficcional de um órgão público no País e a primeira ficção em podcast 8D, tecnologia que reproduz além do plano horizontal, permitindo que o ouvido humano tenha uma experiência realmente imersiva.
A série completa está disponível nas principais plataformas de streaming de áudio, onde pode ser ouvida de forma gratuita. Também pode ser acessada diretamente no site da Prefeitura.
Dividida em oito episódios, Idas&Vindas é protagonizada por uma personagem (Dona Teresa) que se desloca de ônibus pelos bairros de São Paulo. Em seus passeios, ela vai relembrando fatos históricos, que sempre têm em comum, como pano de fundo, alguma relação familiar com a protagonista. Diálogos e trilha sonora ajudam a compor os cenários de época, um dos diferenciais da produção.
A Secom, responsável pelo trabalho, é comandada por Marcus Vinicius Sinval. A liderança do projeto é de Alec Duarte, head de Digital da Prefeitura.
Além da série, a Prefeitura produz desde abril do ano passado conteúdo informativo em áudio com frequência semanal. São dois programas: Aproveite Sâo Paulo, pílulas de um minuto que têm o objetivo de descrever serviços e equipamentos públicos para orientar o cidadão; e Acontece em SP, bate-papo semanal com convidados sobre assuntos que dizem respeito à cidade.
A surpreendente demissão voluntária de Tony Hall do cargo de diretor-geral da BBC, anunciada nessa segunda-feira (20/1) em meio ao que vem sendo considerada a mais grave tormenta da história da emissora, pode até fazer lembrar a regra náutica que prevê que um bom capitão é o último a deixar o barco.
A leitura desse movimento, no entanto, é de que Lord Hall of Birkenhead
– ele detém o pomposo título honorífico – resolveu sair como uma tentativa de
amortecer a tensão entre a BBC e o Governo. E assim facilitar o embate iminente
com a administração de Boris Johnson para manter a taxa obrigatória de £ 154
por residência que permite acesso aos canais – fora custos de sinal de cabo ou
satélite
Hall deixa um salário anual de £ 450 mil (quase R$ 2,5 milhões) e vai
assumir o comando da National Gallery. Deixa também boas encrencas para o
sucessor, em um momento crucial para o futuro da rede.
A Beeb ou Auntie Beeb, como é chamada a BBC,
nasceu em 1922, tem 22 mil funcionários e receita de £ 4,9 bilhões em 2018/19,
sendo 75% provenientes da taxa e o restante principalmente da venda de
conteúdo, formatos e licenciamentos. Fechou no vermelho, com déficit
operacional de £ 69 milhões. O fim da taxa compulsória, paga hoje por 25,8
milhões de domicílios, pode ser um golpe mortal.
Há quem aponte perseguição política. A emissora foi acusada de
parcialidade na campanha de 2019 pelos dois partidos majoritários. Para o lado
vencedor, o estopim foi a pressão para Boris Johnson ser sabatinado pelo
programa de Andrew Neil, disparando
um mar de críticas nas redes sociais.
Durante a campanha Johnson já mostrava suas intenções, falando sobre os
planos de descriminalizar em breve a
evasão da taxa, em torno de 7%, que hoje dá processo e multa de £ 1 mil. E
depois acabar de vez com ela, levando a emissora a competir com outros players do mercado, como a Netflix.
Foi um bom lance político, que soou como música em especial para
aqueles acima de 75 anos, alarmados com os planos anunciados pela emissora de
passar a cobrar o valor dos idosos, hoje isentos. Isso já era previsto desde
que a isenção foi concedida há vários anos. Só que não agrada a quem conta com
o benefício.
Audiência em queda entre jovens – Mas os desafios da BBC não se limitam a manter a taxa. A pedreira
maior é queda de audiência, principalmente entre jovens. Uma turma que consome
conteúdo das plataformas como Netflix e Amazon Prime ou canais do YouTube em smartphones, tablets e computadores, muitos sem TV em casa. O volume amealhado
com a taxa já caiu 4% em relação ao exercício anterior, sinalizando que nem
todo mundo vê a BBC como obrigatória hoje em dia.
