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Morre aos 81 anos Sebastião Salgado, ícone da fotografia brasileira e mundial

Morre aos 81 anos Sebastião Salgado, ícone da fotografia brasileira e mundial
Sebastião Salgado (Crédito: Rovena Rosa/Agência Brasil)

Morreu nesta sexta-feira (23/5) Sebastião Salgado, grande ícone da fotografia brasileira e mundial, aos 81 anos, em Paris. A informação foi confirmada pelo Instituto Terra, organização não-governamental fundada pelo fotógrafo. Ele enfrentava problemas de saúde decorrentes de uma malária que contraiu nos anos 1990. Deixa a esposa Lélia Deluiz Wanick Salgado, os filhos Juliano e Rodrigo e os netos Flávio e Nara.

“Sebastião foi muito mais do que um dos maiores fotógrafos de nosso tempo. Ao lado de sua companheira de vida, Lélia Deluiz Wanick Salgado, semeou esperança onde havia devastação e fez florescer a ideia de que a restauração ambiental é também um gesto profundo de amor pela humanidade. Sua lente revelou o mundo e suas contradições; sua vida, o poder da ação transformadora”, diz o texto do Instituto Terra.

Nascido em Aimorés, Minas Gerais, em 1944, Sebastião Salgado formou-se em Economia, mas descobriu a paixão pela fotografia anos mais tarde, em 1973. Durante uma viagem à África, onde coordenava um projeto, ele teve um encontro transformador com a fotografia, e o que era apenas um hobby, se tornou vocação.

Sebastião viajou o mundo registrando temas como a vida humana, a natureza e o trabalho, incitando em suas fotografias reflexões sobre a condição humana e a urgência da preservação ambiental. Com sua obra, de estética marcante em preto e branco, tornou-se uma das maiores referências da fotografia brasileira e mundial.

O fotógrafo viajou por mais de 120 países, realizando projetos premiadíssimos como  Trabalhadores (1993), sobre o fim da era do trabalho manual em diversas partes do mundo; Êxodos (2000), que retrata migrações e deslocamentos humanos causados por guerras e desastres naturais; e Gênesis (2013), sobre paisagens intocadas e comunidades que vivem em harmonia com a natureza.

Sebastião teve também atuação importante no ativismo ambiental. Em 1998, ao lado da esposa Leila, fundou o Instituto Terra, em sua luta pelo reflorestamento da Amazônia brasileira e do planeta.

Em 2024, o fotógrafo se aposentou do trabalho de campo. Em entrevista ao jornal The Guardian, disse que seu corpo estava sentindo “os impactos de anos de trabalho em ambientes hostis e desafiadores”.

Caco Barcellos, Mino Carta e equipe do Profissão Repórter receberão Troféu Audálio Dantas

Caco Barcellos, Mino Carta e equipe do Profissão Repórter receberão Troféu Audálio Dantas
Crédito: Drauzio Varella/Carta Capital/YouTube)

Caco Barcellos, Mino Carta e a equipe do programa Profissão Repórter (Globo) receberão o 5º Troféu Audálio Dantas: Indignação, Coragem e Esperança. O troféu, uma homenagem a Audálio Dantas, falecido em 2018, visa a valorizar o jornalismo em defesa da democracia, do direito à informação e da liberdade de expressão. A cerimônia solene acontece em 6 de junho, às 19 horas, no Salão Nobre da Câmara Municipal de São Paulo.

“O Mino Carta e o Caco Barcellos, cada um da sua forma, buscam honrar as boas práticas do jornalismo e é isso que a gente busca homenagear. Entregar o Troféu Audálio Dantas a eles seria uma honra para o Audálio, que em particular era amigo dos dois, e ele certamente vai se sentir muito lisonjeado onde quer que ele esteja”, declarou Vanira Kunc Dantas, viúva de Audálio e uma das curadoras do prêmio.

