Para marcar o lançamento da campanha Rumo aos 200 Anos, em 2025, o Diário de Pernambuco ganhou na edição de 15 e 16/2 um novo projeto editorial e gráfico. O DP é o jornal mais antigo do Brasil e da América Latina a poder alcançar esta marca. O jornal passou por muitas crises nos últimos anos e esteve perto de fechar. Foi comprado recentemente por um grupo de advogados, que constituíram um Comitê do Bicentenário, com representantes do jornal e da sociedade civil, para propor reportagens, projetos e ações a partir deste ano para marcar a data.
A base do projeto e da reformulação é um trabalho de consultoria realizado por Roberto Gazzi, profissional com passagens por O Estado de S. Paulo, onde foi editor-chefe e diretor de Desenvolvimento Editorial, e Folha de S.Paulo. Atua hoje como consultor de empresas de mídia, após ter sido diretor executivo do Correio, da Bahia.
Além das mudanças editorial e gráfica, a consultoria que fez para o Diário também reorganizou a estrutura da Redação, com remanejamento de profissionais e implantação de um novo modelo de operação. “Estas mudanças são importantes para reposicionar a marca neste momento tão desafiador para o jornalismo tradicional”, afirma Gazzi. Com o avanço da era digital, em todo o mundo os jornais enfrentam dificuldades e desafios para adaptar-se aos novos tempos.
“Estou contente com os resultados da consultoria”, disse ele a J&Cia. “Sem recursos extras e trabalhando com o competente pessoal interno, fizemos as reformas e lançamos o projeto, importante para a sobrevivência do jornal, um dos mais premiados do País segundo o ranking do J&Cia, uma instituição de Pernambuco e do Brasil, e que tem de ser apoiado em sua luta para chegar ao bicentenário. Mais feliz ainda com a repercussão. Como disse uma leitora, ‘ficou lindo demais, dá super pra perceber as mudanças, mas nāo faz o leitor estranhar’. Era tudo o que eu queria. Como disse: ‘Jornal é hábito, por isso as mudanças sāo sutis, mas marcantes”. Confira detalhes das mudanças.
A partida de Jorge de Miranda Jordão (Salvador, 1932 – Rio de Janeiro, 2020), na semana passada, aos 87 anos, encerrou aquele que talvez tenha sido o mais ruidoso fenômeno da imprensa brasileira pois, salvo raríssimo engano, ele era o último soldado de Samuel Wainer. (Entrou na Última Hora carioca em 1954, com 22 anos, e a partir dessa data foi para onde Samuel mandasse. Dirigiu, por exemplo, a Última Hora gaúcha e a paulista). A rigor, as mais novas gerações do nosso jornalismo deveriam debruçar-se sobre a história do jornal Última Hora (1951-1991), criado por Samuel, para compreender suas inovações revolucionárias, tanto na prática da reportagem como na renovação gráfica, que, aliás, justificam a evocação sugerida.
Tive a honra e o
privilégio de trabalhar com Miranda na Folha da Tarde em 1968/69. No meu
entendimento, foi a sua tentativa de substituir politicamente a Última Hora sob
a mesma receita ideológica de Wainer, pois, àquela altura, o jornal original
arrastava-se debilmente, estrangulado pelos rumos do País pós-1964. Porém, em
vez de buscar as camadas populares, dirigiu-se à classe estudantil. Fazia
sentido, uma vez que não havia espaço para hastear a bandeira sindicalista; por
outro lado, o movimento estudantil começava a se reorganizar a partir do
primeiro congresso (clandestino) da União Nacional dos Estudantes (UNE),
realizado na cidade de Valinhos (SP), em 1967. E era a força à esquerda com a
qual se podia contar.
A redação da Folha de
Tarde adquiriu ares de uma assembleia estudantil permanente. Basta lembrar que,
nas coberturas de passeatas, que começaram a pipocar em 1967 e tornaram-se
contundentes em 1968, o jornal designava quatro repórteres, fora aqueles que,
em eventual disponibilidade, iam por conta própria. Também é conveniente anotar
que ali na redação os roteiros sigilosos das manifestações proibidas eram
conhecidos com boa antecedência.
Essa espécie de Terra do
Nunca era liderada por Miranda, tendo abaixo de si o secretário João Ribeiro, que equivalia ao atual
posto de editor-chefe, e Vicente
Wissembach, Arlindo Mungioli e Frei Betto como chefes de Reportagem.
