Comissão do governo britânico cobra mais ações para combater racismo online
O relatório final de uma comissão independente formada pelo Governo britânico para combater a discriminação reconheceu o crescente racismo online e cobrou ações das plataformas digitais e do próprio governo sobre a questão. O documento, porém, foi alvo de críticas por ter negado a existência de racismo estrutural no Reino Unido.
O texto recomenda também que não se use mais o termo Bame (Black, Asian, and minority ethnic), generalização que engloba todas as pessoas não brancas. O motivo é a diferença entre as realidades dos grupos. A comissão é presidida por Tony Sewell, que zombou de homossexuais quando o primeiro jogador de futebol britânico assumiu-se gay.
Leia mais em MediaTalks by J&Cia sobre a controvérsia envolvendo o relatório, o problema do racismo online apontado no documento e outras polêmicas em torno do tema no jornalismo britânico.
O Jornal do Commercio, de Pernambuco, é mais um dos tradicionais jornais brasileiros a anunciar o fim de sua versão impressa. A publicação, que comemorará 102 anos neste sábado (3/4), anunciou nesta semana que dedicará seus esforços a partir de agora exclusivamente à sua plataforma digital.
É a segunda grande publicação do Nordeste, onde o JC chegou a ocupar a liderança em circulação, a tomar esta decisão apenas neste começo de 2021. Em fevereiro o Sistema Verdes Mares já havia comunicado ao mercado o fim da versão impressa do Diário do Nordeste.
Ainda não há informações sobre possíveis cortes na redação causados pela decisão, mas vale lembrar que em dezembro o Sistema Jornal do Commercio, que edita a publicação, demitiu mais de 20 jornalistas em suas redações.
Em comunicado publicado no site do JC, João Carlos Paes Mendonça, presidente do grupo, alegou a dificuldade na circulação do papel, agravada pelas questões sanitárias, como motivo para antecipar uma mudança que já estava prestes a acontecer,
“Refletimos muito sobre os novos tempos, traçamos metas mais ousadas de alcance de leitores, e hoje anunciamos que o Jornal do Commercio passa a ser um veículo 100% digital”, afirmou o executivo. “A versão impressa, que por mais de um século foi a representatividade maior da nossa marca, deixa de circular fisicamente e passa a ir ao seu encontro onde quer que você esteja, dando espaço a um jornalismo em tempo real e dinâmico, de fácil acesso e ampliando debates que seguem integralmente o tempo dos fatos”.
A publicação segue com assinaturas digitais, com planos a partir de R$ 1,90 que, além de acesso ilimitado ao seu conteúdo, também possibilita a participação no clube de vantagens JC Clube.
Morreu na madrugada de 28/3, aos 63 anos, o economista e ex-diretor executivo do Correio Braziliense João Augusto Cabral de Araujo
João Cabral de Araujo (de camiseta branca) – (crédito: Arquivo pessoal)
Morreu na madrugada de 28/3, aos 63 anos, o economista e ex-diretor executivo do Correio BrazilienseJoão Augusto Cabral de Araujo.
Ele era portador de uma síndrome hepatorrenal, com deterioração da função renal, chegou a ser internado, mas o caso se agravou. João Augusto, que chegou a ser condômino dos Diários Associados, era filho de Paulo Cabral de Araújo, que também foi presidente do Grupo.
Sexto filho de uma família de oito irmãos, João Augusto nasceu em Fortaleza e morou no Rio de Janeiro, em Belo Horizonte e em Brasília, onde estava desde 1974. Na Capital Federal formou-se em Economia pela UnB. Deixou a esposa, Ana Maria, os filhos Mario Jorge, Alexandre, Rafael e Cecília, e três netas.
O documentário Leitores sem fim, produção da TV Câmara dirigida por Roberto Seabra, foi selecionado para participar da mostra Otras Lecturas del Mundo
O documentário Leitores sem fim, produção da TV Câmara dirigida por Roberto Seabra, foi selecionado para participar da mostra Otras Lecturas del Mundo, organizado pela Campaña Latinoamericana por el Derecho a la Educación (Clade). Ele é o único representante do Brasil na mostra, da qual participam trabalhos de outros dez países da América Latina. Na indicação, a Clade enfatizou que o documentário mostra, por meio de histórias de vida, a relevância das bibliotecas públicas e da promoção da leitura.