Caco Barcellos tem mais de cinco décadas de carreira como repórter, 40 desses anos apenas no Grupo Globo. Foi correspondente internacional e cobriu conflitos em países como Nicarágua, Angola e Iraque. Desde 2006, é apresentador e diretor do Profissão Repórter, programa marcado pela cobertura humanizada de temas sociais. É autor de livros-reportagem de grande impacto, como Rota 66: a história que mata (1992) e Abusado: o dono do Morro Dona Marta (2003). Venceu prêmios como o Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos, o Jabuti e o Esso.

Mino Carta é fundador e diretor da revista CartaCapital. Nascido em Gênova, na Itália, chegou ao Brasil ainda criança. Estudou direito, mas seguiu a profissão de jornalista, com longa carreira no mercado editorial. Participou da fundação da Revista Quatro Rodas e da Revista Veja. Na década de 70 e 90, respectivamente, fundou a Revista Isto É e a CartaCapital. É autor de livros como O Castelo de Âmbar (2000), A Sombra do Silêncio (2003) e O Brasil (2013).

Livro de Dom Phillips será lançado em 27/5

Será lançado na próxima terça-feira (27/5) o livro Como salvar a Amazônia – Uma busca mortal por respostas (Companhia das Letras), do jornalista britânico Dom Phillips, assassinado ao lado do indigenista Bruno Pereira, em 5 de junho de 2022, no município de Atalaia do Norte, no Amazonas. A obra, fruto de décadas de viagens de Dom pelo Brasil, foi concluída de forma póstuma por amigos do jornalista britânico.

A viúva de Dom, Alessandra Sampaio, nomeou um pequeno grupo de amigos jornalistas para dar continuidade ao projeto. Dom já havia escrito a introdução e três capítulos do livro, enquanto os outros colegas jornalistas escreveram os seis restantes. Os capítulos foram escritos por Jonathan Watts (The Guardian), Jon Lee Anderson (New Yorker), Eliane Brum (Sumaúma), Tom Phillips (The Guardian), Helena Palmquist (Observatório dos Direitos Humanos dos Povos Indígenas Não Contatados e Recentemente Contatados), Stuart Grudgings (ex-Reuters Bureau) e Andrew Fishman (The Intercept Brasil).

Inicialmente, o subtítulo do livro, escolhido por Dom, era Pergunte a quem sabe, mas foi necessário alterá-lo para Uma busca mortal por respostas, explicou Andrew Fishman, em texto sobre o lançamento da obra. Amigo pessoal de Dom, o presidente do Intercept escreveu sobre sua relação com o jornalista britânico e seu trabalho na cobertura do meio ambiente.

“Sua mala, cheia de blocos de nota das suas viagens e equipamentos de reportagem, reside sob minha mesa todos os dias, como um lembrete tangível de que a missão do Dom ainda precisa ser concluída”, declarou Fishman. “É sempre arriscado julgar um livro pela capa. Dom não era o estrangeiro arrogante e ingênuo que achava ter todas as respostas fáceis para resolver o problema mais urgente e consequente do Brasil – como é comum por aí. O título impossivelmente ambicioso do livro não é uma proclamação, é um convite para fazer a pergunta ‘Como salvar a Amazônia?’ e para nos unirmos em torno dessa questão antes que seja tarde demais”.

Como salvar a Amazônia – Uma busca mortal por respostas está em pré-venda aqui.

Mulheres na Gestão de Reputação será lançado em 27/5, em São Paulo

Mulheres na Gestão de Reputação será lançado em 27/5, em São Paulo

Idealizado por Andréia Roma, CEO da Editora Leader, e coordenado pela consultora Tatiana Maia Lins, chega ao mercado em 27/5 o livro Mulheres na Gestão de Reputação: Edição Poder de uma História – Volume 1 (selo Série Mulheres da Editora Leader), reunindo histórias de 26 executivas de larga experiência no tema. O lançamento, em São Paulo, está marcado para a Livraria Cultura, na av. Angélica, 1.212, às 19 horas.