(À noite, e até o avanço da manhã seguinte, essa função cabia ao Rousseau – foge-me seu verdadeiro nome,
que nunca soube –, doce figura que, nas horas vagas, era um declamador amador
disputado por festas familiares e saraus eruditos, segundo constava).
Certamente Miranda
Jordão merecerá uma biografia competente, à altura da sua trajetória. Por isso,
limito-me aqui a lembrar de duas ou três coisas que sei dele (*) – Deux ou trois choses que Je Sais D’elle, filme nouvelle vague de Jean-Luc Godard, 1967 – relativas à
estranha presença de um jornal como Folha da Tarde, agressivamente oposicionista ao regime militar, na Empresa
Folha da Manhã. (Realisticamente, em questão de meses, o vespertino passaria
para a extrema-direita, após a decretação do Ato Institucional Nº 5, em 13 de
dezembro de 1968).
Em uma reunião da
redação, expus meu estranhamento à postura da empresa; Miranda Jordão explicou.
“Quando Octavio Frias de Oliveira me
chamou para fazer o jornal, eu lhe perguntei qual seria a linha. Ele me disse: ‘eu
não quero fazer sacanagem com ninguém’. Entendi da minha forma e toquei em
frente”. Contudo, numa entrevista que faz parte do livro Memórias da Imprensa Escrita (Editora Saraiva, de Aziz Ahmed) e que pode ser vista no YouTube, Miranda Jordão
acrescentou uma ligeira variação: Frias anunciou que seria um jornal à
esquerda, mas nos limites da prudência, face à situação em que o País vivia.
Mas tudo indicou que Miranda Jordão fez do jeito dele.
Miranda sairia de cena
em meados de 1968, se não me trai a memória, assim como Frei Betto, perseguido
pela polícia política. Foi preso no Uruguai e recambiado para o Brasil; a
partir daí desconheço suas idas e vindas. Sei que reapareceria mais tarde no
Diário Popular, para o qual deu protagonismo inédito na sua história
centenária.
A perseguição a Miranda Jordão rendeu um episódio ironicamente
bem-humorado que teve a participação de Álvaro
Luiz Assumpção, familiarmente conhecido como Meninão, empresário da noite. É justo recordá-lo.
Meninão era um grandalhão divertido,
como são os boêmios, e paulistano quatrocentão de alto costado. Seu apelido
advinha de uma boate que fundou e fez enorme sucesso em São Paulo. Em certo
momento, ele passou a assinar uma concorrida coluna diária, que se tornou
leitura obrigatória na chamada classe A, embora fosse publicada no improvável,
popularesco e sanguinolento jornal Notícias Populares. A propósito, na época,
corria entre jornalistas uma piada de humor negro alusiva à cultura do diário,
tendo como mote um frequente de pessoa que, sob aparência respeitável, conserva
esqueletos no armário. Se for bem pendurado (no pau-de-arara), dá
uma semana de manchete no Notícias Populares.
A coluna intitulava
Meninão em dia com a noite e apresentava uma variada coleção de notícias
quentíssimas sobre economia e política, simultaneamente ao sempre folclórico
movimento da noite, que incluía artistas, transações entre empresários do
setor, fofocas a respeito de músicos e crooners, novidades em rótulos e
coquetelaria, vendedores de flores e o pessoal do Exército da Salvação que ia
distribuir santinhos religiosos para recuperar almas mergulhadas no pecado. Esse um mundo tão ricamente
diversificado poderia ser representado pela boate que os Demônios da Garoa
abriram na rua Barão de Tatuí, no Centro, obviamente batizada como Saudosa
Maloca, em cuja parede havia um nicho protetor abrigando uma imagem de Nossa Senhora
Aparecida sob uma luzinha vermelha.
Era natural que figura
tão interessante quanto Meninão atraísse Miranda Jordão e fosse fazer sua
coluna na Folha da Tarde. Ficaram amigos próximos, a ponto de Miranda merecer
hospitalidade na residência de Meninão, na heráldica rua Gironda, nos Jardins.