Lançado em 2016, o documentário relata histórias de pessoas que tiveram a vida modificada pelo hábito da leitura. A partir da realidade de bibliotecas públicas localizadas em regiões de baixa renda no Rio de Janeiro, o doc mostra o novo modelo que se pretende criar de espaços culturais, baseado na experiência exitosa das bibliotecas-parque da Colômbia. Mostra também a situação da leitura no Brasil e o esforço de parlamentares para universalizar as bibliotecas escolares no país.
Estão abertas as inscrições para a segunda edição da oficina de jornalismo investigativo na área de alimentação, promovida pela ACT Promoção da Saúde e pelo site O Joio e o Trigo, em parceria com a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji).
O principal tema do treinamento será como empresas que fabricam produtos causadores de doenças crônicas estão lucrando com a pandemia. O treinamento será online, em 27 de abril, das 10h às 12 horas. O investimento é de R$ 10 para estudantes e de R$ 20 para profissionais. Também serão aceitas doações de qualquer valor para a campanha Tem Gente com Fome. São apenas 30 vagas, e para participar é preciso preencher este formulário até 9/4. Os selecionados serão anunciados em 16 de abril.
Entre os palestrantes estão Bruno Carazza, autor de Dinheiro, eleições e poder (Companhia das Letras), professor do IBMEC e colunista do Valor Econômico; e Paula Johns, diretora-executiva da ACT Promoção da Saúde.
Os participantes da oficina vão concorrer a duas bolsas no valor de R$ 8 mil cada, para realizar apurações originais sobre temas relevantes para a sociedade. As regras para concorres às bolsas serão conhecidas no próprio encontro.
Washington Post revoga proibição de repórter assediada cobrir casos de agressão sexual
O Washington Post, que há dois anos proibiu a repórter política Felicia Sonmez de trabalhar em matérias envolvendo assédio sexual por ter sido vítima de agressão semelhante, retirou a proibição em 29 de março.
O veto havia sido criticado por muitos funcionários da empresa. O jornal alegou que a medida ocorreu pois Felicia poderia escrever com parcialidade sobre o assunto, devido à sua experiência anterior. Confira os detalhes do caso em MediaTalks by J&Cia.
A RedeTV anunciou nessa terça-feira (30/3) novidades em sua programação. Uma das novas atrações será o programa de Luís Ernesto Lacombe, Agora Lacombe, com lançamento previsto para 15 de abril, às 23h30. A atração terá debates e discussões sobre temas relevantes do momento.
No Esporte, a RedeTV vai transmitir as lutas do One Championship, principal torneio de MMA da Ásia na atualidade, que tem previsão de estreia para o mês de abril. As lutas serão exibidas nas noites de sexta-feira, com narração de Marcelo do Ó e comentários de Jaqueline Batista. Além disso, irá ao ar o programa Galera F.C, apresentado por Flávia Noronha e o youtuberJúlio Cocielo. A ideia é apresentar os conteúdos esportivos sob a visão dos torcedores.
Outro programa anunciado pela RedeTV é o Me Poupe Show, comandado por Nathalia Arcuri, a +Premiada Jornalista da Imprensa de Economia, Negócios e Finanças de 2020. A atração vai ao ar às terças-feiras, às 22h30. E o TV Fama passará a ter a apresentação da radialista Ligia Mendes, da jornalista Aline Prado e do ator Júlio Rocha. O programa ganhou 15 minutos e será mais interativo, com participação do público nas redes sociais.
A edição de 2020 do relatório sobre Direitos Humanos, publicada pelo Departamento de Estado americano, destacou o crescente aumento de violações à liberdade de imprensa no Brasil. E, pela primeira vez, associou diretamente o presidente Jair Bolsonaro aos frequentes ataques a jornalistas no país.
Em 2019, o documento registrava violações, mas não havia uma associação direta ao presidente ou ao governo federal, como foi agora o caso. Segundo o texto, “a constituição e a lei preveem a liberdade de expressão, inclusive para a imprensa, mas o governo nem sempre respeitou esse direito”. Este é mais um dos vários estudos divulgados recentemente apontando obstáculos ao trabalho da imprensa no Brasil. Leia mais em MediaTalks by J&Cia.
Redações latino-americanas adotam mais home office na jornada de trabalho
Artigo da Rede de Jornalistas Internacionais (IJNet) mostrou que o home office está cada vez mais presente no cotidiano de profissionais de imprensa latino-americanos, com uma combinação de trabalho virtual e presencial, e, em alguns casos, a maior parte remotamente, com oportunidades ocasionais de reuniões presenciais.
O jornal uruguaio El Salvador, por exemplo, adotou escritórios muito menores e um sistema de trabalho coworking. Antes da pandemia, todos os repórteres iam à redação todos os dias. Agora, eles vão apenas algumas vezes por semana, e este modelo, adotado em dezembro, será utilizado daqui para a frente.