Na véspera, 26/5, as coautoras serão reconhecidas pelo impacto de suas histórias e pelo legado que deixam para a literatura e para a gestão da reputação em um evento exclusivo, em que receberão o troféu da Série Mulheres – Por mais Mulheres na Literatura.

A obra conta com 26 histórias de profissionais, vindas de diversas áreas, que trabalham com gestão da reputação em diferentes setores de negócios e regiões do Brasil e do mundo. São elas: Ana Luisa de Castro Almeida, Jussara Belo, Elisa Prado, Lylian Brandão, Nathália Porto, Cristiane Santos Blanch, Fernanda Bolzan, Karla Melo, Malu Weber, Mariana Scalzo, Marily Gallote, Neivia Justa, Odete Duarte, Raquel Batista Araújo, Regina Maia, Renata Nascimento, Rosangela Laurentina dos Santos, Rozália Del Gáudio, Sheila Magri, Adriana Vieira, Elis Ramos, Rosângela Florczak, Sayonara Moreira, Aline Bensi, Ana Dourado e Marianna Abdo.

Só sei que foi assim, de Octávio Santiago, aborda preconceito contra o povo do Nordeste

Só sei que foi assim, de Octávio Santiago, aborda preconceito contra o povo do Nordeste
Crédito: Reprodução/Autêntica

O preconceito regional contra o povo do Nordeste e seus contextos motivaram o jornalista e pesquisador Octávio Santiago (Assembleia Legislativa do RN) a escrever o livro Só sei que foi assim: a trama do preconceito contra o povo do Nordeste (Autêntica).

Na obra, o autor investiga e destrincha as camadas dessa xenofobia que atravessa mais de um século. O livro é resultado da pesquisa de doutorado que Octávio realizou na Universidade do Minho, em Portugal – mas o interesse pelo tema vem de muito antes. “Eu mesmo passei por algumas situações difíceis em Brasília e ouvia muitos relatos semelhantes de amigos, além das representações incômodas nas artes, especialmente no audiovisual”, afirma. O doutorado surgiu então como uma oportunidade de dedicar tempo ao tema, já que exigia fôlego e profundidade.

O lançamento será neste sábado (24/5), às 16h, durante a segunda edição do Ocupação Literária, na Pinacoteca do Estado (Praça Sete de Setembro, s/n), em Natal.

(Com informações da Tribuna do Norte)

 

Itaú descontinua o Inteligência Financeira

O Itaú Unibanco anunciou na quarta-feira (21/5) na home do portal Inteligência Financeira (IF) que vai concentrar seus esforços em um ecossistema de comunicação mais simples e integrado e direto com seus clientes investidores. Com isso, o IF será descontinuado. O conteúdo continuará disponível para consulta só até o próximo dia 30.

O banco criou o portal há pouco mais de três anos com a missão de apoiar os investidores a tomarem decisões conscientes, com base em informações seguras e confiáveis, por meio de notícias, análises, conselhos e reflexões relevantes. Publicava as newsletters Mercado Hoje, com um resumo diário do mercado de ações, e Semana Inteligente, resumo semanal do que movimentou o mercado e a economia.

Em nota enviada à redação do Portal dos Jornalistas, o Itaú declarou que “reconhece e valoriza a contribuição significativa do Inteligência Financeira para a democratização da informação financeira no País, e agradece profundamente o trabalho de toda a equipe envolvida, formada por profissionais altamente qualificados e engajados”. Mas não informou sobre o destino desses profissionais.

Segundo fonte ouvida por este Portal dos Jornalistas, alguns funcionários do Inteligência Financeira devem ser realocados para outras áreas, mas a maioria deve ser dispensada. A equipe do IF tinha cerca de 30 pessoas, divididas entre os departamentos de conteúdo, tecnologia, marketing, administração, entre outros.