Em breve futuro, essa amizade custou caro ao colunista, que acabou sendo detido
pelo Deops, durante a perseguição ao seu chefe, sob a acusação de dar guarida a
subversivos. Na verdade, qualquer nome, encontrado na agenda de algum preso
político, também tomava o imediato destino do Deops ou da Operação
Bandeirantes. Em princípio, foi algo surpreendente que um quatrocentão festivo
fosse ligado à luta armada, pois era essa a suspeita que recaia sobre Miranda
Jordão. E neste ponto chegamos ao humor irônico referido acima. Meninão me
contou, após safar-se do grave enrosco, que estava aguardando sua vez de ser
ouvido, quando um delegado do Deops, ao reconhecer a conhecida figura
corpulenta e alta de Meninão, perguntou, intrigado, a um investigador. Ué, o
que esse cara está fazendo aqui? É do MR-8, respondeu o policial
displicentemente, para facilitar a resposta. “Eu gelei”, recordou Meninão,
apertando meu braço.
Meus caminhos se cruzaram indiretamente com os de Miranda Jordão nos inícios de 1969. Samuel Wainer voltara havia pouco do seu exílio em Paris para tentar reerguer a Última Hora, que prosseguia na sua lenta e inexorável agonia aberta em 1964. Os antigos companheiros de Wainer, que haviam participado da Folha da Tarde, já estavam a postos no Rio de Janeiro para participar da ressurreição. (Claro que Miranda não estava, como gostaria, uma vez que se preocupava em preservar a liberdade).
Samuel Weiner
João Ribeiro me chamou e eu lá fui, sob promessa de um salário excelente e apartamento pago pela Última Hora. Descobri mais tarde, que tais rompantes eram típicos de Samuel. Nada disso vingou. O apartamento da Zona Sul transformou-se num simples quarto no Solar da Fossa, em Botafogo, lendário reduto hippiee da contracultura pelo qual passaram Caetano Veloso & Cia quando vieram conquistar o Sul. Quando deixei o casarão, me disseram que outro grupo, Novos Baianos, estava chegando.
Não posso precisar
quanto durou aquela ressurreição da Última Hora, mas garanto que minha incursão
carioca foi de uns seis meses, sem receber um tostão. Mas fui largamente
recompensado pela aventura que Samuel Wainer me proporcionou.
Que ninguém se engane: a
sedução de Samuel derretia pedras!
(*) A utilização dos títulos de obras célebres – livro, música, cinema, teatro – adaptados às matérias para torná-las mais chamativas foi-me ensinada por Justino Martins, grande mestre, na revista Manchete. Apliquei-a pela primeira vez numa reportagem sobre a centenária galeria de serviços que corre sob a avenida Paulista, com o título Viagem ao centro da terra. Nada a ver com o livro de Júlio Verne, pois a minha terra foi escrita com a letra t minúscula.
José Maria dos Santos
Esta é novamente uma colaboração de José Maria dos Santos, ex-Diários Associados, Manchete, Abril e Diário do Comércio, de São Paulo, entre outros.
Em entrevista ao Knight Center for Journalism in the Americas, o correspondente paraguaio Cándido Figueiredo, que trabalha na cidade de Pedro Juan Caballero, onde Léo Veras foi executado em 12/2, disse que a situação na região está muito tensa após o ocorrido. Segundo ele, “há rumores de que o Primeiro Comando Capital (PCC) estaria planejando ataques contra outros jornalistas”.
Figueiredo, que trabalha no maior jornal do Paraguai, o ABC
Color, se disse muito abalado com a morte de Véras, com quem tinha uma grande
amizade e conversava diariamente. Ele está cobrindo o assassinato, e contou que
é “muito difícil escrever quando a vítima é um amigo”, denunciando a demora no
avanço da investigação.
Afirmou que vive com escolta policial há 25 anos, devido a
diversas ameaças que recebeu ao longo da carreira. Com o avanço do PCC, a
região fica “mais perigosa”, relata: “Eles implementam o seu poder na base do
medo. (…) Acho que agora estão pressionando para que a gente não publique
muitas coisas sobre eles”.
O governo chinês revogou na quarta-feira (19/2) as credencias de dois repórteres e um chefe da sucursal do jornal americano Wall Street Journal no país. O motivo foi a publicação de uma coluna de opinião sobre o surto de coronavírus, considerada pelos chineses como racista e caluniosa.
O texto, publicado em 3/2, utiliza a frase “o real homem
doente da Ásia”, referindo-se à China. A coluna foi assinada por Walter Russel
Mead, professor da Universidade Bard (EUA), não pelos três jornalistas que
foram expulsos.