“Planejando a longo prazo, a ideia é ser o mais flexível possível com nosso modelo de trabalho, lembrando que o trabalho presencial é útil e necessário, mas não todos os dias”, declarou Ignacio Chans, editor-chefe adjunto do El Salvador.
Outro exemplo é o do colombiano El Espectador, que passa por mudança semelhante ao El Salvador. A maioria dos funcionários está trabalhando de casa e deve seguir operando dessa forma. A ideia de um modelo que mistura trabalho presencial com home office vinha sendo discutida há seis anos. A pandemia apenas acelerou o processo.
O jornal bilíngue La Voz de Guanacaste, da Costa Rica, cujo foco é jornalismo investigativo, teve que encerrar sua produção impressa e fechar o escritório físico em Guanacaste por causa dos impactos econômicos da pandemia. Gabriela Brenes, diretora executiva da publicação, acha que os repórteres vão continuar a trabalhar à distância, com um encontro físico por semana.
Parece roteiro de filme. Um senhor de 85 anos, dono de uma fortuna de mais de US$ 5 bilhões, sai da zona de conforto para disputar a compra de um jornal lendário e salvá-lo das garras de um fundo de hedge notório por ceifar cabeças nas empresas que adquire.
A história está acontecendo nos Estados Unidos. O jornal é o Chicago Tribune, do grupo Tribune Publishing, também dono de uma lista de títulos regionais importantes. O bilionário é o suíço Hansjörg Wyss, que vendeu em 2012 sua empresa de produtos médicos para a J&J e passou a se dedicar a causas sociais.
Romantismo à parte, o que está em jogo é mais do que o destino do Tribune ou uma vitória do bem contra o mal. Até porque, embora os funcionários do grupo sejam contra a compra da empresa pelo Alden Global Capital, isso não significa que fundos de investimento ou de private equity sejam predadores por essência.
O Brasil tem casos de aquisições que salvaram marcas e empresas da falência e geraram empregos ao invés de eliminá-los.
Procurando distanciamento das paixões envolvidas na história do Tribune, a disputa chama a atenção para como o setor privado, os filantropos e as ONGs, incluindo fundações criadas por empresas ou famílias, podem ser parte da solução para o desafio de manter vivo o jornalismo de qualidade.
Gerir uma companhia ou uma fundação é coisa para profissionais. Empresários, administradores de ONGs e seus conselheiros sabem como fazer isso.
Experiência empresarial, ideias novas e recursos financeiros podem ser a tábua de salvação para uma indústria que se vê confrontada pelas mudanças tecnológicas e pelas transformações no modelo de propaganda da era pré-digital – e que nem sempre acha a saída.
Nos debates globais sobre o futuro da mídia, analistas e acadêmicos apontam a entrada do setor privado e das fundações como caminho promissor para garantir a sobrevivência de organizações jornalísticas centenárias. E para impulsionar as emergentes.
Porque empresários se engajariam? Alguns podem vislumbrar a possibilidade de ganhar dinheiro. Outros, de ganhar prestígio. Os idealistas podem querer salvaguardar empresas de mídia que funcionem como baluarte da democracia.
Para além do idealismo, nunca é demais lembrar que negócios precisam de um ambiente democrático para prosperar. Um ambiente em que as instituições sejam respeitadas, em que leis sejam contemporâneas e claras. Um imprensa sólida e de qualidade é parte dessa engrenagem.
Aos 85 anos, Wyss pode não estar planejando novas empreitadas comerciais. Mas para empresários e executivos que ainda estão na ativa, comandando ou dirigindo companhias, vale a reflexão. Será que as corporações estão fazendo o que está ao seu alcance para garantir a saúde do jornalismo de qualidade, tão importante para os seus negócios?
Combatendo a desinformação
A contribuição das ONGs para a sociedade pode não estar apenas no apoio direto à indústria de mídia, mas também no combate a uma de suas maiores ameaças: a desinformação que mina a confiança.
A notícia ganhou as manchetes porque o príncipe Harry, crítico feroz das fake news e do bullying nas redes sociais, é um dos membros. O grupo vai formular um plano com propostas para conter o flagelo da desinformação. Pelos nomes recrutados, deve vir coisa boa.
E quem está pagando a conta de US$ 3,5 milhões é a Craig Newmark Philanthropies, criada por Craig Newmark, fundador da plataforma de anúncios classificados Craiglist. Mais um exemplo inspirador a ser observado.
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