Integravam o setor de jornalismo e comunicação os editores

Instituto de Matemática lança 8º Prêmio IMPA de Jornalismo

Instituto de Matemática lança 8º Prêmio IMPA de Jornalismo
Crédito: Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA)

Foram abertas as inscrições para o 8º Prêmio IMPA de Jornalismo do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA), que reconhecerá trabalhos sobre matemática, ciência e tecnologia produzidos no Brasil e que contribuam para aproximar esses temas da sociedade. Podem concorrer conteúdos publicados ou exibidos entre 24 de junho de 2024 e 24 de junho de 2025, dia do encerramento das inscrições.

O prêmio é dividido em duas categorias: Matemática, que contempla reportagens relacionadas a matemática ou tecnologia, e Divulgação Científica, voltada a qualquer área da ciência ou tecnologia. Em ambas são aceitas reportagens únicas ou séries com até três matérias.

Além de certificados, os vencedores receberão prêmios em dinheiro: R$ 10 mil para o primeiro lugar, R$ 5 mil para o segundo e R$ 3 mil para o terceiro. A cerimônia de premiação será realizada em 20 de setembro, durante o FestMat Conversas e Conexões, no Rio de Janeiro. Mais informações aqui.

Andreza Matais é a nova colunista do Metrópoles

Andreza Matais é a nova colunista do Metrópoles
Crédito: Reprodução/Metrópoles

Andreza Matais passa a integrar esta semana o time de colunistas do Metrópoles. Ela comandará uma coluna especializada em jornalismo investigativo, além de fazer comentários e análises em vídeos.

Com passagens em diversos veículos, Andreza foi colunista de Política e repórter investigativa em Estadão, Folha de S.Paulo e UOL. Recebeu dois prêmios Esso, quatro vezes o Prêmio Latinoamericano de Periodismo de Investigación, além de dez premiações dos jornais em que trabalhou. É mestre em política e história pelo CPDOC/FGV. Sua dissertação produziu um manual sobre como a imprensa deve cobrir governos autoritários.

Prêmio Fundação FEAC de Jornalismo 2025 abre inscrições

Prêmio Fundação FEAC de Jornalismo 2025 abre inscrições
Crédito: Manuel Correia

Estão abertas até 25 de outubro as inscrições para a 25ª edição do Prêmio Fundação FEAC de Jornalismo. Neste ano, com o tema Desenvolvimento Territorial – Integrando Esforços para Alavancar Transformações Duradouras, a premiação irá reconhecer trabalhos que evidenciem como ações articuladas em diferentes territórios de Campinas (SP) contribuem para o bem-estar social, a inclusão e a qualidade de vida de forma sustentável.

Serão distribuídos R$ 50 mil entre os vencedores das categorias Fotojornalismo, Impresso, Online, Rádio, Televisão e Cinegrafista. Os trabalhos devem ter sido veiculados entre 1º de janeiro e 25 de outubro de 2025, na Região Metropolitana de Campinas ou em ambiente digital que alcance a região.

A divulgação dos finalistas será em 20 de novembro, e os vencedores serão anunciados na cerimônia de premiação, prevista para 10 de dezembro. Mais informações aqui.

Entrevista especial: Ideal Axicom celebra 18 anos aprofundando a trilha da inovação

Quando deixou a revista Exame para, ao lado do parceiro e sócio Eduardo Vieira (hoje no Softbank), montar a Agência Ideal, Ricardo Cesar fez uma ousada aposta, a de buscar na inovação o principal diferencial em relação à concorrência. E ter o Google como cliente número 1 ajudou nessa jornada, que está completando 18 anos e que foi turbinada por duas mudanças fundamentais no caminho: a incorporação, em 2015, pelo Grupo WPP, e a fusão, em 2024, com a internacional Axicom, resultando na criação da Ideal Axicom.