O ministro das relações exteriores da China Geng Shuang
afirmou que a coluna “mancha os esforços do governo chinês e das pessoas que
lutam contra a epidemia”. Ele também disse que os editores “usaram um título
que discrimina com base na raça, disparando indignação e condenação entre os
chineses e na comunidade internacional”. Ainda segundo o comunicado, a expulsão
dos jornalistas ocorreu depois que eles se recusaram a fazer um pedido de
desculpas oficial e apontar os responsáveis.
Em nota, o clube de correspondentes da China declarou que a
medida foi “extrema e uma tentativa óbvia das autoridades chinesas de intimidar
organizações de mídia estrangeiras ao exercer vingança nos correspondentes que
ficam no país”. Em outras ocasiões, a China já havia se recusado a providenciar
novas credencias para jornalistas estrangeiros, mas essa foi a primeira vez que
o país as revogou.
Não é de hoje que a imprensa é demonizada no embalo da comoção provocada por desgraças envolvendo celebridades. Mas o suicídio da apresentadora Caroline Flack, anunciado sábado (15/2), provocou uma avalanche sem precedentes sobre os tabloides britânicos.
Aos 40 anos, ela tinha uma
existência invejável. Linda, rica, vencedora do Strikly Come Dancing em 2014 e apresentadora do popular Love Island. O castelo ruiu em dezembro,
Acusada de agredir o namorado em seu apartamento, foi afastada do posto e seria
julgada em março, com risco real de ser presa. Não aguentou até lá.
Desde as primeiras horas de
sábado as redes sociais foram tomadas por protestos contra os tabloides, em
particular o The Sun. Foram inevitáveis comparações com a decisão do casal real
Harry e Meghan de se refugiar no Canadá para fugir deles.
A segunda onda foi o boicote.
Muita gente compartilhou campanhas propondo não comprar jornais
sensacionalistas, deixar de segui-los nas redes sociais e desinstalar os
aplicativos. Uma petição requerendo a passagem de uma lei apelidada de
“Caroline’s Law”, tornando crime o assédio de uma pessoa pela imprensa, recebeu
mais de 700 mil assinaturas em três dias.
Na mira dos protestos não estão
somente os títulos, mas também seus jornalistas, muitos atacados pelas redes
sociais. Uma situação que está virando rotina, a ponto de o International Press
Institute ter criado um protocolo para as redações lidarem com assédio contra
seus profissionais. São quatro etapas a serem seguidas pelos gestores de organizações
de mídia que tenham sua gente sob ameaça online.
A culpa é só da Imprensa? –
Depois que os ânimos serenarem, será hora de discutir em profundidade as
responsabilidades. A imprensa é a única culpada pelo ato da apresentadora?
Para começar, os jornais não
inventaram nada. Nem usaram meios escusos para ter acesso a informações
particulares. O namorado agredido chamou a polícia, que ao chegar encontrou-o
sangrando. O processo foi aberto pelo CPS (Crown Prosecution Service) porque o
fato era público, mas ele também está sendo criticado por supostamente estar
planejando um julgamento-espetáculo.
A notícia não ficou restrita aos
tabloides. Toda a imprensa vem cobrindo o caso. Mesmo quem não compra esses
jornais viu Caroline Flack deixando a corte depois de indiciada.
E não se pode esquecer das mídias
sociais. O massacre que ela sofreu não foi apenas pelos tabloides, mas
sobretudo pelas redes, esse território desregulado em que todos (inclusive
anônimos) podem expressar opiniões, disseminar memes ferozes e agredir
diretamente, dispensando jornais como intermediários.
Por coincidência, saiu na semana passada uma proposta preliminar sobre a regulação das plataformas digitais no Reino Unido, muito aguardada como resultado do Relatório Cairncross, sobre o qual falamos aqui há exatamente um ano (J&Cia 1.192, pág. 21). A impressão foi de que a montanha pariu um rato. Não foi confirmada a ideia inicial de se criar um organismo dedicado a fiscalizar conteúdo ofensivo, nem punições efetivas para as empresas que permitem sua propagação.
ITV na berlinda – Os holofotes estão se voltando
também para os programas que expõem pessoas em situação de estresse ou
humilhação. Trata-se do terceiro suicídio relacionado ao Love Island, da ITV, em 20 meses. E em 2019 ano o apresentador Jeremy Kyle, da mesma emissora, foi
afastado porque um participante de seu show tirou a própria vida depois de
submetido a um detector de mentiras para responder sobre traição conjugal.
