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domingo, junho 29, 2025

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Disney assume o controle do Fox Sports no Brasil por meio da ESPN

Por Cristina Vaz de Carvalho, editora de J&Cia no Rio de Janeiro

O prédio da Fox no Rio

Os canais Fox Sports encerraram as atividades na sede do Rio de Janeiro. O comando passa agora ao prédio da ESPN, no bairro do Sumaré, em São Paulo. O belo prédio Fox, na Barra da Tijuca, no Rio, inaugurado em julho de 2016 para a cobertura dos Jogos Olímpicos, deve ser desocupado. A Disney, que assumiu a empresa, informou que ali continuam os setores de produção e operação, e que ainda não há uma definição sobre o imóvel.

Como lembrou Flávio Ricco, no R7,em maio do ano passado o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) aprovou a aquisição – não se trata de uma fusão – da 21st Century Fox pela The Walt Disney Company, dona da ESPN, desde que fosse mantida a operação até 2022. Já ocorreram 34 demissões na Fox, entre comentaristas, narradores, apresentadores e repórteres. Houve três casos de contratos com validade até 2022 e que não foram cumpridos, como os de Leandro Quesada, Éder Reis e Marco de Vargas, com grande repercussão no meio.

O Fox Sports tinha cinco diretores. Eduardo Zebini, vice-presidente, saiu em março deste ano para assumir a diretoria de mídia da CBF. Marcio Moron, o segundo na hierarquia, saiu em 3/12, e ainda Paula Young, diretora artística, e o diretor de Engenharia, todos por decisão da Disney. Mario Quaranta, diretor de Produção, sairia no fim deste mês − assim como a maioria, cujos contratos vencem em 31/12 −, mas deixou a empresa no último dia 7.

Em 3/12, foi a vez de oito repórteres: André Cavalcante, Fernando Caetano, Diego Bertozzi, Bruna Carvalho, Álvaro Loureiro, Flávio Winicki, Flávio Amendola e Gudryan Neufert. Mais o apresentador Jackson Pinheiro e o narrador Rodrigo Cascino.

Segunda-feira passada (7/12), oito comunicaram suas saídas: o diretor Quaranta, os apresentadores José Ilan e Lívia Nepomuceno, os comentaristas Fábio Azevedo, Luís Carlos Quartarollo e Flávio Gomes.O apresentador Benjamin Back foi o único que recebeu proposta para permanecer, mas recusou e já assinou com o SBT. A narradora Renata Silveira pediu para sair e assinou com a Globo.

Na terça-feira (8/12), foram avisados que não teriam seus contratos renovados a apresentadora Vanessa Riche, os narradores Silva Junior e Eduardo Savoia, e os comentaristas Jorge Luiz Rodrigues e Paulo Lima. Aos poucos, todos os programas foram saindo do ar.

No Brasil, a Disney alega que a Fox Sports teve prejuízo financeiro nos últimos anos, e por isso optou por fechar a empresa. Mas o argumento é questionado no mercado. O canal está no azul e, há dois meses, a diretoria parabenizou os funcionários pelos bons resultados. O objetivo da Disney seria reforçar seus canais ESPN com os direitos esportivos que Fox detém. Por exemplo, da Copa Libertadores até 2024, que mantém as melhores audiências do ano na TV fechada. Também a Liga Europa da Uefa – segunda competição de clubes mais importante da Europa, e só perde para a Liga dos Campeões, que é da Turner Esporte Interativo – tem rodadas às quintas-feiras, com quatro jogos em dois canais Fox.

Mais do que tudo, a decisão obedece aos negócios internacionais, materializados nos interesses da Disney nos estúdios da Fox nos Estados Unidos, para produções do serviço de streaming Disney+, com a extinção da marca Fox.