Bem na fita, a agência faturou em 2024, segundo estimativas do recém-lançado Anuário da Comunicação Corporativa, pouco mais de R$ 95 milhões, desempenho que a coloca como líder absoluta no ranking das agências que divulgam individualmente suas receitas. E mesmo no ranking geral, que inclui os grupos com faturamentos consolidados, ela fica na quinta posição, apenas duas atrás do Grupo Burson (que também faz parte do WPP e que reúne as marcas Burson, Máquina e JeffreyGroup).

Ricardo Cesar

Ao ensejo da celebração dessa maioridade, o Portal dos Jornalistas ouviu Ricardo, CEO e fundador da Ideal Axicom, presidente da Axicom para a América Latina e membro do conselho global da Axicom.

Portal dos Jornalistas – A Ideal passou por duas relevantes transformações, a última delas, um ano atrás, a fusão com a Axicom. Quais os impactos delas no posicionamento de mercado da agência e que ganhos obteve?

Ricardo Cesar – Primeiro gostaria de falar do que não mudou na Ideal ao longo dos últimos anos. Nascemos com uma proposta de fazer um trabalho de comunicação e PR contemporâneo. Basta observar o comportamento de quaisquer jovens − e de muitos nem tão jovens assim – e ver como se informam sobre um produto que querem comprar, como planejam uma viagem, como formam sua opinião sobre uma marca. A reputação passa, sim, pela imprensa, que segue fundamental, mas não mais só por ela. Redes sociais, influenciadores digitais (ou creators), comentários e reviews online, análises em plataformas como o Reddit, troca de informações por redes fechadas como whatsapp e telegram e mais recentemente a inteligência artificial generativa, dentre outros aspectos, também precisam entrar no mix das estratégias de PR. Então, a Ideal nasceu com esse componente de ser inovadora. Isso permanece igual. Sobre as mudanças, ocorre que a WPP está mundialmente em um processo de unir operações para simplificar sua estrutura. Logo ficou evidente que havia duas operações com perfil muito semelhante e culturas também parecidas: a Ideal, forte na América Latina; e a Axicom – igualmente voltada para inovação – que é muito reconhecida nos Estados Unidos e nos principais mercados da Europa. Fez sentido unir as duas. Foi um acerto, como evidenciado por prêmios que já ganhamos juntos, como o de Agência do Futuro e Agência Disruptiva do Ano no Innovation Sabre Awards, dos Estados Unidos, um dos mais prestigiados da nossa indústria globalmente.

Portal – Como foi o desempenho da agência em 2024 e quais as perspectivas para o ano em curso?

RC – O ano de 2024 foi o melhor da história da Ideal em termos de resultados. Crescemos bastante, diversificamos as fontes de receita, ganhamos o reconhecimento de clientes fundamentais em trabalhos tão diversos como grandes crises de imagem empresarial ou o lançamento de produtos de consumo. O ano em curso está mais desafiador por alguns aspectos, inclusive da economia global, mas também vai se firmando como um ano bom. Estou cautelosamente otimista.

Portal – Do ponto de vista de negócios e de know how, quais os ganhos que a fusão tem proporcionado tanto para a Ideal quanto para a Axicom?

RC – O maior ganho, na minha opinião, é conseguir estudar e experimentar a fundo o impacto que a IA pode trazer em nossa operação e sobretudo para nossos clientes. Temos acesso a mais ferramentas e conseguimos entender melhor o que está sendo feito nos EUA e na Europa e trazer para cá, por exemplo. Além disso, conseguimos fazer com que alguns dos nossos clientes na América Latina se tornassem clientes nos EUA e na Europa e vice-versa. Começamos a ter algumas experiências internacionais para nossos talentos. Ganhamos notoriedade em Cannes, onde nossa diretora de criação, Lucia Muller, será jurada. A troca com a rede internacional é muito boa – aprendemos com eles e eles aprendem muito conosco.