Programas assim sempre existiram.
Mas a combinação com as mídias sociais, em que pessoas podem se unir para
atacar um indivíduo ali exposto, amplifica o impacto e está se revelando capaz
de criar condições para atos extremos.
Dymond, o personagem do programa
de Kyle, era um anônimo sem recursos. Flack era uma famosa com assessores e
advogados. Mas ambos sucumbiram a esse coquetel fatal. No caso dela, com o
agravante do pavor de ser mandada para trás das grades.
Parece haver mais culpas nessas
histórias do que apenas a da imprensa, ainda que os tabloides mereçam uma uma
revisão em suas práticas.
Claudia Daré e Roger Darashah associaram-se para lançar, no Brasil, com abrangência para toda a América Latina, a Latin Intersect PR, que vai atuar prioritariamente com consultoria de imagem, desenvolvimento de estratégias e planos de comunicação e relações públicas para organizações de todo o continente.
Cláudia e Roger conheceram-se em 2015, na Edelman, oportunidade em que desenvolveram projetos para América Latina. Ela havia acabado de voltar de México e Estados Unidos, tendo ali atuado como colaboradora de Época e Valor Econômico, e ele, inglês, recém-chegara de Londres, onde era vice-diretor administrativo da Europa, para ocupar a posição de diretor global de Tecnologia e Negócios Internacionais no Brasil.
Roger teve passagens por Paris, onde liderou o escritório da Hotwire, e Londres, gerenciando programas europeus pela Weber Shandwick. E Claudia deixou a Edelman a caminho da Sherlock Communications, ali estruturando o networking e o lançamento da agência no mercado latino-americano. Os dois decidiram juntar o conhecimento da região e a experiência para atuar no continente com metodologia e crenças próprias. “Conhecemos bem a região e nos alicerçamos com profissionais seniores para atuar na América Latina, desde o Caribe e América Central até a Argentina, passando pelas principais economias, incluindo o Brasil”, conta Claudia. “E queremos oferecer nossa parceria para agências que não tem esse networking em outros países e assim atuarmos como ponte para a região”.
“Acreditamos em um programa de relações públicas baseado em audiência, no engajamento que une as pessoas por meio de histórias, não mais com marcas e produtos”, explica Roger, que tem um livro publicado sobre o assunto – Unleashing the power of adjacency – e que pode ser acessado como e-book no site da agência.
Com sede em São Paulo, Claudia atua como diretora de toda a operação, enquanto Roger, ainda com outras atuações na Índia, onde vive atualmente, é, por enquanto, fundador não executivo da agência.
Momento em que Andreia, mãe da jovem Marcela, descobre que a filha foi assassinada
Decisão ocorreu
após o Cidade Alerta, apresentado
por Luiz Bacci, informar ao vivo a
uma mãe o assassinato de sua filha
O Coletivo Intervozes, organização que trabalha pela efetivação do direito humano à comunicação no Brasil, apresentou nessa terça-feira (18/2) à Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, do Ministério Público Federal, um requerimento de providências legais para a responsabilização da Record TV por desrespeito e inadequação da emissora às normas vigentes para a radiodifusão brasileira e aos direitos humanos, em âmbito nacional e internacional, durante transmissão do programa Cidade Alerta na segunda-feira (17/2).
O caso que levou à representação diz respeito ao assassinato da jovem Marcela, que estava desaparecida desde o dia 8/2, e que foi comunicado ao vivo à mãe da jovem pelo programa da Record, comandado por Luiz Bacci. Em uma conversa que envolveu o apresentador, a mãe de Marcela e o advogado do namorado da jovem assassinada, até então suspeito do crime, o profissional responsável pela defesa do rapaz informou que ele havia confessado o crime.
A reação de Andreia (que chegou a desmaiar ao saber, em cadeia nacional, do ocorrido), foi transmitida pela emissora por cerca de 20 segundos. A transmissão só foi interrompida quando a mãe da vítima acordou do desmaio e começou a gritar.
Momento em que Andreia, mãe da jovem Marcela, descobre que a filha foi assassinada
O chamado “Caso Marcela”, sobre o desaparecimento da jovem, grávida, vinha sendo explorado pelo programa desde 11 de fevereiro. O episódio ocorrido na segunda-feira foi a quarta abordagem do caso no Cidade Alerta.