A emissora tenta se reinventar com projetos como os serviços de streaming BritBox e Sounds, e programas
com linguagem leve, distante da seriedade que é sua marca. Anunciou até o Beeb,
um assistente de voz para rivalizar com o Alexa da Amazon, capaz de entender
sotaques regionais do inglês. Na bolsa de apostas para o sucessor de Hall
emergiu o nome do atual diretor responsável pelo IPlayer, familiarizado com
esse universo.
Equal Pay e altos salários – Ela sofre também com processos movidos por jornalistas que se acham
discriminadas em relação a colegas homens, principalmente após a vitória de Samira Ahmed no tribunal, sobre a qual
falamos aqui semana passada. Especula-se sobre a nomeação de uma
diretora-geral, demonstrando respeito às mulheres.
Há ainda o imbroglio dos
salários de celebridades como o ex-jogador de futebol Gary Lineker, que fatura
£ 1,750 milhão. Famosos sempre ganharam mais do que anônimos na mídia e no show business, pela capacidade de atrair
audiência e anunciantes. Como estatal que cobra até dos aposentados, no
entanto, os valores astronômicos jogam mais lenha na fogueira.
É difícil encontrar emissora comparável à BBC, tanto para quem a
assiste hoje quanto pelo seu papel na sociedade britânica, com transmissões
históricas e programas que marcaram época. Ao ponto de emprestar o nome à
pronúncia padrão do inglês no Reino Unido, chamada de “BBC English”.
Mas a fila anda. Outro interlocutor pode até melhorar o diálogo com o
Governo e obter conquistas em relação à taxa. Os demais obstáculos, no entanto,
vão demandar muito mais do que acordo político para serem transpostos.
Em uma das mais equilibradas apurações envolvendo veículos de comunicação
desde a criação, em 2011, deste Ranking dos +Premiados da Imprensa
Brasileira, as tevês Globo e Record encerraram 2019 separadas pela
diferença mínima de cinco pontos na disputa pela primeira colocação dos +Premiados
Veículos do Ano.
Com 420 pontos, a emissora do Grupo Globo ficou mais uma vez
à frente na pesquisa, a oitava em nove anos deste levantamento. Foram 13
troféus em 2019, entre eles os prêmios Comunique-se, Aceesp, CNT, Estácio, Vladimir
Herzog e Direitos Humanos de Jornalismo.
Já a Record comemorou um dos anos mais vitoriosos da história de seu
Jornalismo. Grande parte desse bom desempenho deve-se ao programa Câmera Record, que conquistou em 2019
duas das mais relevantes premiações internacionais do Jornalismo, os
prêmios Rei da Espanha e SIP, ambas tendo como
pano de fundo os mandos e desmandos na Amazônia brasileira. Foram 415
pontos e dez prêmios. Entre eles estiveram também o Grande
Prêmio Abrafarma e os MPT, Estácio e República de Telejornalismo.
Vale lembrar que esses bons resultados também contribuíram para a emissora
emplacar cinco profissionais nos Top 10 dos +Premiados Jornalistas do Ano.
A terceira colocação ficou com o jornal gaúcho Zero Hora, que, com 13
conquistas em 2019, terminou o ano com 295 pontos. Completam
os Top 10: Folha de S. Paulo (4º – 275 pontos por sete
prêmios), Bandnews FM (5º – 250/nove), Rádio Gaúcha (6º – 230/11),
Correio Braziliense (7º – 220/oito), O Globo (8º – 215/seis),
SBT (9º – 170/oito) e, empatados na décima posição, com 165
pontos, o site Metrópoles (quatro prêmios) e o jornal Valor Econômico (cinco).
Paulo Vinícius Coelho, o PVC, está de casa nova. Ele assinou com o Grupo Globo e fará parte da equipe de esportes da emissora. A estreia será em 3/2, no programa Bem Amigos, do SporTV.
Considerado por muitos como um dos mais renomados nomes do
jornalismo esportivo do Brasil, PVC trabalha hoje como comentarista na rádio
CBN e como colunista na Folha de S.Paulo. Anteriormente, passou por Placar,
ESPN, Lance, Fox Sports e UOL.