Portal – Inovação e tecnologia, como se sabe, sempre estiveram presentes no DNA da Ideal e agora da Ideal Axicom. Como vocês enxergam esse novo ciclo, dominado em especial pela IA generativa, para o mercado da comunicação corporativa, em geral, e para a Ideal Axicom, em particular?

RC – O impacto que a IA generativa terá em nosso setor será muito grande e muito rápido. Quem não entender isso estará fora do jogo em poucos anos. Essa é essencialmente uma tecnologia de linguagem – por isso o nome técnico é Large Language Model, ou LLM − e nossa indústria lida exatamente com isso. E quero frisar que sou bastante otimista com as mudanças que a IA generativa trará para quem atua em comunicação e relações públicas e também em jornalismo – “do outro lado do balcão”, como se diz.

Ricardo Cesar

Sempre achei que a pessoa mais inteligente na sala não é a que explica tudo, mas a que faz as melhores perguntas. Com IA isso se torna ainda mais verdadeiro, pois saber fazer os prompts corretos e a maneira certa de obter as respostas da ferramenta faz a diferença. É também importante saber que em alguns casos mais de 60% do que as principais ferramentas de IA generativa usam como base para suas respostas vem de… material jornalístico profissional. Se sua marca está preocupada em aparecer bem nas respostas que as ferramentas de IA generativa sugerem para determinadas perguntas – e sua marca deveria estar preocupada com isso –, então nada melhor do que aparecer de maneira consistente e correta nas reportagens de veículos jornalísticos. De repente, o que há de mais novo em tecnologia é alimentado por uma prática tradicional que alguns diziam ter perdido a importância.

A IA também traz desafios, como as deep fakes, e igualmente as agências de PR precisam estar aparelhadas para lidar com isso e ajudar seus clientes quando um conteúdo desse tipo afetar sua reputação. Por fim, devem ocorrer mudanças nas estruturas das agências e em sua capacidade de prestar serviços cada vez melhores e mais ágeis em função da IA. Tudo isso ainda é incipiente, mas já está batendo à porta.

Portal – Quais as principais transformações que, na visão de vocês, poderão acontecer em nossa atividade nos próximos cinco ou dez anos? E que impactos poderemos esperar para as empresas e para os profissionais do setor?

RC – Não há como fugir da mesma resposta: a grande mudança virá de IA. Por vários motivos. Primeiro, será possível prestar serviços de PR com mais velocidade e com mais qualidade. Segundo, novas entregas que hoje são quase utópicas poderão ser feitas pelas agências para seus clientes. Do ponto de vista da maneira como agências e clientes estão estruturados também teremos alterações. As tarefas mais simples estão sendo automatizadas até com ganhos de qualidade. E o que acontece com isso? Liberamos tempo de bons profissionais para definir estratégias de alto nível, pensar em novos serviços, atuar na criação e cultivar relacionamentos humanos importantes – coisas que IA não pode fazer da mesma forma que nós fazemos. E isso significa subir a régua dos serviços de PR e do impacto que podemos gerar nos negócios dos nossos clientes.

Portal – Muito se tem falado na chamada mestiçagem profissional na área de comunicação corporativa. Como vocês trabalham essa questão na Ideal Axicom?

RC – A gente faz isso há muito tempo. Desde que a Ideal nasceu, há 18 anos, trouxemos cientistas de dados, advogados, publicitários, criativos e mídias de agências de propaganda, gestores de projetos etc., que se juntaram aos profissionais formados em jornalismo e RP no nosso mix de talentos. Todos tiveram que aprender uns com os outros e desenvolver novas habilidades para conseguirem atuar em conjunto e gerar as entregas que propomos. É fato que para fazer um PR contemporâneo a formação tradicional já não é mais suficiente.

Por outro lado, também acho que especialização é importante em muitos casos. É importante ter alguém com experiência em jornalismo lidando com ferramentas de monitoramento de redes sociais ou um profissional criativo de publicidade desenvolvendo entregas voltadas para a reputação corporativa, mas também é bom ter profissionais que são superespecializados em áreas específicas e são os melhores em seus campos de conhecimento.