A representação ao MPF ressalta que a Record TV, concessionária de um serviço público, fere a Constituição Federal em relação ao direito à privacidade, à imagem e à intimidade dos indivíduos, bem como os valores éticos e sociais da pessoa e da família. Lembra, também, que a Carta Magna veda a veiculação de conteúdos que violem os direitos humanos e façam apologia à violência.
Em 2015, o Intervozes lançou a campanha Mídia sem Violações com o objetivo de receber denúncias de casos de violação de direitos na rádio e televisão brasileiras. À época, o programa Cidade Alerta já era campeão em violações e ocupava o primeiro lugar no Ranking de Violações de Direitos Humanos na tevê aberta.
O Ministério Público Federal (MPF) lançou há uma semana o Sistema de Atendimento a Jornalistas (SAJ), ferramenta que busca facilitar o contato da imprensa com a instituição. A partir de agora, repórteres que queiram solicitar informações ao MPF precisam apenas acessar http://saj.mpf.mp.br de qualquer dispositivo conectado à internet, inclusive celulares.
Não é mais necessário saber de antemão o telefone ou o e-mail da Secretaria de Comunicação Social ou de uma das 32 Assessorias de Comunicação do MPF espalhadas pelo País. Todas essas informações estão no sistema, além de breves explicações sobre as atribuições de cada unidade do MPF, o que auxilia o jornalista a saber a quem procurar.
Outra vantagem, segundo a entidade, é que o próprio jornalista cadastrará suas informações de contato na base de dados que gera o mailing, utilizado nas divulgações feitas pelo Ministério Público Federal. Com isso, caso o repórter mude de e-mail, de número de telefone ou até mesmo passe a trabalhar em outro veículo, basta fazer a atualização no SAJ para continuar recebendo as publicações.
“No painel de estatísticas, será possível, por exemplo, com poucos cliques, descobrir qual a temática mais procurada pelos repórteres, um tipo de informação gerencial valiosa para gestores públicos”, explica Gabriela Brunelli, gerente substituta do projeto de desenvolvimento do SAJ. “Se grande parte da procura é voltada para crimes eleitorais, podemos oferecer uma capacitação específica aos assessores de comunicação”.
Jornalistas que tenham alguma dúvida sobre o sistema podem procurar qualquer uma das assessorias de comunicação do MPF.
Luis Alberto Volpe, ex-apresentador da ESPN Brasil, morreu na noite dessa terça-feira (18/2), aos 67 anos, em São Paulo. A causa da morte não foi divulgada. O velório ocorreu durante a manhã desta quarta-feira (19/2), no cemitério do Araçá. O enterro será em Sertãozinho, no interior de São Paulo, terra natal de Volpe.
O ex-apresentador recebeu homenagens de colegas e das
emissoras por onde passou. O programa Sportscenter, da ESPN Brasil,
exibiu um vídeo em homenagem a ele, figura extremamente importante na história
da emissora, onde trabalhou por 20 anos. Ele também teve passagens por Rede
Globo, SBT, TV Cultura e Rádio Globo.
José Trajano, grande amigo de Volpe,
disse que ele era “o maior locutor de off de matérias especiais e
documentários de todos os tempos”.
Da esquerda para a direita: Rafael Ramos, Renata Garofano, Romeu Piccoli, Gustavo Costa Pablo Toledo, Natália Florentino e Mateus Munin. Foto: Antonio Chahestian/Divulgação Record TV
A Record TV ganhou na semana passada o Prêmio Internacional de Jornalismo Rei da Espanha na categoria Televisão pela série especial A Besta – Episódio 1 e Episódio Final. Esta é a terceira vez que a emissora leva o prêmio nessa categoria.
A reportagem, exibida orginalmente no Câmera Record, aborda o tema da imigração irregular nos Estados Unidos, mostrando o drama de famílias que tentam atravessar a América Central e chegar ao país norte-americano por meio do trem la bestia, conhecido como “trem da morte”, cujo trajeto é extremamente perigoso: segundo a reportagem, por ano, mais de mil pessoas são mortas ou mutiladas.
A equipe da série especial foi composta por Fabiana
Vilella, Gustavo Costa, Henrique Beirangê, Mateus Munin,
Michel Mendes, Natália Florentino, Pablo Toledo, Rafael
Gomide, Rafael Ramos, Renata Garofano e Romeu Piccoli.