O Globo corta perto de 20, entre Rio, SP e DF

Começaram as demissões desta temporada na Editora Globo. Os nomes mais sonoros são os de Ramona Ordoñez, da Economia – considerada uma das pessoas, não necessariamente jornalistas, que mais entendem de petróleo e gás no Brasil –, há 30 anos na casa, e Jason Vogel. Após a extinção do caderno Carrodo jornal, que passou a ter apenas uma capa para os classificados, Vogel foi alocado na Economia, por conhecer demais a indústria automobilística. Mas o setor também o conhecia demais, e continuou a passar-lhe pautas exclusivas sobre lançamentos e a convidá-lo para exposições internacionais.

Deixam a empresa, informados por chamada de vídeo: Gustavo Goulart Célia Costa, e também Maria Elisa, da editoria Rio; Cristina Azevedo, de Mundo, Fátima Sá Helena Aragão, do Segundo Caderno; Bruno Calixto e Sérgio Luz, do suplemento Rio Show. Do Extra, Luciano Garrido, que atendia também a Rio do Globo, e Celso Oliveira, do fechamento. Da área administrativa, Felipe Gomes, do CCR, e a secretária Lucieni Varella.

Da sucursal de São Paulo, saem o editor Flávio Freire e a repórter Sílvia Amorim. De Brasília – onde O Globo não circula na forma impressa desde junho – foram Eduardo Campos, da Economia, e o fotógrafo Jorge William.

O suplemento Boa Chance, sobre empregos, foi extinto. O caderno Morar Bem, sobre imóveis, passa a ser feito por frilas. Como uma onda anunciada, há cerca de um ano (19/11/2019), houve 30 demissões nos jornais do grupo.

Band encerra programa de Mariana Godoy e demite toda a equipe

O Grupo Bandeirantes cancelou o programa Melhor Agora, apresentado por Mariana Godoy, depois de menos de três meses no ar. Toda a equipe de produção e edição foi demitida. A informação é de Daniel Castro (Notícias da TV).

A Band contratou Mariana em junho para comandar um programa matinal, mas não ficou satisfeita com os pilotos apresentados. Após uma mudança de planos, a ideia era criar um talk show semanal noturno para Mariana, o que foi feito às pressas, o Melhor Agora. O programa foi ao ar no final de setembro.

A assessoria de comunicação da Bandeirantes emitiu o seguinte comunicado oficial: “Em relação às recentes notícias veiculadas na imprensa, a Band reitera que Mariana Godoy está se recuperando das sequelas da Covid-19, conforme ela explicou em suas redes sociais. A emissora está dando todo o apoio e Mariana terá um novo projeto na Band assim que sua saúde estiver restabelecida”.

Morre o ex-comentarista Orlando Duarte, aos 88 anos, vítima da Covid-19

Morreu nessa segunda-feira (15/12) o ex-comentarista esportivo Orlando Duarte, aos 88 anos, vítima de complicações da Covid-19. Ele contraiu a doença há três semanas e estava hospitalizado desde então. Orlando sofria também com o Mal de Alzheimer desde 2018.

Ao longo da carreira, cobriu dez edições da Copa do Mundo, com passagens pelas rádios Jovem Pan e Bandeirantes. Na TV, trabalhou em Globo, SBT, Band e Cultura; nesta última, chegou a ser diretor.

Prêmio MPCE de Jornalismo anuncia vencedores

A Assessoria de Comunicação do Ministério Público do Estado do Ceará anunciou em 14/12 os vencedores da 2ª edição do Prêmio MPCE de Jornalismo, que valoriza trabalhos sobre temas relacionados a fiscalização da lei, promoção dos direitos coletivos e individuais indisponíveis, e indução de políticas públicas.

Ao todo, 15 profissionais e dois estudantes foram agraciados nas categorias Impresso, Telejornalismo, Radiojornalismo, Webjornalismo, Fotojornalismo e Acadêmico. O primeiro colocado de cada categoria recebeu R$ 5.000, enquanto a segunda e terceira posições foram agraciadas com um certificado.