Ricardo Cesar

Portal – Como hoje está dividido o mercado para a agência, em termos de clientes da iniciativa privada e da área pública. Vocês têm participado de concorrências governamentais?

RC – Nosso foco é no setor privado. Não temos nada contra a área pública, mas desenvolvemos nossa expertise atendendo a grandes empresas privadas, tanto companhias de origem brasileira, como Totvs, Embraer e Braskem, como multinacionais, como Nike, Uber ou Airbnb, para dar alguns exemplos.

Portal – Em que o portfólio de produtos e serviços da agência diferencia-se do clássico PR?

RC – A Ideal Axicom é uma agência de comunicação integrada, com um portfólio que combina serviços e ferramentas de estratégia e planejamento; gestão reputacional; relacionamento com a mídia e stakeholders; serviços de influência, criativos, de conteúdo e mídia paga; além de uma área interna de business intelligence. Além de times internos para todas essas disciplinas e do uso contínuo de ferramentas de amplitude global − como o Branwatch, o GWI e outras −, atuamos em uma estrutura integrada, que permite aos clientes desenvolverem as soluções mais adequadas para as suas necessidades de comunicação.

Estas equipes, hoje, são amparadas por uma camada importante de inteligência artificial, com o WPP Creative Studio, que nos permite otimizar processos, aprimorar entregas e ampliar análises para nossos clientes. Tudo em um ambiente seguro de acesso a dados − mais um importante diferencial.

Além disso, globalmente, costumamos dizer que nossa mentalidade é a de “futuristas, não seguidores”, pois desenvolvemos, diariamente, nossa capacidade de ver oportunidades antes que elas se tornem óbvias. Nossa missão, em qualquer configuração de portfólio de serviços, é ajudar nossos clientes a antecipar mudanças em vez de reagir a elas. Queremos que as marcas que estão conosco passem de observadoras passivas das tendências a criadoras ativas de futuro. E usamos nossa inteligência interna e multidisciplinar para converter percepções de mercado em vantagens estratégicas decisivas para as marcas.

Portal – Você tem acompanhado as discussões sobre eventuais mudanças na jornada de trabalho, de 6×1 para 5×2? Como isso está estabelecido na Ideal Axicom? O trabalho híbrido permanece? Em que medida?

RC – Permanecemos com trabalho hÍbrido, mas a parte presencial cresce cada vez mais. Acho muito importante a presença física das pessoas, pois isso permite um outro nível de interação. É muito melhor para formar cultura, criar times unidos com ligações fortes entre as pessoas, para que os mais jovens aprendam com os mais experientes – e vice-versa! Por outro lado, acho que um pouco de remoto é bom, pois garante uma flexibilidade que é importante para melhorar a qualidade de vida das pessoas.

Sobre as mudanças na jornada de trabalho, por enquanto acompanhamos as discussões com um certo distanciamento. Não temos planos de curto ou médio prazo para mudanças nesse sentido.

Portal – Como tem sido o relacionamento com as demais agências do Grupo WPP?

RC – O relacionamento é muito bom e tende a melhorar e a se intensificar em breve, quando as agências todas se mudarão para o novo Campus WPP em São Paulo, um lindo prédio que está em fase final de construção e abrigará boa parte das 7 mil pessoas que a WPP tem no País. O relacionamento é fluido com as operações de publicidade, mídia, tecnologia e produção, mas também é ótimo com as demais marcas de PR da WPP no Brasil atualmente, que são Burson, Jeffrey e Máquina. Ficamos numa estrutura paralela e inteiramente separada delas, mas temos algumas boas trocas. A Rosa Vanzella, por exemplo, que lidera a Burson no Brasil, é uma profissional e uma pessoa incrível, assim como todas as equipes por lá. O relacionamento é sempre respeitoso e de coleguismo.

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