Confira a lista dos vencedores

SBT não renova com Carlos Nascimento após 14 anos de casa

O SBT não vai renovar o contrato do apresentador do SBT Brasil Carlos Nascimento, que deixará a emissora após 14 anos de casa. José Occhiuso, diretor de Jornalismo do canal, anunciou a decisão em comunicado interno. O âncora, de 65 anos, que chegou ao SBT em 2006, estava afastado do telejornal preventivamente desde abril por causa da pandemia de coronavírus. 

Nascido em Dois Córregos (SP), Nascimento iniciou a carreira como radialista, narrando esportes em uma rádio local. Teve passagens por Diário Popular e Diário de S.Paulo, Rádio Globo, até chegar à TV Globo, onde ficou por 11 anos e foi repórter dos telejornais Bom Dia São Paulo, Globo Rural, Globo Repórter e Jornal Nacional. Tornou-se âncora na TV Cultura, onde apresentou o Jornal da Cultura.

Passou pela TV Record, onde comandou o Jornal da Record. Em 1990, voltou à Rede Globo, para comandar o São Paulo Já. Apresentou Jornal Hoje, SPTV e Fantástico. Em 2004, assinou com a Bandeirantes, onde foi âncora e editor-chefe do Jornal da Band, até fechar com o SBT, dois anos mais tarde.

Especial do MediaTalks debate impactos do coronavírus sobre o Jornalismo

MediaTalks by J&Cia acaba de publicar o segundo capítulo da série especial Efeitos da Pandemia sobre o Jornalismo, que reúne pesquisas, dados e entrevistas sobre como a Covid-19 afetou a imprensa ao redor do globo.

A capa tem uma frase de Charlie Beckett, professor da London School of Economics, que ilustra muito bem as transformações e os desafios que os jornalistas enfrentaram nos últimos meses: “Faça jornalismo. Ele nunca foi tão interessante e vital como vocação. Mas faça diferente”.

O especial aborda temas que incentivam a discussão sobre o jornalismo e sobre como ele vem reagindo aos efeitos da pandemia. Entre os temas abordados estão migração para o teletrabalho, desemprego, abalo à saúde mental de profissionais de imprensa, consequências mais severas para mulheres jornalistas, mortes por Covid-19 na categoria, como os governos de vários países adotaram – ou não – transparência na relação com a mídia, ameaças à liberdade de imprensa, avanço das fake news e movimento para regular as plataformas digitais, 

MediaTalks entrevistou referências na área para promover o debate sobre o tema, como Nic Newman, pesquisador sênior do Instituo Reuters; Meera Selva, diretora do programa de Fellowship do Instituto Reuters; Anthony Bellanger, secretário-geral da Federação Internacional de Jornalistas; e Kate McCure, presidente da Foreign Press Association de Londres.

O especial contou com a colaboração das correspondentes brasileiras Claudia Wallin (Suécia), Liz Lacerda (Austrália), Monica Yanakiew (Argentina), Michele Oliveira (Itália), Silvana Mautone (Estados Unidos), Karina Gomes (Alemanha) e Deborah Berlinck (França).

Leia o especial do MediaTalks na íntegra aqui.

Jornal do Commercio (PE) demite mais de 20

Por Ana Lima, de Recife, especial para o Portal dos Jornalistas

Maior empregador de profissionais de comunicação em Pernambuco, o Sistema Jornal do Commercio começou a semana com o anúncio de mais de 20 demissões no Jornalismo. Naquilo que comumente se chama de “passaralho de final de ano”, foram dispensados repórteres e editores, alguns com mais de 30 anos de casa. É o caso do editor de Esportes Marcelo Pereira, que comentou o assunto em sua rede social:

“30 anos, 8 meses e 6 dias. Hoje um importante ciclo se encerra em minha vida, dedicado ao Jornal do Commercio, ao jornalismo cultural, quase todo ele, mas também aos esportes. Anos de comprometimento, de muito trabalho, feito com o máximo de zelo dentro de minhas capacidades e competências. Saio realizado e com orgulho, reconheço que falhei em alguns momentos, mas sabendo que honrei a profissão que abracei e a empresa que escolhi para dedicar um período tão longo de minha vida e sem medir esforços, porque fruto de uma paixão, desde que fui estagiário em 1985 até ir para a Rede Globo (Globo Esporte) em 1987 e decidir voltar exatos três anos depois, em 1° de abril de 1990 − por um desejo pessoal de realização profissional. (…) Sonhava, sim, deixar o Sistema Jornal do Commercio de Comunicação um dia, já aposentado − e falta tão pouco −, para abrir caminhos às novas gerações. É a única frustração que levo comigo. Mas, como sempre disse a quem conviveu comigo: ‘Jornalismo é dinâmico’. Um novo e desconhecido ciclo se inicia hoje. E dele ainda nada sei. Mas perseverarei e buscarei um sonho dentro dele a realizar.”

Muitos jornalistas se solidarizaram com os demitidos, lamentando o definhar do jornal de papel e também do jornalismo como profissão. No decorrer deste ano, tivemos muitas notícias de profissionais demitidos, veículos extintos e inúmeras dificuldades para trabalhar. Quando saem das redações, os profissionais se perguntam sobre o que será dali para a frente. A resposta é sempre pessoal, depende dos objetivos de cada um, da carreira construída, do mercado de trabalho. Porém, em um ano de incertezas como este 2020, ninguém sabe mais de nada.

Além de Marcelo Pereira, deixaram o Sistema Jornal do Commercio:

Mona Lisa (JC Economia)

Adriana Victor (TVJornal)

Leo Spinelli (JC)

Arnaldo Carvalho (JC Fotografia)

Diana Moura e Priscila Miranda (Rádio Jornal)

Gabriela Máxima e Carlyle Paes Barreto (JC Esportes)

Marina Padilha e Mariana Dantas (Mídias Digitais)

Ciara Carvalho e Betânia Santana (JC Cidades)

Felipe Amorim, Juliana de Melo e Thiago Wagner (JC Online)

Rostand Tiago, José Teles, Valentine Herold e Karoline Albuquerque (JC Cultura).

Sleeping Giants Brasil revelam identidade em entrevista para a Folha

Mayara Stelle e Leonardo de Carvalho Leal

Os donos do Sleeping Giants Brasil, iniciativa que denuncia anúncios de empresas em sites de notícias falsas, decidiram sair do anonimato e revelar suas identidades em entrevista para Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo. Criado há sete meses, o perfil agia de forma anônima devido aos diversos ataques e ameaças diários.

Os responsáveis pelo projeto são Leonardo de Carvalho Leal e Mayara Stelle, casal de 22 anos de Ponta Grossa, no Paraná. Estudantes de Direito do sétimo período, eles não recebem nada pelo trabalho no Sleeping Giants, mas têm assessoria jurídica e de comunicação gratuita pela Rede Liberdade, grupo de advogados e jornalistas que atua em casos de violação de direitos e liberdade de expressão.

A iniciativa Sleeping Giants surgiu nos Estados Unidos em 2016, desmonetizando o site de extrema-direita de Steve Bannon, chefe da campanha vitoriosa de Donald Trump. Ao ler sobre o assunto para o trabalho de conclusão de curso da faculdade, Leonardo e Mayara decidiram criar o Sleeping Giants Brasil. Horas depois, tinham já muitos seguidores e foram oficializados como representantes brasileiros dos Sleeping Giants pelo criador do perfil americano, Matt Rivitz.

Até hoje, os donos fizeram com que três sites de notícias e dois canais de YouTube deixassem de arrecadar o equivalente a R$ 1,5 milhão. Segundo eles, 700 empresas já seguiram seus alertas e retiraram os anúncios de sites duvidosos. O Sleeping Giants Brasil tem 410 mil seguidores no Twitter e 170 mil no Instagram.

Confira a entrevista dos donos do Sleeping Giants Brasil para a Folha.

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